António Mota distinguido com o prémio Lifetime Achievement na Fábrica 2030

O líder desempenhou funções executivas no grupo Mota-Engil até janeiro de 2023. Lamenta, no seu longo percurso, nunca ter feito nenhuma obra em Espanha.

O ex-presidente da Mota-Engil, António Mota, foi distinguido esta terça-feira com o prémio Lifetime Achievement na conferência Fábrica 2030. O galardão, entregue pelo ECO, pretende distinguir os empresários que assumem riscos, criam valor, e contribuem para o crescimento económico e prosperidade do país.

Tenho uma derrota monumental na minha vida”, diz António Mota. O ex líder enumera que na “construção trabalhamos na África toda, mas nunca estivemos em Espanha“. Lamenta que a “Mota-Engil nunca tenha conseguido lá entrar” e “nunca tenha feito nenhuma obra”, destacando “temos de arranjar forma de irmos para lá ou eles não virem para cá“, disse António Mota numa intervenção durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto, após receber o galardão.

O primeiro-ministro garante que “Portugal continua a trabalhar com o Governo espanhol para que essas barreiras não existam”, destacando que “não devemos esmorecer”. “Temos de ver se conseguimos não fechar as portas aos nossos vizinhos (pois esse não é o nosso espírito), mas exigir reciprocidade na abertura da porta e podermos também competir do outro lado da fronteira com as mesmas armas”, afirma Luís Montenegro.

Luís Montenegro, que marcou presença na conferência, deu os parabéns ao gestor “pelo emprenho e inspiração que transmite a todos e ao setor” da construção.

António Manuel Queirós Vasconcelos da Mota nasceu em 1954 em Amarante, em criança sonhava ser bombeiro, polícia e engenheiro, mas acabou por tornar-se empresário. Licenciou-se em Engenharia Civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e iniciou a sua carreira em 1976 como estagiário na Mota & Companhia, exercendo atividade em diversas direções operacionais da empresa. Em 1981 assumiu a direção geral da Mota & Companhia e em 1995 sucedeu ao pai ao assumir a presidência da empresa fundada em 1946.

António Mota foi considerado o líder e promotor de uma estratégia de internacionalização que elevou a Mota-Engil a tornar-se uma das 25 maiores construtoras europeias. Após a fusão dos grupos Mota e Engil, no ano de 2000, assumiu a presidência da Mota-Engil SGPS, cargo que exerceu até janeiro de 2023.

O ano passado, António Mota entregou a liderança da empresa ao sobrinho Carlos Mota Santos, que pertence à terceira geração.

Nos primeiros seis meses do ano, o lucro líquido da Mota-Engil disparou 65% em termos homólogos para 49 milhões de euros, impulsionado por um novo recorde na faturação, enquanto a carteira de encomendas aumentou, com um montante de novos contratos de 3,3 mil milhões no primeiro semestre.

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Rachel Muller é a nova diretora-geral da Nestlé Portugal

É a segunda vez em 100 anos de história da filial portuguesa da multinacional que uma mulher assume a direção-geral da companhia.

Rachel Muller é a nova diretora-geral da Nestlé Portugal

Rachel Muller, atualmente vice-presidente de operações para a América Latina, será, a partir de 1 de fevereiro, a nova diretora-geral da Nestlé Portugal, em substituição de Anna Lenz, que foi promovida em outubro. É a segunda mulher à frente da Nestlé Portugal.

“Assumir este novo cargo e liderar a Nestlé Portugal é uma honra e um privilégio que me enche de entusiasmo. Estou ansiosa para dar continuidade ao excelente trabalho realizado até agora, contribuindo para levar esta empresa a novos patamares de sucesso, e, também, para conhecer de perto as pessoas por detrás de toda esta dedicação e fantástica reputação”, diz Rachel Muller num comunicado.

“O meu compromisso é manter o legado de excelência e inovação que foi estabelecido, procurando incessantemente novas oportunidades de crescimento e de criação e partilha de valor económico, social e ambiental no país. Com uma equipa talentosa e dedicada ao meu lado, estamos prontos para enfrentar os desafios do mercado português, reforçar a excelente relação com os nossos parceiros no retalho e no HORECA e superar as expectativas dos nossos consumidores”, continua.

“Acredito na importância de uma visão holística em toda a cadeira de valor (farm to fork) e tenho como objetivo fortalecer ainda mais a nossa posição como líderes, priorizando as nossas pessoas, as comunidades e o planeta, e investindo nos nossos produtos e nas nossas marcas, trazendo novas soluções que ajudem a impulsionar o nosso crescimento sustentável. Juntos, vamos continuar a construir um futuro brilhante para a Nestlé Portugal, mantendo o nosso compromisso inabalável de desenvolver o poder da alimentação para melhorar a qualidade de vida de todos, hoje e para as gerações futuras”, conclui.

