Taxa Euribor sobe a três meses, desce a seis e mantém-se a 12 meses

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três meses, desceu a seis meses e manteve-se a 12 meses face a terça-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três meses, desceu a seis meses e manteve-se a 12 meses face a terça-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que avançou para 3,903%, ficou acima da taxa a seis meses (3,862%) e da taxa a 12 meses (3,596%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, manteve-se esta quarta-feira em 3,596%, o mesmo valor de terça-feira, depois de ter avançado a 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, caiu esta quarta-feira, para 3,862%, menos 0,005 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu esta quarta-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,903%, mais 0,009 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do BdP referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, a 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira deste ano, realiza-se em 25 de janeiro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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José Pedro Briosa e Gala é o novo sócio contratado da AVM Advogados

José Pedro Briosa e Gala destaca-se nas áreas de societário, bancário e financeiro, investimento estrangeiro e imobiliário.

A António Vicente Marques & Associados – Sociedade de Advogados acaba de contratar um novo sócio: José Pedro Briosa e Gala.

José Pedro Briosa e Gala destaca-se nas áreas de societário, bancário e financeiro, investimento estrangeiro e imobiliário.

“Esta contratação reflete o reconhecimento das competências técnicas e pessoais, e a experiência de José Pedro Briosa e Gala, bem como, o seu alinhamento com a missão e valores da AVM Advogados, que, assim, volta a colaborar com a sociedade, quase uma década depois de aí ter exercido funções como Advogado Associado Sénior, inaugurando uma nova categoria criada pela AVM Advogados, com o intuito de reforçar a equipa do Porto, contribuindo para a expansão e desenvolvimento da sociedade”, segundo comunicado do escritório.

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EDP liga à rede primeiro projeto híbrido eólico-solar de Espanha

O parque eólico Cruz de Hierro conta agora com 25 mil painéis solares, aumentando a capacidade instalada combinada de 28,75 MW para mais de 58 GWh.

A EDP já ligou à rede o primeiro parque híbrido de Espanha. O parque eólico “Cruz de Hierro”, com 22 turbinas eólicas foi reforçado para integrar na infraestrutura 25.000 painéis solares fotovoltaicos bifaciais. De acordo com o comunicado divulgado esta quarta-feira pela energética liderada por Miguel Stilwell, “o complexo aumentará significativamente a produção de energia renovável naquele local”, aumentando a capacidade instalada combinada de 28,75 megawatts (MW) para mais de 58 GWh.

Localizado em Santa María del Cubillo, na província de Ávila, o parque eólico “Cruz de Hierro”, os projetos terão agora capacidade para produzir energia suficiente para abastecer o equivalente a mais de 17.000 casas por ano.

A EDP recebeu em junho aquela que foi a primeira autorização em Espanha atribuída pelo Instituto para a Diversificação e Economia de Energia para ligar à rede um parque híbrido que combina estas duas tecnologias.

“Ao adicionar a energia solar a um projeto eólico em operação, a EDPR está a acelerar a transição energética daquela região, passando a evitar mais de 24.000 toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano, o equivalente à captura de mais de 40.000 árvores adultas”, informa o comunicado.

A expectativa da EDP Renováveis é de colocar outros dois parques híbridos em operação em Espanha nos próximos meses, ao mesmo tempo que continua a desenvolver mais de 15 projetos de hibridização eólica-solar que devem adicionar mais de 230 MW de capacidade renovável à Espanha nos próximos anos.

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Portugal paga mais de 3,2% para se financiar em 1.900 milhões através de Bilhetes do Tesouro

Dos três leilões de dívida de curto prazo realizados pelo IGCP, apenas a operação a 12 meses contou com uma yield abaixo do preço pago na última operação com características semelhantes.

Na primeira emissão de dívida de 2024, a República conseguiu financiar-se esta quarta-feira em 1.900 milhões de euros através da realização de três leilões de Bilhetes do Tesouro que contaram com uma procura acima da oferta.

Recorde-se que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), liderada por Miguel Martín, tinha anunciado que estas operações tinham um montante previsto de colocação global entre 1.750 milhões e 2.000 milhões de euros.

No leilão a 12 meses, que resultou na emissão de 1.065 milhões de euros através do lançamento de uma nova linha, contou com uma procura 1,7 vezes acima da oferta e com uma yield de 3,279%, cerca de 0,254 pontos percentuais abaixo dos 3,533% que pagou a 19 de julho do ano passado, quando realizou o último leilão a 12 meses, para colocar no mercado 900 milhões de euros.

