Líder da IL acusa Pedro Nuno Santos de ser “um fazedor de trapalhadas”

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

Rui Rocha considerou que as posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial põem “em causa a narrativa de Pedro Nuno Santos” relativa à empresa.

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou esta quarta-feira o secretário-geral do PS de ser “um fazedor de trapalhadas”, devido às posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial interposta pela ex-presidente da empresa. “Pedro Nuno Santos gostava de se apresentar como um fazedor”, mas, face a esta posição da TAP, o agora líder socialista e ex-ministro “será, quando muito, um fazedor de trapalhadas, porque não encontramos, nesta matéria, obra feita”, afirmou.

Rui Rocha falava aos jornalistas à margem de uma visita ao BioBip – Bioenergy and Business Incubator of Portalegre, no Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), que está vocacionado para a incubação de empresas e projetos de base tecnológica. Acompanhado pelo cabeça de lista da IL por Portalegre, João Leal da Costa, o dirigente liberal considerou que as posições assumidas pela TAP na contestação à ação judicial põem “em causa a narrativa de Pedro Nuno Santos” relativa à empresa.

“É a própria TAP que, nesse processo judicial, vem dizer que a CEO [ex-presidente executiva], que Pedro Nuno Santos defendeu, que disse fez um excelente trabalho, que disse mesmo que não a teria despedido, incorreu numa série de medidas e procedimentos criticáveis”, referiu.

O presidente da Iniciativa Liberal aludiu ainda ao argumento da TAP de que a empresa “deu lucro não porque Pedro Nuno Santos ou a CEO [ex-presidente executiva] tenham tido um desempenho extraordinário, mas porque isso fez parte do processo de recuperação das empresas”.

“Esta posição da TAP diz inclusivamente que a CEO [ex-presidente executiva] nem sequer tinha contrato”, salientou, vincando que foi criada na transportadora aérea “uma grande confusão até do ponto de vista contratual”. Sublinhando que Pedro Nuno Santos “não contribuiu em nada enquanto foi ministro para o desenvolvimento do país”, Rui Rocha insistiu na privatização da TAP, porque, caso contrário, haverá “incompetência, interferência e agenda política e não a defesa dos interesses dos portugueses”.

Outra das áreas que o presidente da IL disse haver “insuficiência e incompetência” por parte da governação socialista é na gestão da água. “A IL, no seu programa eleitoral, apresentará uma visão para a gestão dos recursos hídricos, com a valorização das barragens e das formas de retenção de água”, revelou, dando como exemplo o projeto da barragem do Pisão, no distrito de Portalegre.

Considerando “fundamental que avance” a construção desta barragem, o dirigente liberal defendeu que a futura albufeira “tenham uma capacidade até diferente daquela que está planeada” para levar água “um período mais alargado”. “É fundamental que exista investimento em barragens, na recuperação das redes de regadio e na construção de uma rede de transvases que possa levar a água dos sítios onde ela é abundante para os sítios onde ela é escassa”, acrescentou.

Questionado pelos jornalistas sobre a alegada agressão a um jornalista do Expresso num evento na Universidade Católica com o líder do Chega, André Ventura, o presidente da IL disse desconhecer o que se passou, mas frisou que “a violência é sempre condenável”.

A ex-presidente executiva da TAP Christine Ourmières-Widener foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

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Lisboa quer converter edifício panorâmico de Monsanto

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

Para reconversão do edifício para uso municipal, está a ser estudada a possibilidade de centralizar os vários serviços dispersos da Direção Municipal de Espaços Verdes, Clima e Energia.

A Câmara de Lisboa está a estudar a reconversão do edifício panorâmico de Monsanto num novo equipamento municipal, com instalações para uma concessão ligada ao ambiente e ecologia, uma vez que o custo de reabilitação é “muito elevado”.

O estudo de viabilidade económica dessa intervenção de reabilitação individualizou os custos de reforço e consolidação estrutural, orçados em cerca de 10 milhões de euros, e os custos de uma operação de reabilitação total, acrescendo-se para tal os custos de intervenção ao nível da arquitetura, orçada em 13 milhões de euros”, indicou o vereador da Estrutura Verde na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD).

A autarca falava na reunião na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), num período dedicado a perguntas à câmara, em que foi questionado pela deputada do PEV Cláudia Madeira sobre o estudo para a reabilitação do edifício panorâmico de Monsanto.

Localizado no parque florestal de Monsanto, o edifício panorâmico tem uma vista de 360º sobre a cidade, num edifício de sete mil metros quadrados, inaugurado em 1968, da autoria do arquiteto Chaves da Costa, com painéis cerâmicos de Manuela Madureira. O edifício já teve vários usos, inclusive foi um restaurante, foi deixado ao abandono durante alguns anos e em 2017 abriu ao público como miradouro, estando desde julho de 2023 encerrado por questões de segurança.

Têm vindo a ser desenvolvidos vários estudos na perspetiva da sua reconversão e reabilitação para ser utilizado como um novo equipamento municipal, com instalações para que possa vir também a ser lançada uma concessão ligado ao ambiente, ecologia e sustentabilidade, visto o custo estimado para a sua reabilitação ser muito elevado”, declarou Ângelo Pereira.

Entre os estudos realizados está o da segurança da construção para aferir a viabilidade estrutural do edifício existente, em que “essa viabilidade foi confirmada, havendo a necessidade do reforço estrutural em alguns pontos e renovação total em outros elementos, nomeadamente a pala de cobertura sobre o antigo restaurante”, apontou o vereador.

