O dia em direto nos mercados e na economia – 20 de dezembro

  • ECO
  • 20 Dezembro 2023

Ao longo desta quarta-feira, 20 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os madrilenos esperam 45 dias para serem operados, 67 dias a menos do que no resto do país

  • Servimedia
  • 20 Dezembro 2023

Madrid destaca-se novamente como a região espanhola com o menor tempo de espera para cirurgias, com uma média de 45 dias, menos da metade da média nacional que é de 112 dias.

De acordo com os dados do último relatório sobre listas de espera do Ministério da Saúde, a espera média para uma cirurgia em Espanha é de 112 dias. Madrid reduz em 18 dias as suas listas de espera em comparação com o período anterior, com destaque para a Fundação Jiménez Díaz como o hospital de alta complexidade com o menor tempo de espera cirúrgico da região.

A Comunidade de Madrid destaca-se novamente como a região espanhola com o menor tempo de espera para cirurgias, com uma média de 45 dias, menos da metade da média nacional que é de 112 dias, conforme detalhado no último relatório do SISLE-SNS referente ao primeiro semestre de 2023.

Segundo o relatório do SISLE-SNS, atualmente o número de espanhóis que estão na lista de espera cirúrgica atingiu um recorde de 819.964 pacientes, o que mostra que o Sistema Nacional de Saúde ainda está se reorganizando após a crise de saúde do coronavírus que sobrecarregou os procedimentos não urgentes. No entanto, cabe ressaltar que as listas estão diminuindo e o tempo de espera para cirurgias diminuiu 8 dias em relação ao documento anterior do SISLE (de junho a dezembro de 2022), quando a média era de 120 dias.

Além da redução nos dias, também diminuiu a percentagem de pacientes que esperavam há mais de seis meses pela sua cirurgia, passando de 22% para 17,4% atualmente, de forma que os números atuais são semelhantes aos do primeiro semestre de 2022.

TEMPO DE ESPERA PARA CIRURGIAS

Com uma média de 45 dias, a Comunidade de Madrid mais uma vez se destaca como a região onde os cidadãos aguardam menos tempo para cirurgias, reduzindo em 18 dias o tempo anterior (63 dias). A região de Madrid também apresenta melhora nos números anteriores; a LEQ (lista de espera quirúrgica) diminui em 8.000 pessoas (de 72.626 para 64.628); a taxa por 1.000 habitantes diminui de 10,68% para 9,42%; e a taxa de pacientes que esperam mais de 6 meses por sua cirurgia caiu 3,7%.

Entre a ampla oferta de hospitais que compõem a rede pública madrilenha, os tempos de espera variam substancialmente dependendo do centro escolhido. A Comunidade de Madrid publica mensalmente os números sobre listas de espera dos diferentes grupos de hospitais, sendo a Fundação Jiménez Díaz a que apresenta a menor lista de espera no seu grupo de alta complexidade.

Por outro lado, as comunidades autónomas com maior número de pacientes na LEQ são Andaluzia (com 192.561 pacientes e 139 dias de espera); e Catalunha (com 172.027 pacientes e 131 dias de espera). Além disso, outras cinco comunidades ultrapassam o tempo de espera nacional para as cirurgias; são elas Canárias (153 dias); Extremadura (147), Cantábria (142), Aragão (126) e Ilhas Baleares (122). Exceto pela Catalunha e Extremadura, todas essas comunidades aumentaram suas médias em comparação com o relatório do SISLE de dezembro de 2022.

Em relação às autonomias cuja espera para cirurgias é inferior a 112 dias, além de Madrid, estão: Galiza (66), País Basco (68), Navarra (75), Comunidade Valenciana (79), Astúrias (84), Murcia (88), La Rioja (100), Castela e Leão (103), Castilla-La Mancha (108).

