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As apostas das marcas de distribuição para o Natal

O Continente quer "simplificar" a comunicação com o cliente, com menos mensagens, e o Intermarché procura "novas formas de envolvimento" e um reforço no digital. O Pingo Doce lançou um jogo virtual.

O Natal é uma época especialmente importante em termos de comunicação para grande parte das marcas, incluindo o retalho que aproveita esta altura do ano para tentar reforçar a ligação aos consumidores. A aposta parece continuar a recair sobre o reforço das ligações emocionais ao consumidor, mas também cada vez mais no universo digital.

Segundo dados de investimento auditados partilhados por Sandra Alvarez, diretora da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM), a época de Natal tem ganho relevância em termos de investimento publicitário ao longo dos últimos três anos (2019-2022), tendo o investimento nos meses de novembro e dezembro aumentado cerca de 50% em relação à média mensal dos restantes 10 meses do ano. Este valor representa uma subida significativa face aos anos anteriores, em que a diferença registada era de cerca de 25%.

O Continente – que a par da Nos, L’Oréal, Worten e Meo – foi uma das cinco marcas que mais investiu no Natal em 2022.

O Natal é uma forma de reforçar o posicionamento do Continente enquanto marca e da nossa maneira de encarar o negócio, que vai muito além dos números e que se centra, acima de tudo, nas pessoas e no seu bem-estar”, refere ainda o Continente ao +M.

Este ano – e naquela que é uma tendência que a marca pretende manter ao longo do próximo ano – o Continente diz estar a “simplificar” mais a comunicação com o cliente, com menos mensagens.

A cadeia de supermercados da Sonae lançou três campanhas – todas assinadas pela Fuel – desde logo a “Quem acredita no Pai Natal, acredita em todos” que tem como mote “Há muitos Natais e o Continente quer fazer parte de todos”, mostrando no filme vários tipos de Pais Natal, desde a Mãe Natal; Vizinha Natal, Amigo Natal, até ao Ex-Natal ou o Desconhecido Natal.

Relacionada com a primeira, a campanha “A ajuda mora ao lado”, promovida pela Missão Continente e assinada pela Fuel, visa apoiar cerca de mil instituições locais (na proximidade das mais de 300 lojas Continente em todo o país), decorrendo até ao dia 7 de janeiro em todas as lojas Continente, Continente Modelo, Continente Bom Dia e Continente Online, através da venda de vales de 1 e 5 euros.

Aos clientes é dada, pela primeira vez, a escolha de qual a instituição local que querem apoiar (independentemente do local onde vive e entre três opções por loja), valorizando a proximidade, podendo os mesmos utilizar o saldo do Cartão Continente para comprar vales.

Acreditamos que este modelo de angariação é o mais adequado para a lógica de proximidade e intervenção direta em cada comunidade, visto que os clientes têm oportunidade de contribuir para a instituição da sua área geográfica, que possivelmente até já conhecerão”, refere o Continente, acrescentando que dessa forma a população pode até ter “uma vontade adicional de fazer a sua contribuição, cujos resultados também poderá comprovar numa fase posterior”.

No ar até ao dia 24 de dezembro está também a campanha “Dá vida ao teu Natal”, que promove mais de quatro mil brinquedos em promoção e que traz de volta a mascote Popota. “Queremos continuar a fazer parte da magia que acompanha esta época e reunimos num só lugar todas as novidades, ao melhor preço, para ajudar a realizar os sonhos das famílias que nos visitam”, refere a marca.

Para o Intermarché este período representa uma “oportunidade para reforçar a nossa relação com os clientes, transmitindo mensagens de gratidão, partilha e apoio“, diz Cristina Figueiredo, membro do conselho de administração do Intermarché ao +M, mostrando-se o grupo focado em comunicar “não apenas campanhas de preços acessíveis, mas também os valores e o compromisso do Intermarché em proporcionar experiências memoráveis“.

Acreditando que “a inovação, a criatividade e a autenticidade são fundamentais“, a insígnia do grupo Mosqueteiros diz está a apostar em campanhas que vão além das tradicionais, “procurando novas formas de envolvimento, seja através de experiências interativas online ou de iniciativas que refletem a nossa responsabilidade social”, diz Cristina Figueiredo.

Este ano, e tendo em conta que esta é uma época “em que os desafios económicos são maiores e o poder de compra menor”, refere Cristina Figueiredo, o Intermaché lançou a campanha “Um Natal cheio de preços baixos no Intermarché”.

Contando com a criatividade da Grafe Publicidade e produção da Still, a nova campanha de Natal do Intermarché aproveita a essência dos momentos familiares durante a quadra natalícia para a promoção de fatores como a proximidade, variedade e acessibilidade da marca junto dos clientes. Associadas a esta campanha estão também outras iniciativas, como o primeiro calendário do advento digital do Intermarché, no Instagram, que atribui prémios.

Em simultâneo, o Grupo Mosqueteiros juntou pela primeira vez as marcas Intermarché, Bricomarché e Roady numa única campanha, onde as insígnias se unem num compromisso de baixar o preço a mais de cinco mil artigos, demonstrando “a solidariedade e força coletiva do Grupo”.

A criatividade é da WYcreative, que explicou em nota de imprensa que o filme “interrompe literalmente os habituais anúncios natalícios para revelar este compromisso”, naquela que é um “conceito que extravasa uma normal campanha de publicidade”, segundo Tiago Varino, diretor criativo da agência.

