O dia em direto nos mercados e na economia – 1 de agosto

  • ECO
  • 1 Agosto 2024

Ao longo desta quinta-feira, 1 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Portugal considerado o sétimo melhor destino para nómadas digitais

Ranking da consultora Global Citizen Solutions elogia o país pela qualidade de vida e baixo custo. A vizinha Espanha surge na primeira posição devido a lei implementada no ano passado.

Portugal, e particularmente Lisboa, continuam a estar no mapa dos nómadas digitais de todo o mundoJason Briscoe via Unsplash

Portugal é o sétimo melhor destino para nómadas digitais, de acordo com um novo estudo internacional que coloca a vizinha Espanha na primeira posição. O país surge à frente do Canadá, Hungria e França, mas fica atrás da Roménia.

O relatório avalia fatores como os custos e a qualidade de vida, mas também o ambiente económico e as condições ou programas especiais oferecidos a estes profissionais. São avaliados 65 países no total — e nove dos primeiros dez localizam-se na Europa.

Este trabalho foi levado a cabo pela Global Citizen Solutions, uma consultora que ajuda profissionais a mudarem-se para outro país e que também presta serviços de apoio à obtenção de vistos gold, com um escritório em Lisboa.

Fonte: Global Citizen Solutions

Espanha conquista o primeiro lugar do ranking, muito graças ao novo enquadramento legal que o país implementou no ano passado.

“O tempo passado no país ao abrigo da Lei das Startups conta diretamente para a obtenção de nacionalidade”, explica a consultora. Além disso, estes profissionais pagam uma taxa fixa de 24% sobre os rendimentos obtidos no país e os obtidos no estrangeiro estão isentos, segundo a empresa.

Os Países Baixos e a Noruega ocupam, respetivamente, a segunda e terceira posição. Portugal, país que é um destino frequente e apreciado por nómadas digitais, surge um pouco mais abaixo, em sétimo lugar na lista.

“Portugal também tem um desempenho excecional, particularmente nos subíndices da qualidade de vida e economia. Destaca-se como o país mais barato da Europa Ocidental, com o Inglês a ser amplamente falado em todo o país. O tempo passado em Portugal ao abrigo dos vistos D7 e D8 conta para o acesso à residência permanente, abrindo caminho à nacionalidade”, diz a consultora.

O estudo, citado pela Bloomberg, também elogia o Programa Nómadas Digitais da Madeira, lançado em 2021 pelo Governo Regional e pela Startup Madeira, que já permitiu “receber 10 mil nómadas digitais” no arquipélago, “acelerando a economia local e posicionando a Madeira como destino de topo para o trabalho remoto”, defende a consultora.

“Esta iniciativa inovadora estabeleceu a primeira ‘Aldeia de Nómadas Digitais’ em Ponta do Sol, oferecendo aos nómadas digitais um ambiente de apoio completo com espaços de coworking e eventos comunitários”, lê-se no relatório. A internet rápida e as “infraestruturas modernas”, assim como a “paisagem deslumbrante” e o clima ameno, são outros benefícios apontados à Madeira como destino para nómadas digitais.

Este novo ranking junta-se a outros, como o da plataforma Nomadlist, que a 30 de julho colocava Lisboa como a sétima melhor cidade para nómadas digitais e o Porto em 19.º lugar. Bangkok e Chiang Mai, ambas na Tailândia, ocupavam a primeira e a segunda posição, seguidas de Tbilisi, na Georgia. Além disso, este mês, Portugal surgiu na 15.ª posição no ranking Expat Insider 2024, que avalia os melhores países para pessoas a residir no estrangeiro.

Num país como Portugal, fortemente impactado por uma crise habitacional, os efeitos deste fenómeno são controversos. Os apoiantes acreditam que os nómadas digitais impulsionam a economia, promovem a inovação e ajudam a divulgar o país no exterior. As vozes mais críticas acusam-nos de contribuírem para o aumento acentuado dos preços das casas e de desvirtuarem as cidades.

Segundo a Global Citizen Solutions, o termo “nómada digital” descreve “indivíduos que aproveitam as tecnologias digitais para trabalhar remotamente enquanto viajam ou vivem em várias localizações”.

Os 16 melhores destinos para nómadas digitais:

16 – Japão

15 – Malásia

14 – Letónia

13 – República Checa

12 – Taiwan

11 – Alemanha

10 – França

9 – Hungria

8 – Canadá

7 – Portugal

6 – Malta

5 – Roménia

4 – Estónia

3 – Noruega

2 – Países Baixos

1 – Espanha

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Pedidos de subsídio de educação especial caem 6% no último ano letivo

Nos últimos quatro anos, o número de pedidos recebidos pela Segurança Social cresceu a um ritmo médio de 4,56% por ano. No entanto, no último ano letivo (2023/2024), houve uma queda de cerca de 6%.

No último ano letivo, a Segurança Social recebeu 31.413 pedidos para o subsídio de educação especial, menos 6% face aos 33.364 recebidos no ano letivo anterior, de acordo com os dados fornecidos ao ECO pelo Instituto da Segurança Social. Foi a primeira queda no espaço de quatro anos. Por cada 100 pedidos houve 73 aprovados.

Este subsídio consiste numa prestação paga mensalmente e destinada a crianças e jovens com deficiência e com idade inferior a 24 anos, tendo em vista assegurar uma compensação pelos encargos resultantes de formas específicas de apoio a estes cidadãos, nomeadamente para frequentarem o ensino especial ou serem acompanhados por terapeutas.

O número de pedidos de subsídio de educação especial tem aumentado em termos absolutos nos últimos anos. Nos últimos quatro anos, o número de pedidos recebidos pela Segurança Social cresceu a um ritmo médio de 4,56% por ano. Porém, no último ano letivo (2023/2024) registou-se uma queda de cerca de 6%.

