Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável?

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

No 1º Fórum de Agricultura Sustentável, o primeiro painel de debate centrou-se em responder às seguintes questões: "Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável? E o seu financiamento?".

O 1º Fórum de Agricultura Sustentável, organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, decorreu, a 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, e contou com vários debates sobre a agricultura em Portugal.

O primeiro debate, moderado por Mónica Silvares, editora executiva do ECO, foi dedicado ao tema “Políticas Públicas: Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável? E o seu financiamento?”, e contou com a presença de António Serrano, ex-ministro da Agricultura e Professor Catedrático na Universidade de Évora; Luís Mira, Secretário-Geral CAP; Nuno Serra, secretário-geral CONFAGRI; e Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal.

“A primeira coisa que a agricultura sustentável precisa é de ser rentável. Há, na política europeia, uma grande dose de utopias. O Green Deal é uma ambição da Comissão. É verdade que condicionou a decisão de determinadas políticas, mas, no que toca à agricultura, tinha um erro de base porque não foram feitos estudos de impacto das medidas que estavam ali colocadas. Muitas daquelas medidas, se fossem aplicadas, levariam a Europa a correr o risco de ter uma grande quebra na sua capacidade produtiva. E isso, numa altura em que estamos em guerra na Europa, é a última coisa que se pretende. Ninguém precisa mais do ambiente do que a agricultura, que depende dele para a sua capacidade produtiva, mas não é possível cumprir estas utopias no prazo em que estão colocadas a nível da agenda europeia”, começou por dizer Luís Mira.

O secretário-geral do CAP acrescentou, ainda: “O Estado pode potenciar uma agricultura sustentável, mas vamos dizer a verdade: o Estado, nos últimos vinte anos, em termos de política agrícola, não ajudou nada os agricultores portugueses porque não sabe para onde vai, não há nenhuma ideia para a aplicação das verbas“.

A mesma opinião foi partilhada por Nuno Serra, que afirmou: “Para haver sustentabilidade tem de haver um compromisso básico, que é a sustentabilidade económica financeira. Eu não sei o que o quadro político vai ter, mas este caminho da pressão verde vai ter menos força. O que os agricultores têm de fazer é reivindicar os seus interesses, assim como todos os outros setores fazem. Nós não somos diferentes, pelo contrário, temos sido é completamente prejudicados. O que eu acho é que grande parte destas políticas e destes movimentos têm a ver com políticas exógenas, e nós não podemos confundir aquilo que é a PAC com o que são as políticas ambientais que têm de ser feitas na Europa. Isto porque o restauro da natureza, o uso dos solos, o uso sustentável dos pesticidas, são políticas à parte daquilo que é o PEPAC“.

Por sua vez, Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal, também afirmou que ” a sustentabilidade tem de ser rentável porque se não for rentável os produtores não estarão cá nos próximos 20 anos. Quando eu olho para um investimento, ele tem de ter uma rentabilidade a curto, médio e longo prazo, e tem que me permitir diferenciar. Portanto, os novos investimentos, sejam na agricultura, sejam noutros setores, têm de ter a perspetiva de perceber como melhorar o negócio, como mudar a forma como atualmente se fazem as coisas para entrar na economia circular, no uso eficiente da água, com o objetivo de me diferenciar, seja pelos custos, seja por fazer um produto diferenciado“.

“No Acordo de Paris foram definidos vários objetivos, nomeadamente a neutralidade carbónica em 2050. E uma empresa só atinge os seus objetivos de neutralidade carbónica se os atingir no âmbito 1, 2 e 3. O âmbito 1 e 2 são relativamente fáceis, porque são as emissões que nós fazemos com a nossa atividade e são as emissões geradas pela energia que nós compramos. Portanto, estas são fáceis, toda a gente sabe gerir. Mas depois, para ser neutro em carbono, a minha cadeia de valor, os meus fornecedores e os meus clientes, também têm de ser neutros em carbono. E isto faz com que haja aqui uma ideia de transição justa, ou seja, toda a gente tem de fazer esta transição, independentemente de ser uma grande, média ou pequena empresa. Portanto, a principal pressão que já se está a sentir no mercado é a pressão da cadeia de valor. E este ano essa pressão aumentou com a entrada em vigor da nova diretiva de suporte de sustentabilidade produtiva“, continuou.

Na mesma linha, António Serrano referiu, ainda, que “esta matéria impacta em toda a cadeia de valor e a distribuição é fortemente impactada com isso”. “É preciso saber que qualquer operador, nesta área da distribuição, para colocar à disposição do consumidor produtos com confiança para poderem ser vendidos e consumidos, há toda uma logística, que vai desde o campo às fábricas e até à prateleira, que é enorme. Claro que o interesse de toda a cadeia é a sustentabilidade. Todos têm de ser sustentáveis economicamente, em primeiro lugar, ambiental e socialmente. Já agora, tendemos a esquecer a componente social e o impacto da agricultura no território e a responsabilidade que ela tem na manutenção e na preservação do território é enorme“, concluiu.

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“Não há melhor guardião dos solos e dos recursos hídricos que o agricultor”

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

A sessão de abertura do 1º Fórum de Agricultura Sustentável contou com a presença de Diogo Agostinho, CFO do ECO, Margarida Oliveira, diretora da ESAS, e António Serrano, ex-ministro da Agricultura.

O 1º Fórum de Agricultura Sustentável decorreu, a 14 de maio, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. O evento, organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, reuniu vários especialistas para discutirem o caminho da agricultura sustentável.

Na sessão de abertura, Diogo Agostinho, Chief Operating Officer do ECO, começou por dizer: “O ECO é um jornal de economia e a agricultura pertence à economia. Nós somos muito mais do que mercados financeiros, somos muito mais do que a vida no centro mais urbano, nós também temos este foco de que a agricultura faz parte da nossa economia, da nossa sociedade. E é muito por isso que decidimos organizar este primeiro fórum”.

Ainda na início da sessão, marcou também presença Margarida Oliveira, diretora da Escola Superior Agrária de Santarém, que explicou que esta é “uma época de mudança”: “Uma mudança em que se preveem os maiores desafios colocados ao setor agrícola. Primeiro, com o crescimento de toda a população, somos chamados a produzir mais com menos. Enquanto a população mundial aumenta, a quantidade de terra arável per capita diminui, as alterações climáticas conduzem a fenómenos meteorológicos extremos, e, nalgumas regiões, a redução da precipitação leva a períodos de seca muito mais longos, sendo fundamental dispor de um plano nacional para o armazenamento e abastecimento eficiente de água”.