Em relação aos anos anteriores, Cristina Figueiredo refere que é observável uma “mudança significativa na preferência por experiências mais personalizadas e interativas“, num reconhecimento da crescente presença online dos consumidores, pelo que foi feito um reforço na comunicação digital, com ênfase nas redes sociais e no marketing digital.

Já por parte do Pingo Doce, Maria João Coelho, diretora de marketing, diz que a marca quis celebrar o Natal em conjunto com os clientes através da oferta de prémios, pelo que lançou o Jogo da Glória Pingo Doce – numa versão virtual disponível na app – através do qual se encontra a sortear 40 mil euros por semana e mais dois mil prémios até 31 de dezembro.

Para a campanha de Natal, a marca optou por trazer de volta o jingle “Quem Trouxe”, através de uma colaboração com Fernando Daniel, artista responsável por dar voz à campanha. A campanha conta com a criatividade da BBDO Portugal e produção da Krypton Films.

Segundo Maria João Coelho, o Natal é de facto um momento do ano em que existe um grande volume de comunicação por parte das marcas, principalmente com mensagens que apelam mais aos valores emocionais, sendo que “no Pingo Doce temos a vantagem de ter uma relação muito próxima com os portugueses e de estar ao seu lado há décadas”.

Segundo a diretora de marketing, essa vantagem “está relacionada com o facto de sermos um supermercado de bairro e do dia-a-dia de quem nos visita, onde todos se conhecem e em que os clientes, em muitos dos casos, são reconhecidos pelos nossos colegas de loja quando entram“, o que justifica o “impacto” que o referido jingle “teve e tem nas pessoas”.

A Mercadona, por seu lado, não aposta neste tipo de comunicação, como explicou Anabela Pontes, responsável de comunicação em Portugal, ao +M, mas, à semelhança do que fez em anos anteriores, utiliza os seus canais oficiais para divulgar “de forma mais fácil, prática e cómoda”, uma seleção de produtos, receitas, propostas de decoração e ideias de presentes, contando com uma secção dedicada ao Natal no seu site.

Mas enquanto nos Natais anteriores, nas lojas da Mercadona, era possível encontrar uma revista de receitas e outra com produtos da Perfumaria, este ano, com o objetivo de “tornar a informação mais prática e acessível para o cliente”, as revistas foram unificadas numa só, “feita a pensar nas necessidades do cliente, com uma leitura leve, fotos, receitas e muitos conselhos”.

Esta que é a primeira revista de Natal da Mercadona – e que inclui novidades como ideias de molhos e guarnições, preparação de tábuas de enchidos ou patés, provas de queijos, combinações de vinhos e cocktails, ideias para pôr a mesa, refeições prontas, vídeos de receitas e dicas úteis – está disponível gratuitamente em todas as lojas e online.

Quanto a valores de orçamento e investimento dedicados à comunicação desta época, apenas o Intermarché respondeu. Cristina Figueiredo refere que o investimento em comunicação nesta época do ano “reflete a importância deste período, representando uma parcela significativa do nosso orçamento anual, dada a intensidade das atividades promocionais e a diversidade das campanhas em vigor”. Segundo a responsável, o investimento em comunicação para esta altura do ano “tem sido gradualmente maior“.

Já o Lidl, lembra na sua campanha de Natal que são os pequenos gestos que importam e os que fazem da quadra festiva uma época ainda mais mágica. Adaptada do internacional, a campanha que tem como mote “Um Natal mágico”, conta com a criatividade da BBDO Germany.

O spot começa por mostrar uma criança triste pelo facto de uma das suas decorações de Natal preferidas se ter partido. Para o compensar e animar, a mãe compra um peluche numa loja Lidl, mas o peluche perde-se pelo caminho e é um pequeno guaxinim que vive no jardim da família que leva o peluche à criança, tendo para isso de percorrer um longo caminho para acabar a ser afugentado pelo cão da família. Já na ceia de Natal o cão, ao ver a felicidade da criança com o peluche, acaba por ir ter com o guaxinim para uma “refeição natalícia”.

A Aldi, por sua vez, apresentou um jingle natalício, que conta com a participação da Skoola, uma academia de música urbana para jovens entre os 10 e 18 anos que visa a promoção da inclusão social e a igualdade de oportunidades de crianças e jovens da Área Metropolitana da capital.

Com o objetivo de apoiar a missão desta Academia – que perdeu este ano o financiamento que assegurava a atribuição de bolsas que permitem que os jovens prossigam o seu sonho de estudar música – a AIdi desafiou estes jovens a colocarem a sua criatividade, irreverência e identidade artística ao serviço da sua mensagem de Natal, num trabalho com assinatura da Uzina.

“Esta é a primeira música de Natal da Aldi Portugal e não podíamos estar mais satisfeitos com o que representa e acarreta. Decidimos arriscar com propósito, trazendo uma visão mais humana e real do Natal“, refere Ricardo Santos, managing director marketing & communication da Aldi Portugal.

Contactados, a Auchan, a Aldi e o Lidl não responderam às questões enviadas pelo +M.

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“Não está previsto qualquer aumento em sede de IMI”, garante Nuno Félix

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais assegurou que nem o Orçamento do Estado para 2024 nem o Programa de Estabilidade 2023-2027 preveem um agravamento do imposto.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, garantiu esta terça-feira que “não está previsto qualquer aumento em sede de IMI”, na sequência do requerimento potestativo do PSD sobre um eventual agravamento do Imposto Municipal sobre Imóveis como resultado da futura atualização do coeficiente do zonamento ou localização do valor patrimonial tributária (VPT) dos prédios que influencia o valor do imposto a liquidar.

