Fórum para a Competitividade vê economia a crescer entre 1,6% e 1,7% este ano
Fórum para a Competitividade prevê crescimento da economia abaixo da meta do Governo de 1,8% este ano. Destaca dinamismo no início do quarto trimestre, mas aponta para incertezas elevadas.
O Fórum para a Competitividade está mais pessimista sobre o desempenho da economia portuguesa este ano, estimando um crescimento entre 1,6% e 1,7%, quando anteriormente apontava para um intervalo entre 1,8% e 1,9%. De acordo com a nota de conjuntura, publicada esta terça-feira, para que o Produto Interno Bruto (PIB) atingia a meta prevista pelo Governo será preciso um crescimento em cadeia de 1,1% no quarto trimestre.
“O Fórum para a Competitividade estima que o PIB de 2024 suba entre 1,6% e 1,7%, devendo crescer acima de 2% em 2025, se o cenário central de recuperação internacional se confirmar, se a elevada incerteza geopolítica e dos mercados financeiros não o impedir e se não se registar uma escalada protecionista a nível internacional“, pode ler-se na análise.
Na nota de conjuntura, o diretor do gabinete de estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira, recorda que no terceiro trimestre de 2024, o PIB estabilizou em cadeia nos 0,2%, tendo acelerado em termos homólogos, de 1,6% para 1,9%. Assim, considera que “será extremamente difícil que o crescimento de 2024 seja de 1,8%, como previsto pelo Governo, porque isso implicaria um crescimento em cadeia de 1,1% no quarto trimestre”.
O economista assinala que no primeiro trimestre de 2023, o crescimento em cadeia foi de 1,4%, pelo que que “não é impossível um desempenho muito forte no resto do ano”, ainda que considere “não parece haver condições para que um tal valor se concretize”, já que embora realce que o quarto trimestre “terá começado mais dinâmico” existem “muitas incertezas no ar”.
“Nos próximos meses, a economia portuguesa pode beneficiar de algum alívio do IRS e do suplemento sobre as pensões a pagar em outubro, mas, sobretudo pela descida das taxas de juro pelo BCE“, aponta, acrescentando que “as exportações poderão beneficiar da melhoria do enquadramento europeu, sobretudo em 2025, sendo mesmo possível que se repita a encomenda excecional que terá dado um forte contributo ao crescimento no terceiro trimestre“.
No entanto, alerta que “há também sombras significativas sobre o comércio externo, porque se espera um aumento do protecionismo nos EUA, muito diferenciado de acordo com o vencedor das eleições presidenciais, que poderá ditar uma escalada protecionista, com retaliações sucessivas dos seus parceiros”.
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