Sobre a ocupação para reconversão do edifício para uso municipal, está a ser estudada a possibilidade de centralizar os vários serviços dispersos da Direção Municipal de Espaços Verdes, Clima e Energia, em que se inclui a possível construção de um auditório municipal, com a capacidade para 380 pessoas, e uma sala polivalente, com cerca de 360 metros quadrados, para albergar iniciativas diversas, adiantou o autarca.

O responsável pelo pelouro da Estrutura Verde adiantou que se prevê a autosuficiência energética do edifício e a reutilização da água da chuva para usos compatíveis, nomeadamente rega e sanitários. “Esse estudo também inclui a manutenção da abertura ao público do miradouro do topo do edifício, através do controlo de acessos e horários”, revelou o Ângelo Pereira.

Em avaliação está também o desenvolvimento de “uma concessão ligada ao ambiente e ecologia, num contexto total ou parcial do edifício, tomando a sua inegável valência ambiental, quer pela localização no Parque Florestal de Monsanto, quer pela vista privilegiada que este equipamento tem pela cidade”, acrescentou.

Seja qual for a decisão sobre o futuro uso do edifício panorâmico de Monsanto, a reabilitação do imóvel irá implicar uma intervenção nas infraestruturas viárias de acessos, uma vez que as existentes não comportam o expectável aumento de tráfego automóvel, adiantou o vereador.

Questionado pelo deputado do PS Ricardo Marques sobre a necessidade de um plano de recuperação dos caminhos e mobiliário urbano no parque florestal de Monsanto, Ângelo Pereira disse que está a ser preparado um conjunto de projetos, que serão anunciados em breve, uma vez que este ano “Monsanto vai fazer 90 anos”.

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Mesmo com inflação díspar entre países da Zona Euro, BCE mantém olho no corte de juros em 2024

Já há oito Estados-membros com uma inflação abaixo de 2% em dezembro. Membros do BCE discordam de calendário para corte nos juros. Lagarde admite baixa só no verão.

A inflação na Zona Euro estava numa trajetória de abrandamento nos últimos meses, mas, em dezembro, acabou por voltar a acelerar. Entre os países que usam o euro, o cenário é bastante díspar, com os preços em alguns países ainda a desacelerar e já abaixo dos 2%, enquanto noutros o ritmo da subida de preços voltou a aumentar. Este comportamento desigual pode complicar as decisões do Banco Central Europeu (BCE) relativamente à altura em que vão começar a cortar os juros. Christine Lagarde atira essa possibilidade para neste verão, mais tarde do que os mercados esperavam.

Segundo os mais recentes dados do Eurostat, a inflação na Zona Euro acelerou em dezembro para 2,9%, face aos 2,4% registados em novembro. Apesar de ser uma subida, quebrando a série de sete meses de abrandamento, é inferior ao esperado pelos analistas, de 3%.

É de notar ainda que a inflação subjacente – que não inclui os preços mais voláteis, da energia, dos alimentos, do álcool e do tabaco – arrefeceu no mês passado, sendo este também um indicador seguido pelo BCE.

Mas a evolução foi bastante diferente entre os vários países que usam o euro. Na Alemanha, a inflação situou-se em 3,8% em dezembro, uma aceleração forte face aos 2,3% verificados em novembro, de acordo com uma estimativa divulgada na quinta-feira. Em França, o IPC saltou para 4,1% em dezembro, uma subida ligeira dos 3,9% do mês anterior. Em ambos os casos, os preços da energia ajudaram a aumentar a taxa global de inflação.

Em Portugal, a inflação tem estado a cair e já ficou mesmo abaixo dos 2% nos últimos dois meses. Em novembro fixou-se em 1,8% e em dezembro, segundo a estimativa preliminar, em 1,4%. Na Bélgica já se tinha verificado deflação, isto é, os preços a cair face ao período homólogo, nos meses de outubro e novembro. No entanto, em dezembro taxa de variação do IHPC foi de 0,5%.

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Já existem oito países que registaram uma variação do índice harmonizado de preços ao consumidor (IHPC), o indicador utilizado para permitir a comparação europeia, abaixo dos 2%, a meta do BCE. No entanto, há outros ainda muito acima, como a Eslováquia (6,6%) e a Áustria (5,7%).

Dando precisamente o exemplo de Portugal e da Alemanha para ilustrar as disparidades existentes na zona euro, Lagarde explicou a sua prudência, em entrevista à Bloomberg, com “o risco” de avançar “demasiado depressa” e depois ter “de voltar atrás a um maior aperto, porque isso seria desperdiça todos os esforços que todos têm feito nos últimos 15 meses”, disse a presidente do BCE.

Esta disparidade na evolução dos preços “tem a ver com a evolução da estrutura e dos mercados nacionais”, explicou ao ECO o economista João César das Neves. “O que interessa é o padrão de fundo, se virmos os valores a curto prazo e por região, as diferenças são visíveis, mas irrelevantes“, defende.

Membros do BCE discutem calendário, mas Lagarde admite corte no verão

Do lado do banco central, é ainda incerto como serão vistos estes dados díspares, mas nos últimos dias vários membros do conselho de governadores têm estado envolvidos num “bate boca” público, com os “falcões” e as “pombas” em confronto. Inicialmente, a presidente do BCE não se quis comprometer mas, esta quarta-feira, acabou por admitir a possibilidade de um corte nos juros este verão — data que é, no entanto, mais tarde do que os mercados antecipavam.

Christine Lagarde sinalizou numa entrevista na sexta-feira passada que só desce juros quando for claro que a inflação caiu para 2%, a meta a médio prazo do banco central. “Penso que os juros, se não existirem novos choques ou dados inesperados, não vão continuar a subir. E se vencermos a luta contra a inflação, e se tivermos certeza de que a inflação estará de facto em 2%, nesse momento os juros começarão a cair”, disse Lagarde. No entanto, esta quarta-feira, a líder do banco central disse, numa entrevista em Davos, que era provável um corte nos juros ainda este verão.