Quanto ao que pode ser feito para lidar com estes desafios, Margarida Oliveira apontou “a otimização dos recursos, a saúde do solo, a prevenção da erosão e da compactação do solo, bem como a conservação da água“, no entanto referiu também que os requisitos políticos e legais não têm facilitado estas práticas. “A existência, hoje em dia, de uma legislação europeia que é cada vez mais restritiva, como é o caso do sustentável dos pesticidas, que promove a produção integrada e o modo de produção biológico, mas também a pressão sobre os custos, a questão da regulamentação ambiental, cada vez mais rigorosa, e também a dificuldade ao acesso aos subsídios. Mas não nos podemos esquecer que os alimentos deverão estar a custos acessíveis para todos os cidadãos”, lembrou.

A diretora da Escola Superior Agrária de Santarém acrescentou, ainda, que “a agricultura desempenha um papel central no cumprimento do Pacto Ecológico Europeu, com várias políticas e estratégias que convergem para a produção de uma agricultura e sistemas alimentares sustentáveis – a Estratégia do Prado ao Prato, que está totalmente alinhada com a perspetiva do sistemas alimentares sustentáveis; a agricultura sustentável, que também se encontra na estratégia europeia para a biodiversidade e a estratégia para o solo. Por outro lado, para se avançar para esta transição ecológica, também preconizada na lei de restauro da natureza e recentemente aprovada no Parlamento Europeu, é necessário ter um setor organizado, competitivo e detetor de conhecimento científico e tecnológico, capaz de gerar valor“.

Nesse sentido, António Serrano, ex-ministro da Agricultura e Professor Catedrático na Universidade de Évora, realçou a Política Agrícola Comum (PAC), que permitiu o “acesso a alimentos que garantam a saúde das pessoas e preços baixos para o consumidor, que permitiu tirar a fome na Europa no pós-guerra, que introduziu inovação, tecnologia, o conhecimento na área dos agroquímicos, que permitiu aumentar a produtividade das nossas atividades. Sem tudo isso, não seríamos, à escala europeia, uma atividade que satisfizesse as necessidades da população”.

O ex-ministro fez, também, referência aos protestos que os agricultores têm feito um pouco por toda a Europa. “Temos assistido a grandes protestos dos agricultores na Europa e isso é perigoso no sentido de poder apontar o dedo para a Política Agrícola Comum, mas é preciso referir que a agenda da sustentabilidade foi iniciada por grande pressão das Nações Unidas, com a aprovação para o desenvolvimento da agenda sustentável, onde fixaram os objetivos todos, e é aí que o Green Deal se vai inspirar, é aí que o Green Deal materializa na Europa os objetivos para 2030“, disse.

“O agricultor sempre se adaptou, sempre foi analisando o comportamento do clima e procurando as melhores soluções. Não há melhor guardião dos solos e dos recursos hídricos que o agricultor. E a água e os solos são fundamentais para a agricultura competitiva. Sem esses dois recursos não é possível ter uma agricultura competitiva“, concluiu.

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Universidade Europeia cria dois polos de investigação em parceria com UTAD e UBI

Os dois novos polos dedicados à investigação científica e à inovação vão integrar inicialmente 33 investigadores nacionais e internacionais.

A Universidade Europeia formalizou dois acordos de parceria para a criação de novas estruturas dedicadas à investigação científica e inovação: o Centro de Estudos Transdisciplinares de Desenvolvimento (CETRAD/UTAD), resultando na criação do polo de investigação CETRAD-EUROPEIA; e o Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD/UBI) originando o polo CIDESD-EUROPEIA.

“Os dois novos polos de investigação vão integrar inicialmente 33 investigadores nacionais e internacionais, e são fundamentais para o desenvolvimento científico e académico, não só pela sustentação dos atuais cursos de doutoramento, mas também pela criação de novos programas doutorais”, sustenta a Universidade Europeia, em comunicado. Ambos estão já em funcionamento nas instalações da UE QBN/Lispolis, IPAM Lisboa e Porto.

A Universidade Europeia destaca que o protocolo prevê a “transferência e valorização de conhecimento, desenvolvimento de investigação e inovação, aglomerando a capacidade crítica à promoção da criatividade científica, da atração de talentos, das carreiras científicas e da qualificação formação avançada de recursos humanos”.

“Estamos certos de que o CETRAD-EUROPEIA e o CIDESD-EUROPEIA virão a ser uma referência para a investigação nacional nas áreas em que são especialistas. As parcerias que estabelecemos, além de serem um passo importante no nosso crescimento e posicionamento no panorama nacional de I&D, permitirão ampliar a oferta formativa, nomeadamente ao nível de doutoramentos, oferecendo ainda a possibilidade de criação de projetos colaborativos mais amplos”, afirma Hélia Gonçalves Pereira, reitora da Universidade Europeia.

O CETRAD/UTAD é um centro de investigação em ciências sociais centrado na conceptualização, compreensão e promoção do desenvolvimento sustentável inteligente inclusivo em regiões de baixa densidade. A unidade de I&D está inserida na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), na cidade de Vila Real.

Já o CIDESD/UBI é apresentado como uma unidade supra institucional, técnico-científica de investigação fundamental e aplicada, que visa promover e coordenar a atividade científica no domínio dos estudos nas suas múltiplas áreas de intervenção distribuídas por três grupos de investigação: performance desportiva, saúde, e intervenção pedagógica e profissional.

O Europa Education é um grupo de ensino superior privado com mais de 25 anos, presente em Espanha e Portugal, onde detém a Universidade Europeia (da qual faz parte o IADE) e o Instituto Superior de Administração e Marketing (IPAM). Soma mais de 34.000 estudantes, nove campi universitários entre Lisboa, Porto, Madrid, Valência, Santa Cruz de Tenerife e La Orotava e disponibiliza mais de 200 cursos.

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20 anos depois, câmaras de Leiria, Coimbra e Braga ainda devem 22 milhões dos estádios do Euro2004

  • ECO
  • 17 Maio 2024

Arrendamento dos equipamentos a empresas e a instituições públicas ajuda a rentabilizar os espaços, além da componente desportiva. Câmara de Braga é a única que admite alienar o estádio municipal.

Passados 20 anos da realização do Euro2004 em Portugal, as câmaras municipais que investiram na construção e na requalificação de estádios ainda devem 22 milhões de euros correspondentes a empréstimos e a sentenças, avança o Jornal de Notícias. Para saldar as dívidas, as câmaras procuram aliar a atividade desportiva à sustentabilidade financeira, pondo as instalações a rentabilizar.