A taxa obtida nesta operação ficou também abaixo dos 3,686% que, pouco antes da realização do leilão, cotava o benchmark dos títulos de dívida a 12 meses da República no mercado secundário, de acordo com dados da Refinitiv.

Dos três leilões de dívida de curto prazo que o IGCP promoveu esta quarta-feira, a emissão a 12 meses foi a única que contou com um preço mais baixo face aquilo que a República pagou recentemente em operações semelhantes.

“Os prémios que Portugal está a pagar hoje são dos mais altos dos últimos anos, mas acabam por estar alinhados com as taxas de mercado secundário e restante dívida soberana europeia”, refere Filipe Silva, analista do Banco Carregosa, sublinhando que “o mercado tem expectativa de que possam existir cortes de taxas no segundo semestre deste ano, motivo pelo qual assistimos a uma taxa mais baixa no leilão de 12 meses.”

Na emissão a seis meses, realizada através da reabertura da linha com vencimento a 19 de julho de 2024, o Estado financiou-se em 565 milhões de euros, contou com uma procura 2,24 vezes acima da oferta e pagou 3,66%. Esta yield compara com uma taxa de 3,284% paga no leilão de 19 de julho do ano passado numa emissão com as mesmas características e que contou com o financiamento da República em 350 milhões de euros.

O terceiro leilão realizado esta quarta-feira foi promovido através da reabertura da linha de Bilhetes do Tesouro com maturidade a 15 de março de 2024 numa operação a dois meses, que além de contar com uma procura 2,93 vezes acima da oferta, resultou na emissão de 270 milhões de euros com uma yield de 3,663%.

Há pelo menos cinco anos que o IGCP não realizava um leilão a dois meses. A operação que mais se assemelha a este leilão foi concretizada a 15 de fevereiro do ano passado com um leilão a três meses que contou com a emissão de 450 milhões de euros pelo preço de 2,568%.

Segundo o calendário de Bilhetes do Tesouro do IGCP, os próximos leilões serão realizados a 21 de fevereiro por via de dois leilões (7 e 11 meses), tendo um montante previsto de emissão entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.

Recorde-se ainda que, conforme o Programa de Financiamento da República para este ano, o IGCP estima que o financiamento líquido resultante da emissão de Bilhetes do Tesouro produza um impacto positivo de 6,1 mil milhões de euros nas contas do Estado. “Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva de curto prazo, combinando prazos mais curtos com prazos mais longos”, refere o IGCP no documento publicado no final do ano passado.

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Quais as tendências atuais em Tech Transactions?

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  • 17 Janeiro 2024

O quinto episódio do podcast "Inovação e Tecnologia", da Morais Leitão, teve como protagonistas Nicole Fortunato, Inês Ferrari Careto e Maria Luisa Cyrne, todos associados da Morais Leitão.

Num cenário empresarial em constante evolução, as Tech Transactions emergem como protagonistas incontestáveis da revolução digital. Mas quais as tendências atuais relacionadas com este tipo de transações? Quais as dinâmicas e desafios que moldam o cenário das transações?

No quinto episódio do podcast “Inovação e Tecnologia”, Nicole Fortunato, Inês Ferrari Careto e Maria Luísa Cyrne, associadas da Morais Leitão, vão responder a estas questões, abordando temas como a propriedade intelectual, as regras da concorrência e, ainda, formas de aquisição e distribuição de tecnologia.

“Hoje em dia falamos muito na necessidade que as empresas tornarem as suas ações e o seu funcionamento cada vez mais digital e, para isso, precisam de adquirir tecnologia para conseguir continuar com as suas funções. E há três formas essenciais de o fazerem: por um lado, podem adquirir uma empresa tecnológica, por outro lado podem adquirir uma tecnologia específica a outra empresa e, por último, podem adquirir o serviço através de um licenciamento. E todas estas vias acabam por ter questões diferentes, desafios diferentes e tendências diferentes e é isso que trazemos aqui”, começou por dizer Inês Ferrari Careto.

Por sua vez, Maria Luísa Cyrne destacou o tema da propriedade intelectual dentro das Tech Transations: “A propriedade intelectual é um tema fulcral e transversal em todas as transações tecnológicas, isto porque, num eventual investimento de participações sociais numa sociedade cuja atividade principal é o fornecimento ou a prestação de serviços tecnológicos, uma análise sobre a propriedade intelectual sobre os bens intangíveis e materiais protegidos pela propriedade intelectual é imprescindível”.