No último ano letivo, por cada 100 pedidos submetidos de subsídio de educação especial, 73 pedidos foram aprovados pela Segurança Social. Há quatro anos, esse rácio era de 83 pedidos deferidos por cada 100 solicitações.

No ano letivo 2019/2020, tinham sido submetidos à Segurança Social 26.279 pedidos, dos quais 21.731 foram pagos, segundo os dados fornecidos pelo Instituto da Segurança Social ao ECO, que resulta numa taxa de indeferimentos foi de 17,3%. Já no ano letivo seguinte (2020/2021), o número de pedidos cresceu para perto de 30 mil, tendo sido deferidos 24.157 pedidos. Ou seja, cerca de 19,4% foram inferidos. Por sua vez, nos dois anos letivos seguintes, a taxa de deferimentos aumentou para cerca de 26%.

Em 2023/2024, a Segurança Social revela que recebeu 31.413 pedidos para o subsídio de educação especial, dos quais 22.984 pedidos foram pagos, de acordo com os dados provisórios até 29 de julho fornecidos pelo instituto ao ECO.

Contas feitas, por cada 100 pedidos submetidos no último ano letivo, 73 foram aprovados. Mas, “estão, ainda, a aguardar decisão 1.570 processos, o que poderá vir a colocar o número de deferimentos na ordem dos 24.000 e a taxa de deferimento nos 76%, sendo assim superior aos anos letivos transatos de 2021/2022 e 2022/2023″, adianta o Instituto da Segurança Social, em resposta ao ECO.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Ao ECO, o instituto explica ainda que a tramitação do subsídio de educação especial “envolve uma equipa multidisciplinar (que inclui as equipas locais de intervenção do Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância e a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares)”, pelo que, “por vezes, a análise e decisão dos processos é complexa e mais demorada”.

Nesse sentido, e no que diz respeito ao tempo médio de pagamento, a Segurança Social adianta que a métrica “não está parametrizada por ano letivo, mas sim por ano” e que “em 2024 o tempo médio de deferimento é de 91 dias, quando em 2022 era de 103 dias”.

Entre os principais motivos de indeferimento consta o facto de o requerimento “não estar devidamente instruído”, a “deficiência ser considerada não permanente”, “a Deliberação da equipa multidisciplinar ser desfavorável”, a criança/jovem falar à avaliação médico pedagógica da equipa multidisciplinar ” sem apresentar justificação ou sem justificação aceitável”, a criança/jovem já se encontrar a receber apoio do estabelecimento de ensino ou receber o subsídio assistência 3.ª pessoa” (prestação não acumulável com este subsídio), elenca o instituto.

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83% das verbas do PRR para a rodovia com obra lançada. Há cinco projetos concluídos

Das 27 empreitadas rodoviárias do PRR, cinco estão concluídas, dez estão em fase de execução e dez em fase de contratação. Falta lançar dois concursos.

A Infraestruturas de Portugal (IP) já lançou 25 das 27 obras rodoviárias do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num montante de 384,6 milhões de euros, o que corresponde a 83% do valor total. Por ora, estão concluídos cinco projetos.

A empresa pública responsável pela gestão da rodovia e ferrovia nacionais tem a seu cargo a execução de 512 milhões de euros do PRR, dos quais 463 milhões para a dimensão Resiliência, onde se incluem os investimentos na rodovia. “O conjunto de 25 obras lançadas representam um total de 384,6 milhões de euros de investimento”, segundo um balanço feito pela IP para o ECO.

Nas últimas seis semanas foram publicados dois novos concursos, a variante à EN211 entre Quintã e Mesquinhata e a primeira fase da melhoria da ligação rodoviária de Baião a Ponte da Ermida, na EN108, com um valor global de 21,7 milhões.

Avançou também a adjudicação da requalificação da EN103 entre Vinhais e Bragança e a Variante Nascente de Évora do IP2. Esta última, é o maior investimento rodoviário do PRR, com cerca de 12,8 quilómetros de extensão em dupla faixa de rodagem. A obra, orçada em 58,4 milhões de euros, foi ganha pela Teixeira Duarte, como avançou o ECO.

Arrancaram ainda as obras em três empreitadas, com um montante global de 60 milhões, onde se inclui o aumento da capacidade na ligação entre Sines e a A2, no IP8.

Nesta fase, a IP tem dez empreitadas em fase de execução e dez em fase de contratação, estando concluídas cinco, que envolveram um investimento de 50 milhões, 11% do total. A última delas, o troço da EN14 entre Maia (Via Diagonal) e o Interface Rodoferroviário da Trofa, foi inaugurada a 12 de julho de 2024.

As duas obras que falta lançar, no valor global de 78,4 milhões, são a melhoria das Acessibilidades à Área de Localização Empresarial de Lavagueiras (Castelo de Paiva) e um troço do IC35 entre Rans e Entre-os Rios. Estão em fase de desenvolvimento de projeto e terão ainda de receber luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente antes de avançarem os respetivos concursos públicos. Recorde-se que os investimentos do PRR têm de estar finalizados até ao final de 2026.

Os investimentos na rodovia estão distribuídos entre missing links, aumento de capacidade, ligações transfronteiriças e a áreas de acolhimento empresarial. “São investimentos com grande abrangência territorial e cuja concretização contribuirá fortemente para a coesão territorial, através da melhoria e construção de infraestruturas rodoviárias localizadas de Norte a Sul do país, entre Vinhais e Olhão e de Este a Oeste, entre Campo Maior e Arruda dos Vinhos”, considera a IP.