A maior fatia em dívida é do município de Leiria, num total de 10,9 milhões de euros. Seguem-se as autarquias de Coimbra, com uma dívida de seis milhões de euros, e de Braga, com cinco milhões de euros ainda por saldar. Neste último caso, o montante diz respeito a sentenças judiciais, uma vez que os empréstimos já foram liquidados.

Enquanto o arrendamento de espaços a empresas, a serviços de saúde e a instituições públicas tem sido uma das soluções adotadas no Municipal de Coimbra e no Magalhães Pessoa (Leiria), o Estádio Municipal de Braga, arrendado ao Sporting Clube de Braga, está afeto praticamente apenas ao desporto, estando a autarquia até a estudar a alienação do equipamento.

Estádio Municipal de BragaLeon / Via Flickr

Viseu foi uma das cidades que entraram na corrida para acolher jogos do Euro2004, mas que na reta final do processo acabou preterida por Aveiro. Essa decisão foi contestada na altura pela Câmara de Viseu. Volvidas duas décadas, Fernando Ruas diz ao jornal que “ainda bem” que a cidade ficou de fora. “Até se justificava ir a Fátima a pé agradecer por não nos terem escolhido”, refere o histórico autarca social-democrata.

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EUA alertam que China “não pode ter as duas coisas” e relacionar-se com Rússia e Ocidente

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Casa Branca alerta Pequim que não pode "querer relações com a Europa e outros países" enquanto "continua a alimentar” a relação com a Rússia, que considera a "maior ameaça à segurança europeia”.

O Governo dos Estados Unidos defendeu na quinta-feira que o Presidente chinês, Xi Jinping, não pode “ter as duas coisas”, ao procurar fortalecer os seus laços quer com o Ocidente, quer com a Rússia.

A China “não pode ter as duas coisas”, garantiu Vedant Patel, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, em declarações aos jornalistas num momento em que o Presidente russo, Vladimir Putin, realiza uma viagem a Pequim.

Não pode ter as duas coisas e querer relações [melhores] com a Europa e outros países enquanto continua a alimentar a maior ameaça à segurança europeia desde há muito tempo“, frisou Patel, em referência à invasão russa da Ucrânia, conflito que duram há mais de dois anos.

Washington acredita que a China, mesmo que não envie armas diretamente para Moscovo, apoia o esforço de guerra russo, alegações que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, repetiu no mês passado em Pequim.

Achamos inaceitável que as empresas chinesas ajudem Putin a travar esta guerra contra a Ucrânia“, reiterou também na quinta-feira a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Este apoio chinês à indústria de defesa russa “não ameaça apenas a segurança da Ucrânia, mas também ameaça a da Europa”, sublinhou Patel.

Xi Jinping e Vladimir Putin defenderam na quinta-feira, em Pequim, o eixo sino-russo como fator de estabilidade e paz no mundo. O Presidente russo está a realizar uma visita de dois dias à China, a sua primeira viagem ao estrangeiro desde a sua reeleição em março e a segunda à China em pouco mais de seis meses.

O líder chinês regressa de uma viagem pela Europa onde defendeu o direito de manter laços económicos normais com o seu vizinho russo.

Questionado sobre o desejo recentemente expresso por Xi Jinping de ver o regresso da paz ao continente europeu, Vedant Patel respondeu: “Do nosso ponto de vista, a solução é simples: a Rússia só precisa de se retirar da Ucrânia”.

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Fórum Agricultura Sustentável: soluções e desafios

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2024

Decorreu a 14 de maio, em Santarém, e contou com a presença de vários especialistas, entre os quais esteve o Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.

O Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) foi o palco do primeiro Fórum de Agricultura Sustentável, um evento organizado pelo ECO em parceria com a Câmara Municipal de Santarém, que reuniu, na manhã de 14 de maio, vários especialistas para discutirem o caminho da agricultura sustentável e os desafios para os agricultores.

“O ECO é um jornal de economia e a agricultura pertence à economia. Nós somos muito mais do que mercados financeiros, somos muito mais do que a vida no centro mais urbano, nós também temos este foco de que a agricultura faz parte da nossa economia, da nossa sociedade. E é muito por isso que decidimos organizar este primeiro fórum”, começou por dizer Diogo Agostinho, Chief Operating Officer do ECO.

Ainda na sessão de abertura, Margarida Oliveira, diretora da Escola Superior Agrária de Santarém, explicou que esta é “uma época de mudança”: “Uma mudança em que se preveem os maiores desafios colocados ao setor agrícola. Primeiro, com o crescimento de toda a população, somos chamados a produzir mais com menos. Enquanto a população mundial aumenta, a quantidade de terra arável per capita diminui, as alterações climáticas conduzem a fenómenos meteorológicos extremos, e, nalgumas regiões, a redução da precipitação leva a períodos de seca muito mais longos, sendo fundamental dispor de um plano nacional para o armazenamento e abastecimento eficiente de água“.

Nesse sentido, António Serrano, ex-ministro da Agricultura e Professor Catedrático na Universidade de Évora, realçou a Política Agrícola Comum (PAC), que permitiu o “acesso a alimentos que garantam a saúde das pessoas e preços baixos para o consumidor, que permitiu tirar a fome na Europa no pós-guerra, que introduziu inovação, tecnologia, o conhecimento na área dos agroquímicos, que permitiu aumentar a produtividade das nossas atividades. Sem tudo isso, não seríamos, à escala europeia, uma atividade que satisfizesse as necessidades da população”.

A agricultura sustentável tem de ser rentável

Após a sessão de abertura, seguiu-se o primeiro painel de debate, moderado por Mónica Silvares, editora executiva do ECO, que contou com a presença de António Serrano; Luís Mira, Secretário-Geral CAP; Nuno Serra, secretário-geral CONFAGRI; e Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal, e teve como tema “Políticas Públicas: Como pode o Estado potenciar a agricultura sustentável? E o seu financiamento?”.

“A primeira coisa que a agricultura sustentável precisa é de ser rentável. Há, na política europeia, uma grande dose de utopias. O Green Deal é uma ambição da Comissão. É verdade que condicionou a decisão de determinadas políticas, mas, no que toca à agricultura, tinha um erro de base porque não foram feitos estudos de impacto das medidas que estavam ali colocadas. Muitas daquelas medidas, se fossem aplicadas, levariam a Europa a correr o risco de ter uma grande quebra na sua capacidade produtiva. E isso, numa altura em que estamos em guerra na Europa, é a última coisa que se pretende. Ninguém precisa mais do ambiente do que a agricultura, que depende dele para a sua capacidade produtiva, mas não é possível cumprir estas utopias no prazo em que estão colocadas a nível da agenda europeia”, alertou Luís Mira.

