Empresas antecipam abrandamento e clima económico diminui em agosto

O indicador de clima económico caiu em agosto, após um crescimento em julho. Já os preços mostram uma desaceleração, apesar de manterem crescimentos elevados.

O clima económico, um indicador obtido a partir das respostas aos inquéritos às empresas, diminuiu em agosto, segundo revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta segunda-feira. Isto numa altura em que os preços registam uma desaceleração ligeira e o indicador de confiança dos consumidores estabiliza.

Esta queda no clima económico contraria “o aumento registado em julho, afastando-se do nível observado em fevereiro, em que atingiu o máximo desde março de 2019”, segundo sinaliza o INE.

A queda no indicador pode revelar uma antecipação de abrandamento económico por parte das empresas. Isto numa altura em que existe ainda incerteza em relação ao futuro e o próprio Presidente da República aconselha o Governo a revelar as previsões para o cenário macroeconómico antes da divulgação do Orçamento do Estado para 2023, cuja entrega está marcada para dia 10 de outubro.

A tendência no clima é também sentida pela Zona Euro. “O indicador de sentimento económico da Área do Euro diminuiu em agosto, prolongando o perfil descendente observado desde novembro de 2021″, segundo sinaliza o INE, evolução que “resultou do agravamento dos níveis de confiança na indústria e nos serviços, verificando-se, em sentido contrário, um aumento do indicador de confiança dos consumidores e, em menor grau, no comércio a retalho e na construção”.

Por outro lado, os “indicadores de curto prazo (ICP) relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para julho, continuam a apontar para elevados crescimentos homólogos em termos nominais, verificando-se um abrandamento na indústria e uma aceleração nos serviços”, destaca o gabinete de estatísticas. “Em termos reais, registou-se uma aceleração na construção e uma diminuição na indústria”, expõem.

Já os indicadores relativos aos consumidores mostram uma evolução menos negativa. O indicador quantitativo de consumo privado acelerou em julho (depois de uma desaceleração entre março e junho), enquanto a confiança dos consumidores estabilizou em agosto, “após ter aumentado no mês anterior, mantendo-se num patamar relativamente estável desde a forte queda registada em março.

(Notícia atualizada às 11h45)

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Preço do pão aumentou 15% num ano, mas ficou abaixo da média europeia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Setembro 2022

Entre agosto de 2021 e agosto de 2022, o preço do pão em Portugal aumentou 15%. Na UE, a média foi de 18%. Na Hungria foi onde este bem de primeira necessidade mais subiu: 66%.

Desde o início da guerra na Ucrânia, comprar comida tem ficado cada vez mais caro. Os óleos e gorduras destacam-se entre as subidas de preços mais acentuadas, mas alimentos básicos como o pão também encareceram significativamente. Em Portugal, o preço do pão era 15% mais caro em agosto do que há um ano, o que compara com uma variação de 18% na média da União Europeia (UE), segundo dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat.

“Em agosto de 2022, o preço do pão na UE era em média 18% mais elevado do que em agosto de 2021. Isto representa um enorme aumento em relação a agosto de 2021, quando o preço do pão era em média 3% mais elevado do que em agosto de 2020″, afirma o gabinete de estatísticas europeu.

Subida dos preços do pão na UE entre agosto de 2021 e agosto de 2022

Fonte: Eurostat

Esta variação deve-se à perturbação dos mercados globais desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Sendo dois dos principais exportadores de cereais, como trigo e milho, oleaginosas (sobretudo sementes de girassol) e fertilizantes, milhões de toneladas destes produtos agrícolas chegaram a ficar retidos durante vários meses nos portos do Mar Negro. Em julho, a Rússia e a Ucrânia assinaram acordos separados com a Turquia e as Nações Unidas para retomar as exportações.

Dos 27 Estados-membros da UE, foi a Hungria que registou a maior taxa média de variação dos preços do pão, com este alimento a ficar 66% mais caro em agosto face a um ano antes, sendo logo seguida pela Lituânia (+33%), a Estónia e a Eslováquia (ambos +32%).

Pelo contrário, os países onde o preço do pão menos subiu no espaço de um ano foi em França (+8%), nos Países Baixos e no Luxemburgo (ambos +10%). Em Portugal, a taxa média de variação dos preços do pão foi de 15%, ficando assim abaixo da média da UE.