O PRR tem ainda 49 milhões destinados à ferrovia, na dimensão da Transição Climática, destinados à substituição dos sistemas eletrónicos de sinalização na saída de Lisboa para Norte. Segundo a IP, “o investimento está em linha com o planeado e ainda este mês de julho será iniciada a fase de análise às propostas apresentadas a concurso”.

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Prazo para pagar segunda prestação do IMI começa esta quinta-feira

  • Lusa
  • 1 Agosto 2024

Pagamento da segunda prestação do Imposto Municipal sobre os Imóveis arranca esta segunda-feira, destinando-se aos contribuintes cujo valor a pagar seja acima dos 500 euros.

O prazo para o pagamento da segunda prestação do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI) para os contribuintes cujo valor seja acima dos 500 euros arranca esta quinta-feira.

O prazo para pagamento da última prestação, também para aqueles cujo valor a pagar se situe acima dos 100 e abaixo dos 500 euros (neste caso a segunda prestação), termina em 30 de novembro.

O IMI é pago de uma vez só, durante o mês de maio, quando o seu valor é inferior a 100 euros. Se o valor é entre 100 e 500 euros pode ser desdobrado em duas prestações pagas em maio e novembro. Já se superar os 500 euros é desdobrado em três prestações a serem pagas em maio, agosto e novembro.

O imposto incide sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis, contemplando uma taxa única de 0,8% no caso dos prédios rústicos (terrenos) e uma taxa que oscila entre os 0,3% e os 0,45% sobre os prédios urbanos (construções e terrenos para construção).

É calculado e cobrado pela Autoridade Tributária, mas são as autarquias que decidem, todos os anos, qual a taxa que pretendem aplicar no seu concelho, dentro dos referidos intervalos, cabendo-lhes também decidir sobre a adesão ao IMI familiar, mecanismo que dá um desconto às famílias residentes, ou sobre a aplicação das taxas agravadas nos prédios devolutos ou em ruínas.

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Os agentes socioeconómicos reclamam um plano de desenvolvimento urbano “sólido e virado para o futuro” para Tarragona, tendo em conta o dinamismo das cidades vizinhas

  • Servimedia
  • 1 Agosto 2024

Salou, Cambrils e Vila-seca sofreram uma grande transformação e atraíram mais habitantes.

A cidade de Tarragona enfrenta a negociação de um novo Plano Municipal de Desenvolvimento Urbano (POUM) para fazer avançar a necessária transformação da cidade. Por esta razão, os agentes socioeconómicos da cidade pedem ao conselho que o torne “sólido e orientado para o futuro”. Consideram que deve ser “realista e viável para não perder a oportunidade de crescimento da cidade face ao grande dinamismo vivido por outros municípios vizinhos”.

“Precisamos de uma abordagem sólida e virada para o futuro do crescimento. É isso que as organizações, os moradores e os agentes socioeconómicos da capital reclamam. Sobretudo, tendo em conta o dinamismo urbanístico e imobiliário de cidades como Salou, Cambrils e Vila-Seca, que surgiram como uma opção emergente para muitos residentes de Tarragona em busca de mais habitação e equipamentos”, refletiu Joan Romeu, presidente do Grémio da Construção de Tarragonès, numa coluna de opinião no “Diario de Tarragona”.

De acordo com os dados do INE, o boom destas cidades contrasta com a lentidão de Tarragona que, embora tenha registado um crescimento da população da cidade em 2023, ocorreu após anos de hemorragia de habitantes, enquanto as populações da sua área de influência cresceram: 13% de Salou ou 8% de Cambrils entre 2013 e 2023.

Cita-se o caso de Salou, com a sua transformação urbana e a sua aposta no turismo familiar e desportivo, ou Cambrils, que apostou num modelo de crescimento que combinou a atração turística com um equilíbrio entre desenvolvimento urbano e sustentabilidade ambiental.

Da mesma forma, com as estatísticas de compra e venda de habitação nova, usada ou arrendada entre Tarragona e as cidades mencionadas, verifica-se uma evolução díspar que mostra o diferente grau de dinamismo urbano vivido nestes municípios.

Por exemplo, na habitação nova, Salou é o município que registou o maior dinamismo em dez anos, mesmo nos anos da pandemia, enquanto na habitação usada, Tarragona está no fundo do poço no período de 2013 a 2022. Salou lidera mais uma vez o ranking analisado, com 223 casas em média, seguido de Cambrils e Vila-Seca.

Neste contexto, o setor económico e empresarial aguarda o estudo económico do POUM encomendado pela Câmara Municipal, presidida por Rubén Viñuales, para avaliar em profundidade a viabilidade do projeto. Neste momento, existem dúvidas quanto ao financiamento das grandes infra-estruturas previstas e o mesmo acontece com a previsão de habitação nos diferentes setores delineados, com uma distribuição entre habitação nova e habitação social que gera incerteza quanto à sua viabilidade económica.

Por este motivo, apelam a que o plano urbanístico não permaneça letra morta para não se desperdiçar “uma oportunidade de ouro para planear uma cidade dinâmica e viva que responda às necessidades dos seus habitantes”.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que entra em vigor a medida de isenção do IMT e imposto de selo para os jovens, o Novobanco e Santander apresentam resultados. Já o Banco de Portugal revela a dívida pública.

Entra em vigor esta quinta-feira a medida de isenção do IMT e imposto de selo para os jovens, no mesmo dia em que o Novobanco e Santander apresentam os seus resultados semestrais. Já o Banco de Portugal revela a dívida pública, enquanto o INE tira “foto” ao setor do turismo e o Eurostat divulga dados relativos ao desemprego na Zona Euro e União Europeia no mês de junho.