Mas há membros que defenderam que o corte poderia já nem acontecer este ano. Para Robert Holzmann, governador do banco central da Áustria, “a ameaça geopolítica aumentou porque o que estamos a ver com os huthis [rebeldes do Iémen], não parece estar a acabar, pode ser o início de algo muito maior, que vai ter impacto no Canal do Suez e fazer aumentar os preços”. Assim, não se deve “contar com uma descida das taxas de juro para 2024”, reitera Holzmann, em entrevista em Davos, à Bloomberg.

Por outro lado, membros como o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apontam que o BCE “não tem de esperar até maio” para tomar decisões. “Os desenvolvimentos mais recentes sobre a inflação e economia claramente trouxeram o momento de alívio [dos juros] para mais perto”, apontou o governador português, numa entrevista à The Economist.

Centeno explicou que o BCE se encontra à espera, “no próximo trimestre”, da confirmação de que a inflação está no caminho da convergência para 2% no médio prazo e, embora diga que seja apropriado manter as taxas neste momento, o banco central irá “decidir quando cortar as taxas mais cedo do que pensava até recentemente”. Já em Davos, o governador do Banco de Portugal defendeu que o “BCE tem de estar preparado para discutir cortes de taxas”, em resposta às declarações dos “falcões”.

Lagarde foi questionada sobre se poderia haver um apoio maioritário para a descida dos juros no verão, dado que já vários responsáveis sinalizaram essa janela temporal. “Diria que também é provável”, disse Lagarde. “Mas tenho de ser reservada, porque também estamos a dizer que estamos dependentes de dados, e que ainda existe um nível de incerteza nalguns indicadores que não estão ancorados no nível onde gostaríamos de os ver”, precisou a presidente do BCE.

Para o economista João César das Neves, o BCE tem consciência das diferenças da evolução dos preços entre os países e “sabe que só o padrão de fundo interessa”.

Algumas estimativas mais otimistas apontavam para cortes nos juros já em março, mas há também quem diga que este alívio apenas deverá ocorrer depois de junho. Um inquérito aos analistas da Reuters aponta que deverão existir cerca de quatro descidas dos juros este ano — ainda que esteja tudo dependente da evolução dos dados.

Christine Lagarde rejeitou a perspetiva de que o BCE irá reduzir as taxas diretoras no curto prazo, o que, em conjunto com a ideia de que “há um nível de incerteza e alguns indicadores que não estão ancorados no nível” em que o BCE gostaria de os ver, contribuiu para retirar uma boa dose de otimismo ao mercado, que está a ser espelhado por uma generalidade correção dos principais índices acionistas europeus e por uma subida das yields dos títulos soberanos da Zona Euro.

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Teixeira Duarte duplica de valor em bolsa à boleia da alta velocidade

As ações da construtora dispararam após o lançamento do primeiro concurso para o TGV. Analistas veem potencial para mais ganhos.

As ações da Teixeira Duarte TDSA 6,21% ganharam nova vida na bolsa de Lisboa nos últimos dias. Apesar desta quarta-feira terem fechado a perder 0,39% para os 0,128 euros, os títulos da construtora escalaram 69% nas últimas cinco sessões, encontrando-se a negociar em máximos de 2020. Os analistas atribuem este disparo ao lançamento do primeiro concurso para a linha de alta velocidade (TGV), para o qual concorre em consórcio com a Mota-Engil, um concurso que pode ser um ponto de viragem para as ações (e para os lucros).

Só este ano, nas 12 sessões de bolsa contabilizadas, a capitalização bolsista da construtora quase que duplicou de valor como resultado de uma subida de 97% do preço das ações. Apenas nas últimas cinco sessões, contaram-se mais de 5,8 milhões de títulos a trocarem de mãos, segundo dados da Refinitiv. Trata-se de um volume de negociação recorde, que compara com uma média de 567 mil ações negociadas por dia nos últimos três meses.

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As ações da Teixeira Duarte estão a valorizar mais de 96% este ano, na sequência do anúncio dos resultados do concurso público sobre a obra da linha de alta velocidade que vai ligar Lisboa/Porto”, realça Henrique Tomé, analista da XTB.

Recorde-se que o Governo lançou na sexta-feira o concurso para o primeiro troço da linha de alta velocidade Lisboa/Porto. Entre os interessados a agarrar esta obra está a Teixeira Duarte por via de um consórcio do qual também faz parte a Mota-Engil e que engloba também a Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril.

Os privados que ganharem o concurso para a PPP terão cinco anos para a construção do troço, sofrendo penalidades financeiras caso incumpram o prazo. Ficam também responsáveis pela manutenção e gestão da linha por um período de 25 anos, recebendo em função da disponibilidade de serviço assegurada às empresas que explorarem a ligação, como a CP ou outras. O primeiro troço está orçado em cerca de 1.900 milhões de euros.

O analista da XTB destaca que as ações, “além de terem disparado, o volume de negociação chegou mesmo a atingir máximos históricos, o que demonstra que este evento é de extrema relevância para a empresa“, justifica Henrique Tomé.

Se esta obra se revelar como um marco importante para os lucros e desenvolvimentos da empresa, poderemos ter as ações da Teixeira Duarte a inverter a sua tendência descendente que já vinha de há vários anos.

Henrique Tomé

Analista da XTB

“Se esta obra se revelar como um marco importante para os lucros [empresa fechou o primeiro semestre de 2023 com prejuízos de três milhões de euros] e desenvolvimentos da empresa, poderemos ter as ações da Teixeira Duarte a inverter a sua tendência descendente que já vinha de há vários anos”, acrescenta.