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Governo admite risco de Nigéria não cumprir com fornecimento de gás a Portugal

Ministro do Ambiente indica que estão a ser tomadas medidas para ser mitigado o risco de interrupção no fornecimento de gás, nomeadamente a partir da Nigéria, mas este continua presente.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, admite que, apesar de o Governo estar a tentar colmatar o risco no que toca ao fornecimento de gás ao país, um fornecedor chave, a Nigéria, poderá não entregar as quantidades de gás previstas, o que pode significar alterações do preço desta matéria-prima.

De hoje para amanhã qualquer um [país] pode ter um problema” no fornecimento de gás, indicou Duarte Cordeiro, numa conferência organizada pela PwC e a CNN Portugal. “Queremos acreditar nos nossos fornecedores” mas “o Governo nigeriano coloca-nos a questão de dizer que vamos cumprir os contratos mas existe o risco de não cumprir“, admitiu, ao mesmo tempo que recorda que no passado já se verificou que este fornecedor não entregou a totalidade do gás contratualizado.

A consequência, caso o risco de interrupção no fornecimento se concretize, é que Portugal passa a obter gás a um preço mais alto, e isso alterará os preços de mercado, explicou Duarte Cordeiro.

De acordo com o ministro, o Governo tem procurado mitigar este risco no fornecimento com a diversificação dos fornecedores. No entanto, o mesmo afirma que Portugal gostaria que a Comissão Europeia atuasse com a implementação de plataformas de compras conjuntas e com a definição de preços de importação. “Tudo isso ajudava”, defende.

 

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Produção na construção sobe 1,5% na Zona Euro e 1,3% na UE

Portugal assistiu a um crescimento de 1,6% em julho, acima da média europeia. Eslovénia liderou, com uma subida de 28,5% no espaço de um ano.

A produção na construção continuou a subir e, em julho, assistiu-se a aumentos de 1,5% na Zona Euro e 1,3% na União Europeia, de acordo com dados do Eurostat. A Eslovénia assistiu ao maior aumento entre os Estados-membros (+28,5% no espaço de um ano), enquanto Portugal ficou acima da média europeia, com um crescimento de 1,6% face a julho de 2021.

Comparando com julho do ano passado, a construção de edifícios subiu 1,4% na Zona Euro e a engenharia civil subiu 1,7%. Na UE, a construção de edifícios subiu 1,2% e a engenharia civil 1,3%.

Analisando os vários Estados-membros, a Eslovénia destacou-se com um aumento de 28,5% na produção de construção comparando com julho do ano passado. Atrás surge a Roménia (+8,3%) e a Áustria (+7,6%). As maiores quedas foram na Suécia (-8,7%), Espanha (-5,2%) e República Checa (-2,7%).

Portugal aparece com um desempenho acima da média europeia: a produção na construção aumentou 1,6% face a julho de 2021.

Comparando com junho deste ano, a produção na construção subiu 0,3% na Zona Euro e 0,2% na UE. A construção de edifícios aumentou 0,3% enquanto a engenharia civil recuou 0,6%, segundo os dados do Eurostat.

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Há quatro discotecas de Barcelona entre as 100 melhores do mundo

  • Servimedia
  • 19 Setembro 2022

Os clubes selecionados para fazerem parte do ranking dos 100 melhores do mundo foram o Pacha Barcelona, o Opium Barcelona, o Shoko e o Carpe Diem. Todos eles empregam cerca de mil pessoas.

Quatro dos estabelecimentos noturnos e restaurantes localizados numa das zonas mais exclusivas do Paseo Marítimo de Barcelona, muito perto do Hotel Arts, foram nomeados para competir na lista ‘Os 100 Melhores Clubes do Mundo’, o prestigiado ranking internacional dos 100 melhores clubes do mundo.

Os clubes são o Pacha Barcelona, o Opium Barcelona, o Shoko e o Carpe Diem, alguns dos estabelecimentos mais importantes do setor na cidade e que empregam atualmente cerca de mil pessoas. A localização destes locais, que oferece terraços com vista para o Mar Mediterrâneo e combina gastronomia, cocktails e lounge, é uma referência no cenário de lazer e entretenimento da cidade.

O ranking, agora na sua sétima edição, é compilado pela International Nightlife Association. Esta organização sem fins lucrativos é membro da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO) e o seu objetivo é a representação internacional de entidades ligadas à indústria da vida noturna.