Neste ponto, a associada da Morais Leitão explicou, ainda, que a propriedade intelectual se divide em propriedade industrial e direitos de autor. “Quando falamos em propriedade industrial, falamos das marcas, de patentes, de designs, entre outros, mas falamos aqui das patentes. E as patentes protegem as invenções tecnológicas se preencherem os requisitos para serem patenteadas. E a proteção jurídica dos direitos de propriedade industrial é realizada através do registo, ou seja, o titular de direitos sobre uma patente adquire esses direitos exclusivos de explorá-la e de utilizá-la após a concessão do registo pelas entidades competentes. Esse registo é territorial, pode ser nacional, pode ser europeu, pode ser em certas jurisdições, mas é concedido através deste registo por oposição aos direitos de autor”, disse.

Os direitos de propriedade industrial têm diversas vicissitudes e diferenças, mas são registáveis por certos períodos de tempo. As patentes, por exemplo, por regra, caducam ao fim de 20 anos, enquanto nos direitos de autor não é necessário o registo para uma obra ser protegida pelo direito de autor. O direito de autor versa sobre as obras intelectuais, artísticas ou literárias e o software que é alvo de proteção e de interesse por parte destes investidores. E, como tal, esta proteção, não sendo registável e sendo protegida pelo direito de autor, muitas vezes é necessário que seja protegida por segredos de negócio. Porque enquanto a patente, quando é registada, é divulgada ao público, o direito de autor não”, continuou.

Ainda dentro deste tema, Nicole Fortunato afirmou que “houve uma altura em que as empresas tinham mais apetência para desenvolver internamente as suas ferramentas tecnológicas, em particular as grandes empresas”, mas, com mais recorrência nos últimos 10 anos, “as empresas aperceberam-se de que isso representa mais um custo do que um benefício”. Isto porque, ao contrário de uma empresa que se dedica apenas a um determinado setor de negócio, as outras não conseguem um grau de especialização: “Se eu tenho uma empresa que tem determinado software, eu vivo a desenvolver e a melhorar esse software e, portanto, a capacidade de ter um produto muito mais sofisticado e de ter os recursos humanos hábeis o suficiente para fazer crescer esse produto é muito maior porque vou ter uma escalabilidade desse produto com vários clientes, o que é diferente se eu estiver a tentar desenvolver o mesmo tipo de tecnologia internamente, em que os recursos são mais escassos, com mais custos, e daí surgir a ideia do outsourcing, que traz esta vantagem económica, mas traz também outros desafios”.

Dentro dos desafios apresentados, foi destacado o problema da externalização de uma função da própria empresa, o risco de dependência do fornecedor, o risco de contratação e de supervisão. “A empresa perde um pouco a capacidade de garantir a evolução do produto, e depois há a impossibilidade de haver tanta customização, ou seja, se eu estou a desenvolver um produto internamente, eu consigo adequar o produto àquilo que são as necessidades da minha empresa. Se eu estou a recorrer a um serviço de terceiro, como o SaaS, eu adquiro um serviço e pago na função daquilo que precisar, mas, provavelmente, por parte do distribuidor desse software, eu não vou ter a mesma capacidade de customização que teria se fosse eu própria a desenvolver”, referiu.

Neste ponto, Maria Luísa Cyrne alertou para a tendência de se gerarem conflitos entre as partes para perceber quem é que é o titular dessas customizações: “Tanto o titular do software quer ser o detentor dessas customizações, como depois, se a customização for muito adaptada ao seu cliente, o cliente também quer ser o titular porque investiu e, por vezes, até paga por essas customizações”.

“O ponto da responsabilidade é onde existe mais tensão num contrato de outsourcing, porque é onde se define qual é a responsabilidade máxima que um prestador de serviços assume por um produto que entrega. E isto é um tema particularmente preocupante por causa da questão da cibersegurança. Ou seja, se há um qualquer problema de ciberataque, muitas vezes até fora do controlo de qualquer uma das partes, é preciso saber a responsabilidade máxima que cada parte vai assumir pelo prejuízo que é causado entre as partes. E esta questão da limitação de responsabilidade traz muita tensão entre o beneficiário do produto e aquele que distribui o produto”, acrescentou Nicole Fortunato.

Acompanhe toda a conversa aqui:

Clique aqui para ouvir no Spotify.

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O podcast “Inovação e Tecnologia” é uma iniciativa da Morais Leitão, que inclui um conjunto de oito episódios, onde se vão ouvir as opiniões de especialistas da área sobre os avanços da tecnologia, bem como várias explicações sobre o uso de diversas ferramentas disponíveis, tais como a Inteligência Artificial, os criptoativos e o e-commerce.

“Inteligência Artificial: Inovação Vs Regulação” é o tema do próximo episódio, que sairá já na próxima semana, no dia 24 de Janeiro, e conta com a participação de Nicole Fortunato, Gonçalo Rosas e Diogo Frada Almeida.