Não está previsto no Orçamento do Estado para 2024 qualquer aumento em sede de IMI ponto final parágrafo. Não está previsto no Programa de Estabilidade (2023-2027), que tem um horizonte mais alargado, qualquer aumento em sede de IMI, ponto final parágrafo”, assegurou o governante.

Ainda assim, o secretário de Estado reconhece que “existe um desalinhamento do VPT face aos valores de mercado”, indicando que, segundos os últimos dados da Autoridade Tributária (AT), “o VPT médio a nível nacional é de 66 mil euros e no município de Lisboa é de 126 mil euros”. “Para quem conhecer a realidade do mercado imobiliário facilmente concordará que, na zona de Lisboa, o preço médio das habitações não estará nesse valor”, salienta.

Por isso, e tal como está previsto no Código do IMI, o Governo decidiu avançar para a revisão do coeficiente do zonamento do VPT. “Esta revisão do zonamento está prevista na lei, o próprio Código do IMI determina que a Comissão Nacional para a Avaliação dos Prédios Urbanos deve proceder a esta revisão trienalmente”, esclarece o governante.

Ainda assim, entre o trabalho técnico e a decisão política existe “um hiato temporal” alargado, salvaguardou Nuno Félix. “Estamos a falar de uma comissão técnica que elabora o seu trabalho, a sua proposta é remetida ao Governo. Em caso de aprovação, o resultado dessa proposta é refletido nas avaliações que tenham lugar no ano seguinte e na liquidação do imposto do ano a seguir”, detalhou o secretário de Estado.

Governo confirma atualização automática em 6,75% para as habitações alvo da avaliação trienal

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, confirmou que o IMI vai subir, no próximo ano, 6,75% na habitação e 9% nos serviços, comércio e indústria para os prédios que sejam alvo da atualização trienal automática do VPT que é feita pelo Fisco, segundo a portaria, publicada em novembro em Diário da República, e que atualiza os coeficientes de desvalorização da moeda de acordo com a inflação, tal como o ECO noticiou.

Nuno Félix esclareceu, no entanto, que apenas “um conjunto de imóveis, que foram avaliados pela última vês há três anos, serão atualizados face à inflação”. Contudo, o governante considera que não se trata efetivamente de uma subida do IMI: “Quando falamos de uma atualização que corresponde à inflação verificada naquele período, não estamos nem a aumentar nem a diminuir, mas a refletir, do ponto de vista da realidade económico-financeira, o nível de tributação”.

Afastando um eventual travão a esta atualização, reivindicado pelas associações de proprietários, o governante sugere outra forma para contornar o aumento do IMI para os prédios alvo da avaliação automática trienal através do pedido de uma reavaliação do imóvel que irá atualizar o coeficiente de vetustez, isto é, a antiguidade do imóvel, diminuindo assim o seu valor : “Os proprietários podem sempre pedir a reavaliação do VPT e, nessa nova avaliação é tida em consideração o coeficiente de vetustez. Ou seja, o contribuinte tem a faculdade de escolher, porque nuns casos pode ser mais favorável”.

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Colmeia premeia projeto de mobilidade elétrica em Matosinhos

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  • 19 Dezembro 2023

A startup EaVy Charging, um piloto de carregamentos elétricos, recebeu o primeiro prémio do programa Colmeia. Já o WindCredible e o Kumulus receberam o segundo e terceiro prémios, respetivamente.

O programa Colmeia , lançado formalmente em junho deste ano na QSP Summit e criado pela Galp, pela Fundação Galp e pela Câmara Municipal de Matosinhos com o objetivo de impulsionar o empreendedorismo e a transição energética neste município, atribuiu, esta terça-feira, vários prémios a startups que se candidataram a este programa de inovação colaborativa.

O primeiro prémio, de 50 mil euros, foi atribuído ao projeto da startup EaVyCharging, idealizado para impulsionar a mobilidade elétrica ‘Made in Matosinhos’ através do carregamento automático, inteligente e adaptado à conveniência dos utilizadores de veículos elétricos. Já o segundo (15 mil euros) e o terceiro (10 mil euros) prémios deste programa foram atribuídos respetivamente aos projetos WindCredible, um protótipo inovador na área da energia renovável especializada na produção de microturbinas eólicas para ambientes urbanos, e Kumulus, uma máquina que extrai humidade do ar para produzir até 30 litros de água potável por dia.

Foram mais de 50 as startups nacionais e internacionais que se candidataram ao programa Colmeia. Depois de analisadas as candidaturas, um júri composto por elementos da Galp, da Fundação Galp, da Câmara Municipal de Matosinhos e dos parceiros Yunus Social Innovation Center e iMatch – Innovation Collective selecionou, em novembro, os cinco projetos finalistas. E os três vencedores, escolhidos pela comunidade através de um processo de votação online que decorreu durante duas semanas, foram anunciados esta terça-feira, dia 12 de dezembro, numa cerimónia final que decorreu na Câmara Municipal de Matosinhos.

O programa Colmeia tem uma dotação total de meio milhão de euros destinados a desenvolver os projetos vencedores durante três anos, com o objetivo de colocar as suas ideias ao serviço da transição energética em Matosinhos.

"Os três projetos vencedores desta edição do programa Colmeia corporizam de forma perfeita as premissas que estiveram na génese desta iniciativa. São ideias inovadoras, com um potencial de impacto muito direto na qualidade de vida da comunidade e que permitem testar soluções que podem acelerar a transição energética em Matosinhos. Vamos agora trabalhar em conjunto para apoiar estes projetos, estimular o seu desenvolvimento e fazer desta Colmeia um exemplo de trabalho colaborativo para a promoção de um mundo mais sustentável.”