A mesma opinião foi partilhada por Nuno Serra, que afirmou: “Para haver sustentabilidade tem de haver um compromisso básico, que é a sustentabilidade económica financeira. Eu não sei o que o quadro político vai ter, mas este caminho da pressão verde vai ter menos força. O que os agricultores têm de fazer é reivindicar os seus interesses, assim como todos os outros setores fazem. Nós não somos diferentes, pelo contrário, temos sido é completamente prejudicados. O que eu acho é que grande parte destas políticas e destes movimentos têm a ver com políticas exógenas, e nós não podemos confundir aquilo que é a PAC com o que são as políticas ambientais que têm de ser feitas na Europa. Isto porque o restauro da natureza, o uso dos solos, o uso sustentável dos pesticidas, são políticas à parte daquilo que é o PEPAC“.

Por sua vez, Cristina Melo Antunes, Responsável de Negócio ESG e Green Finance: Santander Portugal, também afirmou que ” a sustentabilidade tem de ser rentável porque se não for rentável os produtores não estarão cá nos próximos 20 anos. Quando eu olho para um investimento, ele tem de ter uma rentabilidade a curto, médio e longo prazo, e tem que me permitir diferenciar. Portanto, os novos investimentos, sejam na agricultura, sejam noutros setores, a perspetiva tem de ser perceber como melhorar o negócio, como mudar a forma como atualmente se fazem as coisas para entrar na economia circular, no uso eficiente da água, mas tem que ser com o objetivo de me diferenciar, seja pelos custos, seja por fazer um produto diferenciado. A principal pressão que já se está a sentir no mercado é a pressão da cadeia de valor. E este ano essa pressão aumentou com a entrada em vigor da nova diretiva de suporte de sustentabilidade produtiva“.

Na mesma linha, António Serrano referiu, ainda, que “esta matéria impacta em toda a cadeia de valor e a distribuição é fortemente impactada com isso”: “É preciso saber que qualquer operador, nesta área da distribuição, para colocar à disposição do consumidor produtos com confiança para poderem ser vendidos e consumidos, há toda uma logística, que vai desde o campo às fábricas e até à prateleira, que é enorme. Claro que o interesse de toda a cadeia é a sustentabilidade. Todos têm de ser sustentáveis economicamente, em primeiro lugar, ambiental e socialmente. Já agora, tendemos a esquecer a componente social e o impacto da agricultura no território e a responsabilidade que ela tem na manutenção e na preservação do território é enorme“.

Otimização de recursos e a produtividade

No segundo painel do evento, dedicado ao tema “Combinar a otimização de recursos com produtividade das culturas”, participaram Gonçalo Santos Andrade, Presidente Portugal Fresh; Francisco Gomes da Silva, Diretor-Geral AGROGES; Abílio Pereira, Administrador Área Agrícola da Quinta da Lagoalva; e José Palha, Presidente da Direção da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC). O debate foi moderado por Shrikesh Laxmidas, diretor adjunto do ECO.

“Eu, na minha faceta de agricultor, benefício da colaboração com a Universidade para a resolução de problemas que têm a ver com a qualidade do recurso, com a eficiência no uso do recurso, no caso do solo, um pouco também da água, e a forma como tenho, no sistema de agricultura que pratico, de otimizar a utilização do recurso. Claro que podíamos estar melhores do que estamos, mas eu acho que não devemos minimizar a importância daquilo que é feito hoje em dia em Portugal e que tem sido feito ao longo dos últimos 15/20 anos. Nós não conseguimos melhorar eficiências nem produtividades se não tivermos conhecimento e tecnologia. Não há outra forma“, disse Francisco Gomes da Silva.

A corroborar esta ideia estava Gonçalo Santos Andrade, que afirmou: “Portugal, ao longo dos últimos 10/15 anos, fez um percurso extraordinário. Acho que todas estas parcerias entre as empresas e as universidades têm tido uma evolução muito positiva. Nós, ao nível das organizações de produtores, que surgiram de acordo com a organização comum de mercado das frutas e legumes, em 1997, temos programas operacionais. Mas dentro dos programas operacionais do PEPAC, 2% do investimento do programa operacional tem que ser para investigação e desenvolvimento. E, portanto, isto às vezes também ajuda a acelerar alguns processos de investigação“.

“Este caminho de uma lógica de intensificação sustentável tem vindo a ser feito e não acho que seja negativo. E posso dar uma série de exemplos de coisas boas que têm vindo a acontecer, e começo por uma figura, que são os grupos operacionais, que têm de ter investigação e que obrigam a ter uma empresa agrícola, uma universidade e uma empresa para resolver um determinado problema. Parece-me que esta é das maneiras melhores de transferir conhecimento. No fim, tem de se fazer ações de divulgação desses conhecimentos e tem sido feito um grande trabalho nesta área pelos grupos operacionais. Por outro lado, muitas universidades candidataram-se ao PRR para estudos mais ligados com as alterações climáticas e com outras coisas”, disse, por sua vez, José Palha.

Nesse sentido, Abílio Pereira disse, ainda, que “há uma série de conhecimentos de produtos que estão a chegar à agricultura, sobre formas diferentes de rentabilizar, sobre como serem mais eficazes e eficientes, e sobre como continuar a aumentar as produções e a rentabilidade. E isto é muito importante porque a população mundial está a aumentar e temos de responder a essas exigências. Cada vez mais, vamos ter que produzir mais com menos”.

Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade

Na segunda parte da conferência, houve espaço para um terceiro debate, moderado por Mónica Silvares, desta vez com o tema “Biotecnologia ao serviço da sustentabilidade”, no qual marcaram presença Andreia Afonso, cofundadora da Deifil e diretora do departamento de ID e de produção in vitro; Diogo Palha, Executive Board Member e CFO EntoGreen; e Tiago Costa, CEO Agricultural Business SOGEPOC.

“É sempre difícil dizer o que nós fazemos porque há alturas em que parece que a biotecnologia é uma espécie de ciência oculta, mas não é. Portanto, falando um pouco do nosso dia-a-dia, a Deifil é uma empresa que foi fundada em dezembro de 2010, está na fase da adolescência da biotecnologia, e o nosso principal foco e fonte de receita advêm da propagação em escala de árvores de fruto. Temos mais recentemente uma linha ornamental, mas o nosso foco são as árvores de fruto, isto utilizando a cultura in vitro. A partir de 2018, estabelecemos uma micoteca, uma coleção essencialmente composta por fungos para conjugar todas as ferramentas disponíveis para trabalhar a sustentabilidade e fornecer aos agricultores, não um produto, mas um ecossistema”, começou por dizer Andreia Afonso.