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Portugal entre os nove países com inflação abaixo da média do euro

Preços na Zona Euro voltaram a acelerar no final do ano passado, mas em linha com o esperado. A taxa anual de inflação subiu para 2,9% em dezembro. Portugal está entre os nove países abaixo da média.

Os preços na Zona Euro voltaram a acelerar no final do ano passado, mas em linha com o que era amplamente esperado pelos analistas. A taxa anual de inflação subiu para 2,9% em dezembro, uma aceleração face aos 2,4% registados no mês anterior. Portugal fechou o ano passado com uma taxa de inflação de 1,9% e foi um dos nove países que ficaram abaixo da média do euro.

Os dados revelados esta quarta-feira pelo Eurostat vêm confirmar a estimativa rápida que tinha divulgado há duas semanas.

Já era esperado que os preços dos bens e serviços que consumimos no dia-a-dia acelerassem devido ao efeito base e ao fim de alguns apoios dos governos para atenuar o impacto da inflação. A inflação na Zona Euro já vinha a cair desde maio, no entanto o último mês do ano do ano passado quebrou esta trajetória.

E isto numa altura em que se mantêm as atenções sobre o que poderá fazer o Banco Central Europeu (BCE) ao longo do ano: sempre vai começar a cortar as taxas de juro? A próxima reunião está marcada para o dia 25. A presidente Christine Lagarde disse esta quarta-feira que é provável que os juros baixem este verão.

A inflação subjacente, aquela que é tida em conta pelo BCE por excluir os preços mais voláteis da energia, alimentação e álcool e tabaco, recuou para 3,4% face aos 3,6% registados em novembro.

De acordo com o Eurostat, o setor dos serviços foi o principal responsável para a inflação em dezembro (1,74 pontos base), seguido da alimentação, álcool e tabaco (1,21 pontos percentuais) e os bens industriais não energéticos (0,66%).

Portugal e mais oito abaixo da média

Com uma taxa de inflação anual de 1,9%, Portugal situou-se abaixo da média do euro, ao lado de Dinamarca (0,4%), Bélgica (0,5%) Itália (0,5%), Letónia (0,9%), Países Baixos (1,0%), Finlândia (1,3%), Lituânia (1,6%) e Chipre (1,9%). Já a Chéquia registou a taxa mais elevada com 7,6%.

O Eurostat frisa que, em relação a novembro, a taxa de inflação anual baixou em 15 Estados membros da União Europeia, estabilizou num país e subiu noutros 11. Na UE, a inflação fixou-se nos 3,4%, mais 0,3 pontos percentuais em comparação com o mês anterior.

(Notícia atualizada às 10h44)

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Conflitos no Mar Vermelho estão a “tornar-se num problema”, admite Stilwell

Execução de projetos e transporte de materiais estão a ser impactados pelo conflito no mar Vermelho. CEO da EDP garante "flexibilidade" mas admite, ainda assim, preocupação.

A crise no mar Vermelho, provocada pelos ataques dos Huthis na região, está a perturbar a execução de projetos da EDP na Ásia e o transporte de materiais oriundos daquele continente. Miguel Stilwell frisa que a energética “tem flexibilidade” mas admite preocupação caso a situação continue a agravar-se.

Em entrevista à CNBC, esta quarta-feira, em Davos, o CEO daquela que foi considerada a utility mais sustentável do mundo pela S&P Global CSA, em 2023, admite que os conflitos no mar Vermelho têm-se “tornado num problema” por significarem “mais tempo e mais custos” quer na execução de projetos naquela região, quer no transporte de materiais necessários para a montagem de infraestrutura noutros mercados onde a EDP está presente. “É uma preocupação“, afirmou Stilwell.

Embora tenha deixado claro que a EDP “tem flexibilidade nos projetos que construímos, pelo que esperamos recorrer a esse amortecedor”, não exclui a hipótese de o conflito se vir a tornar num problema mais gravoso no futuro. “Se piorar, vai-se tornar num problema“, admitiu.

À semelhança da EDP, várias industrias têm admitido impactos nas suas operações como resultado do conflito no mar Vermelho. No setor dos automóvel fabricantes como a Tesla, Volvo ou a japonesa Suzuki, na Europa admitiram suspender a produção de alguns modelos, uma situação que já se está a refletir nas empresas portuguesas fornecedoras de componentes automóveis.