200 concorrentes

A lista dos “100 Melhores Clubes do Mundo”, editada pela Associação Internacional de Vida Noturna, inclui um total de 260 clubes de 45 países de todo o mundo, tais como Itália, Canadá, Colômbia, Reino Unido, França, Croácia, Alemanha, Suíça, Austrália, Grécia, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Singapura, China e Japão, entre outros.

A Espanha lidera as nomeações por país com 58 estabelecimentos suscetíveis de fazerem parte da lista, seguida pelos Estados Unidos com 44 nomeações.

Os resultados finais só serão anunciados a 8 de Novembro, após o período de votação ter terminado – a 15 de Outubro. Os interessados podem votar aqui.

Para escolher as 100 melhores discotecas do mundo, os votos do público terão um peso de 70% na escolha final, enquanto os restantes 30% serão determinados por um painel de peritos que avaliará uma série de fatores, tais como programação artística, qualidade acústica, segurança, bem como a qualidade do serviço.

Na última edição (em 2019), na cidade colombiana de Bogotá, o título de “Melhor Clube do Mundo” foi para a discoteca Hï Ibiza.

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Governo vai investir 272 milhões em cursos de formação profissional

Deste montante global, 255 milhões destinam-se a cursos profissionais e 17 milhões aos cursos educação e formação de jovens.

O Governo vai financiar em 272 milhões de euros cursos de formação profissional e cursos de educação para formação de jovens no ano letivo de 2022-2023, tendo autorizado o lançamento da abertura de candidaturas.

“O Programa Operacional Capital Humano (PO CH) tem vindo, nas áreas da educação e formação de jovens, a cofinanciar os cursos profissionais e os cursos educação e formação de jovens, mas não dispõe, neste momento, de dotação necessária à assunção do financiamento dos referidos cursos para o ano letivo de 2022-2023”, começa por referir o Governo em despacho publicado esta segunda-feira, 19 de setembro, em Diário da República.

Atenta a relevância dos cursos profissionais e cursos educação e formação de jovens para o país e para os respetivos beneficiários, torna-se necessário garantir a manutenção do financiamento desta oferta educativa e formativa, no ano letivo 2022-2023, e autorizar a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Capital Humano a proceder ao lançamento de quatro novos avisos de abertura de candidaturas destinados àquelas ofertas”, refere o Executivo.

Os concursos para cursos profissionais e cursos educação e formação de jovens, para o ano letivo de 2022-2023, para as escolas públicas e privadas, serão financiados num montante total 272 milhões do Fundo Social Europeu.

Deste valor, 255 milhões destinam-se a cursos profissionais e 17 milhões aos cursos educação e formação de jovens.

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Escolas vão receber bicicletas para ensinar crianças a pedalar

Primeiras bicicletas e capacetes do projeto "Desporto Escolar sobre rodas" vão chegar a 256 escolas públicas com 2.º ciclo do ensino básico, para que todas as crianças aprendam a pedalar.

Mais de duas centenas de escolas públicas preparam-se para receber as primeiras bicicletas do projeto “Desporto Escolar sobre rodas”, que vai entregar estes veículos e capacetes às escolas com 2.º ciclo do ensino básico, “de forma faseada”, até 2024. O objetivo é ensinar as crianças a pedalar.

O projeto insere-se no âmbito da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável. Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é apresentado como uma iniciativa do Ministério da Educação e do Instituto Português do Desporto e da Juventude, que falam na “urgente necessidade de mudança de comportamentos da população escolar para a mobilidade sustentável e responsável”.

“Cada estabelecimento de ensino receberá dois kits de material velocipédico”, informa o Governo num comunicado, que incluem dez bicicletas e dez capacetes. “Os 259 estabelecimentos de ensino que irão receber estes kits já em 2022 foram já informados sobre a entrega do material velocipédico e os procedimentos específicos a adotar”, lê-se na mesma nota.

De acordo com o Ministério da Educação, têm sido criadas, “de forma transversal, as condições de suporte” para o projeto “ser desenvolvido dentro das escolas, por professores qualificados, num trabalho regular e semanal, com um modelo pedagógico de âmbito nacional”. O modelo assenta em três pilares: “saber andar de bicicleta”, educação rodoviária e educação para a cidadania.