A nova diretora-geral da Nestlé Portugal era, desde agosto de 2023, vice-presidente de operações na América do Sul, responsável pelo Brasil, Chile, Plata Region e Perú-Bolívia. A profissional brasileira de 49 anos muda-se da Suíça para Portugal para liderar a filial portuguesa a partir de fevereiro, substituindo Anna Lenz que, desde julho de 2022, liderava a empresa. Lenz assume em janeiro como responsável mundial de recursos humanos do grupo e membro do comité executivo da Nestlé.

“Sinto-me grata e honrada pelo percurso que fiz no mercado português. Sou muito apaixonada por Portugal, pelo negócio e, sobretudo, pelas pessoas. Foram anos bastante enriquecedores e memoráveis, tanto na perspetiva profissional, como pessoal. Ao longo deste tempo, tive a honra de liderar uma equipa excecional e trabalhar ao lado de profissionais talentosos, cuja dedicação e paixão por este mercado foram fundamentais para o nosso sucesso. Por ter este carinho e apreço tão especial pela Nestlé em Portugal, tenho a certeza que não poderia ter sido escolhida pessoa mais indicada para me suceder. Estou muito confiante na visão e no sucesso que a Rachel irá trazer à Nestlé Portugal”, diz Anna Lenz, citada em comunicado.

Licenciada em Odontologia com pós-graduação em Comunicação e Marketing, Rachel Muller começou a sua carreira no McCann Worldgroup e chegou à Nestlé no México em 2010, como dairy consumer marketing manager. Em 2014, foi nomeada executive marketing manager dairy na Nestlé Brasil e, quatro anos depois, promovida a business executive officer coffee, com responsabilidade pelas marcas Nescafé, Nescafé Dolce Gusto e Starbucks, tendo em janeiro de 2022, adicionado o segmento de beverages & cereals às suas responsabilidades na companhia.

Em Portugal, a profissional vai liderar uma empresa com atualmente 2.594 colaboradores, tendo gerado em 2023 um volume de negócios de 711 milhões de euros. No país a multinacional tem duas fábricas (Porto e Avanca), um centro de distribuição (Avanca) e cinco delegações comerciais espalhadas pelo Continente e pelas ilhas.

(Última atualização às 11h03)

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Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeita queixa de Ricardo Salgado

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O TEDH rejeitou a queixa de Salgado, que alegava que declarações do Governador do Banco de Portugal tinham violado o seu direito a uma presunção de inocência independente e imparcial.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeitou a queixa do ex-banqueiro Ricardo Salgado, que alegava que declarações do Governador do Banco de Portugal tinham violado o seu direito a uma presunção de inocência independente e imparcial.

No acórdão publicado esta terça-feira na sua página oficial, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH), com sede em Estrasburgo, “decidiu, por unanimidade, que não houve violação” dos artigos que dizem respeito ao direito a um processo equitativo e à presunção de inocência, prevista da Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

A queixa foi apresentada em 2019 pelo antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), alvo de processos criminais e contraordenacionais depois do colapso do grupo financeiro, que alegava que, devido a várias declarações públicas feitas pelo Governador do Banco de Portugal, não foi ouvido de forma justa por um tribunal independente e imparcial e que o seu direito à presunção da inocência foi prejudicado.

No entanto, o TEDH considerou “que as declarações do Governador do BdP não violam o direito do recorrente a um processo equitativo”, rejeitando que Ricardo Salgado não tivesse tido um processo justo.

A decisão conhecida esta terça-feira foi tomada por unanimidade pelos sete juízes que analisaram a queixa: o presidente Lado Chanturia (da Geórgia), Ana Maria Guerra Martins (de Portugal), Faris Vehabović (da Bósnia e Herzegovina), Tim Eicke (Reino Unido), Lorraine Schembri Orland (Malta), Anne Louise Bormann (Dinamarca), Sebastian Răduleţu (Roménia), e Simeon Petrovski (secretário de secção adjunto).

Em causa estava um processo avançado pelo BdP que resultou na aplicação de uma multa de quatro milhões de euros ao antigo banqueiro, em setembro de 2020, mas Ricardo Salgado alegou que não tinha sido ouvido neste processo por “um tribunal independente e imparcial”.

Sobre a acusação de falta de imparcialidade do BdP, o Tribunal de Justiça considerou que Ricardo Salgado beneficiou de “um controlo jurisdicional de alcance suficiente”.