Por seu turno, também as transportadoras admitem um aumento dos custos de transporte. Ao ECO, Mário de Sousa, CEO da Portocargo, estima uma triplicação do preço dos contentores desde o início desta crise, enquanto o percurso pelo Canal da Boa Esperança acresce, em média, entre 12 a 15 dias ao tempo de trânsito.

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Economia chinesa cresceu 5,2% em 2023, mas crise no imobiliário ensombra expectativas

Preços das casas novas na China caíram 0,45% em dezembro, face ao mês anterior -- a maior queda desde fevereiro de 2015, segundo dados do Gabinete Nacional de Estatística.

A economia chinesa acelerou no quarto trimestre de 2023 e fixou a taxa anual de crescimento em 5,2%, ligeiramente acima do objetivo estabelecido pelo Governo chinês, mas inferior às expectativas de muitos analistas e investidores, já que se verificou um aprofundar da crise do imobiliário, são crescentes os riscos de deflação e de arrefecimento da procura o que ensombra as perspetivas para este ano.

A aceleração reflete também o efeito base de comparação face à paralisia da atividade económica no ano anterior, suscitada pela política de ‘zero casos’ de Covid-19. O PIB da China cresceu 3% em 2022, uma das taxas mais baixas dos últimos 40 anos. As expectativas de que a segunda maior economia do mundo protagonizasse uma forte e rápida recuperação no pós-Covid não se verificou tendo em conta o baixo nível de confiança dos consumidores e das empresas, crescente nível de endividamento da regiões e abrandamento do crescimento mundial o que pesou no emprego, atividade económica e investimento. Por isso, o índice de referência da Bolsa de Hong Kong Hang Seng caiu 3,71%, para mínimos de outubro de 2022. A única vez que desceu abaixo da marca dos 15.000 pontos desde 2009 foi no final de outubro de 2022, quando o Presidente chinês, Xi Jinping, obteve um terceiro mandato sem precedentes no cargo e conseguiu capturar a liderança do Partido Comunista da China (PCC) com membros do seu circulo de confiança, durante o 20.º Congresso do partido.

A produção industrial, que mede a atividade nos setores indústria transformadora, minas e serviços públicos, aumentou 4,6%, em 2023, em comparação com o ano anterior, enquanto as vendas a retalho de bens de consumo cresceram 7,2%.

Já o investimento em ativos fixos – despesas com equipamento industrial, construção e outros projetos de infraestruturas para impulsionar o crescimento — subiu 3%, em termos anuais, em 2023, segundo os dados oficiais avançados esta quarta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatística da China.

No entanto, os indicadores apontam para uma recuperação desigual no país. As exportações, historicamente o motor de crescimento chinês caíram o ano passado, pela primeira vez desde 2016, de acordo com os dados das alfândegas publicados sexta-feira. Mas, os dados comerciais de dezembro, divulgados no início deste mês, revelaram um ligeiro crescimento das exportações pelo segundo mês consecutivo, bem como um ligeiro aumento das importações. No entanto, os preços ao consumidor caíram pelo terceiro mês consecutivo, sinalizando a persistência de pressões deflacionistas.

Também os preços das casas novas na China caíram 0,45% em dezembro, face ao mês anterior — a maior queda desde fevereiro de 2015, segundo dados do Gabinete Nacional de Estatística (GNE). Em novembro, este indicador — que tem como referência os preços em 70 cidades e exclui a habitação social — tinha caído 0,37%. O valor dos imóveis em segunda mão também caiu, segundo a Bloomberg: 0,79% em dezembro, em termos mensais, ao mesmo ritmo que no mês anterior. Este valor é um novo sinal da crise que afeta o setor imobiliário chinês, que pesa cerca de 30% do PIB, há mais de dois anos, frisa a Bloomberg.

O valor do investimento em construção imobiliária, que caiu 9,1% em 2023, é outro sinal dessa crise assim como o facto de as vendas totais de edifícios comerciais terem caído 6,5%, enquanto as vendas de imóveis comerciais medidos por área útil caíram 8,5%.

“Os problemas do mercado imobiliário persistem e não há sinais de que a correção no setor esteja perto de atingir o seu ponto mais baixo. Isto está a pesar no investimento privado e a dar boas razões para manter as despesas contidas”, explicou Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics.

Para Cruise, o sucesso económico da China em 2024 estará intimamente ligado à eficácia das autoridades em inverter a situação do mercado imobiliário. “Sem o enorme aumento da despesa dos últimos anos, o investimento imobiliário, os preços da habitação e os preços das novas habitações parecem estar no bom caminho até 2024. Em 2025, esperamos que o mercado regresse como um humilde motor de crescimento, embora muito longe dos seus dias de glória anteriores a 2021”, sublinhou.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, já tinha garantido no Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), na terça-feira, que a China alcançou o seu objetivo económico sem recorrer a “estímulos maciços”. Li Qiang disse que o país tem “fundamentais bons e sólidos no seu desenvolvimento a longo prazo” e que, apesar de alguns contratempos, a tendência positiva da economia mantém-se.