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Consórcio internacional prepara candidatura ao leilão eólico offshore português em 2023

Joint venture espanhola e irlandesa quer instalar até 2GW de potência em Portugal e Espanha nos próximos anos. Primeiros projetos serão apresentados em breve, mas o foco primário é o leilão eólico.

Portugal e Espanha têm um novo player no mercado das energias eólicas flutuantes. O consórcio IberBlue Wind anunciou, esta segunda-feira, a entrada a nível nacional sob a promessa de aumentar a capacidade de geração de energia através de parques eólicos flutuantes na Península Ibérica e marcar presença no leilão de eólica offshore que o Governo promete lançar no próximo ano.

Graças à parceria nascida entre duas empresas espanholas, Proes Consultores e New Energy Ventures, e uma irlandesa, Simply Blue Group, a IberBlue Wind garante ter a capacidade de assumir todas as fases de desenvolvimento de parques eólicos offshore e promete instalar parques eólicos, cada um com mais de 500 megawatts (MW) de potência instalada, em pelo menos quatro localizações. Cada infraestrutura custará três mil milhões de euros e prevê-se que o ciclo de vida atinja os 30 anos. O objetivo é atingir os dois gigawatts (GW) de energia eólica offshore em Portugal e Espanha, numa altura em que o Governo se prepara para lançar um leilão em 2023 com uma capacidade de até dez GW — o dobro da capacidade de 5,6 GW que Portugal dispõe hoje. A IberBlue Wind junta-se assim ao consórcio EDP/Engie, a espanhola Iberdrola, a dinamarquesa Orsted que já manifestaram interesse em disputar espaço por eólicas no mar, em Portugal.

Queremos ser líderes no mercado espanhol e português”, garantiu Adrian de Andrés, vice presidente da IberBlue Wind, esta segunda-feira, em Madrid, acrescentando que a aposta irá permitir a criação de vários postos de trabalho diretos e indiretos. De momento, a equipa é composta por dez pessoas, mas pretendem chegar às 50 assim que avançarem com a fase de desenvolvimento.

Em Portugal, os primeiros dois projetos vão nascer no Centro e Norte, uma vez que estas duas localidades têm um elevado potencial de recurso eólico, boas infraestruturas e recursos humanos, considerados por Adrian, “muito bons”. Nos próximos meses serão apresentados projetos específicos, garante o responsável. Quanto à região sul do país, o vice presidente da IberBlueWind referiu em reposta ao ECO/Capital Verde que Sines é uma zona com “enorme potencial” dada a infraestrutura instalada no porto, e que irá ser estudada nas seguintes fases de expansão. Já o Algarve não deverá contar com uma infraestrutura da IberBlue Wind tão cedo dada a fraca capacidade eólica e a situação turística. Apesar de reconhecer que expansão será “mais difícil”, Adrian de Andrés não descarta a instalação de uma infraestrutura naquela região.

Durante o debate que se seguiu à apresentação do projeto, António Sarmento, presidente do WavEC Offshore Renewables, referiu que em Sagres existe um “recurso eólico enorme muito forte mas é difícil encontrar áreas adequadas” para a instalação destes parques flutuantes, uma vez que os “corredores marítimos estão muito cercados de terra” e a rede elétrica é, também ela, “muito fraca”. Já em Sines, apesar de as condições serem “muito boas por causa do porto”, da profundidade da água e da rede elétrica, graças ao encerramento da central térmica, “o recurso não é muito forte”. “Do ponto de vista económico pode ser menos interessante”, acrescentou.

Por sua vez, em Espanha, a empresa pretende arrancar com as operações na Andaluzia, onde aspira liderar o avanço da energia eólica offshore flutuante como novo motor económico para a região; e na Galiza, uma das comunidades consideradas pelo consórcio com maior projeção neste tipo de energia renovável.

Mercado ibérico tem “enorme potencial” em matéria de eólica marítima flutuante

O interesse pela aposta no mercado ibérico prende-se com o “enorme potencial existente”, diz Adrian, referindo que Portugal é o quarto país do mundo com a maior incorporação de energias renováveis no consumo de eletricidade, tendo a energia eólica representando, no ano passado, 26% do consumo total.