“Este comportamento pode ser justificado por uma combinação de fatores, como a construção de um novo hospital em Lisboa num montante estimado de 200 milhões de euros, a participação direta e indireta na infraestrutura da ferrovia nacional e a necessidade de construção nova de habitação“, refere ainda João Queiroz.

“Estes fatores devem contribuir para o aumento do preço das ações desta cotada que continua a ser uma empresa de referência no setor da construção & obras públicas em Portugal”, explica o head of trading do Banco Carregosa.

Acreditamos que a cotação da Teixeira Duarte continue a recuperar nos próximos meses, dependendo das apresentações trimestrais de resultados e da capacidade de beneficiar de uma recuperação económica global ou mesmo de conseguir evitar um cenário de estagnação. Esta cotada aparenta deter uma diversificada carteira de projetos que lhe permitirá continuar a melhorar as receitas e a começar a gerar positivos fluxos de caixa”, antecipa o mesmo analista.

Acreditamos que a cotação da Teixeira Duarte continue a recuperar nos próximos meses dependendo das apresentações trimestrais de resultados e da capacidade de beneficiar de uma recuperação económica global ou mesmo de conseguir evitar um cenário de estagnação.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

Segundo João Queiroz, “a empresa também aparenta estar a investir em novas tecnologias e competências, o que lhe permitiria manter-se competitiva no mercado, auxiliando o país na transição energética e na defesa do ambiente”.

A evolução da economia é apontada como um dos principais desafios. “A incerteza económica deverá ser um dos principais riscos tanto para a empresa como para o setor“, conclui Henrique Tomé.

Já João Queiroz aponta, além da economia, outros desafios: “A capacidade em melhorar e robustecer os resultados de forma sustentada e a sua aptidão e experiência para incorporar a tecnologia de forma a trazer inovação e a melhorar a sua eficiência para defrontar a sua concorrência”.

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Sagres e FPF reforçam parceria até 2030

A parceria entre a FPF e a Sagres remonta a 1993, fazendo da marca de cerveja o mais antigo patrocinador das seleções, numa ligação que se prolonga agora por quase quatro décadas (37 anos).

Francisco Neto, (selecionador nacional de futebol feminino), Nuno Pinto de Magalhães (chairman da SCC), Boris Miloushev (diretor geral da SCC), Fernando Gomes (presidente da FPF) e Roberto Martínez (selecionador nacional de futebol masculino)

Depois de em 2022 a Sagres e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) terem renovado o seu patrocínio até 2028, as duas entidades reforçam agora essa ligação, prolongando-a por mais dois anos, até 2030.

Com esta renovação assinada na Cidade do Futebol, e tendo em conta que a parceria entre a FPF e o mais antigo patrocinador das seleções remonta a 1993, o apoio às seleções nacionais A (masculina e feminina) e sub-21 vai prolongar-se por quase quatro décadas (37 anos).

“A renovação desta parceria é motivo de grande satisfação e orgulho para a Federação Portuguesa de Futebol. A Cerveja Sagres tem sido um parceiro fundamental e fiel ao longo dos anos, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento e sucesso da nossa seleção“, refere Fernando Gomes, presidente da FPF, citado em comunicado.

Já Nuno Pinto de Magalhães, presidente do conselho de administração da Sociedade Central de Cervejas, considera que “é com entusiasmo renovado que reforçamos a nossa sólida ligação com a FPF até 2030. Somos o patrocinador mais antigo da Seleção Nacional e, ao longo de mais de três décadas, apoiar e promover as seleções nacionais de futebol e os atletas que representam o nosso país tem sido uma prioridade para nós”.

“Queremos continuar a estar com os adeptos e ao lado das Seleções Nacionais, feminina e masculina, em todos os momentos. Depois de um apoio entusiasmante à qualificação da seleção feminina para o Mundial, continuamos já este ano com o Campeonato Europeu de futebol masculino e com os olhos no futuro no Mundial 2030”, acrescenta.

Em nota de imprensa refere-se ainda que “a promoção da inclusão e da equidade no futebol são um dos aspetos mais relevantes deste reforço e extensão da parceria orgulhosamente portuguesa e que assenta em valores comuns como a portugalidade e o convívio, tão característicos do futebol como da marca Sagres“.

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Maioria dos municípios não tem plano climático. Falta mês e meio para o prazo limite

Os Planos Municipais de Ação Climática têm de ser entregues até fevereiro de 2024, de acordo com a Lei de Bases do Clima.

A pouco mais de um mês da data limite para a apresentação dos Planos Municipais de Ação Climática, apenas 124 dos 308 municípios que existem em Portugal finalizaram este documento, onde devem explicar como pretendem adaptar-se às alterações climáticas e mitigar as emissões de gases com efeito de estufa.

Os Planos Municipais de Ação Climática têm de ser entregues até fevereiro de 2024, de acordo com a Lei de Bases do Clima.

“Este atraso no cumprimento dos requisitos legais é consequência das principais barreiras que os municípios têm identificado, nomeadamente a falta de financiamento e de recursos humanos qualificados”, indica o comunicado enviado às redações pela Get2C, empresa que coordenou o Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica e que faz agora o segundo ponto de situação da ação climática nos municípios nacionais.

Em contraponto, atualmente todas as câmaras municipais do país têm uma Estratégia de Adaptação desenvolvida, deteta a Get2C. Relativamente às Estratégias de Energia Municipais o quadro é bastante diferente: unicamente 59 municípios (19%) tem uma que esteja atualizada e em vigor.