O desempenho da economia chinesa também reflete os esforços de Pequim para desalavancar a economia, tentando reduzir riscos financeiros e construir um modelo assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos. Mas as perturbações causadas pela pandemia e a crise de liquidez no setor imobiliário, que concentra cerca de 70% da riqueza das famílias chinesas, segundo diferentes estimativas, afetaram a confiança dos consumidores e pesaram sobre a economia.

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  • 17 Janeiro 2024

Trabalhar em Seguros não é simples.

Para chegar a uma taxa são necessários vários modelos estatísticos, informação atuarial, anos e anos de dados e sinistralidade, e projeções de custos e inflação. E impostos, claro.

Mesmo internamente, isto não é para todos. Temos KPIs, P/Ls, Dashboards cheios de informação, muitas vezes, inútil. Temos informáticos, business analysts, atuários, advogados, juristas, contabilistas, subscritores, administrativos, gestores e comerciais, entre outros. Cada um com a sua linguagem, dialeto ou sotaque.

Quem trabalha na gestão de uma empresa do mercado segurador, ou nos Recursos Humanos, já passou certamente por aquele momento que todos tememos: contratar um formador ou uma empresa para organizar um Team Building e explicar o que fazemos. À medida que vamos tentando fazê-lo, vemos a cor a desaparecer das suas faces, o olhar a perder brilho e a mente a começar a pensar no que vai ser o almoço. E lá acabamos por receber uma proposta para algo muito perfunctório, provavelmente pensado para um Banco, onde vamos dar as mãos e andar a colar post-its nas testas com “Valores” da empresa. Ou um peddy-paper, quando um Rali das Tascas é sempre melhor porque torna tudo mais cor-de-rosa. Ou tinto.

A somar a tudo isto, trabalhamos num mercado com uma regulação cada vez mais apertada e que obriga a trabalho adicional e a mais umas quantas páginas de documentação nas nossas propostas, cotações e apólices. Agora imaginem meter isto tudo num copo, abanar, e servir a um cliente. Não é fácil e tem sido uma das prioridades da maioria das seguradoras nos últimos anos. A simplificação da linguagem. Descomplicar a mensagem para fora e para dentro. Mas não é fácil.

Todos nós temos tendência para, em situações de stress, reverter ao que somos e conhecemos. E, se levamos anos de segurês, que muitas vezes se sobrepõem ao conhecimento ou experiência, é a isso que revertemos se há uma questão, dúvida ou reclamação de um parceiro, colega ou cliente. O que os afasta.

Num mundo onde todos queremos ser os melhores e os mais especializados, a tendência para o anglicismo, a frase feita e o termo técnico, é grande. Mas, regra geral, esconde a ignorância. Numa empresa anterior onde trabalhei tinha um responsável europeu que lidava mal com argumentações, discussões de ideias ou o questionar de decisões que tomava. A resposta era invariavelmente “Brains make a difference”, frase feita que é suposto dizer tudo, mas não diz nada. E que ainda hoje abomino.

Rui Ferraz, Diretor Comercial na Innovarisk

Mas temos mesmo de simplificar a nossa linguagem. O melhor vendedor é o que explica de uma forma simples, que traz o tema para a esfera do potencial cliente e explica apenas como vai funcionar o seguro em caso de necessidade. Mas ninguém vende um produto que não entende. E ninguém compra algo que não percebe para que serve. E, se não serve, quero antes o baratinho. Porque é indiferente, e sempre pago menos.

E quantos de nós já tivemos de explicar que um prémio é o custo do seguro, é o que tem de pagar, e não uma prenda por ser um bom cliente? Bateu? Parabéns! Vai ter um prémio maior… Depois espantamo-nos que para vender alguns produtos temos de impingir uns vouchers Fnac ou Odisseias. Ao menos isso o cliente sabe para que serve.

É essencial à nossa sobrevivência descomplicar porque é preciso agilizar processos, explicar aos nossos parceiros e colegas o que queremos, e, ao cliente, o que é mais ajustado para a sua necessidade. Mas não só. É preciso tornar o mercado mais transparente e apelativo a novo talento, mostrar por que é um mercado interessante e líder na inovação tecnológica, que até nem paga mal. E que temos orgulho no que fazemos. Só temos de o explicar.