A expectativa para os resultados corresponderem às expectativas são altas, dado que para o responsável, a “altura para investir na energia azul é agora”. Um exemplo dessa aposta foi dado em Viana do Castelo, com o lançamento do Windfloat Atlantic, da EDP e da Engie, que está operacional desde 2020. Estas infraestruturas, contam com plataformas triangulares com 80 metros de cada lado – um modelo que será reproduzido nos restantes quatro projetos em Portugal e Espanha pela IberBlue Wind.

Adrian de Andrés IberBlue Wind

E apesar dos desafios, nomeadamente, a nível da regulação por falta de procedimentos para o leilão destes direitos de exploração, o vice presidente garante que o consórcio está preparado para as exigências. “A experiencia destas três empresas é complementar. O conhecimento e experiência a nível internacional, vai garantir competências para todas as fases de desenvolvimento de um parque eólico”, frisou o responsável na conferência de imprensa.

A irlandesa Simply Blue Group, fundada em 2011, conta com uma vasta experiência no desenvolvimento e gestão de parques eólicos offshore no Reino Unido, Irlanda, Escócia, EUA e Suécia, com um pipeline de projetos superior a dez GW. Por sua vez, a Proes Consultores, divisão especializada em engenharia e arquitetura do Grupo Amper e dona também da filial Nervion Offshore, irá contribuir com a experiência a nível da construção e montagem de parques eólicos offshore. E, por fim, a FF New Energy Ventures, conta com um portefólio de de dois GW de projetos eólicos fotovoltaicos e onshore em Espanha e Portugal. “Com estas três empresas garantimos experiência em todas as frentes. Este é o momento adequado de pisar no acelerador e por valor em todo o conhecimento que temos”, sublinhou Adrian Andrés.

(A jornalista viajou até Madrid, Espanha a convite da IberBlue Wind)

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Gás na Europa cai 7% para mínimos de dois meses

  • ECO
  • 19 Setembro 2022

Preço do gás natural na Europa recua para mínimos de dois meses, perante os esforços dos governos para enfrentar a temporada de inverno. Países têm cerca de 86% dos stocks preenchidos.

O preço de referência do gás natural na Europa recua 7% para mínimos de dois meses, com o intensificar os esforços dos países da região para aliviar a crise energética, isto quando se aproximam os meses de maior frio e, por conseguinte, de maior consumo, de acordo com os analistas.

O contrato Dutch TTF Gas para entrega em outubro desvaloriza 7,19% para 174,295 euros MWh, prolongando as quedas das últimas sessões. Negoceia agora no valor mais baixo desde o final de julho.

Alemanha, Reino Unido e outros países preveem gastar milhares de milhões de euros para reduzir a sua dependência do gás russo, com planos que envolvem nacionalizações de empresas energéticas e tetos nos preços para aliviar a fatura das empresas e famílias com a energia.

“A situação nos mercados de energia europeus começou a melhorar nas últimas três semanas com a ação política no terreno”, afirmam os analistas da Timera Energy numa nota divulgada esta segunda-feira citada pela agência Bloomberg.

A Comissão Europeia prepara-se para apresentar propostas para reduzir o impacto da crise energética na região, incluindo a introdução de uma taxa sobre lucros excessivos no setor energético com a qual espera receber 140 mil milhões de euros e restrições obrigatórias no consumo nas horas de pico.

Os analistas referem ainda que as elevadas entregas de gás liquefeito também estão a contribuir para uma baixa da cotação da matéria-prima, dando ainda o exemplo do recém-inaugurado terminal Eemshaven LNG que vai aumentar a capacidade da Europa de receber gás por esta via.

Por outro lado, a decisão anunciada pela Alemanha na passada sexta-feira de controlar a refinaria alemã da russa Rosneft está a ser encarada como um primeiro passo para Berlim passar a ter um maior controlo sobre o setor energético na maior economia europeia. O Governo está em negociações para nacionalizar os maiores importadores de gás, incluindo a Uniper e a VNG, de acordo com a agência.

Já o Reino Unido está a preparar um plano para cortar as tarifas energéticas às empresas. A nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, está a finalizar um pacote de apoios de 40 mil milhões de libras (cerca de 46 mil milhões de euros). O Governo francês também prepara apoios que deverão custar 16 mil milhões no próximo ano, revelou o ministro das Finanças, Bruno le Maire.