Ricardo Salgado foi presidente do conselho de administração do BES e do Espírito Santo Financial Group S.A. (“ESFG”) até 2014, quando o BES registou um prejuízo de cerca de 3.577 milhões de euros.

Em agosto de 2014, o BdP decidiu tomar medidas de resolução relativamente ao BES, “facto que anunciou durante uma conferência de imprensa realizada por cinco membros do seu conselho de administração”, refere o Tribunal Europeu, recordando que algumas das declarações foram proferidas pelo governador do BdP, Carlos Costa.

Entre 2014 e 2015, o BdP realizou vários inquéritos e os investigadores apresentaram em 2018 as suas alegações, que foram dadas a conhecer a Ricardo Salgado.

Em 2020, o BdP aplicou uma coima de quatro milhões de euros a Ricardo Salgado, bem como duas sanções adicionais.

Ricardo Salgado começou por impugnar a decisão junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCCR) e requerer a retirada de Carlos Costa na qualidade de governador do BdP, mas o tribunal indeferiu o pedido, confirmando a coima e as sanções acessórias.

O ex-banqueiro decidiu então interpor recurso da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa, que o indeferiu, tendo então a equipa do ex-banqueiro decidido recorrer para o Tribunal Constitucional, que considerou o recurso inadmissível.

Em junho de 2019, Ricardo Salgado queixou-se ao tribunal europeu de não ter sido ouvido por um tribunal independente e imparcial por causa das declarações do governador.

Ricardo Salgado alegou ainda que as declarações feitas pelo governador antes e durante o processo administrativo “tinham prejudicado o seu direito à presunção de inocência”.

No entanto, o Tribunal de Justiça não deu razão a Ricardo Salgado, recordando que Carlos Costa já não era governador quando foi adotada a resolução do Conselho de Administração do BdP, em setembro de 2020.

Além disso, Ricardo Salgado já tinha contestado a decisão do BdP, recorrendo a vários organismos que indeferiram sempre o seu pedido.

O Tribunal Europeu acrescenta ainda que as afirmações censuradas não se referiam especificamente a Ricardo Salgado, mas à situação geral do BES e, quando foram feitas, “não eram suscetíveis de levar a opinião pública a pensar que o recorrente tinha cometido as infrações administrativas em causa”.

(Notícia atualizada às 12h20)

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Threads ganha 35 milhões de utilizadores em novembro, beneficiando dos abandonos do X

  • + M
  • 3 Dezembro 2024

O Threads tem registado um milhão de novos registos na rede social diariamente, ao longo dos últimos três meses. Está a ser o maior beneficiado do abandono do X por parte de vários utilizadores.

A rede social Threads tem-se firmado como o principal concorrente do X (ex-Twitter), tendo divulgado recentemente um incremento de 35 milhões de novos utilizadores em novembro.

A taxa de crescimento do Threads – que viu a sua base de utilizadores crescer em 15 milhões entre 1 e 14 de novembro – aumentou ainda nos 10 dias seguintes, durante os quais foram registados 20 milhões novos utilizadores, segundo Andy Stone, porta-voz da Meta, dona do Threads mas também de outras redes sociais como o Instagram, Facebook e Whatsapp, conforme citado pela Axios.

Stone também avançou que, nos últimos três meses, têm ocorrido cerca de um milhão de novos registos na rede social diariamente. Embora não seja possível apurar quantos destes novos utilizadores são ex-utilizadores do X, este crescimento é encarado como um sintoma do abandono do X por parte de vários utilizadores, que estão a optar por se distanciar da rede social de Elon Musk, um dos maiores apoiantes do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump.

Vale a pena lembrar que, logo no dia a seguir às eleições norte-americanas (6 de novembro), cerca de 281.600 utilizadores desativaram as suas contas na rede social X através da web. Em proporção, este efeito de desistências foi ainda mais expressivo nos EUA, com cerca de 115 mil pessoas a terem desativado as suas contas nos EUA através da web nesse dia, o número mais alto desde que Elon Musk adquiriu a plataforma em 2022, segundo a análise da Similarweb.

 

Em simultâneo, e ao ter ultrapassado recentemente os 20 milhões de utilizadores, a rede social Bluesky tem crescido – e feito um esforço na divulgação desse crescimento – mas é ainda de pequena dimensão quando comparada com o Threads.

Tanto o Threads como o Bluesky têm, portanto, beneficiado das “polémicas” ou “constrangimentos” que têm afetado o X. quando ocorreu o bloqueio da rede social de Musk no Brasil, em setembro, outras redes sociais – como o Threads e o Bluesky – viram as suas bases de utilizadores crescerem.

Em agosto deste ano, o Threads contava com 175 milhões de utilizadores mensais ativos a nível mundial, segundo tinha anunciado na própria rede social Mark Zuckerberg, CEO da Meta.