Por sua vez, Diogo Palha, da EntoGreen, explicou que a empresa utiliza um inseto, nomeadamente a mosca soldado negro, “que tem uma característica especial, já que é altamente digestora na sua fase de larvar, e o que fazemos é aproveitar subprodutos da indústria agroalimentar”. “Nós aproveitamos, e, com isso, fazemos uma mistura alimentar, da qual se alimenta a nossa larva, e depois, nesse processo, vai fazendo os seus dejetos, que são aproveitados para fazer um fertilizante, e, da própria larva, aproveitamos para fazer uma farinha proteica e um óleo para incorporar em alimentação animal”, disse.

Já Tiago Costa, da SOGEPOC, referiu a parceria que tem com a Universidade de Évora, que produz enxertos híbridos para os viveiros de nogueira: “Isso permite-nos ter uma planta mais forte, mais resistente ao diferente tipo de doenças, e aumenta o potencial produtivo dessa planta quando for enxertada pelas variedades que tivermos em consideração para a nossa perspetiva comercial. Esta colaboração é curiosa na medida em que, para já, não existe histórico da produção de plantas in vitro deste porte de enxertos em Portugal e não existe histórico na Europa. Este clone vem dos EUA”.

Desafios na transição dos fertilizantes

O último painel do evento, dedicado ao tema “Estratégia Farm to Work: Os desafios na transição dos fertilizantes” e moderado por Shrikesk Laxmidas, contou com a presença de Cristina Cruz, Professora Universitária da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Pedro Sebastião, Sales Manager AsfertGlobal; e Hartmut Nestler, Diretor Leal & Soares, SA (SIRO).

“Os negócios têm de ser sustentáveis economicamente. No caso da SIRO, nós transformamos matéria orgânica da floresta de todo o tipo e voltamos a introduzir na cadeia de valor, na plantação. E grande parte desse projeto foi feito sempre sem apoio financeiro. Foi praticamente autossustentável. Há muita maneira de trabalhar a natureza, que não só investir em grandes máquinas”, começou por dizer Hartmut Nestler.

Já Pedro Sebastião, da AsfertGlobal reforçou a importância da biotecnologia na transição dos fertilizantes: “Quando falamos de biotecnologia, há este novo conceito de biofertilizantes, onde se utilizam produtos à base de micro-organismos vivos, que conseguem fazer reduções de 20% a 30% da aplicação de adubos convencionais, sem que o agricultor perca rendimento. O que é mais difícil é o agricultor perceber isto e aceitar. Às vezes tem de ser dado um salto de fé”.

No entanto, Cristina Cruz, garantiu que a maior problemática está na falta de comunicação entre os diferentes agentes: A minha visão desta problemática é de uma maior cumplicidade entre os atores. Eu acho que os problemas são tão grandes e tão graves que somos poucos para resolvê-los, então a melhor forma é nós encontrarmos soluções de consílio, em que criamos soluções que não são de todo a melhor para cada um, mas são aquelas que têm o consenso e que são aplicáveis e é o que vai criar impacto. Eu acho que o grande desafio é conseguirmos esta comunicação e estas parcerias”.

No seguimento deste debate, Daniel Murta, Fundador e diretor geral da EntoGreen, foi ainda fazer uma apresentação sobre o seu projeto Olival Circular, que faz a reutilização do bagaço da azeitona. O objetivo desta solução é, acima de tudo, “devolver à terra nutrientes que, de outra forma, seriam perdidos e conseguir fazer isso retirando aquilo que é uma ameaça, e que, muitas vezes, pode parar os lagares, para o transformar naquilo que nós precisamos: recursos de fertilizantes orgânicos para os solos, mas também nutrientes para a nutrição animal e dar soluções a setores estratégicos. E fazemos isso em grande escala. Em Santarém, a capital dos insetos, já convertemos cerca de 36 mil toneladas de bagaço de azeitona em produtos finais, 2500 toneladas em proteína de inseto, 500 toneladas de óleo de inseto e sete mil toneladas de fertilizante orgânico“.

No final desta apresentação foi, ainda, atribuído o primeiro Certificado Olival Circular à AgriMendes, o parceiro da EntoGreen neste projeto, que, de acordo com Daniel Murta, “viu 100% do seu bagaço de azeitona convertido em proteína ou em fertilizantes“.

“100 mil agricultores ficarão livres de sanções, dos reports, da condicionalidade”

No encerramento da sessão, António Costa, diretor do ECO, referiu: “Decidimos fazer este evento em Santarém para descentralizar, para mostrar que a economia portuguesa é mais do que as empresas cotadas em bolsa, e que a agricultura e, em particular, esta dimensão da agricultura sustentável, merece ser reconhecida, divulgada, merece ser apoiada no que é a sua criação de valor e esse é o nosso compromisso”.

Por sua vez, Nuno Russo, vereador da Câmara Municipal de Santarém, revelou que “recentemente, foi realizado um diagnóstico da realidade agrícola, pecuária, florestal e agroindustrial no concelho de Santarém, que mostrou que mais de metade da água do concelho possui solos com grande potencial para a produção vegetal e mais de 60% dos solos têm aptidão para a produção agrícola. Até 2023, já foram investidos em medidas de apoio ao investimento agrícola, agroindustrial e florestal, 65 milhões de euros“.

Ainda na sessão de encerramento, a última intervenção ficou a cargo de José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura, que começou por dizer que “é verdadeiramente inaceitável que os agricultores ganhem menos de 40% que as outras classes profissionais”. “Temos de valorizar este setor. Em primeiro lugar, desde logo, temos de percecionar a sua mais-valia, que não é só económica, mas contribui também para o nosso turismo, a nossa gastronomia, a nossa cultura. Contribui para as nossas paisagens. É evidente que estes desafios que os agricultores enfrentam e o combate às alterações climáticas para que tenham sucesso exige uma palavra: gradualismo, que tem de estar acompanhado de um plano de ação”, continuou.

Para isso, o ministro garantiu que o PEPAC, que vai ser reprogramado até 30 de junho, vai ser muito útil para a PAC, que tem como objetivo a produção integrada, a eficiência, “elementos essenciais para a sustentabilidade”: “Práticas que nós queremos reforçar: a agricultura de precisão, mas que implica que os territórios possam ter acesso à internet e que haja elementos importantes, em termos daquilo que são investimentos necessários para a aquisição de meios”.