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta quinta-feira, o Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os dados da dívida pública referentes a junho de 2024. No primeiro trimestre do ano, a dívida pública portuguesa voltou a superar a fasquia dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB). O BdP dá ainda a conhecer o indicador compósito de stress financeiro e dados quanto ao mercado monetário e as taxas de câmbio, referentes ao mês de julho.

Entra em vigor isenção do IMT e Imposto de Selo para os jovens

Entram esta quinta-feira em vigor as medidas que visam ajudar os jovens na aquisição da primeira habitação permanente, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter promulgado na terça-feira passada o diploma que permite aos jovens até aos 35 anos ficarem isentos do pagamento de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo (IS). Segundo cálculos do ECO, na carteira dos jovens, esta medida traduz-se, por exemplo, numa poupança de 13.378 euros de IMT e IS na compra de uma casa de 300 mil euros.

INE tira “foto” ao setor do turismo

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga a Conta Satélite do Turismo para Portugal referente ao ano passado. Os dados permitirão dar a conhecer qual o peso do setor na economia nacional, bem como a despesa dos residentes e não residentes. Além disso, o INE dá ainda a conhecer os índices de produção industrial referentes a junho.

Como evoluiu o desemprego na Europa?

A Eurostat também divulga esta quinta-feira os dados relativos ao desemprego na Zona Euro e União Europeia em junho. Em maio de 2024, a taxa de desemprego da Zona Euro foi de 6,4%, enquanto a taxa de desemprego da UE se situou nos 6%, com a taxa de desemprego em Portugal (6,5%) a superar as médias europeias.

Novobanco e Santander apresentam resultados

Esta manhã vão ser conhecidos os resultados semestrais do Novobanco e do Santander. Em 2023, o lucro do Novobanco subiu 33% para 743 milhões, enquanto o Santander Totta viu os seus lucros crescerem 70% para os 1.030 milhões de euros no ano passado. No panorama internacional, Apple, Amazon e Intel também apresentam contas após o fecho da bolsa.

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Generali Tranquilidade dá desconto de 40% a jovens no seguro habitação

A seguradora lança campanha com desconto de 40% no seguro de vida associado ao crédito à habitação para jovens até 35 anos. A marca quer reforçar posicionamento neste segmento etário.

A Generali Tranquilidade lança esta quinta-feira uma campanha associada ao seguro de vida do crédito à habitação para jovens até aos 35 anos. O novo seguro designa-se Vida Crédito Casa para Jovens (VCC) e prevê um desconto de 40% sobre o prémio comercial, sem limite de capital, para os jovens que contratem um crédito à habitação.

Joana Pina Pereira, Chief Distribution Officer da Tranquilidade, em entrevista ao ECO Seguros - 02NOV23
Joana Pina Pereira quer juntar a Generali Tranquilidade a uma nova vaga do crédito habitação, facilitado para jovens.Hugo Amaral/ECO

O desconto de 40%, atribuído no âmbito do VCC, também se aplica a duas pessoas que comprem, em conjunto, uma habitação, desde que ambos tenham até 35 anos. Se só um dos elementos cumprir esta condição, o desconto de 40% apenas se aplicará a este jovem. Segundo a companhia, a redução total está em vigor até aos 35 anos de idade dos contratantes, sendo reduzido gradualmente nos anos seguintes.

“São estas iniciativas que aproximam a nossa marca de um segmento que nos é muito querido e muito importante para nós” diz Joana Pina Pereira, Chief Distribution Officer da Generali Tranquilidade, acrescentando que “apoiar os mais jovens num momento decisivo das suas vidas, como é a compra de casa própria, seja ela primeira habitação ou não, faz parte dos nossos objetivos enquanto seguradora responsável”.

A companhia avisa que, ao contratar qualquer seguro adicional da Generali Tranquilidade, o tomador do seguro beneficia automaticamente dos descontos de venda cruzada de, pelo menos 5%, aplicáveis à contratação de seguros Multirrisco, Saúde, Acidentes Pessoais, Responsabilidade Civil, Acidentes de Trabalho e Vida Risco. Complementos como proteção de pagamentos fazem parte dos pacotes standard do VCC.

Campanha de lançamento dirigida à rede de agentes

Joana Pina Pereira procura mobilizar a rede de agentes, além do Banco CTT, e vê oportunidades, quer em novos créditos, quer em contratos alteráveis quanto a seguros, salientando que a possibilidade de oferecer este desconto face à tarifa normal se deve metade a uma possibilidade técnica de análise de risco e a outra metade a um esforço comercial da companhia.

Em relação ao crescimento futuro em produtos Vida, a responsável da Generali Tranquilidade pensa em novos produtos Vida financeiros utilizando a rede de agentes e as “garantias de solidez a credibilidade” que a marca Generali transmite aos segurados.

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Segurança Social perde 83 milhões de euros por ano com descontos na TSU

Isenções e taxas contributivas mais favoráveis para incentivos à contratação ou em setores como a agricultura levou o sistema previdencial a prescindir de mais de mil milhões de euros em 13 anos.

O sistema previdencial da Segurança Social, destinado a pagar pensões e subsídios de desemprego e de doença, perdeu 83 milhões de euros por ano com a atribuição de descontos sobre a Taxa Social Única (TSU) que incidiu sobre as remunerações de 1,73 milhões de trabalhadores, segundo a versão mais atualizada do livro verde sobre a sustentabilidade do sistema previdencial, enviada esta semana aos parceiros sociais, a que o ECO teve acesso. Nos 13 anos analisados, entre 2009 e 2022, os cofres da Segurança Social abdicaram de um total de 1.077,5 de milhões de euros em contribuições que não foram cobradas, de acordo com o relatório.