Recorde-se que a mais recente rede social da Meta foi lançada a 5 de julho de 2023 para competir com o X (ex-Twitter) e registou dez milhões de perfis em sete horas. Já a marca de 100 milhões de utilizadores foi superada em apenas cinco dias.

No entanto, o sucesso parecia ser efémero, com a plataforma a registar, no mês seguinte, um decréscimo de 79% de utilizadores ativos, segundo anunciava um estudo da Similarweb. Embora a adesão de novos utilizadores à nova rede social da Meta tenha sido grande aquando o seu lançamento, muitos destes utilizadores não se “fidelizaram”.

Recorde-se que embora lançada em julho do ano passado a nível internacional, a implementação da rede social Threads em vários países da Europa (incluindo Portugal), só ocorreu no final do ano, uma vez que as entidades europeias colocaram entraves ao seu lançamento no continente por ser obrigatório o utilizador ter uma conta de Instagram para poder criar um perfil no Threads.

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Moções de censura contra o Governo francês votadas esta quarta-feira

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Dezembro 2024

As moções de censura apresentadas pela esquerda e pela extrema-direita contra o Governo francês serão debatidas na quarta-feira, às 16 horas locais (15 horas em Lisboa), na Assembleia Nacional.

Com o Governo francês preso por um fio, o debate e a votação das moções de censura apresentadas pela esquerda e pelo partido de extrema-direita Rassemblement National (RN) estão agendados para as 16 horas (15 horas em Lisboa) de quarta-feira, avança a agência France-Presse, citando fontes parlamentares.

Enquanto a Nova Frente Popular (NFP) não deverá apoiar a moção do Rassemblement National, o partido de extrema-direita de Marine Le Pen já anunciou que vai votar a favor da moção apresentada pela aliança de partidos de esquerda, o que, a confirmar-se, levará à queda do Governo de Michel Barnier, no que seria o mandato mais curto desde a fundação da Quinta República em 1958.

As moções de censura foram apresentadas após o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, ter recorrido ao n.º 3 do artigo 49.º da Constituição para conseguir aprovar o Orçamento da Segurança Social para o próximo ano, face à ausência de maioria na Assembleia Nacional.

Segundo explica o Le Monde, a primeira moção a ser votada é a da Nova Frente Popular, por ter o maior número de signatários. Caso tenha os votos necessários para a sua aprovação (de, pelo menos, metade mais um dos 577 deputados), a moção apresentada pelo RN não será posta a votação.

Porém, se se confirmar a queda do Governo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, não poderá dissolver a Assembleia Nacional nem marcar eleições antecipadas antes de julho do próximo ano, uma vez que a Constituição prevê um período mínimo de um ano entre eleições.

Macron terá, assim, de nomear um novo primeiro-ministro ou reconduzir Michel Barnier no cargo, mas o risco de uma nova moção de censura é muito elevado em qualquer um dos cenários, perante uma Assembleia Nacional dividida entre esquerda, centro-direita e extrema-direita, nenhum dos quais em maioria.

Deste modo, parece pouco provável que a França venha a ter um Orçamento do Estado para 2025. A Constituição do país prevê uma “lei especial” que permite que o orçamento do ano anterior transite para o novo ano durante alguns meses, mas, como lembra o banco ING, tal não irá retificar a trajetória das finanças públicas, prevendo-se que o défice ultrapasse os 6% do PIB em 2024.

O Governo de Barnier esperava baixar o défice para 5% até 2025, mas sem um orçamento votado em 2025, este objetivo não será atingido. “O orçamento provisório será ligeiramente restritivo, uma vez que os escalões de impostos não serão ajustados à inflação, mas não irá conter quaisquer medidas de poupança real”, assinala o banco neerlandês.

Face ao impasse político, o spread entre as obrigações soberanas de França a 10 anos e as bunds alemãs alargou-se mais sete pontos base na segunda-feira, atingindo os 88 pontos base. Esta terça-feira, continua a rondar os 86,8 pontos base, espelhando o risco de instabilidade na segunda maior economia da Zona Euro.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h30)

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China anuncia restrições às exportações de metais essenciais para os Estados Unidos

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

Pequim decidiu proibir a exportação de gálio, germânio ou antimónio, metais essenciais para o fabrico de semicondutores ou baterias, seja para uso civil e militar.

A China anunciou esta terça-feira que vai restringir as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimónio e grafite, metais essenciais para o fabrico de semicondutores ou baterias, tanto para uso civil como militar.