CIRURGIAS

Os pacientes que enfrentam maior espera para serem submetidos a uma cirurgia são aqueles que precisam de uma prótese de joelho, com 134 dias. Aqueles que sofrem de joanete esperam em média 121 dias; a cirurgia benigna de próstata tem uma média de 119 dias. No entanto, todos esses procedimentos reduziram o tempo de espera em relação ao relatório anterior do SISLE, quando as médias eram de 141 dias, 133 e 128, respetivamente.

Por outro lado, as cirurgias pelas quais os espanhóis esperam menos são a ponte de safena (a espera é de 40 dias em comparação com os 57 dias de dezembro de 2022); a cirurgia cardíaca vascular (que agora tem uma média de 57 dias, enquanto há seis meses a espera era de 80); e, finalmente, a cirurgia de catarata (com 68 dias em média em comparação com os 73 dias do ano passado). Um total de 129.787 pessoas aguarda essa cirurgia oftalmológica, a que acumula o maior número de pacientes em nível nacional.

Em relação aos atrasos por especialidades cirúrgicas, as maiores esperas são em traumatologia, oftalmologia e cirurgia geral e do aparelho digestivo, totalizando mais de meio milhão de pacientes entre as três. No entanto, é a cirurgia plástica e a neurocirurgia que apresentam os maiores atrasos, com 225 e 192 dias, respetivamente.

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5 coisas que vão marcar o dia

O INE divulga os índices de produção industrial de novembro. O Eurostat publica os dados da produção mensal na construção da Zona Euro. Já o Ecofin vai debater as regras orçamentais na UE.

Esta quarta-feira, o INE vai divulgar os índices de produção industrial referente a novembro de 2023. Já o Eurostat vai publicar os dados da produção mensal na construção da Zona Euro de outubro e os ministros das Finanças da UE vão reunir para debater as regras orçamentais. A marcar o dia está ainda a presença do ministro Manuel Pizarro na Comissão da Saúde e participação de António Costa Silva na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

INE divulga produção industrial

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta quarta-feira os índices de produção industrial referente a novembro de 2023. Em outubro, os preços na produção industrial caíram 5%, comparativamente com o mesmo período do ano anterior. Foi o sétimo mês consecutivo que os preços recuaram. O INE revela ainda os orçamentos familiares em 2022.

Eurostat divulga produção mensal na construção da Zona Euro

O gabinete de estatísticas da União Europeia vai publicar esta quarta-feira pelas 10h os dados da produção mensal na construção da Zona Euro relativos ao mês de outubro. Em setembro, a produção na construção na Zona Euro recuou 0,3% e subiu 0,1% na União Europeia, face ao período homólogo. Face a agosto, a produção na construção derrapou 1,1% na Zona Euro e 0,8% na União Europeia.

Ecofin reúne para debater governação económica na UE

Esta quarta-feira, os ministros da Economia e das Finanças da União Europeia (UE) vão reunir por videoconferência informal para debater a governação económica na UE. O Ecofin é responsável pela política da UE em três domínios principais: política económica, fiscalidade e regulamentação dos serviços financeiros.

Pizarro ouvido na Comissão da Saúde

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, vai ser ouvido na Comissão da Saúde pelas 9h. Segundo o requerimento apresentado pelo Chega, será feito um ponto de situação sobre como se encontram as negociações com os médicos e “quais são as verdadeiras intenções negociais do Governo, face ao OE2024”. O alegado favorecimento das duas bebés gémeas, que sofrem de atrofia muscular espinhal, no acesso ao tratamento com o medicamento Zolgensma também será questionado pelos deputados.

Audição de Costa Silva no Parlamento

Já pelas 10h30 será a vez de o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação. A audição foi pedida pelo Iniciativa Liberal, PCP e PSD. Na primeira parte da audição será debatido o tema da Efacec e, na segunda, a plataforma para pagamentos PRR pelo IAPMEI e os atrasos nos reembolsos dos apoios europeus.

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A sustentabilidade e a eficiência energética estão entre as principais tendências do mercado imobiliário para 2024

  • Servimedia
  • 20 Dezembro 2023

A importância da sustentabilidade e eficiência energética demonstra que a conscientização ambiental e a preocupação com as mudanças climáticas estão a influenciar as decisões de compra e investimento.