Estes esforços surgem numa altura em que a Europa se prepara para a temporada de inverno, deixando os investidores atentos aos níveis de stocks de gás na região. De acordo com a Gas Infrastructure Europe, os países têm cerca de 86% dos stocks preenchidos, ligeiramente acima da média dos últimos cinco anos.

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Amas vão receber subsídio mensal de 88 euros por criança para alimentação

Para garantir uma alimentação "saudável e equilibrada das crianças", as amas integradas no Instituto da Segurança Social vão receber um subsídio mensal de 88 euros por criança.

O Governo decidiu atribuir um subsídio mensal de 88 euros por criança às amas integradas no Instituto da Segurança Social, para assegurar uma alimentação “saudável e equilibrada”. A medida foi publicada esta segunda-feira em Diário da República é uma das concretizações da gratuitidade das creches e creches familiares, integradas no sistema de cooperação.

“No âmbito do exercício da atividade de ama, deverá ser assegurada uma alimentação saudável e equilibrada das crianças, garantindo as condições de higiene e segurança alimentar na preparação dos alimentos”, sublinha o despacho assinado pelos secretários de Estado da Segurança Social, Gabriel Gameiro Rodrigues Bastos, e da Inclusão, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes, e que entra em vigor esta terça-feira.

Por isso, “o valor do subsídio mensal a atribuir às amas por cada criança que se encontre ao seu cuidado é fixado em 88 euros”, detalha o documento. Um valor que é pago pelo Instituto da Segurança Social diretamente às amas.

No entanto, a compra e confeção da alimentação das crianças “tem de ocorrer nos momentos em que as amas não se encontrem a prestar cuidados diretos às crianças“.

Para as famílias que preferem levar a alimentação das crianças, então o custo fica a seu cargo e as amas não têm direito a subsídio referente a essas crianças em particular.

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Espanha: IEE revela que imposto bancário não cumpre lei da UE

  • Servimedia
  • 19 Setembro 2022

Um relatório recentemente elaborado pela IEE revela que o imposto bancário pode ser inconstitucional e pode, inclusive, significar a perda de 72 mil postos de trabalho.

O Instituto de Estudos Económicos (IEE) revela, num relatório desenvolvido recentemente, que o imposto sobre bancos e instituições financeiras apresenta “problemas graves” do ponto de vista constitucional, para além de não estar em conformidade com a legislação da UE. Também denuncia um impacto na economia de quase 5 mil milhões de euros e a perda de 72 mil postos de trabalho, noticia a Servimedia.

O relatório, elaborado sob a direção de Juan Martín Queralt, Professor de Direito Financeiro e Fiscal da Universidade de Valência, tem entre os seus signatários figuras importantes da magistratura como Álvaro Rodríguez Bereijo, Professor de Direito Financeiro e Fiscal da Universidade Autónoma de Madrid.

Bereijo foi presidente do Tribunal Constitucional desde a sua nomeação por Felipe González de 1995 a 1998 e, entre 1999 e 2000, participou na convenção que redigiu a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia por nomeação do Governo. Foi também Conselheiro de Estado (2000-2004).

Para além dos dois nomes acima mencionados, participaram no relatório prestigiados peritos, como Gabriel Casado Ollero, Professor de Direito Financeiro e Fiscal da Universidade Complutense de Madrid; Jorge Onrubia Fernández, Professor de Finanças Públicas e do Sistema Fiscal da Universidade Complutense de Madrid; Germán Orón Moratal, Professor de Direito Financeiro e Fiscal da UJI de Castellón, e José Manuel Tejerizo López, Professor de Direito Financeiro e Fiscal da UNED.

As conclusões do IEE advertem sobre a potencial inconstitucionalidade e a não adaptação à legislação da UE dos novos impostos temporários estabelecidos no projeto de lei. Consideram que viola o princípio geral da segurança jurídica do artigo 9.3 da Constituição devido à sua retroatividade e aos princípios de generalidade, igualdade e capacidade económica do artigo 31.1 da Constituição.

No relatório, declaram também que existe “fraude legal no processamento do regulamento como proposta de lei, uma vez que este procedimento evita a consulta pública, o Relatório de Impacto Regulamentar e o Parecer do Conselho de Estado, que teria sido obrigatório no seu processamento”. Salientam também que não existem relatórios do Banco de Espanha ou da Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC), organismos aos quais a lei atribui funções que não lhes correspondam.