Sandra Aparício, Fundação Galp

Marta Pontes, Vereadora da Câmara Municipal de Matosinhos, manifestou “orgulho” pela dimensão do trabalho desenvolvido e pela ligação entre os setores público e privado e comunidade.

"Vocês são já uma parte da comunidade Matosinhos. Ao longo deste processo, interessaram-se pela nossa história, pelas nossas raízes, pela nossa cultura, pela nossa identidade, pelos problemas da nossa comunidade.”

Marta Pontes, Vereadora da Câmara Municipal de Matosinhos

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Inflação na Zona Euro abrandou para 2,4% em novembro, confirma Eurostat. Portugal abaixo da média

Portugal registou uma inflação, medida pela variação do índice harmonizado de preços, de 2,2%, abaixo tanto da média da Zona Euro como da comunitária.

A inflação na Zona Euro recuou para 2,4% em novembro, revelam os dados do Eurostat divulgados esta terça-feira, confirmando a estimativa rápida divulgada no final do mês passado. A taxa de inflação homóloga na área do euro atingiu assim um valor que não era tão baixo desde setembro de 2021.

Já a taxa de inflação na União Europeia abrandou para 3,1% no penúltimo mês do ano, de acordo com o gabinete de estatísticas europeu. Portugal registou uma inflação, medida pela variação do índice harmonizado de preços — que permite a comparação europeia, de 2,2%, abaixo tanto da média da Zona Euro como da comunitária.

As taxas homólogas mais baixas foram registadas na Bélgica (-0,8%), Dinamarca (0,3%) e Itália (0,6%). Por outro lado, a inflação está mais elevada na República Checa (8,0%), Hungria (7,7%), Eslováquia e Roménia (ambas 6,9%). “Comparado com outubro, a inflação anual caiu em vinte e um Estados-Membros, manteve-se estável em três e aumentou em três”, indica o Eurostat.

Este é já o sétimo mês consecutivo de abrandamento da inflação média dos países da área do euro. A inflação está assim a aproximar-se da meta de 2% do Banco Central Europeu, que decidiu este mês pela segunda vez consecutiva não mexer nas taxas de juro diretoras.

Em novembro, “o maior contributo para a taxa de inflação anual da área do euro veio dos serviços (+1,69 pontos percentuais, pp), seguido por alimentos, álcool e tabaco (+1,37 pp), bens industriais não energéticos (+0,75 pp) e energia (-1,41 pp)”.

(Notícia atualizada às 10h20)

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Rentabilidade e incentivos serão chave na massificação do armazenamento energético

  • Capital Verde
  • 19 Dezembro 2023

Na conferência organizada pelo ECO, em parceria com a Huawei, players do mercado apontam a rentabilidade e os incentivos como impulsionadores da aposta em soluções de armazenamento nos próximos anos.

O licenciamento e a burocracia são o “típico calcanhar de Aquiles” que atravessa vários setores, incluindo o do armazenamento energético, que se vê simultaneamente condicionado pelos elevados custos de investimento.

Em Portugal, o mercado das baterias de lítio a nível comercial e industrial ainda está em desenvolvimento. Mas o elevado custo das baterias tem dificultado uma verdadeira massificação desta solução, tal como aconteceu com os painéis solares para autoconsumo ou a venda de carros elétricos, duas indústrias chave para a transição energética.

Perante esta realidade, para o diretor dos serviços energéticos da Construção e Manutenção Eletromecânica (CME) uma coisa é certa: enquanto os preços não baixarem, a aposta nas soluções de armazenamento não vão crescer ao ritmo previsto.

“A rentabilidade económica é o que vai pautar o crescimento das baterias“, alertou Alexandre Cruz durante a sua intervenção na conferência Catch the Sun, promovida pelo ECO em parceria com a Huawei, rejeitando a noção de que compromissos internacionais ligados à descarbonização e neutralidade carbónica, como Acordo de Paris ou o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), sejam veículos que potenciem essa aposta.

Durante a sua intervenção no painel sobre o tema “Armazenamento de energia comercial e industrial”, o responsável apontou que, por esta altura, seria “expectável” que o preço médio dos sistemas de armazenamento já fossem mais baixos. Não sendo ainda o caso, Alexandre Cruz aponta que “a rentabilidade do negócio vai ser o driver absoluto nos próximos anos para a introdução das baterias“, uma vez que estes investidores poderão vender à rede a energia acumulada nos períodos mais caros, rentabilizando, desta forma, o investimento feito.

“A vertente do custo ainda é algo que impede um deployment dos projetos em que se inclua o fotovoltaico e o armazenamento”, admitiu o CEO da Engie Hemera, Duarte Sousa, na sua intervenção, referindo, no entanto, que a gigante francesa tem 200 megawatts (MW) de projetos de baterias já em fase de implementação e outros 700 MW a serem construídos, na Austrália e no Chile. A ambição da Engie Hemera é chegar a 2030 com 1,2 gigawatts (GW) de projetos de armazenamento a nível comercial e industrial instalados, a nível global.

Em alternativa, as empresas podem também recorrer à compra da energia ao invés de investir no sistema. “Existem empresas que permitem fazer o energy as a service salientou o CEO da Engie Hemera.