Num mapa interativo online, pode consultar quais os planos e indicadores climáticos que já são disponibilizados por cada um dos 308 municípios e perceber quais estão mais e menos atrasados, por cor, no mapa. A escala vai desde “preenche os cinco requisitos”, a azul, até “não preenche nenhum requisito”, a vermelho. As cores verde escuro, verde claro, amarelo e laranja correspondem, respetivamente, ao preenchimento de quatro, três, dois ou um requisitos.

“Cada vez mais a ação climática tem vindo a afirmar-se como um fator crítico para o sucesso de um município na fixação de população e empresas, assim como no acesso a financiamento nacional e internacional”, alerta o partner da Get2C, Francisco Teixeira, saindo também em defesa dos municípios: “São vários os municípios que têm vindo a reconhecer o seu papel, realizando iniciativas em conjunto com os seus munícipes e promovendo práticas sustentáveis junto do seu tecido empresarial”.

Apenas 11 municípios têm plano para serem neutros em emissões

Em Portugal, apenas 43 dos municípios se dizem comprometidos em atingir um equilíbrio entre as emissões de carbono produzidas e as compensadas, de forma a que o saldo final de carbono seja igual a zero. Destes, só 11 têm um plano para chegar a essa meta.

O ritmo de definição de metas de neutralidade carbónica tem sido baixo. Em cerca de um ano, ou seja desde novembro de 2022 até ao momento, a lista de municípios que se comprometem com o “saldo zero de emissões” somou apenas oito novos municípios, atingindo o total de 43.

No último levantamento, de novembro de 2022, a Get2C concluía que apenas 11% dos municípios em Portugal estavam comprometidos com o objetivo de neutralidade carbónica e que somente três apresentavam um plano para concretizar este objetivo.

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Autoeuropa afasta “restrições significativas” devido a ataques no Mar Vermelho

“A Volkswagen está em estreita coordenação com as companhias marítimas e monitoriza de perto a situação, a fim de avaliar o impacto na produção e no abastecimento do mercado", indica a empresa.

A Autoeuropa não espera sofrer “restrições significativas” na sua fábrica de Palmela devido aos ataques dos rebeldes xiitas iemenitas huthis no Mar Vermelho. Apesar de muitas empresas de transporte marítimo estarem a desviar rotas e, consequentemente, haver vários fabricantes na Europa a suspender a produção, o Grupo Volkswagen está a “monitorizar a situação de perto” para evitar impactos na produção, avançou ao ECO fonte oficial da empresa.

“Da forma como as coisas estão hoje, a marca Volkswagen de automóveis de passageiros não espera quaisquer restrições significativas à produção nas suas fábricas.” É esta a posição oficial que o grupo alemão transmitiu ao ECO quando questionados sobre o impacto da crise no Mar Vermelho que já se está a refletir nas empresas portuguesas fornecedoras de componentes automóveis, como avançou o ECO esta quarta-feira.

Da forma como as coisas estão hoje, a marca Volkswagen de automóveis de passageiros não espera quaisquer restrições significativas à produção nas suas fábricas.

Fonte oficial Grupo Volkswagen

“A Volkswagen está em estreita coordenação com as companhias marítimas e monitoriza de perto a situação, a fim de avaliar o impacto na produção e no abastecimento do mercado e, na medida do possível, evitá-lo”, acrescentou a mesma fonte oficial. Recorde-se que empresas como a Tesla, Volvo e a Suzuki anunciaram a suspensão de parte da sua produção nas fábricas na Europa, em reação às perturbações nas cadeias de fornecimento.

A tranquilidade do Grupo Volkswagen resulta do facto de “quase todas as grandes companhias marítimas” já terem começado “a redirecionar os seus navios em dezembro”. “Isto garantirá que a carga chegue ao seu destino, embora com um ligeiro atraso”, afiança fonte oficial.

Esta quarta-feira mais três transportadoras marítimas japonesas – Nippon Yusen, Mitsui OSK Lines e Kawasaki Kisen – confirmaram a suspensão do trânsito de todas as suas cargas através do Mar Vermelho, devido ao forte aumento das tensões nesta região.

Desde novembro, os rebeldes huthis, apoiados pelo Irão e que controlam grande parte do Iémen, aumentaram os ataques no Mar Vermelho contra navios que suspeitam estarem ligados a Israel. Uma forma de solidariedade para com os palestinianos, apanhados na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.

As tensões no Mar Vermelho, uma estreita passagem marítima pela qual passa cerca de 12% do comércio mundial, aumentaram ainda mais desde o final da semana passada com os ataques do Reino Unido e dos Estados Unidos contra os huthis.

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Da suspeita de crimes ao salário ilegal, os sete argumentos da TAP contra a ex-CEO

A companhia aérea entregou a contestação ao pedido de indemnização milionário de Christine Ourmières-Widener. Conheça as alegações contra a antiga presidente executiva.

A contestação da TAP ao processo movido pela ex-CEO rebate os argumentos de Christine Ourmières-Widener, que pede em tribunal uma indemnização de 5,9 milhões de euros, e traz novos elementos, como a suspeita de três alegados crimes e um salário à margem da lei.

A gestora, que assumiu a liderança da companhia aérea em junho de 2021, argumenta que a sua demissão aconteceu por “motivos meramente políticos” e resulta de uma tentativa para “abafar a total falta de coordenação entre tutelas”. Diz também que a sua carreira ficou “destruída”, tendo sofrido danos profissionais e morais.

A contestação da TAP, que o ECO noticiou em primeira mão, foi entregue esta semana e não poupa argumentos no contra-ataque a Christine Ourimières-Widener. Segundo os advogados da Uría Menéndez Proença de Carvalho, a demissão com justa causa da ex-CEO justifica-se pela violação grosseira dos estatutos da TAP, da legislação aplicável ao setor público e dos deveres de cuidado e diligência a que estava obrigada enquanto administradora. De onde decorre que não tem direito a qualquer compensação indemnizatória.