“O valor acumulado da parcela de receitas cessantes não financiada pelos Orçamentos do Estado desde 2009 nos termos da lei, tendo em conta os valores disponíveis na Conta da Segurança Social relativos àquele período, ascendia em 2022 a 1.077,5 milhões de euros”, lê-se no mesmo relatório. Dividindo aquele valor pelos 13 anos, chegamos a cerca de 83 milhões de euros que não entraram na Segurança Social por via das contribuições sociais.

O primeiro-ministro, Luis Montenegro, acompanhado pelo ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes, pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, pelo ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e pelo ministro da Economia, Pedro Reis, durante a reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, na sede do Conselho Económico e Social, em Lisboa, 7 de maio de 2024. FILIPE AMORIM/LUSAFILIPE AMORIM/LUSA

“Estas receitas cessantes financiam políticas públicas cuja finalidade extravasa a proteção social, dando assim continuidade a uma tradição que há muito existe em Portugal de utilização das receitas da Segurança Social para outros fins”, alerta a Comissão Independente para a Sustentabilidade da Segurança Social, coordenada por Mariana Trigo Pereira.

Os últimos dados fornecidos pelo livro verde mostram que, “em 2021, estavam abrangidos por regimes com taxas mais favoráveis cerca de 1,6 milhões de trabalhadores por conta de outrem, 447 mil trabalhadores independentes e 12,4 mil beneficiários do seguro social voluntário”. “Ao todo, correspondem a cerca de 2,05 milhões de trabalhadores, ou seja, 39% do total. Destes beneficiários que contribuíram para o sistema previdencial, 1,73 milhões estão abrangidos por taxas que geram uma perda de receita para o sistema, uma vez que a redução da taxa não resulta de uma redução do âmbito material”, de acordo com o relatório.

Ou seja, o sistema previdencial deu isenções ou aplicou taxas mais baixas às remunerações de 1,73 milhões de trabalhadores, mas o custo associado a esses funcionários com prestações sociais do sistema contributivo como pensões ou subsídio de desemprego não baixou.

A Taxa Social Única (TSU), que, entretanto, passou a denominar-se oficialmente Taxa Contributiva Global (TCG), foi introduzida pelo decreto-Lei n.º 140-D/1986, de 14 de junho, fruto da unificação das contribuições para a Segurança Social e para o Fundo de Desemprego. Inicialmente, o seu valor foi fixado em 35,5%, cabendo 24,5% à entidade patronal (incluindo 0,5% de taxa destinada ao financiamento do risco de doença profissional) e 11% ao trabalhador. Em 1995, a taxa baixou 0,75 pontos percentuais (p.p.) para 34,75%, tendo beneficiado as empresas, que passaram a suportar 23,75% das contribuições. O desconto dos trabalhadores manteve-se nos 11%. Em contrapartida, foi criado o IVA social, ou seja, foi aumentado em 1 p.p. a taxa normal para 23%, sendo a receita correspondente consignada ao sistema previdencial.

Desde então a taxa manteve-se inalterada, apesar das duas tentativas falhadas de a fazer baixar ainda mais. Em 2012, durante o período de resgate financeiro da troika, o Governo de Pedro Passos Coelho tentou descer a TSU das empresas dos 23,75% para 18% e, em contrapartida, aumentar a contribuição dos trabalhadores de 11% para 18%. A medida acabou por cair depois da grande manifestação de 15 de setembro que levou milhares de portugueses à rua. Em 2017, o primeiro Governo minoritário de António Costa fechou um acordo de concertação social com patrões e a UGT para aumentar o salário mínimo nacional que previa, como moeda de troca, a redução da TSU em 1,25 pontos. O decreto até passou pelo crivo do Presidente da República, mas PCP e BE conseguiram depois chumbar a descida da taxa, através de um pedido de apreciação parlamentar do diploma, com ajuda do PSD, já com Passos Coelho na oposição.

1,73 milhões estão abrangidos por taxas que geram uma perda de receita para o sistema, uma vez que a redução da taxa não resulta de uma redução do âmbito material.

Livro verde sobre a sustentabilidade do sistema previdencial

Apesar da TSU estar fixa em 23,75% para empresas e 11% para trabalhadores, há várias situações em que é possível aplicar isenções ou taxas mais favoráveis. “O princípio geral da adequação da taxa contributiva, definido no artigo 54.º do Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social (CRC), determina que se apliquem a categorias de trabalhadores ou situações específicas taxas diferentes da TCG, as quais são fixadas por referência ao custo de proteção social de cada uma das eventualidades garantidas, tendo em conta as parcelas que compõem o respetivo custo”, refere o mesmo relatório.

Por exemplo, as remunerações dos membros dos órgãos estatutários sem funções de gerência são taxadas a 29,6%, ficando 20,3% a cargo da entidade empregadora e 9,3% sob a responsabilidade do trabalhador. No caso dos recibos verdes aplica-se uma contribuição de 21,4% sobre 1/3 do rendimento relevante. De igual modo, os membros das igrejas (taxa de 23,8% ou 28,3%), os trabalhadores domésticos (28,3% ou 33,3%) ou os desportistas profissionais (33,3%) beneficiam de taxas mais baixas. Estas exceções existem porque o sistema considera que tem um menor custo com “eventualidades garantidas”, isto é, com pensões, subsídios de desemprego ou de parentalidade, em relação a este tipo de profissões.

Para além disso, há outros casos em que “a entidade empregadora ou o trabalhador beneficiam de taxas contributivas mais favoráveis, fixadas com base no custo das eventualidades protegidas e na relação custo/benefício das mesmas”, indica o relatório. “As situações em que isso é possível incluem as atividades exercidas por entidades sem fins lucrativos ou em setores de atividade economicamente débeis, como a agricultura ou as pescas, bem como por razões ligadas à política de emprego, quando se pretende estimular o aumento dos postos de trabalho ou apoiar a criação de emprego para trabalhadores com dificuldades de inserção no mercado de trabalho”, detalha.