“Para este tipo de soluções, de grosso modo, temos legislação para a implementar, mas a burocracia — o acompanhamento dos serviços que prestam o licenciamento para estas soluções — tarda a ter a eficiência necessária que o ritmo da transição energética pede”, acrescentou.

Por seu turno, Pedro Carvalho, managing partner da Greenvolt Next Portugal, aponta que os incentivos serão um instrumento que, à semelhança dos projetos de painéis solares, poderão fazer disparar a aposta nas baterias.

“Quando começamos com a massificação do fotovoltaico, em 2008, foi muito graças ao apoio dos subsídios, as feed in tariffs. E isso foi importante para desenvolver a tecnologia ao ponto que hoje já não é necessário [subsídios] porque ela já é rentável por si própria. No armazenamento vai acontecer a mesma coisa“, anteviu durante a sua intervenção.

Mas, a agravar os obstáculos, surge também a falta de recursos humanos, mais concretamente em entidades como a Direção-Geral de Energia e Geologia, a Agência Portuguesa do Ambiente e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que são essenciais para a aprovação de projetos.

Sinto a necessidade de pessoas, acima de tudo“, refere o responsável da Greenvolt Next Portugal. “Os processos informatizados precisam de pessoas e também temos sofrido imenso com isso”, admite.

Veja aqui a conferência Catch the Sun na íntegra:

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Importância do Seguro de Acidentes Pessoais para Executivos

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  • 19 Dezembro 2023

Uma solução por vezes desconhecida, de proteção para o seu futuro e da sua família, em caso de acidente.

Os executivos são profissionais que ocupam cargos de responsabilidade, tanto a nível profissional como pessoal, marcada por desafios constantes que exigem uma gestão habilidosa de tempo e recursos. São frequentemente expostos a situações de stress e pressão, com hábitos e rotinas agitadas, com sucessivas viagens e deslocações que, por vezes, se estendem para além das convencionais horas de expediente e que os coloca em situações de risco, tornando-os particularmente vulneráveis a acidentes.

Um acidente pode ter consequências devastadoras para qualquer pessoa. Pode levar à morte, à invalidez permanente ou a uma incapacidade temporária, que pode durar meses ou até anos. Nestes casos, o executivo pode perder o seu rendimento, ter de assumir despesas médicas elevadas e ainda enfrentar problemas psicológicos, e familiares.

José Soares, Diretor Comercial Centro – Seguramos Brokers

A juntar a este drama, somos surpreendidos com algumas inevitabilidades que, em nenhuma outra circunstância, poderíamos antecipar. Para dar alguns exemplos: necessidade de apoio doméstico, investimento na adaptação para mobilidade, na sua residência ou local de trabalho, até na adaptação do seu veículo pessoal.

Um bom Seguro De Acidentes Pessoais Para Executivos pode ajudar a mitigar vários destes efeitos negativos na sua vida e da sua família. Este tipo de seguro pode garantir uma série de situações, incluindo:

  • Morte ou invalidez permanente: Das coberturas mais importantes, pois garante o pagamento de um capital ao segurado ou aos seus beneficiários, em caso de morte ou de invalidez permanente.
  • Despesas médicas: Esta cobertura cobre os custos de tratamento médico, hospitalar e medicamentoso, em caso de acidente.
  • Incapacidade temporária: Garante o pagamento de uma indemnização ao segurado, em caso de incapacidade temporária para trabalhar.
  • Despesas de funeral: Custos do funeral, em caso de morte do segurado.
  • Repatriamento: Esta cobertura garante o transporte do corpo do segurado para o seu país de origem, em caso de morte no estrangeiro.

Além destas coberturas base, o Seguro De Acidentes Pessoais Para Executivos pode incluir também coberturas adicionais, como:

  • Adaptação de veículo ou residência: Esta cobertura garante o pagamento das despesas necessárias para adaptar um veículo ou uma residência, em caso de invalidez permanente;
  • Garantia de escolaridade: Pagamento das despesas de escolaridade de um filho dependente, em caso de morte do segurado;
  • Assistência Médica em Viagem no estrangeiro. Pode ter um capital seguro até 25.000€ em várias soluções, para cobertura de despesas médicas no estrangeiro por doença, o que é fundamental para quem viaja;
  • Mantém o salário durante a baixa, a 100%, complementando o valor atribuído pela Segurança Social ou de regimes similares;
  • Inclui um capital de 50.000€ de Responsabilidade Civil Vida Privada;
  • Apoio psicológico família em caso de morte da pessoa segura;
  • Extensão das coberturas à prática de desportos.

A importância de uma cobertura adequada

A escolha de um seguro de acidentes pessoais adequado é essencial para garantir a proteção adequada do executivo e da sua família. É importante considerar os seguintes fatores na hora de escolher um seguro:

  • O montante de capital garantido: O capital garantido deve ser suficiente para cobrir as necessidades financeiras do executivo e da sua família, em caso de acidente.
  • As coberturas adicionais: As coberturas adicionais podem ser importantes para garantir a proteção do executivo em situações específicas.

Recomendações para a escolha de um seguro de acidentes pessoais:

  • Leia atentamente as condições do seguro antes de o subscrever.
  • Compare as ofertas de diferentes seguradoras para encontrar o melhor seguro para si.

Um corretor de seguros experiente representa, acima de tudo, os interesses do cliente. Optar por consultar um corretor é a decisão mais acertada ao escolher uma solução deste tipo. A equipa de especialistas da SEGURAMOS está pronta para auxiliá-lo na busca pelo seguro de acidentes pessoais que melhor se adequa ao seu perfil e situação financeira, garantindo a proteção da sua família e do seu futuro em caso de acidente.