Abrir este nosso “clube privado” ao exterior, por forma a deixarmos de ser vistos como um grupo de senhores cinzentos de meia-idade, pastinha e gravata, com um ligeiro travo a naftalina, de quem ninguém se aproxima. Com a nossa linguagem própria, impenetrável. Se não somos assim, por que insistimos em passar essa imagem?

Como é óbvio, as regras e a seriedade são muito importantes, mas para garantir que fazemos o que é suposto fazermos: estar lá para o nosso cliente quando é preciso.

Trabalhar em Seguros não é simples. Mas, se queremos ser vistos como especialistas, temos de o trocar por miúdos. Ou corremos o risco de os miúdos não quererem nada com o nosso mercado.

Rui Ferraz, Diretor Comercial na Innovarisk

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Governo e Proteção Civil vão receber mais de 3% dos lucros dos jogos da Santa Casa

  • ECO
  • 17 Janeiro 2024

Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna e a Proteção Civil vão receber mais de 3% dos lucros dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia.

O Ministério da Administração Interna e a Proteção Civil vão receber parte dos lucros dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. De acordo com a portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República, a maior fatia será atribuída especificamente à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil: 2,65%.

O valor servirá para “para prossecução de finalidades de proteção civil, emergência e socorro, nomeadamente para apoio a associações de bombeiros voluntários”.

Por seu turno, a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna irá receber 0,29% dos lucros destes jogos sociais “para financiamento de iniciativas no domínio da sinistralidade rodoviária e da prevenção da criminalidade” em espaços turísticos, no interior do país e em zonas de risco.

O valor servirá, simultaneamente, para o financiamento de iniciativas no domínio da prevenção dos riscos sociais, da vitimação e do sentimento de insegurança decorrentes da criminalidade, explica a portaria.

Ademais, a secretaria-geral do ministério de José Luís Carneiro irá receber 0,66% para posterior transferência para as forças de segurança. Este valor irá financiar a “comparticipação nos encargos com o policiamento dos espetáculos desportivos”.

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CML flexibiliza parcerias com privados para renda acessível

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

Mudanças passam por permitir que rendas possam subir um pouco mais, podendo ser mais equivalentes às do Governo e não às municipais, para permitir que se paga a própria operação.

A vereadora da Habitação na Câmara de Lisboa defendeu terça-feira um novo modelo de Parceria Público-Privada para habitação acessível, para construir 550 habitações, com “uma renda 20% inferior ao mercado”.

Em vez de ser um formato de concessão que corre pelo Código dos Contratos Públicos, é uma simples venda do direito de superfície a 90 anos com o ónus da propriedade de ter renda acessível“, afirmou a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD).

A proposta será discutida na reunião de quarta-feira do executivo.

A autarca falava na reunião na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), num período dedicado a perguntas à câmara, em que foi questionada pelo deputado do PSD José Amaral Lopes sobre a resolução do problema da habitação na cidade, com a participação de entidades públicas e privadas.

Em resposta, Filipa Roseta disse que o novo modelo de parcerias entre privados e públicos para habitação acessível em Lisboa vai ser discutido na quarta-feira pelo executivo municipal, esperando que seja aprovado.

A vereadora referiu que o anterior executivo, sob presidência do PS, criou em 2015 um grupo de trabalho para lançar modelos de parcerias para habitação acessível, mas “até 2021 não produziu uma única habitação em Parceria Público-Privada”.

O atual executivo, presidido por Carlos Moedas (PSD), que governa sem maioria absoluta, decidiu “redesenhar o modelo e reinventá-lo, porque objetivamente não funcionou”, reforçou Filipa Roseta, referindo que o novo modelo é “muito mais simples do ponto de vista jurídico”, prevendo que seja “bastante mais atrativo para os privados”.

“Também permitimos que as rendas possam subir um bocadinho mais do que aquelas que estavam, podem ser mais equivalentes às do Governo e não às municipais, para permitir que se paga a própria operação”, indicou a vereadora da Habitação.

A proposta de Filipa Roseta para este programa de habitação acessível em parceria, a implementar nas freguesias de Benfica e Parque das Nações, aponta para “uma renda 20% inferior ao mercado”, o que não convence os partidos da oposição, designadamente PS e PCP, que sugeriram alterações para garantir que os limites máximos de renda são os determinados pelo Programa de Arrendamento Acessível da Câmara Municipal de Lisboa.

“Quando queremos estas parcerias temos de partir do princípio que o privado não faz isto para perder dinheiro, tem de ter alguma rentabilidade do investimento que faz”, ressalvou a responsável pelo pelouro da Habitação, referindo que a proposta prevê “550 habitações para lançar já”.