O livro verde lembra ainda que “podem ser estabelecidas medidas excecionais e temporárias, que assumem a forma de isenção ou diferimento contributivo, total ou parcial”. “Tais medidas são fixadas por decreto-lei se tiverem por objetivo o incentivo ao emprego, ou por portaria, se visarem a redução de encargos não salariais em situação de catástrofe, de calamidade pública ou de fenómenos de gravidade económica ou social, nomeadamente de aleatoriedades climáticas”, de acordo com o mesmo estudo.

O grande número de trabalhadores abrangidos por tais situações condiciona negativamente a capacidade de as receitas contributivas exercerem a sua função de financiamento das prestações sociais abrangidas pelo sistema previdencial.

Livro verde sobre a sustentabilidade do sistema previdencial

O decreto-lei de 2007, que define o financiamento da Segurança Social, “determina que a perda ou diminuição de receita associada à fixação de taxas contributivas mais favoráveis seja objeto de financiamento por transferências do Orçamento de Estado”. Porém, “quando essa perda, as chamadas ‘receitas cessantes’, decorre de medidas de estímulo ao emprego e ao aumento de postos de trabalho, o encargo é repartido, sendo financiado em 50% por transferências e o restante pelas receitas do sistema previdencial. No caso das medidas excecionais e temporárias no contexto da pandemia, os diplomas legais estabeleceram o seu financiamento integral por transferências”, explicam os peritos da comissão independente.

Ou seja, os mais de mil milhões de euros que o sistema previdencial perdeu numa década em descontos na TSU, e que o livro verde refere, não foram cobertos por transferências do Estado. Perante esta evidência, a comissão chama a atenção que a maior fatia (20,21%) da taxa contributiva (34,75%) serve para pagar pensões de velhice.

“Existem atualmente numerosas situações de emprego que têm beneficiado de taxas contributivas reduzidas, quer porque correspondem a âmbitos reduzidos de proteção social, quer por uma variedade de outros motivos, nem sempre devidamente justificados ou identificados. Incluem-se neste conjunto as situações enquadradas por políticas de apoio ao emprego e à formação profissional. O grande número de trabalhadores abrangidos por tais situações condiciona negativamente a capacidade de as receitas contributivas exercerem a sua função de financiamento das prestações sociais abrangidas pelo sistema previdencial”, sumariza a Comissão independente.

Ainda assim, “as receitas contributivas do sistema previdencial têm evoluído em alta ao longo das duas últimas décadas”, salientam os autores. “Entre 2002 e 2022, o valor das receitas contributivas a preços correntes passou de 8.610 milhões de euros para 22.316 milhões de euros, um aumento de cerca de 160%, que implicou o aumento do respetivo peso no PIB de 6% para 15,7 %. Em preços constantes, o crescimento das receitas contributivas cifrou-se em 51%, a que corresponde uma taxa de crescimento média anual de 2,1 % em valores reais”, segundo o relatório.

Os peritos da Comissão independente para a Sustentabilidade da Segurança Social explicam que para estes resultados positivos contribui “o comportamento dinâmico do mercado de emprego”. Mas este “elevado grau de autofinanciamento diminui se o perímetro de análise incluir o conjunto dos regimes contributivos em virtude da situação altamente deficitária do regime de proteção social convergente”, isto é, da Caixa Geral de Aposentações (CGA), avisam os especialistas.

Peritos defendem redução da TSU e criação de uma nova taxa

Os peritos da Comissão independente defendem uma atualização da TSU, até porque “tanto o valor como a respetiva desagregação por eventualidades deveriam ser revistos quinquenalmente”, isto é, de cinco em cinco anos, “a partir da data de entrada em vigor do CRC, ou seja, 1 de janeiro de 2011, com base em estudos atuariais”.

“Não se conhece, porém, qualquer estudo oficial que forneça uma reavaliação do valor da taxa ou das suas componentes, levando em conta designadamente as modificações entretanto ocorridas no mercado de trabalho, na demografia e na legislação relativa à Segurança Social”, criticam.

Tendo em conta que 86% das receitas do sistema previdencial são provenientes de contribuições, a Comissão independente chama a atenção para a necessidade de reduzir “a dependência do financiamento da Segurança Social em relação a taxação do fator trabalho”.

Assim, “recomenda-se a substituição na base de incidência contributiva de uma parte das receitas obtidas com a Taxa Contributiva Global” suportada pelos patrões, “por receitas obtidas com uma Contribuição sobre o Valor Acrescentado Líquido (CVAL), sendo as respetivas taxas calculadas de modo a atingir a neutralidade fiscal”.

“A base contributiva da CVAL não poderá ser superior à que resultar da aplicação de um valor máximo, a determinar, do rácio do VAL sobre a massa salarial”, ressalva o estudo. E, “em princípio, a CVAL só se aplicaria às sociedades que são sujeitos passivos de IRC”, acrescenta.

Os peritos aconselham que “a implementação desta medida deverá ser precedida pela realização de um estudo de avaliação de impacto ex ante e deveria ser introduzida de forma gradual num período de um período de cinco anos”.

Com a criação da CVAL, conjugada com a descida da taxa contributiva, “espera-se atingir vários efeitos benéficos além, de um maior dinamismo do crescimento das receitas contributivas na medida em que passariam a evoluir a um ritmo mais próximo do PIB e menos dependente da massa salarial: mais e melhor emprego, melhoria da rentabilidade de atividades trabalho-intensivas, maior neutralidade fiscal em relação a escolha de tecnologias”, segundo a recomendação do Livro verde.