“Nós teremos um plano de armazenamento eficiente da água, onde queremos uma rede interligada. Nós sabemos que um dos problemas que temos é que só ficamos com 20% da água e tudo o resto deixamos ir para o mar. Temos neste âmbito e no âmbito regadio investimentos em curso e outros que vamos avançar. Já no âmbito da simplificação da PAC, que é um dos objetivos que temos, temos uma portaria que sairá rapidamente, precisamente para ajudar mais de 100 mil agricultores que ficarão livres de sanções, dos reports, da condicionalidade. Para além disso, aliviaremos as restrições que existiam, mas posso-vos dizer que a simplificação é um dos grandes objetivos que temos e, por isso, está no programa do governo os custos simplificados, o encontro de contas, e o pagamento contra faturas. Termino com um apelo para que todos participem nele para que o objetivo seja cumprido. Somos todos convocados para a sustentabilidade”, concluiu.

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Garantia pública para jovens só vai cobrir 10% do crédito à habitação

  • ECO
  • 17 Maio 2024

Iniciativa do Governo que prevê viabilizar financiamento bancário aos jovens até aos 35 anos só cobre a entrada da compra da primeira casa, ou seja, cerca de 10% do valor do crédito à habitação.

A disponibilização de uma garantia pública aos jovens até 35 anos só viabiliza o financiamento bancário da “parte não coberta”, isto é, a entrada para a compra da primeira casa, que corresponde a cerca de 10% do valor do crédito à habitação e que o banco exige como capital próprio do jovem. A novidade foi avançada pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, numa entrevista ao Expresso publicada esta sexta-feira.

Ainda não são conhecidos outros detalhes sobre como irá funcionar e se será para qualquer tipo de crédito à habitação (apenas para compra ou também para construção ou obras). A medida incluída no pacote “Construir Portugal” irá avançar nos próximos 15 dias. Pode aliviar os jovens do encargo com a entrada para a casa — que tem de ser, no mínimo, de 10% do valor do empréstimo, mas que, devido à subida dos preços da habitação, implica hoje avançar mais capitais próprios do que há uma década.

Em entrevista ao ECO, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, alertou que esta garantia aos jovens para o crédito da casa não é “dinheiro a fundo perdido”, defendendo que tem de ser dada apenas a quem tem condições para fazer face à dívida. Uma avaliação que deve ser feita pelos bancos, notou o gestor.

Já o governador do Banco de Portugal disse na quinta-feira que “ainda não houve qualquer contacto” entre o banco central e o Governo nesta matéria. Durante a apresentação do relatório e contas de 2023, Mário Centeno referiu que o Banco de Portugal irá “acompanhar” o desenvolvimento desta medida, mas sublinhou a importância de as condições prorrogativas das medidas macroprudenciais da conceção de crédito pelos bancos serem garantidas.

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Reciclagem em Portugal continua aquém das metas. Lixo comum representa 77% dos resíduos recolhidos

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) mostra que lixo comum representa 77% dos resíduos recolhidos. Vidro foi o mais reciclado, percentagem de plástico reciclado é de apenas 22%.

A recolha seletiva de resíduos em Portugal continua abaixo das metas definidas para 2025, sendo o plástico o menos reciclado, segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

No relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre reciclagem relativo a 2022, a recolha indiferenciada (lixo comum) representa 77% dos resíduos recolhidos, enquanto a recolha seletiva (reciclagem) representa apenas 21%.

A APA alerta que, apesar de algumas melhorias na recolha seletiva, que tem aumentado na última década, a taxa de recolha indiferenciada “mantém-se elevada” e que “é crucial inverter” o panorama.

Segundo os dados do relatório, o vidro foi o resíduo mais reciclado em 2022, representando cerca de 55% da recolha, enquanto a percentagem de plástico reciclado é de apenas 22% e a de papel e cartão de 47%.

A agência refere que nos resíduos urbanos produzidos em Portugal, a maioria – cerca de 57% – é depositada em aterro e apenas 16% são encaminhados para reciclagem.

A recolha de resíduos indiferenciados representa cerca de 80% do recolhido em 2022, sendo este um indicador “que ao longo dos anos não tem dado sinais de melhoria”, apesar dos investimentos efetuados para o efeito.

A APA diz ainda que os resíduos recolhidos de forma indiferenciada têm “um enorme potencial” que é pouco aproveitado, por terem como destino o aterro ou a valorização energética.

Citada em comunicado a propósito do Dia Internacional da Reciclagem, que se comemora hoje, a diretora executiva da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, defende que Portugal “tem feito um trabalho notável no que diz respeito à reciclagem de embalagens” e o sistema “tem vindo a evoluir”, mas considera que “é preciso acelerar” porque o país “tem novas metas para cumprir”.

“Motivar para gerar ainda mais ação é fundamental. São os cidadãos que depositam as suas embalagens nos ecopontos e, por isso, a par de terem ao dispor um serviço de qualidade e conveniente, há que investir em campanhas de proximidade e diferenciadoras, ensinando o impacto positivo que este gesto tem no planeta”, argumenta.

De acordo com os objetivos definidos pela União Europeia, os estados-membros devem reciclar cerca de 65% de todas as embalagens colocadas no mercado até ao final de 2025.

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Pedro Nuno invoca Cavaco para defender apoios seletivos a áreas estratégicas da economia

  • Lusa
  • 17 Maio 2024

Secretário-geral do PS diz que a única maneira de transformar a economia portuguesa é adotar uma política seletiva de incentivos a setores estratégicos, e não “baixar o IRC”.

O secretário-geral do PS recorreu ao exemplo do antigo primeiro-ministro e Presidente da República do PSD, Aníbal Cavaco Silva, para defender uma política económica de apoios seletivos a áreas estratégicas.

Num discurso numa reunião do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, na Adega Regional de Colares, em Sintra, Pedro Nuno Santos fez uma análise genérica da situação da economia portuguesa para salientar que os resultados apresentados pelo anterior Governo do PS “deviam ser celebrados” e servir de “ensinamento para o futuro”.

Ao lado do presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, e o presidente do Conselho Estratégico Empresarial, António Pires de Lima, referiu que, entre 2015 e 2023, a média de crescimento do PIB passou para 2,2% – quando comparado com 0,2% entre 2000 e 2015 – e salientou que o país conseguiu “superar o défice crónico” que fazia com que, quando a economia crescia, “vinha logo défice externo”.

O secretário-geral do PS defendeu assim que é “muito importante” que, no debate político, se olhe para o país “com mais orgulho”, “mais gosto e mais respeito” pelos próprios cidadãos: “pelos trabalhadores, pelos empresários e pelos políticos também”.

Apesar disso, Pedro Nuno Santos defendeu que a economia portuguesa ainda não “produz o valor acrescentado” ambicionado, “não tem uma estrutura complexa, diversificada” e “há um desencontro entre o nível de qualificação da população e dos jovens e o tipo de economia”.