José Soares, Diretor Comercial Centro – Seguramos Brokers

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Passos pede novo Governo com “força e autoridade moral”, após demissão de Costa “por indecente e má figura”

Antigo primeiro-ministro critica “degradação extraordinária” das políticas públicas no país, esperando que o PSD lidere novo Executivo com “força e autoridade moral para conduzir política diferentes".

O antigo primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, à chegada ao Campus da Justiça onde vai ser ouvido como testemunha no caso EDPMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Pedro Passos Coelho não pretende nesta fase voltar a envolver-se na vida política – “cada um tem o seu tempo e este tempo não me pertence”, disse o antigo primeiro-ministro –, mas expressou esta terça-feira o “desejo muito sincero” de que o PSD “possa estar preparado para os tempos que aí vêm”.

“O país vai precisar seguramente de um Governo que não só tenha um rumo bem definido, mas que possa inspirar confiança às pessoas para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas que são importantes para o crescimento da nossa economia, para a geração de valor”, apontou.

Em declarações aos jornalistas antes de ser ouvido como testemunha no caso EDP, o antigo primeiro-ministro deu o exemplo da saúde, educação, habitação e segurança para diagnosticar que “muitas das políticas públicas se degradaram nos últimos anos”. Após as eleições de 10 de março, acrescentou, o país “[precisa] de um governo esclarecido, que tenha um rumo bem definido e que tenha força e autoridade moral para conduzir uma política diferente”.

Espero que o país saiba identificar no atual governo responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o atual primeiro-ministro tenha sentido necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura.

Pedro Passos Coelho

Antigo primeiro-ministro

Questionado sobre um eventual acordo do PSD com o Chega, Passos Coelho respondeu que isso “vai depender das estratégias dos partidos e das condições que os portugueses ofereçam aos partidos que terão a responsabilidade de Governo”. “Espero que ambos tenham uma aguda consciência da importância dos tempos que aí vêm. E que seja possível fazer um Governo que tenha autoridade moral e força – que só pode ser dada pelos eleitores – para que se faça o que é necessário”, completou.

“Espero evidentemente que o PSD possa ser o partido liderante nesta fase nova que se vai abrir. Não só porque é o meu partido, mas porque espero que o país saiba identificar no atual governo responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o atual primeiro-ministro tenha sentido necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, concluiu.

Passos alega desconhecimento sobre o caso EDP

Esta terça-feira, no âmbito do caso EDP, vão ser ouvidos os testemunhos dos antigos primeiros-ministros Durão Barroso, José Sócrates e Pedro Passos Coelho, assim como do antigo ministro Luís Marques Mendes. O antigo primeiro-ministro disse aos jornalistas “não [fazer] ideia” do motivo pelo qual foi chamado para se pronunciar sobre “um caso que não [conhece]”.

À pergunta dos jornalistas sobre se o seu testemunho terá relevância, Passos Coelho disse não saber avaliar por desconhecer o motivo pelo qual foi chamado. “Não tenho conhecimento de nada em que o meu testemunho possa ser interessante”, insistiu.

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, responde em julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal – em coautoria material com o marido -, enquanto o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação arrancou em 2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Em causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público (MP), teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.

(Notícia atualizada com informações sobre o caso EDP)

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Das “deficiências na governação interna” à gestão dos riscos climáticos. BCE reorienta prioridades na supervisão bancária

Bancos vão ter de "acelerar a correção eficaz das deficiências na governação interna e na gestão dos riscos climáticos e ambientais", bem como resolver deficiências nos quadros de ativos e passivos.

O Banco Central Europeu (BCE) vai manter os requisitos de capital estáveis ​​em 2024, mas avança com uma reorientação das prioridades de supervisão bancária para os anos de 2024 a 2026, segundo anunciou esta terça-feira. Bancos vão ter de “acelerar a correção eficaz das deficiências na governação interna e na gestão dos riscos climáticos e ambientais”, bem como resolver deficiências nos quadros de ativos e passivos.

O Processo de Revisão e Avaliação de Supervisão (SREP) para 2023 concluiu que os bancos têm “posições sólidas de capital e liquidez e uma maior rentabilidade”, sendo que o setor bancário da área do euro “continuou a ser forte e resiliente em 2023”, lê-se em comunicado.

Ainda assim, as prioridades de supervisão foram ajustadas para se “concentrarem na construção de resiliência às perspetivas de risco a curto prazo, no reforço da governação e na gestão dos riscos climáticos e ambientais, e na realização de mais progressos na transformação digital e na resiliência operacional”.

Desta forma, os bancos vão ter de resolver “as deficiências nos quadros de ativos e passivos e na gestão do risco de crédito e de crédito das contrapartes”, para “reforçar a resiliência aos choques macrofinanceiros e geopolíticos”.

Os bancos “devem também acelerar a correção eficaz das deficiências na governação interna e na gestão dos riscos climáticos e ambientais” e ainda “realizar mais progressos na sua transformação digital e na construção de quadros robustos de resiliência operacional”.

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Como impedir que empresas estrangeiras “roubem” trabalhadores? Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Estamos a viver mais, mas também a trabalhar durante mais tempo. Os portugueses trabalham em média 38,4 anos, valor que dá título ao podcast do ECO sobre o que está a moldar o mercado de trabalho.