A medida, que entra em vigor esta terça-feira, surge depois de Washington ter anunciado novas restrições tecnológicas contra a China para limitar a sua capacidade de desenvolver semicondutores avançados, o que Pequim denunciou como “um ato de coerção económica”.

O Ministério do Comércio declarou em comunicado que vai proibir a exportação de gálio, germânio ou antimónio com “dupla utilização civil e militar”, ao mesmo tempo que será “mais rigoroso” na exportação de grafite.

A pasta argumentou que tomou esta medida “a fim de proteger a segurança e os interesses da China” e “cumprir as obrigações internacionais como a não-proliferação”.

“Qualquer organização ou indivíduo de qualquer país ou região que viole as disposições acima referidas e transfira ou forneça artigos de dupla utilização originários da República Popular da China a organizações ou indivíduos nos Estados Unidos será responsabilizado nos termos da lei”, advertiu a nota.

Um porta-voz do Ministério disse que, nos últimos anos, os EUA “politizaram a utilização de conceitos como o de segurança nacional para restringir a exportação de bens para a China” e “colocaram empresas chinesas na lista de sanções para as reprimir”.

“Os EUA prejudicaram seriamente os direitos e interesses legítimos destas empresas, bem como a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou.

Em julho passado, a China anunciou restrições gerais à exportação de gálio e germânio, dois metais essenciais para o fabrico de semicondutores, um produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre Pequim e Washington.

A China é o maior produtor mundial destes dois elementos, sendo responsável pela produção de mais de 95% do gálio e 67% do germânio.

Em agosto, Pequim anunciou a imposição de restrições à exportação de antimónio, um metal utilizado em vários setores industriais, como o fabrico de baterias e de retardadores de chama, e de outros elementos estratégicos. Em outubro, adotou ajustamentos nas suas políticas de controlo das exportações relacionadas com produtos de grafite, em nome da “segurança nacional”.

O país asiático, principal produtor mundial de grafite, controla uma parte significativa do mercado mundial.

Estas novas restrições vêm juntar-se a uma série de medidas semelhantes aplicadas por Pequim nos últimos meses, como a proibição das exportações de tecnologia de fabrico de ímanes de terras raras.

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Valor de referência do CSI aumenta para 630 euros mensais a partir janeiro

O Governo publicou uma portaria que atualiza o valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) em 4,99%. Prestação passa para 630 euros mensais a partir de 1 de janeiro de 2025.

A partir de 1 de janeiro de 2025 o Complemento Solidário para Idosos (CSI) vai subir para 630 euros por mês. Os ministros das Finanças e do Trabalho publicaram uma portaria que atualiza em 4,99% este apoio, que corresponde a um aumento de 30 euros mensais.

“O valor de referência do Complemento Solidário para Idosos […] é fixado em 7.568 euros”, lê-se no diploma disponibilizado esta terça-feira em Diário da República. Em termos absolutos, o aumento equivalente a 360 euros anuais face ao valor atual.

Esta atualização representa mais um passo para o “aumento gradual do valor de referência do CSI para o valor de 820 euros em 2028”, uma das medidas emblemáticas do atual Governo para os idosos.

Logo em maio, pouco depois de ter assumido funções, o Governo publicou uma portaria que atualizava o valor de referência do CSI em 9,1%, um aumento de 50 euros mensais que elevou o apoio de 550 para 600 euros mensais, o equivalente a 7.208 euros anuais. Este aumento entrou em vigor no dia 1 de junho.

Com o novo aumento de 30 euros mensais, a prestação deverá ser revista em janeiro “em função do novo valor de referência e dos rendimentos dos beneficiários”.

Esta não foi a única mexida do Governo no CSI. Outra alteração implementada foi a eliminação do rendimento dos filhos na avaliação dos recursos dos beneficiários. Esta alteração também entrou em vigor em junho e fez com que o rendimento dos filhos deixasse de ser considerado para efeitos de “atribuição e reavaliação” da prestação do CSI.

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Grandes investimentos “esbarram” em pareceres ambientais “muito conservadores”, critica Portas

  • ECO
  • 3 Dezembro 2024

A Fábrica 2030 – que celebra o 8.º aniversário do ECO - juntou gestores, políticos e académicos para debater agendas de mudança na economia, no investimento, na justiça e na Administração Pública.

O primeiro-ministro Luís Montenegro, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e o antigo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, foram alguns dos nomes que estiveram na Fábrica 2030, um evento organizado pelo ECO na Alfândega do Porto. Recorde aqui as principais conclusões da conferência.

Rui Moreira considerou, no discurso de abertura que “a aprovação da proposta orçamental foi uma grande notícia para o país, desde logo porque se evitou uma crise política”. O Orçamento do Estado é “sensato”, mas “comporta riscos para a despesa pública e parece pouco capaz de incentivar economia”, disse também o presidente da Câmara do Porto.