“Este é o maior desafio: a transformação do perfil de especialização da economia portuguesa é o desafio número um dos portugueses”, disse, antes de defender que essa transformação é crucial para garantir melhores salários e garantir que os jovens ficam em Portugal.

Só conseguimos transformar uma economia a sério, se nós formos capazes de aplicar os recursos que são escassos nos setores com maior potencial de arrastamento do resto da economia.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Assumindo que há várias divergências em termos ideológicos sobre a estratégia a adotar, Pedro Nuno Santos defendeu que, na sua visão, a única maneira de transformar a economia portuguesa é adotando uma política seletiva de incentivos a setores estratégicos, e não “baixar o IRC”.

“Nós só conseguimos transformar uma economia a sério, se nós formos capazes de aplicar os recursos que são escassos nos setores com maior potencial de arrastamento do resto da economia”, defendeu.

O líder do PS lamentou que Portugal tenha “um sistema de incentivos que não é seletivo”, o que faz com que, “o poder de fogo distribuído de forma pulverizada, não vai ter capacidade de transformar nada”, notando que uma das exceções ocorreu durante um Governo de Aníbal Cavaco Silva.

Pedro Nuno Santos salientou que, em 1984, quando o antigo primeiro-ministro do PSD governava, foi encomendado ao economista norte-americano Michael Porter um estudo, chamado de “relatório Porter”, que identificou, “com a academia e associais empresariais” os setores em que o Estado devia apostar.

Michael Porter “disse que era no têxtil, vestuário, calçado, vinho, mobiliário [que se devia investir]. (…) O que é que aconteceu? Alguma coisa ficou desse trabalho e, nesses setores, nós somos dos melhores do mundo”, elogiou.

Pedro Nuno Santos considerou assim que Portugal deve voltar a ter a capacidade de, “envolvendo a academia, o setor empresarial”, identificar os setores, as tecnologias, com maior capacidade de arrastamento da economia.

“Não deve ser o político, nem o ministro, nem o primeiro-ministro a decidir no gabinete: deve ser este debate público, participado”, afirmou, vendo “potencial de arrastamento” no setor metalomecânico, assim como no setor da saúde ou do hidrogénio verde.

Para Pedro Nuno Santos, o “Estado tem um papel muito importante a desempenhar como empreendedor”. “Carregarmos mais esta vertente vertical da nossa política industrial, ou económica, é fundamental para nós nos conseguirmos desenvolver e dar o salto. A transformação está a acontecer lentamente, ela podia acontecer mais rapidamente se nós fossemos capazes de, enquanto país e sociedade, pudéssemos perceber onde é que nós podemos pôr os nossos escassos recursos públicos”, disse.

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“O nosso modelo é a solução ideal para empresas familiares sem plano de sucessão”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 17 Maio 2024

Em entrevista ao ECO, Bruno Silvestre, fundador da SLY Capital, explica como funciona o processo de Search Fund no mercado português.

A SLY Capital é um Search Fund constituído exclusivamente para solucionar uma necessidade do mercado: assegurar a continuidade e a gestão diária de uma PME financeiramente sã que não tenha plano de sucessão.

Em conversa com o ECO, Bruno Silvestre, fundador da SLY Capital, explica todo o processo de funcionamento de um Search Fund no mercado português.

O Bruno Silvestre é Managing Partner da SLY Capital e especialista em Search Funds. Para quem não está familiarizado, pode explicar o que é um Search Fund?

Um Search Fund é um modelo de empreendedorismo por aquisição no qual um empreendedor, aqui designado por searcher, reúne capital de investidores para realizar uma pesquisa minuciosa em busca de uma Pequena ou Média Empresa (PME) de alto potencial. É fundamental que a empresa identificada tenha uma vantagem competitiva inequívoca, histórico de crescimento no passado e capacidade para continuar a crescer no futuro.

Como se processa essa pesquisa? Quais são as etapas principais envolvidas num Search Fund?

Um Search Fund passa por três etapas principais. Primeiro, a captação de capital, quando o searcher angaria investidores interessados no projeto. Em seguida, vem a importantíssima fase de pesquisa e identificação da empresa-alvo, que é crucial para todo o sucesso do Search Fund. Por fim, após a aquisição, o foco estará na gestão diária, no crescimento e criação de valor sustentável para a empresa adquirida.

Este modelo de aquisição não é comum em Portugal. Considera que é uma possibilidade válida e a ter em conta pelas PME nacionais?

Na nossa perspetiva, o modelo de Search Fund é uma solução valiosíssima para o problema emergente das empresas familiares sem plano de sucessão. Com a venda a um Search Fund, estas empresas podem, por um lado, garantir uma transição de gestão suave e, por outro, continuar o processo de crescimento no longo prazo, assegurando assim a continuidade do legado empresarial. A SLY Capital é a solução que muitos empresários pretendem no momento de vender a sua empresa. Além de adquirirmos 100% do capital social, teremos uma dedicação exclusiva na empresa adquirida. Ou seja, o foco da SLY Capital é identificar, adquirir e gerir apenas uma empresa, a melhor que possamos encontrar.

Bruno Silvestre, fundador da SLY Capital
Como avaliam as empresas? Que indicadores financeiros procuram identificar em primeiro lugar?

Tipicamente, um Search Fund procura identificar empresas com balanços sólidos. Procuramos empresas com histórico de crescimento e cash-flow positivos, além de reduzida ou nenhuma dívida. Para melhor contextualização, as empresas que visitamos têm geralmente EBITDAs compreendidos entre 1 milhão de euros e 5 milhões de euros.

Esses deverão ser os traços gerais. Têm alguma métrica, mais específica, que vos faça analisar mais em detalhe a empresa alvo?

Somos conservadores no que respeita a margens. Gostamos de ver empresas com margens EBITDA e brutas superiores a 15% e 40% respetivamente, sendo que estes valores deverão ser sempre analisados no contexto do setor onde a empresa-alvo estiver inserida. É importante perceber também a estruturação da receita: privilegiamos empresas com um perfil de receita recorrente e/ou repetida.

E, do ponto de vista operacional, o que vos atrai numa empresa? Trabalham algum setor em específico?

Desde que a empresa cumpra os nossos critérios, abraçaremos esse desafio com o mesmo empenho e dedicação, independentemente do setor. Relativamente à operação, tendemos a olhar sempre numa perspetiva de crescimento futuro. Ou seja, procuramos modelos de negócio cujo serviço e/ou produto seja insubstituível e estandardizado, que nos permita continuar a crescer com um custo operacional mínimo. É decisivo identificar a vantagem competitiva que distingue a empresa alvo dos seus concorrentes.