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Com a popularização do trabalho remoto e híbrido, tem crescido o número de empresas estrangeiras que vêm recrutar trabalhadores a Portugal. Em resultado, as empresas nacionais queixam-se de dificuldades acrescidas na competição pelo talento. O que podem fazer? Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, Tiago Duarte, diretor do braço português da consultora tecnológica Stratesys, debruça-se sobre este tema, realçando a importância da formação como arma nessa guerra pelo talento.

Ouça o episódio no leitor acima ou aqui.

“Passámos a ter mais empresas com dificuldades no recrutamento lá fora, na Alemanha e na Suíça. E a fazerem propostas a pessoas em Portugal para trabalharem remotamente. Isso dificultou mais a procura e manutenção do talento nas empresas em Portugal a trabalhar para o mercado português“, relata o responsável.

Um em cada cinco profissionais do setor tecnológico já trabalha a partir de Portugal remotamente para uma empresa estrangeira. Estes dados foram divulgados na primavera deste ano num relatório que dava conta que as empresas estrangeiras viram a explosão do regime remoto e híbrido como uma oportunidade.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de dezembro, vamos explorar essa questão do ponto da competição pelo talento.

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Restaurantes e hotéis recebem mais “reservas de última hora” para Natal e Ano Novo

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

Apesar do “período conturbado e de alguma perda de compra do poder de compra”, a AHRESP acredita que a reta final de 2023 pode “revelar-se importante para o reforço das tesourarias” das empresas.

A restauração tem verificado uma tendência de reservas de última hora, mas os convívios de Natal aumentaram, sobretudo nos hotéis, com “grandes disparidades” regionais, avançou a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) à Lusa.

“Este ano temos assistido, e ainda estamos a assistir, a uma tendência de reservas de última hora tanto na restauração como no alojamento”, apontou a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, em resposta à Lusa.

Segundo a associação, no que diz respeito às reservas em restaurantes para a passagem do ano, no início de dezembro, a maioria dos empresários não conseguia ter uma “real perceção sobre se as vendas e o nível de faturação serão superiores a 2022 ou mesmo face ao período pré-pandemia”.

Este ano temos assistido, e ainda estamos a assistir, a uma tendência de reservas de última hora tanto na restauração como no alojamento.

Ana Jacinto

Secretária-geral da AHRESP

Apesar de ressalvar que as perspetivas dos empresários da restauração para o Natal ainda não são conclusivas, Ana Jacinto disse que se verifica um aumento nos convívios entre as famílias e amigos, sobretudo em restaurantes que estão inseridos em unidades hoteleiras.

A AHRESP referiu ainda que existem “grandes disparidades” nas várias regiões do país. No caso das microempresas, “localizadas em regiões de menor procura e mais dependentes do mercado nacional”, as perspetivas são “menos animadoras” face à procura, devido à perda do poder de compra das famílias e tendo em conta que as despesas com restauração são as primeiras a serem cortadas.

os grandes centros urbanos conseguem atrair mais pessoas, perante a oferta cultural disponível e o investimento “das entidades públicas em eventos e programas de fim de ano”, o que não acontece em vários municípios de pequena dimensão.

Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESPLuciano Reis

A associação notou ainda que o setor continua a deparar-se com problemas de recrutamento, embora ressalve que a principal preocupação dos empresários passa por manter os colaboradores por períodos mais longo, de modo a oferecerem “maior estabilidade e qualidade de serviço”.

Apesar do “período conturbado e de alguma perda de compra do poder de compra”, a AHRESP acredita que a reta final de 2023 pode “revelar-se importante para o reforço das tesourarias” das empresas.

“Até ao final do ano, enquanto o setor do alojamento turístico tende a beneficiar de uma procura mais diversificada, particularmente pelo mercado internacional, o setor da restauração estará muito mais dependente do mercado interno. E no que diz respeito à procura internacional, é de destacar o crescimento do mercado norte-americano, além dos já tradicionalmente relevantes, como o britânico, o alemão, o espanhol e o francês, e ainda do brasileiro e do canadiano”, assinalou.

Em 11 de dezembro, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) afirmou à Lusa que a diversificação, quer de mercados quer de oferta, continua a animar o Natal e final do ano na hotelaria.

Questionado pela Lusa sobre as previsões para este fecho de ano, Bernardo Trindade também lembrou que nos últimos anos surgiu “uma dinâmica muito interessante”, e que constitui “uma alteração de paradigma”, que é o facto de muitas pessoas passarem a consoada em unidades hoteleiras.

“A maioria dos portugueses, em concreto, celebra as festividades em casa, em casa de família, mas nós inaugurámos uma nova prática que é a circunstância de que podemos fazê-lo em unidades hoteleiras e isso tem vindo a crescer um pouco por todo o país”, afirmou à Lusa.

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Roger Frigola (Equipa Emirates Team New Zealand): “Nossa razão de ser é vencer a America’s Cup, mas devemos aproveitar as nossas habilidades a nível comercial”

  • Servimedia
  • 19 Dezembro 2023

No fórum Tech Spirit Barcelona, o engenheiro catalão da Defensora da America's Cup introduziu a nova subsidiária Design Works e partilhou a sua visão sobre sua especialidade: Inteligência Artificial.

Emirates Team New Zealand anunciou a criação da Design Works, a subsidiária por meio da qual a Defensora da America’s Cup planeja transferir as aplicações tecnológicas mais avançadas do troféu mais antigo do planeta para projetos comerciais. A partir do Tech Spirit Barcelona, ​​o fórum do ecossistema tecnológico catalão promovido pela agência de competitividade da Generalitat (ACCIÓ), o engenheiro Roger Frigola compartilhou sua visão sobre o passado, presente e futuro da inteligência artificial, aproveitando para apresentar a divisão com a qual os neozelandeses aspiram a garantir sua “continuidade a longo prazo”.