Já o primeiro-ministro criticou a falta de investimento nas interligações elétricas entre a Península Ibérica e o resto da Europa. Luís Montenegro considerou ainda que a Europa deve apostar em ter grandes empresas com força global, desde que não estejam todos nos maiores países. “Sou a favor de campeões europeus, desde que não estejam todos localizados na Alemanha e França”, disse.

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Metro do Porto pagou 840 mil euros de indemnizações pelas obras da linha Rosa

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

Cerca de 20 proprietários de estabelecimentos que tiveram de encerrar temporariamente ou cuja atividade diminuiu devido às obras da linha Rosa foram indemnizados em 839.723 euros pela empresa.

A Metro do Porto investiu mais de 1,6 milhões de euros na promoção do comércio local na envolvente das frentes de obra da linha Rosa, dos quais cerca de 840 mil euros dizem respeito a indemnizações a comerciantes.

Em resposta à agência Lusa, a Metro do Porto adiantou que pagou 839.723 euros a cerca de 20 proprietários de estabelecimentos “que se viram obrigados a encerrar temporariamente ou que viram a sua atividade francamente diminuída”.

“A Metro do Porto continuará a suportar as indemnizações devidas até ao final desta empreitada e está obviamente aberta à análise de novas situações que possam surgir”, afirma a empresa.

Desde o início da construção da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, a empresa investiu mais de 1,6 milhões de euros para apoiar os estabelecimentos comerciais nas envolventes das frentes de obra.

“A Metro do Porto, como é público, implementou um conjunto de ações mitigadoras dos impactos decorrentes das obras que está a executar, em estreita articulação com a Associação dos Comerciantes do Porto e com a Câmara Municipal do Porto”, assinala.

Dos 1,6 milhões de euros investidos, mais de 457 mil euros dizem respeito à promoção do comércio local e decoração de frentes de obra, e mais de 147 mil euros à segurança e vigilância do Largo dos Loios, Praça da Liberdade, Largo de S. Domingos, Rua Mouzinho da Silveira e das Galerias da Trindade.

A empresa elenca ainda investimentos feitos ao nível de campanhas de marketing (46,8 mil euros), apoio à Associação dos Comerciantes do Porto (10 mil euros) e na Galeria de lojas da Trindade (113,7 mil euros), criadas com o objetivo de deslocalizar temporariamente o comércio afetado pelas obras.

“Temos neste momento duas lojas abertas nas Galerias da Trindade, neste projeto que desenvolvemos em contacto estreito com os próprios comerciantes”, assinala.

Na segunda-feira, o Executivo da Câmara do Porto aprovou por unanimidade uma proposta do PSD que exige à Metro uma “revisão urgente e justa” dos critérios de indemnização dos comerciantes, que exclua a contabilização dos anos da pandemia de Covid-19.

“A utilização dos anos de pandemia como referência ignora a realidade económica excecional vivida pelos comerciantes e não reflete a verdadeira capacidade de geração de receitas antes das obras”, lê-se na proposta.

A recomendação solicita ainda a realização de um estudo sobre o impacto das obras nos comerciantes e a implementação de medidas para mitigar o impacto das empreitadas, tais como a retirada do entaipamento assim que concluídas.

“A Metro do Porto é uma empresa de capitais exclusivamente públicos pelo que atua com total transparência, exigência e rigor no que respeita ao gasto de dinheiro público em compensações aos comerciantes”, acrescenta.

Lembrando que as áreas ocupadas por estaleiros da obra têm sido “cada vez mais reduzidas”, a Metro do Porto salienta que nos próximos dias “zonas importantes” nas imediações da praça Almeida Garrett, Praça da Liberdade e Rua Sampaio Bruno serão “devolvidas ao usufruto dos cidadãos”.

A conclusão da empreitada de construção da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, está prevista para julho de 2025 e a linha deverá entrar em funcionamento nesse verão, segundo a Metro do Porto.

Com um custo total que ascende aos 304,7 milhões de euros, a linha Rosa terá ligação às atuais estações de metro Casa da Música e São Bento, e terá estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza.

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Famílias com casas maiores em Lisboa poderão ter licença para alugar quartos a turistas

  • ECO
  • 3 Dezembro 2024

Embora a Câmara de Lisboa queira limitar a emissão de novas licenças para AL, está em cima da mesa uma proposta para permitir alugar quartos a turistas em apartamentos de maiores dimensões.