Para os vereadores do PS, é fundamental que esta resposta municipal esteja alinhada com os limites de renda previstos no Regulamento Municipal do Direito à Habitação, nomeadamente entre 150 e 400 euros, para a tipologia T0; entre 150 e 500 euros para T1; entre 150 e 600 euros para T2; e entre 200 e 800 euros para T3+, “mantendo-se o princípio, também no modelo de parceria, definidor do valor da renda – não com base no valor de mercado, aplicado um desconto – apenas no rendimento disponível das famílias, e a taxa de esforço a aplicar”.

“O modelo ora proposto, nos termos apresentados, é inaceitável porquanto procede, por exemplo, para um T1 no Parque das Nações, a um aumento da renda máxima de 500 para 900 euros, obrigando que um agregado composto por um elemento aufira mais de 2.500 euros/mês, de modo a situar-se dentro da taxa de esforço definida em 35%”, apontou o PS.

Também o PCP propôs que seja aplicado o Regulamento Municipal do Direito à Habitação, de forma a evitar que um T1 “passe para um custo máximo de 700 euros” ou um T2 passe a ter uma renda até 970 euros ou ainda que a renda de um T3 passe para até 1.375 euros.

Os vereadores comunistas consideram que a proposta da liderança PSD/CDS-PP para a cedência de terrenos municipais, em regime de direito de superfície, promove “um modelo de negócio privado, que não garante casas com renda acessível”, argumentando que a fixação de rendas que têm por referência os preços de mercado, neste caso 20% abaixo dos valores de mercado, “conduz a valores inacessíveis para uma grande parte da população”.

“Financiar com recursos do orçamento da CML o pagamento de rendas especulativas não se afigura como solução aceitável”, reclamou o PCP.

Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) — que são os únicos com pelouros atribuídos –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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Cavaco recorre à ironia para comparar dois anos do seu Governo com oito do PS

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

O antigo primeiro-ministro assinou um texto no Observador, no qual compara os seus dois últimos anos de Governo nos anos de 1990 com os últimos oito do executivo socialista.

O antigo primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva assinou esta quarta-feira um texto no Observador, no qual compara, com ironia, os seus dois últimos anos de Governo nos anos de 1990 com os últimos oito do executivo socialista.

Trata-se do primeiro de dois textos publicados pelo também ex-Presidente da República no Observador. A segunda parte do artigo será divulgada na próxima terça-feira e será dedicada ao pecado da “arrogância política”.

“Com a falta de humildade e a vaidade que me são atribuídas digo que estou absolutamente convencido de que, nessa década, por ação dos meus governos, o desenvolvimento de Portugal, em todas as suas dimensões, deu um salto em frente que muito surpreendeu a União Europeia e que, depois, em nenhuma outra década foi alcançado resultado semelhante“, começa por dizer.

No texto de hoje, Cavaco Silva lembra o programa de erradicação das barracas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, a conclusão do troço do IP4, para completar ligação entre Amarante e Bragança, a construção da Ponte de Freixo (no Porto) e da Ponte Vasco da Gama (Lisboa), o lançamento do concurso internacional para a introdução do comboio na Ponte 25 de Abril e, entre outros, a promoção para a criação da Portugal Telecom.

O que fica escrito é suficiente para demonstrar que é compreensível que afamados analistas e cronistas políticos pensem que era natural que os ministros do governo sentissem alguma fadiga física, tal a dimensão da obra realizada nos últimos dois anos da minha década de primeiro-ministro, quando comparada com a dos oito anos do atual poder socialista”, observa.

Cavaco Silva afirma ainda que os “afamados analistas e cronistas políticos” que dizem que o seu Governo estava “cansado e arrogante” queriam “certamente exprimir a ideia de que tinha sido de tal dimensão a obra realizada nesse período final que era natural” que os membros do seu Governo “sentissem alguma fadiga física”.

A minha satisfação por esta obra é tanto maior, quanto ela foi realizada num tempo em que o Governo enfrentou uma forte oposição política, uma legítima, outra menos legítima“, salienta.

O antigo governante recordou também “a arrogância política e a vaidade” com que, em 26 de abril de 1995, no final da cerimónia de inauguração da fábrica de automóveis da Autoeuropa, conduziu “um veículo nela produzido, dando uma volta à pista de ensaios”.

“Faltavam seis meses para cessar as funções de primeiro-ministro”, indicou, questionando “quando é que chega o outro projeto do tipo Autoeuropa de que o poder socialista tem falado“.

Cavaco Silva foi primeiro-ministro entre 06 de novembro de 1985 e 28 de outubro de 1995.

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