“O projeto do barco de apoio movido a hidrogénio Chase Zero é o melhor exemplo”, disse Frigola. Membro da equipe desde 2014, o catalão testemunhou em primeira mão a evolução da formação neozelandesa até se tornar o referencial tecnológico que motivou a criação da Design Works. “Em termos empresariais, ficou claro que devemos aproveitar essas habilidades e oferecê-las no mercado”, acrescentou.

Por três décadas, o Emirates Team New Zealand esteve na vanguarda do design de desempenho em uma competição marcada pela inovação, como é a America’s Cup. Isso se deve às capacidades técnicas de dezenas de engenheiros como Frigola, com experiência em uma ampla gama de disciplinas e aspetos de design: desde concepção até engenharia detalhada, otimização, mecatrónica e gerenciamento de projetos.

Desde a defesa da America’s Cup nas suas águas em 2021, a equipe de design do Emirates Team New Zealand entregou com sucesso importantes projetos comerciais além da competição. Entre eles, destaca-se um sistema de piloto automático líder mundial e, sobretudo, o Horonuku, o carro terrestre que, exatamente um ano atrás, quebrou o recorde mundial de velocidade terrestre de um veículo impulsionado pelo vento. No entanto, o principal objetivo dos engenheiros da Emirates Team New Zealand continua a ser conquistar o troféu mais antigo do planeta pela terceira vez consecutiva e, ao mesmo tempo, fazer com que a próxima edição, a ser realizada em Barcelona entre agosto e outubro, seja “a melhor da história”.

Para isso, além do já mencionado Chase Zero, que inspirou a aliança tecnológica firmada em agosto passado com a ACCIÓ, desde a designação da capital catalã como sede do evento, o Emirates Team New Zealand desenvolveu os monocascos da classe AC40 (nos quais as seis equipes participantes competiram nas regatas preliminares de Vilanova i la Geltrú e Jeddah) e as boias autónomas recentemente utilizadas em ambas as provas. O seu próximo desafio será o AC75, a bordo do qual começarão a defender seu título a partir de 12 de outubro nas águas do Front Marítim. “Estamos nos esforçando até o último momento e tentando otimizar o design ao máximo para ter tempo suficiente para fabricá-lo e testá-lo na água algumas semanas antes da competição”, explicou.

Modelos de IA

Como especialista em otimização de processos por meio de modelos de inteligência artificial, Frigola protagonizou uma palestra no fórum Tech Spirit Barcelona, ​​na qual começou descrevendo a evolução da IA desde o surgimento dos primeiros computadores. “Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que poderiam estabelecer um conjunto de regras, uma lógica que eventualmente seria inteligente”, disse. No entanto, ao longo dos anos, “foi descoberto que o método que funciona é o aprendizado de máquina, no qual a inteligência surge depois de fornecer muitos dados à máquina e ela os absorve e compreende”.

Esses modelos preditivos são precisamente os que ele usa no dia a dia para “a partir de casos que você viu no passado, decidir em que direção você pode projetar o barco”, esclareceu. “A IA que usamos é muito específica, é o aprendizado de máquina que aprende com muitos dados e tem capacidades sobre-humanas, mas para fazer coisas muito, muito específicas. É verdade que existem muitos outros aspetos no design do barco envolvendo a IA. Mas, atualmente, ainda é necessária a inteligência e habilidade humana”.

No entanto, Frigola prevê uma mudança de paradigma motivada pela velocidade com que novas ferramentas e assistentes estão sendo desenvolvidos: “Esses modelos já leram toda a internet e estamos chegando a um ponto em que estão ficando sem dados”. No entanto, conforme prevê o engenheiro catalão da Emirates Team New Zealand, o próximo desafio é a aprendizagem por meio de vídeo. “Talvez em dez anos possamos dar a um IA os 80 folhetos da regulamentação da America’s Cup e ela nos entregará os planos do barco mais rápido. Mas, no momento, ainda estamos um pouco distantes disso”.

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Contrato de concessão da ANA tem regras que podem empatar novo aeroporto

  • ECO
  • 19 Dezembro 2023

Análise jurídica pedida pela CTI conclui que capítulo sobre novo aeroporto presta-se “a dúvidas e equívocos”, obriga as partes a “constante negociação” e tem disposições com “potencial de impasse”.

O contrato de concessão entre o Estado e a ANA – Aeroporto de Portugal “suscita desafios de interpretação e de aplicação assinaláveis”, notam as advogadas da PLMJ a quem a Comissão Técnica Independente que estudou a localização do novo aeroporto pediu uma apreciação, o que pode dificultar o novo projeto, avança o Público.

“O ponto de partida do contrato é o de que as vias contratuais de expansão [da capacidade aeroportuária de Lisboa] envolvem a, e são desenvolvidas pela, concessionária” – “como pedra-de-toque do regime contratual em causa, encontra-se o exclusivo de apresentação de proposta pela ANA, cujo papel é dificilmente contornável”, referem as advogadas.

Além disso, a regulação sobre o novo aeroporto “revela um incentivo à constante negociação entre as partes, que deverão preferencialmente chegar a um acordo expresso sobre a solução a implementar”. Estas disposições têm assim um “significativo potencial de impasse”, como admitem as advogadas responsáveis pela análise.

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