A Câmara Municipal de Lisboa está a preparar mais mudanças às regras do Alojamento Local (AL) na cidade. Segundo o Jornal de Notícias, uma das propostas em cima da mesa, apresentada pela coligação do PSD e CDS-PP, é de que as famílias que residam em apartamentos de maior dimensão (de tipologia T2 ou superior) tenham uma licença municipal para arrendar quartos a turistas.

Esta proposta abrange apenas as áreas de contenção relativa, que correspondem a seis freguesias — Ajuda, Belém, Campolide, Campo de Ourique, Parque das Nações e Penha de França –, e implica que o apartamento seja a residência permanente e o domicílio fiscal do proprietário há mais de três anos. Se o apartamento for um T2, pode abrir uma unidade de AL na modalidade de “quarto”; se for de tipologia superior, pode abrir duas unidades, sendo que a autorização é concedida pelo prazo de um ano, renovável por períodos sucessivos.

Para o município, esta será uma forma de “preservação da população residente” numa cidade em que o AL representa, atualmente, cerca de 67% da oferta de alojamento turístico. Entre as mudanças previstas ao regulamento do AL, inclui-se ainda a criação da figura do provedor de alojamento local, que servirá como um mediador para gerir conflitos entre residentes, proprietários destes estabelecimentos e condóminos.

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Activobank quer captar o dobro de clientes do BCP até 2028

Activobank ambiciona superar marca dos 700 mil clientes nos próximos quatro anos, mais 75% do que tem atualmente, captando assim mais clientes do que o próprio dono, o BCP.

Parte da estratégia de crescimento do BCP para os próximos quatro anos passa pelo ActivoBank, outrora na lista de vendas, mas que agora será um dos pontas-de-lança do banco liderado por Miguel Maya. Até 2028, o ActivoBank pretende superar a marca dos 700 mil clientes ativos, apontando para um crescimento de 75% face aos cerca de 400 mil clientes que tem atualmente – mais do que o próprio BCP espera captar no mesmo período, entre 150 mil a 200 mil novos clientes.

Para alcançar este número, o ActivoBank “lançará campanhas de member-get-member, mobilizará redes de influencers em segmentos específicos e renovará as suas propostas de worksite”, de acordo com o plano estratégico 2025-2028 cujas linhas gerais foram apresentadas no final de outubro, mas só agora o banco deu a conhecer com maior detalhe.

Mais clientes significará mais negócio. O banco digital prevê crescer mais de 60% nos recursos de clientes neste período e também aumentar a sua carteira de crédito em mais de 70%, incluindo crédito pessoal e crédito à habitação.

Os resultados acumulados do Activobank neste novo ciclo deverão superar os 170 milhões de euros, prevê o plano estratégico.

Este montante corresponderá a cerca de 4% do que o BCP espera gerar em todas as geografias, não só Portugal mas também Polónia e Moçambique, num total entre quatro mil milhões e cinco mil milhões de euros.

O banco liderado por Miguel Maya já comunicou ao mercado qual será a sua política de distribuição de resultados: metade dos lucros serão distribuídos pelos acionistas, sendo que poderá aumentar a distribuição para 75% em forma de recompra de ações caso concretize determinados objetivos de capital e de negócio em Portugal, e lá fora, e tenha a autorização dos reguladores.

Há cerca de dez anos, quando BCP atravessava um período de reestruturação, o Activobank esteve perto de ser vendido a um fundo inglês Cabot Square, mas as negociações acabaram por não chegar a bom porto.

O BCP viu então no Activobank uma plataforma para captar clientes do segmento mais jovem e com maior aptidão para novas tecnologias. E chegou mesmo a falar em “potencial de internacionalização”, ideia que já não consta no atual plano estratégico.

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Nómada digital ou trabalhador temporário à distância, perfil do utilizador médio de “vida flexível”, segundo a homming

  • Servimedia
  • 3 Dezembro 2024

O aumento do teletrabalho e a procura de uma melhor qualidade de vida levaram a um boom do “flex living”, um modelo de alojamento flexível que permite estadias de média e longa duração.

A empresa de gestão imobiliária ‘proptec’h homming analisou o perfil do utilizador de flex living em Espanha com base nos seus próprios clientes – 40% dos ativos que gere atualmente pertencem a esta modalidade – e determinou que se trata, na sua maioria, de nómadas digitais ou trabalhadores remotos que procuram alojamento entre três e seis meses.

No entanto, a duração média da estadia depende de vários fatores, como o tipo de inquilino, a localização e a oferta específica. Por exemplo, os trabalhadores internacionais ou os que trabalham em projetos temporários tendem a exigir estadias um pouco mais longas, entre seis e 12 meses; enquanto os jovens e os profissionais exigem estadias temporárias relacionadas com os seus estudos ou primeiro emprego, especialmente em cidades com grandes centros universitários ou pólos tecnológicos. Por último, é possível identificar um quarto tipo de utilizadores de flex living, aqueles que optam por esta opção de arrendamento por razões como mudanças de casa, renovações, mudanças de cidade, etc.