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Administradora do supervisor dos seguros sai em rotura com a presidente

Adelaide Cavaleiro era administradora da Autoridade de Supervisão de Seguros e Pensões apenas desde dezembro de 2022, tinha um mandato de seis anos, mas sai em rotura com a presidente do supervisor.

Adelaide Cavaleiro apresentou a renúncia ao cargo de administradora da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) apenas um ano e sete meses depois de assumir funções, apurou o ECO junto de duas fontes que conhecem o processo. A gestora de carreira na área dos fundos de pensões e gestão de ativos terá entrado em confronto com a presidente, Margarida Corrêa de Aguiar, e por isso enviou ao Ministério das Finanças a carta de renúncia ao cargo no final do mês de junho.

Oficialmente, nenhuma das partes faz comentários à decisão de Adelaide Cavaleiro, mas o ECO confirmou com mais do que uma fonte que a carta de renúncia é particularmente severa com Margarida Corrêa de Aguiar. A gestora tinha, no conselho da ASF, pelouros relevantes, como os departamentos de “Supervisão Prudencial de Empresas de Seguros” e de “Supervisão Prudencial de Fundos de Pensões”, além do departamento financeiro, mas não foi possível apurar as razões das divergências.

Em setembro de 2022, aquando da audição prévia à nomeação do Governo, Adelaide Cavaleiro sublinhou a sua origem profissional, uma “pessoa do mercado”, e que era necessário “saber transformar legislação em negócio”, reforçando que a sua experiência no outro lado da supervisão poderia ajudar nas suas novas tarefas. Antes, tinha estado no BBVA, primeiro na área de fundos de pensões e depois na gestão de ativos. Enquanto administradora da ASF, esteve ausente por um período por razões de saúde.

Com esta demissão, a administração da ASF fica reduzida a três elementos: Além de Margarida Corrêa de Aguiar, Diogo Alarcão e Manuel Caldeira Cabral. Mas os estatutos do supervisão determinam um conselho de até cinco membros. “O conselho de administração da ASF é composto por um presidente e até quatro vogais, ocupando um deles o cargo de vice-presidente sempre que a composição total do órgão seja de cinco membros“, lê-se no estatuto da autoridade.

O mandato dos membros do conselho de administração da ASF, recorde-se, tem a duração de seis anos, não sendo renovável, mas como Margarida Corrêa de Aguiar e Caldeira Cabral foram nomeados no mês dia, teriam de ter mandatos com um período temporal diverso, no mínimo de seis meses. Assim, enquanto a presidente termina o mandato em junho de 2025, o ex-ministro da Economia chega ao fim do mandato em dezembro deste ano. Assim, no curto prazo, até ao final de 2024, as Finanças vão ter de encontrar três novos nomes se mantiverem o princípio que defendem para o Banco de Portugal.

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Governo ainda só arrecadou 39% da receita fiscal estimada para todo o ano

Taxa de execução da receita fiscal no 1º semestre está abaixo da registada em igual período do ano passado. Governo tem ainda de arrecadar mais de 36,8 mil milhões de euros para cumprir estimativas.

O Governo executou no primeiro semestre 38,8% da receita fiscal estimada para o conjunto do ano, pelo que terá de arrecadar mais de 36,8 mil milhões de euros em impostos entre julho e dezembro para cumprir as estimativas para a globalidade do ano.

Os dados da Direção Geral do Orçamento (DGO), publicados na terça-feira, revelam que as contas públicas do primeiro semestre estão mais cinzentas, não só face ao esperado como a igual período do ano passado, com o défice a cifrar-se em 2,7 mil milhões de euros. Este cenário traduz uma redução do saldo em 7.574 milhões de euros relativamente ao primeiro semestre de 2023.

A evolução resulta de um aumento da despesa de 11,2%, conjugado por uma quebra da receita de 4,1%, e indicam que o Governo terá de acelerar a arrecadação da receita fiscal e controlar a despesa para atingir os objetivos, até porque a segunda metade do ano já vai ficar marcada pelo impacto de algumas medidas entretanto adotadas, como a isenção de IMT e Imposto de Selo na compra da primeira habitação pelos jovens.

Até junho, o Estado arrecadou 23.326,7 milhões de euros em receita fiscal, pelo que tem ainda falta executar 61,62% dos 60.090,3 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

O verão e o Natal, tradicionalmente épocas de maior consumo, podem ajudar, mas a taxa de execução de 38,8% levanta ainda mais desafios, quando se conclui que em junho do ano passado, por exemplo, já tinha sido executada 47% da receita fiscal estimada no Orçamento do Estado para 2023. Significa isto, que se por esta altura a taxa de execução se situasse nos mesmos 47% os impostos já tinha rendido aos cofres do Estado cerca de 28,2 mil milhões de euros, uma diferença de cerca de cinco mil milhões de euros.

Com a economia a crescer em termos homólogos 1,5% no segundo trimestre, taxa idêntica à registada no primeiro trimestre, a receita fiscal arrecadada no primeiro semestre resulta de uma taxa de execução de 30,6% dos impostos diretos e de 45,6% dos impostos indiretos.

Taxa de execução da receita dos impostos diretos foi de 30,6% e dos impostos indiretos de 45,6% no primeiro semestre

Entre os impostos diretos, a receita do Imposto sobre o Rendimento Pessoas Singulares (IRS) subiu 5% em termos relativos face ao período homólogo, para 18 mil milhões de euros, tendo uma taxa de execução de 37,4%, quando em junho do ano passado era de 39,6%. Já a receita do Imposto sobre o Rendimento Pessoas Coletivas (IRC) caiu 66,5%, para cerca de 1,8 mil milhões de euros, traduzindo uma taxa de execução de 14,6%, o que compara com a taxa de 48,3% em igual período de 2023.