Veja os principais argumentos da defesa da companhia aérea:

1. Vínculo laboral e salário à margem da lei

A defesa da TAP alega que o vínculo com a ex-CEO era “precário e poderia cessar a qualquer momento”, porque “nunca” foi assinado qualquer contrato de gestão com os Ministério das Infraestruturas e Habitação e das Finanças, em violação do Estatuto do Gestor Público. Diz mesmo que “nunca foi trabalhadora de nenhuma” das empresas da TAP, a TAP S.A. e a TAP SGPS, “não tendo procedido à celebração de um contrato de trabalho”.

O único vínculo de Christine Ourmières-Widener com a companhia era um Contrato de Administração (Directorship Agreement) assinado a 24 de junho de 2021, que “nunca foi ratificado em Assembleia Geral ou por uma Comissão de Vencimentos”.

O salário da ex-CEO também estaria à margem da lei. Tendo a companhia sido classificada como empresa em “situação económica difícil” não poderia ter aumentado o vencimento dos órgãos sociais. Ora Christine Ourmières-Widener “passou a auferir uma remuneração fixa anual de 504 mil euros”, quando o antecessor, Ramiro Sequeira, tinha um salário de 490 mil euros.

2. Suspeita de três crimes

A TAP suspeita que Christine Ourmières-Widener poderá ter cometido crimes de “tráfico de influência, de oferta indevida de vantagem ou mesmo de corrupção”.

Em causa está a tentativa do marido da ex-CEO, Floyd Murray Widener, de vender à TAP uma “solução tecnológica que permitia a validação de dados dos passageiros”, pertencente à empresa israelita Zamna, onde assumiu funções três meses depois da tomada de posse de Christine Ourmières-Widener (junho de 2021).

Segundo a contestação, em dezembro de 2021 “havia já um projeto piloto em curso” daquele programa tecnológico “à revelia do conselho de administração” da TAP. O que consiste num “manifesto conflito de interesses”, que provocou “graves riscos reputacionais” à companhia. A contratação da Zamna foi travada pela ex-administradora Alexandra Reis. Segundo apurou o ECO, a TAP não avançou com uma queixa ao Ministério Público.

Sobre a conduta da ex-CEO, a defesa aponta ainda a tentativa de despedimento de um dos motoristas da administração, depois deste se ter queixado de ser solicitado em situações pessoais de Christine Ourmières-Widener e dos seus familiares, onde “se incluíam, por exemplo, idas ao cinema e jantares em restaurantes”.

3. Violação do regime de exclusividade

Segundo a defesa da companhia aérea, desde dezembro de 2019 que Christine Ourmières-Widener é “fundadora, acionista e administradora da O&W Partners, com sede em Londres”, uma “empresa de consultoria de viagens e aviação (travel & airline consulting)”.

A gestora francesa nunca “informou ou sequer solicitou qualquer autorização” à TAP e aos acionistas para manter o cargo de administradora da O&W Partners enquanto liderou a transportadora portuguesa. A ex-CEO exerceu ainda cargos remunerados como administradora da ZeroAvia e do MetOffice.

Em rigor, a autora deveria ter sido imediatamente destituída, logo em 2021, por violação do dever de exclusividade. O que desde logo afastaria qualquer pretensão indemnizatória.

Contestação da TAP ao processo da ex-CEO

Segundo os advogados, a acumulação de cargos é incompatível à luz do Estatuto do Gestor Público, pelo que a gestora francesa “violou clamorosamente o regime de exclusividade”, sendo um motivo para a demissão por justa causa.

“Em rigor, a autora deveria ter sido imediatamente destituída, logo em 2021, por violação do dever de exclusividade. O que desde logo afastaria qualquer pretensão indemnizatória”, remata a contestação.

4. Um currículo “tumultuoso” e não “imaculado”

O processo da ex-CEO contra a TAP refere um currículo “imaculado”, que foi “determinante para a sua contratação. Já a defesa da TAP questiona os danos reputacionais alegados por Christine Ourmières-Widener, contrapondo “que as duas experiências da Autora como CEO de uma companhia aérea foram tudo menos um sucesso…”, referindo-se à sua passagem pela CityJet e a Flybe, empresas que acabaram vendidas “por perto de nada” ou falidas. A contestação fala mesmo num currículo “tumultuoso”.

Uma avaliação que contrasta com os elogios de Pedro Nuno Santos, que enquanto ministro das Infraestruturas foi o responsável pela escolha da gestora francesa para a liderança da TAP, em 2021.

5. Lucros devem-se à recuperação do setor e não à CEO

A defesa da TAP também contesta o papel decisivo na recuperação da companhia aérea e no regresso aos lucros, que Christine Ourmières-Widener advoga no seu pedido de indemnização.

Os advogados argumentam que “o Plano de Reestruturação é, na verdade, o fruto do trabalho do Conselho de Administração e Comissão Executiva em funções durante o triénio 2018-2020 (até 24 de junho de 2021)”, liderados por Miguel Frasquilho e, na parte final, por Ramiro Sequeira, respetivamente.

A melhoria dos resultados positivos da TAP, em comparação com o plano de reestruturação, deveu-se não às suas expertises de gestão, mas sim, globalmente, a uma recuperação antecipada e surpreendente (…) da economia mundial e uma consequente recuperação da atividade das companhias aéreas precoce e acelerada.

Contestação da TAP ao processo da ex-CEO

Por outro lado, “a melhoria dos resultados positivos da TAP, em comparação com o plano de reestruturação, deveu-se não às suas expertises de gestão, mas sim, globalmente, a uma recuperação antecipada e surpreendente (…) da economia mundial e uma consequente recuperação da atividade das companhias aéreas precoce e acelerada”. Conclui, por isso, que “as reais causas do recente sucesso do grupo TAP, não passaram, no essencial, pelo desempenho” da CEO.