Pode contar-nos um pouco sobre a sua própria experiência como fundador e searcher da SLY Capital?

Fundei a SLY Capital com o objetivo de aplicar o modelo de Search Fund em Portugal porque senti que desta forma estaríamos a contribuir para solucionar uma necessidade do mercado: a necessidade dos empresários que, detendo empresas fabulosas do ponto de vista financeiro e operacional, não têm um plano de sucessão para a empresa. Depois de 15 anos de experiência no setor da aeronáutica militar e civil, indústria petrolífera e extrativa, senti que era o momento certo para avançar com este projeto de empreendedorismo por aquisição. Neste momento, o nosso foco é identificar e adquirir a PME mais especial que consigamos encontrar e, com isso, criar valor para todos os nossos stakeholders.

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Hoje nas notícias: habitação, aeroporto e Euro2004

  • ECO
  • 17 Maio 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A garantia pública de financiamento bancário para jovens até aos 35 anos é apenas para os 10% da entrada para a compra da primeira casa. A expansão do aeroporto Humberto Delgado deverá render ao Estado mais 500 milhões de euros em receitas até 2062. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Garantia pública para jovens só cobre 10% do crédito à habitação

A garantia pública dada aos jovens até 35 anos para viabilizar o financiamento bancário é apenas para os 10% da entrada para a compra da primeira casa. Ainda não se conhecem pormenores sobre a medida anunciada pelo Governo de Luís Montenegro no âmbito do pacote “Construir Portugal”. Por exemplo, se será para qualquer tipo de crédito à habitação, isto é, apenas para compra ou também para construção ou obras). A garantia dada pelo Executivo é que a medida deve avançar em 15 dias, embora a ideia “ainda não [tenha sido] discutida com o Banco de Portugal”.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Expansão da Portela rende ao Estado mais 500 milhões em receita

O Estado deverá receber mais 500 milhões de euros da ANA, até 2062, com o aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, segundo contas feitas com base na previsão de uma subida de 30% do número de passageiros que passarão pela Portela. O aumento do tráfego levará igualmente a um crescimento das receitas provenientes das taxas aeroportuárias cobradas pela concessionária aeroportuária, incluindo da parte que cabe ao Estado.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Câmaras devem 22 milhões de euros dos estádios do Euro2004

Passados 20 anos do Euro2004, as câmaras municipais que investiram na construção e na requalificação de estádios ainda devem 22 milhões de euros correspondentes a empréstimos e a sentenças. A maior fatia em dívida é da autarquia de Leiria (10,9 milhões de euros), seguindo-se Coimbra, com seis milhões de euros, e Braga, com cinco milhões de euros ainda por saldar. Neste último caso, a dívida é relativa a sentenças judiciais porque os empréstimos já foram liquidados.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Banco de Portugal ganha mil milhões com juros da dívida

Apesar de a dívida pública detida pelo Banco de Portugal ter vindo a diminuir devido à retirada de estímulos por parte do BCE, o agravamento dos juros mais do que compensou essa redução, pelo que o valor arrecadado em juros da dívida em 2023 foi superior ao do ano anterior. De acordo com o supervisor da banca nacional, os juros da carteira de títulos detidos para fins de política monetária fixaram-se em 1.027 milhões de euros no ano passado, mais 138 milhões do que em 2022, o que resultou do aumento das taxas médias de rentabilidade.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Portugal tem de gastar 5 mil milhões em aviões de guerra ou “perde soberania aérea”

A Força Aérea Portuguesa quer entrar no programa de armamento mais caro do mundo para o país não perder a sua soberania aérea. Para isso, é necessário adquirir 27 caças “invisíveis” norte-americanos F-35A, da Lockheed Martin, para substituir os 28 jatos F-16 do mesmo fabricante, que já contam com 30 anos de serviço e começam a ficar obsoletos, defende o general João Cartaxo Alves, chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA). As contas deste ramo das Forças Armadas estimam que o custo total seria de 5 mil milhões de euros ao longo de 20 anos, tanto quanto o valor total da Lei de Programação Militar (LPM).

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

 

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O futebol profissional financia o desporto espanhol na perspetiva dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

  • Servimedia
  • 17 Maio 2024

Em 2024, ano dos Jogos Olímpicos de Paris, que terão início a 26 de julho, o desporto espanhol prepara-se para tentar bater o recorde de 22 medalhas alcançado nos Jogos Olímpicos de Barcelona '92.

Para isso, os desportistas nacionais contam com financiamentos de diferentes fontes, incluindo o da LALIGA com uma contribuição, assinada nos Pactos de Viana, de 16 milhões de euros por ano para financiar o programa Team España Élite, que ajuda a pagar a preparação dos atletas olímpicos com mais hipóteses de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos.

A assinatura dos Pactos de Viana, alcançados em 2020, também inferiu um papel de liderança para a associação espanhola de futebol presidida por Javier Tebas. Os acordos, que envolvem a LALIGA, bem como o CSD (Consejo Superior de Deportes), a RFEF (Real Federación Española de Fútbol) e a AFE (Asociación de Futbolistas Españoles), convidam a LALIGA a contribuir para o desenvolvimento do desporto espanhol. De facto, graças à assinatura destes acordos, em 2021, o primeiro ano do acordo, a LALIGA já aumentou a sua contribuição para quase 96 milhões de euros, o que representa um aumento de 54% em relação a 2020. Já em 2022, a LALIGA aumentou novamente a sua contribuição para 125 milhões de euros por ano para apoiar os desportos minoritários e o futebol não profissional gerido pela RFEF.

Em contraste, a LALIGA é a única competição nacional de futebol na Europa que não recebe qualquer tipo de subsídio público para o seu desenvolvimento, recebendo apenas financiamento através de capital privado dos seus clubes e patrocinadores. Neste sentido, o lançamento da LALIGA Impulso, a iniciativa que conta com o apoio do fundo CVC, coloca à disposição dos 42 clubes participantes 1994 milhões de euros para antecipar em 25 anos a modernização das equipas da LALIGA em áreas como o marketing e a comunicação, ou as infra-estruturas.

Este modelo de financiamento, que foi um projeto pioneiro no futebol mundial, e que agora está a ser replicado a diferentes níveis noutras ligas europeias, como a liga francesa, põe em marcha a melhoria do futebol espanhol, tendo assim um impacto na economia local e nacional através da criação de emprego direto e indireto, entre outros fatores.

Um relatório da KPMG certifica-o, quantificando os efeitos da LALIGA Impulso como uma geração de 49.714 empregos, uma contribuição fiscal de 1.274 milhões de euros e um impacto económico de 6.291 milhões de euros.

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