No entanto, é de ressalvar a quebra da receita de IRC é em grande medida explicada pela prorrogação do prazo de entrega da declaração anual de rendimentos (modelo 22).

No que toca aos impostos indiretos, a receita de IVA caiu 2,2% face a junho de 2023, para cerca de 11 mil milhões de euros, enquanto a receita do Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) subiu 16,7%, para 1,6 mil milhões de euros. As taxas de execução em junho face ao previsto no OE2024 eram de 45,1% e de 48,7%, respetivamente.

Destes impostos, o Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA) registava a taxa de execução mais baixa (33,25), com 467,1 milhões de euros.

A taxa de execução calculada pela DGO tem por base as estimativas inscritas no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), documento no qual se apontava para um excedente orçamental (em contabilidade nacional) de 0,2% do PIB.

Estes dados são em contabilidade pública, ou seja, numa ótica de caixa (entradas e saídas de dinheiro), que difere da contabilidade nacional (lógica dos compromissos), utilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no apuramento do saldo orçamental da globailidade do ano, pelo que ainda não se podem fazer extrapolações.

Contudo, numa altura em que o Governo se prepara para começar a negociar com os partidos políticos o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) – que conta já com compromissos de despesa elevados -, e que negoceia com a Comissão Europeia o programa orçamental nacional de médio prazo, será preciso ter especial atenção à despesa.

É esta rubrica que explica também o agravamento do saldo, em contabilidade pública, no primeiro semestre, com destaque para o peso das pensões. Os encargos da Segurança Social com pensões e complementos e as pensões e outros abonos da Caixa Geral de Aposentações ascenderam a 1,2 mil milhões de euros e 504,9 milhões de euros, respetivamente, um aumento de 14% e 5,6% face a igual período de 2023.

Esta subida reflete o encargo associado à atualização automática das pensões (calculada com base na taxa de inflação de 2023), o aumento homólogo em 1,2% do número de pensionistas no regime geral e a atualização intercalar das pensões, ocorrida em julho de 2023.

Encargos da Segurança Social com pensões e complementos e as pensões e outros abonos da Caixa Geral de Aposentações ascenderam a 1,2 mil milhões de euros e 504,9 milhões de euros até junho, respetivamente, um aumento de 14% e 5,6% face a igual período de 2023.

Paralelamente, também se registou um aumento do crescimento das despesas com pessoal (7,2%), justificado pelo efeito transversal das medidas de valorização dos rendimentos dos trabalhadores em funções públicas, em vigor desde o início de 2024 e, em menor grau, o efeito do acelerador nas carreiras da Administração Pública.

O Estado já executou 43% da despesa consolidada das Administrações Públicas, face ao autorizado pelo OE2024, o correspondente a 53.762 milhões de euros. Olhando apenas para a despesa executada do subsetor Estado, a taxa foi de 47,7%, quando em junho de 2023 era de 45,7%.

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Lucros semestrais do Novobanco caem 0,8% para 370,3 milhões de euros

Mark Bourke destaca "sólido resultado líquido" até junho, apesar da constituição, no segundo trimestre, de 30 milhões de provisões no quadro do "programa estratégico de inovação e simplificação".

O Novobanco reportou esta quinta-feira lucros de 370,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, ligeiramente abaixo (-0,8%) do mesmo período do ano passado. Resultados que o CEO Mark Bourke refere que “refletem uma robusta performance comercial” e “uma consistente criação de capital”.

Os resultados revelam ainda uma subida de 13,5% da margem financeira para 594,9 milhões de euros, beneficiando do ambiente de taxas de juro mais elevadas. Este crescimento, aliado ao aumento de 10,9% das comissões para 161,2 milhões de euros, impulsionou o produto bancário comercial em 13% para 756,1 milhões de euros entre janeiro e junho deste ano.

O banco revela que este aumento das receitas geradas pela cobrança de comissões foi “suportado pelo desempenho do franchising do Novobanco, com uma base de clientes crescente e pela dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas, principalmente na gestão das contas serviço e meios de pagamento”.

No entanto, o banco viu-se obrigado a reforçar significativamente as imparidades e provisões, que subiram 56,8% para 87,8 milhões de euros. Este aumento inclui uma provisão de 30 milhões de euros para o “processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação” em curso no banco.

Em comunicado enviado à CMVM, sublinha que “não obstante a constituição, no segundo trimestre, de 30 milhões de euros de provisões para o processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação, o banco continua a apresentar um sólido resultado líquido no período”.

Os números revelados esta quinta-feira destacam ainda um retorno sobre o capital tangível (RoTE) de 17,4% no semestre e uma subida de 176 pontos base desde o início do ano do rácio de capital CET1 para 19,9%, um nível acima dos requisitos regulatórios.

O banco mantém uma posição de liquidez sólida, com um rácio de cobertura de liquidez (LCR) de 198% (que compara com um rácio de 163% em dezembro) e um rácio de financiamento estável líquido (NSFR) de 121% (face a 118% em dezembro do ano passado).

Ao nível da atividade comercial, o Novobanco revela que o crédito a clientes cresceu 1,1% desde o final de 2023 para 28,5 mil milhões de euros, enquanto os depósitos aumentaram 3,5% para 29,1 mil milhões “que resultou principalmente da forte performance do segmento de empresas”, destaca o banco em comunicado.

Além disso, nos resultados do primeiro semestre revelam uma redução de 8,7% dos créditos não produtivos (NPL) para 1.034 milhões de euros, com o rácio líquido de NPL a baixar de 0,7% para 0,5% nos primeiros seis meses do ano “beneficiando da descida do rácio de NPL (jun/24: 4,1% vs. dez/23: 4,4%) e do aumento do nível de cobertura (jun/24: 88,4% vs. dez/23: 84,3%)”, destaca o Novobanco em comunicado.

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