6. A indemnização ilegal a Alexandra Reis

A defesa recorre também ao processo de saída da antiga administradora executiva, Alexandra Reis, que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) considerou ilegal e nulo. Foi, de resto, a auditoria da IGF que serviu de base à demissão com justa causa da ex-CEO.

A contestação alega que Christine Ourmières-Widener decidiu destituir Alexandra Reis “por uma animosidade pessoal, agudizada pelo facto de esta última a ter afrontado em duas situações particulares”: a tentativa de demissão do motorista e o negócio com o marido da CEO. A necessidade de criar o cargo de Chief Strategy Officer, para o qual Alexandra Reis não teria o perfil adequado, é apontado como um “falso pretexto”.

Tal como IGF, a defesa da TAP aponta que o acordo de cessação viola o Estatuto do Gestor Público, além de que a saída de Alexandra Reis não foi aprovada em assembleia geral, como determina a lei.

7. Sem direito a indemnização

A defesa da TAP considera, pelos argumentos expostos, “que não assiste qualquer razão à Autora a respeito dos diversos prejuízos patrimoniais e não patrimoniais que esta alega ter sofrido em razão da sua destituição enquanto administradora” da TAP.

Aponta mesmo que, uma vez que o seu salário não poderia ultrapassar os 490 mil euros, “ficou em melhor situação do que aquela que a lei lhe permitia, enquanto administradora das rés [TAP SA e TAP SGPS], sujeita ao exercício das suas funções de administradora em regime de exclusividade”.

O pedido indemnizatório formulado pela Autora no que respeita aos alegados danos não patrimoniais causados revela-se absolutamente desadequado e desproporcional.

Contestação da TAP ao processo da ex-CEO

Conclui também que “ficou demonstrada a justa causa da destituição” da ex-CEO, e, por outro lado, que a conduta por si adotada no contexto da destituição da Eng.ª Alexandra Reis como administradora”, “causaram um impacto negativo na esfera reputacional” da TAP.

De toda a forma, o pedido indemnizatório formulado “no que respeita aos alegados danos não patrimoniais causados revela-se absolutamente desadequado e desproporcional“.

O processo segue nos tribunais.

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Fisco recua. Menus vão continuar a ter IVA diferenciado nas bebidas e comida

Só os refrigerantes e as bebidas alcóolicas terão uma taxa de 23%. O Fisco corrigiu o ofício que impunha a aplicação do imposto máximo sem diferenciação.

O Fisco corrigiu o ofício que impunha a taxa máxima do IVA de 23% para menus de restaurantes com vinho e refrigerantes. Assim, o imposto continuará a ser diferenciado: alimentação, sumos e águas serão taxados a 13% e apenas os refrigerantes e as bebidas alcoólicas estarão sujeitos à taxa máxima do imposto, de 23%, segundo uma nota da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), divulgada esta quarta-feira.

“Na sequência do diálogo entre a AHRESP e a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, o ofício circulado de 10 de janeiro da Autoridade Tributária (AT), que impunha a aplicação da taxa única de IVA de 23% a menus que contenham refrigerantes ou bebidas alcoólicas, independentemente de os produtos terem taxas diferentes, será corrigido com a publicação de um novo ofício. Ou seja, mantém-se a possibilidade da repartição das taxas de IVA na venda de menus com preço global único“, de acordo com o mesmo comunicado.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, esclareceu que “a interpretação da AT não corresponde ao princípio que originou a alteração das bebidas sujeitas à taxa máxima de IVA e por esse motivo será publicado novo ofício pela AT”, de acordo com o mesmo comunicado.

Assim, às refeições com um preço global único, como menus, buffet ou eventos que incluem serviço de alimentação e bebidas, continuará a ser aplicada a taxa diferenciada de IVA: 13% para alimentação, água, água com gás, sumos e néctares e 23% para refrigerantes e bebidas alcoólicas.

No âmbito da lei do Orçamento do Estado para 2024, estendeu-se a aplicação do IVA à taxa intermédia a mais algumas bebidas como néctares e sumos, “mas ainda não à sua totalidade, uma vez que os refrigerantes e bebidas alcoólicas continuam com a tributação máxima”, lembra a AHRESP.

Na sequência dessa alteração, a AT emitiu uma norma interna que estabelecia que os menus com preço único que incluíssem refrigerantes ou bebidas alcoólicas passariam a ter de ser tributados à taxa máxima, de 23%, deixando de ser possível a aplicação da repartição da taxa intermédia, de 13% para alimentação, água e sumos. “Esta situação será agora devidamente corrigida”, assegura a AHRESP.

(Notícia atualizada às 17h57)

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RGA faz parceria com DigitalOwl para utilizar inteligência artificial em seguros

  • ECO Seguros
  • 17 Janeiro 2024

Da parceria vai resultar um produto digital que processa dados de registos médicos para sintetizá-los "numa oferta de subscrição num formato totalmente digital". 

A Reinsurance Group of America (RGA) anunciou esta terça-feira que vai investir e tornar-se parceira da DigitalOwl, uma empresa de tecnologia de seguros. Segundo o Vice-Presidente Sénior, Diretor de Subscrição para a U.S. Individual Life da RGA, Dave Rengachary, com esta parceria, a resseguradora está a desenvolver um produto digital para automatizar o processamento de dados e sintetiza-los “numa oferta de subscrição num formato totalmente digital”.

Dave Rengachary, Vice-Presidente Sénior e Diretor de Subscrição, U.S. Individual Life da RGA, considera que esta parceria se alinha com a proposta de valor da resseguradora ao apostar no desenvolvimento de produtos com recurso a tecnologias de inteligência artificial.