Homming recorda também que existem diferentes modelos de “flex living” à disposição dos utilizadores. Por exemplo, coliving, cohousing, senior living, vacation living ou corporate living, entre outros. A escolha de um ou outro depende do perfil dos utilizadores, das tendências demográficas e das necessidades específicas do mercado imobiliário, embora todos eles se caracterizem pela procura de flexibilidade, conforto e serviços integrados por parte dos utilizadores, evitando os procedimentos administrativos associados aos contratos de arrendamento tradicionais.

O potencial deste modelo de habitação flexível é claro para o CEO e cofundador da homming, Jorge Montero, que garante que “o flex living tem o potencial de transformar o mercado imobiliário, introduzindo mais flexibilidade e adaptabilidade nos espaços de habitação. Ao mesmo tempo, para os investidores, esta abordagem pode oferecer grandes oportunidades para maximizar a rentabilidade e atrair uma grande variedade de inquilinos.

Montero arrisca-se a estimar o número de habitações “flex living” que serão necessárias nos próximos anos, embora saliente que é provável que o mercado continue a ajustar-se “dado o desequilíbrio entre a procura e a oferta em cidades como Madrid e Barcelona”.

Assim, segundo o CEO da homming, “a curto prazo, Espanha necessitará de entre 150.000 e 200.000 habitações dedicadas à vida flexível, tendo em conta a chegada de profissionais estrangeiros; enquanto que a longo prazo, cerca de 10 anos, o mercado poderá necessitar de mais de 300.000 habitações flexíveis, sobretudo se continuar a crescer. A longo prazo, cerca de 10 anos, o mercado poderia exigir mais de 300.000 casas flexíveis, especialmente se o crescimento do trabalho remoto, a mobilidade laboral e a atratividade de Espanha como destino para os nómadas digitais continuarem”, uma vez que o clima, a qualidade e o custo de vida fazem do país um dos destinos preferidos destes trabalhadores, especialmente em zonas costeiras como Alicante, Málaga e Costa del Sol. “Tudo isto faz com que a procura deste tipo de alojamento esteja a crescer a um nível que o mercado ainda não consegue satisfazer”, acrescenta.

POUPANÇA

Este novo modelo de alojamento flexível está também associado a uma série de serviços como o WiFi, a limpeza e a manutenção da casa. Neste sentido, José María Rincón, cofundador da homming, explica que “os inquilinos valorizam uma combinação de conforto, flexibilidade e serviços que melhorem a experiência de vida a curto ou médio prazo”.

Alguns dos serviços mais procurados são o WiFi de alta velocidade, a limpeza regular, a manutenção destinada a resolver rapidamente as avarias, a assistência 24 horas ou a segurança e o controlo de acesso. Além disso, de acordo com Rincón, “a habitação flexível pode representar uma poupança significativa – entre 100 e 200 euros por mês – para o inquilino nestes serviços essenciais, uma vez que estão normalmente incluídos no preço do aluguer, evitando assim ter de os contratar individualmente”.

“Em cidades como Madrid ou Barcelona, o ‘flex living’ pode ser entre 10% e 30% mais caro do que um aluguer tradicional, se forem comparados os custos base; no entanto, ao considerar os serviços incluídos, a diferença total pode ser reduzida ou mesmo igualada em alguns casos, especialmente se o inquilino valorizar a flexibilidade, a comodidade e a ausência de despesas adicionais; sendo especialmente vantajoso em estadias inferiores a 12 meses”, acrescenta.

Além disso, um dos principais atrativos deste modelo é o facto de todas as utilidades estarem incluídas na renda. “Os utilizadores tendem a preferir ter as suas contas de gás, eletricidade e água integradas num único pagamento mensal, de forma a gerir tudo mais rapidamente”. Além disso, em geral, os utilizadores de flex living valorizam o facto de terem uma casa totalmente equipada – incluindo não só mobiliário, mas também utensílios de cozinha, roupa de cama e outros artigos essenciais – e de poderem usufruir de áreas comuns, como um ginásio ou espaços de coworking.

No último ano, a homming indicou que concentrou os seus esforços no reforço da sua proposta de valor para o sector imobiliário e oferece atualmente otimizações nos tempos de gestão do arrendamento até 80%. A empresa também integrou soluções que aceleram a profissionalização da gestão dos modelos de “flex living” em crescimento, como quartos, coliving, rent to rent, residências de estudantes, coworking ou alugueres temporários, entre outros.

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