Os bancos têm reiterado que os impostos sobre lucros extraordinários são uma medida ineficaz que não ajuda a combater a inflação. A este respeito, o IEE alinha-se com a opinião do setor bancário relativamente ao termo “lucros extraordinários” e salienta que se trata de um “conceito claramente subjetivo e a sua determinação é deixada à discrição do Governo, sem que haja qualquer elemento objetivo para o apoiar“.

Outro dos pontos do relatório “é a configuração do sistema de sanções, que não respeita as garantias mínimas exigidas pelo nosso sistema jurídico“. Cita que a infração por transmissão, direta ou indireta, da taxa temporária ou das suas receitas previstas viola os artigos 9º e 25º da Constituição, uma vez que pode ser aplicada a condutas que possam ter sido realizadas antes de a lei ter sido aprovada.

Além disso, proibir a repercussão da taxa é um limite à liberdade de conduzir uma empresa, contrário ao artigo 38 da Constituição e em violação dos critérios da Autoridade Bancária Europeia, para a qual quaisquer certos custos relacionados com os empréstimos devem ser incluídos na sua fixação. Finalmente, o relatório também levanta a inconstitucionalidade da sanção por violação do princípio da proporcionalidade, uma vez que não inclui qualquer elemento modulador.

A incerteza jurídica é, segundo os peritos, outra das consequências do imposto, pois evita a consulta pública, o Relatório de Impacto Regulamentar e o parecer do Conselho de Estado. Além disso, incluem que a classificação do imposto como um benefício público não fiscal significa vetar a participação das comunidades autónomas na cobrança, em claro “conflito com a Constituição”.

As últimas conclusões do relatório do IEE demonstravam, ainda, o impacto que o imposto terá na economia e no emprego. Neste sentido, é explicado que o investimento e o crescimento serão reduzidos e que o desemprego aumentará. O estudo calcula um impacto na economia de quase 5 mil milhões de euros (quatro décimos do PIB) e menos 72 mil pessoas empregadas, o que significa que o efeito sobre a economia em geral será ainda mais significativo do que o efeito sobre os setores afetados.

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Petróleo cai 1% com receios de recessão

Perspetivas pouco animadores para a economia condicionam preços do barril de petróleo. Embargo da Europa à Rússia limita quedas.

Os preços do petróleo continuam a ser pressionados pelos receios de que uma recessão económica global restrinja o consumo, numa altura em que os bancos centrais continuam a apertar o cinto face à alta inflação, isto apesar de o mercado se manter atento ao impacto do embargo europeu à Rússia no lado da oferta.

Em Londres, o barril de Brent, referência para as importações nacionais, cai 0,68% para 90,74 dólares. Do outro lado do Atlântico, o crude WTI desvaloriza 0,99% para 84,27 dólares.

Ambos os contratos acumulam perdas semanais nas últimas três semanas. A cotação do “ouro negro” mantém-se sob pressão devido às perspetivas negativas para a evolução da economia mundial. Com um travão a fundo da economia ou mesmo recessão, a procura por petróleo acabará por cair, arrastando consigo os preços da matéria-prima.

Petróleo cai

Um dos fatores que pesam neste momento sobre as economias prende-se com a ação dos bancos centrais para controlarem a alta dos preços. Esta semana será animada desse ponto de vista. A Reserva Federal norte-americana prepara-se para anunciar na quarta-feira uma nova subida das taxas de juros. Outros bancos centrais como o de Inglaterra e do Japão também têm decisões para anunciar nos próximos dias.

A força do dólar também está a condicionar o preço do petróleo. Um dólar mais forte “encarece” as matérias-primas negociadas em dólares para os países com outras moedas, com impacto na procura.

Apesar de tudo, os investidores também mantêm alguma cautela em relação ao embargo da União Europeia ao petróleo da Rússia, o que está a limitar as perdas do barril. “O mercado ainda tem o início das sanções ao petróleo russo no horizonte. Com o fornecimento a ser interrompido no início de dezembro, o mercado dificilmente verá uma resposta rápida dos produtores dos EUA”, referem os analistas da ANZ citados pela Reuters.

Na China, o alívio das restrições da Covid-19 também poderão dar algum suporte aos preços do barril, segundo os analistas.

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