De acordo com o comunicado da resseguradora, trata-se de uma parceria exclusiva da RGA a nível mundial de resseguros de vida e saúde com uma empresa que utiliza tecnologias de inteligência artificial avançada que interpreta e transforma registos médicos num “Resumo de Subscrição Digital abrangente e interativo”.

Assim, esta parceria enquadra-se na proposta de valor da resseguradora que há “mais de 50 anos tem estado profundamente empenhada na excelência da subscrição como pedra angular da nossa proposta de valor para o cliente.”, acrescenta Dave Rengachary.

“Com aplicações em vários departamentos, incluindo subscrição, automatização, sinistros e análise, a tecnologia da DigitalOwl aborda as ineficiências que têm dificultado o processo de subscrição de seguros de vida por décadas”, disse Yuval Man, cofundador e CEO da DigitalOwl. “Ao trabalhar em estreita colaboração com a RGA, estaremos preparados para fornecer soluções transformadoras a mais clientes e liderar a transformação digital que é necessária no setor.”, refere Yuval Man.

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Cristina Torres eleita presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração local

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2024

Cristina Torres é a primeira mulher à frente do STAL, afeto à CGTP, do qual era até agora vice-presidente, e substitui no cargo José Correia, que não se recandidatou à direção nacional.

Cristina Torres é a nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), segundo uma votação ocorrida esta quarta-feira durante uma reunião da nova direção nacional da estrutura, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

Cristina Torres é a primeira mulher à frente do STAL, afeto à CGTP, do qual era até agora vice-presidente, e substitui no cargo José Correia, que não se recandidatou à direção nacional. Na primeira reunião da nova direção nacional do STAL, que tomou posse, foram também debatidas as linhas de orientação estratégica do STAL para os próximos quatro anos.

De acordo com José Correia, o presidente cessante, o trabalho do sindicato no último mandato registou um balanço interno muito positivo, já que foram os maiores anos em termos de sindicalizações e de filiações de novos trabalhadores, tendo em 2023 sido ultrapassadas as metas estabelecidas e “que eram as mais altas dos últimos anos”.

Já em relação ao avanço dos direitos dos trabalhadores, segundo o dirigente cessante, os resultados ficaram “bastante aquém daquilo que era possível e que as condições do país permitiam”.

Neste momento, o país dispõe de condições, de meios, oxalá haja vontade política para recuperação de um conjunto de direitos que foram tirados e ainda hoje não existem, sendo central a questão do aumento dos salários, que não tem acompanhado a inflação verificada. Portanto, cada ano que passa levam-nos mais uma fatia do poder compra”, disse, destacando que “basta ver que a maioria dos trabalhadores terá uma atualização de 3% este ano quando a inflação está bastante acima disso”.

O STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins – tem atualmente cerca de 56 mil associados e está presente em todos os distritos e regiões autónomas, através de 22 direções regionais.

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Lovys está na corrida à compra da insurtech Luko

A seguradora online, de João Cardoso, que partiu de Leiria à conquista de França, está na corrida à compra da insurtech francesa Luko. Tem quatro concorrentes: A Allianz e mais três.

Chegou a valer 240 milhões no seu apogeu, mas a Allianz está agora a oferecer 4 euros para ficar com a Luko, uma das mais prometedoras neo seguradoras online, lançada em França em 2018.

João Cardoso, fundador da Lovys. Depois de crescimento orgânico em França, Espanha e Portugal, a insurtech nascida em Leiria quer expansão comprando negócios.

A Luko afirma ter 230 mil apólices ativas após ter angariado 70 milhões de euros junto dos fundos EQT Ventures, Accel, Funders Fund, Speedinvest, Orange Ventures, para além de investidores privados. No entanto, o investimento em duas compras seguidas de empresas e a subida das taxas de juro tornaram difícil encontrar liquidez e financiamentos.

Neste momento o futuro da Luko está em discussão no Tribunal de Comércio de Bobigny, Paris. Face à impossibilidade de honrar dívidas, a própria empresa solicitou intervenção judicial para se manter ativa e o tribunal está a ouvir cinco candidatos à aquisição do negócio. A decisão judicial quanto ao comprador é esperada no final de janeiro.

São para já cinco os candidatos à compra, após os britânicos da Admiral, que detém em França a seguradora direta L’Olivier, se ter posicionado para a aquisição por 14 milhões retirando-se no último momento. A Allianz mantém-se na corrida Chegou a oferecer 8 milhões pela Luko mas baixou esse valor em dezembro passado para quatro (4) euros. Tem a seu favor o querer manter 106 pessoas, 90% da força de trabalho da Luko e é tida como favorita a vencer o negócio.

A corretora Magnolia, especialista em proteção de crédito, como imobiliário, também está a concorrer e ofereceu 40 mil euros. A Leocare aposta em multirriscos habitação e ofereceu 10 euros pela Luko. Allianz, Magnolia e Luko são as que apresentam ofertas mais latas. Já a Laka, um novo fenómeno britânico especializado em seguros para bicicletas, está indicado como potencial comprador com objetivos mais restritos.

A surpresa veio da Lovys, mediadora 100% digital, lançada em 2017 em Leiria pelo empresário português João Cardoso, que em França se desenvolveu oferecendo hoje produtos habitação, animais e smartphone. Entrou depois em Espanha onde vende seguros habitação e depois em Portugal com seguros para Smartphones. Em diferentes rondas agregou investimentos da Portugal Ventures e Maif Avenir e, depois, a NewAlpha a Raise Ventures, Adevinta Ventures e a MS&AD Ventures entre outros.

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