Em 2024, espera-se uma preferência significativa por imóveis que adotem práticas sustentáveis, eficiência energética e soluções ecológicas, com certificações ambientais e tecnologias ecológicas integradas.

Esta é uma das tendências identificadas pela Engel & Völkers, que também destaca para o próximo ano a digitalização e a inovação tecnológica na experiência do cliente e a inovação no design e criação de espaços funcionais.

A digitalização e a inovação tecnológica na experiência do cliente são cada vez mais importantes no mercado imobiliário devido ao impacto crescente da tecnologia na vida quotidiana das pessoas, o que se reflete nos negócios imobiliários. Para 2024, espera-se uma maior integração de soluções digitais, como visitas virtuais, inteligência artificial e plataformas online para transações imobiliárias.

Essa evolução tem como objetivo tornar a experiência do cliente mais eficiente e personalizada, proporcionando uma jornada ágil e confortável no mercado imobiliário. Quanto à inovação no design e na criação de espaços funcionais como tendência para o próximo ano, os consumidores estão cada vez mais interessados em ambientes inovadores e versáteis. À medida que a demanda por moradias evolui, há preferência por projetos imobiliários que integrem tecnologias inteligentes, soluções energeticamente eficientes e que tenham como objetivo promover o bem-estar dos moradores.

De acordo com a Engel & Völkers, o mercado imobiliário em Portugal está a adaptar-se a uma era de transformação acelerada por meio da adoção da sustentabilidade, tecnologia e inovação como pilares essenciais para impulsionar o progresso.

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Consultora lisboeta “abrilhanta” gestão com filial e escritório na Alemanha

Detida por André Coutinho e Jorge Carvalho, ex-gestores da Capgemini e Accenture, a Brighten entra na Alemanha, que vale 20% da faturação. Desde a fusão abriu em Angola e fechou no Porto e Luxemburgo.

Três anos depois de a Procensus e a Oak Peak, consultoras de gestão especializadas em tecnologias de informação (TI), avançarem com um processo de fusão, com os respetivos sócios a dividirem em partes iguais o capital e também a gestão da nova empresa, a Brighten Consulting, como foi renomeada após esta operação, prepara-se para fechar o exercício de 2023 com um volume de negócios superior a oito milhões de euros, quase o dobro do registo conjunto quando operavam em separado.

A puxar por este crescimento de 23% face ao ano anterior – e pelas projeções de um novo aumento a rondar os 35% em 2024 – estão as operações nos mercados internacionais, que asseguram atualmente metade da faturação. Sobretudo em Angola, onde no ano passado abriu um escritório (Luanda) para “disponibilizar uma resposta mais eficaz e personalizada aos clientes” locais, e na Alemanha, onde em julho deste ano criou uma filial.

Entretanto, escolheu a cidade de Wolfsburg para instalar um novo escritório físico na Alemanha, “um mercado recente, mas que já representa 20% do volume de faturação da empresa”, salienta ao ECO o managing partner, André Coutinho. A localização foi alvo de uma “ponderação cuidadosa”, para estar “alinhada com os objetivos estratégicos e as necessidades dos colaboradores e clientes na região alemã”.

A Alemanha é um mercado recente para nós, mas que já representa 20% do volume de faturação da empresa.

André Coutinho

Fundador e managing partner da Brigthen Consulting

Este antigo gestor da Deloitte e da Capgemini , dono da Procensus nos cinco anos anteriores à fusão com a Oak Peak, que tinha sido criada em 2016 por Jorge Carvalho, ex-quadro da Accenture, descreve ao ECO que a decisão de estabelecer uma presença local na Alemanha foi motivada por fatores estratégicos e comerciais. A começar pelo facto de já ser um dos principais mercados de exportação de serviços, especialmente na área SAP e das soluções digitais em modelo nearshore.

Com o negócio a ganhar dimensão naquela região, aposta em ter ali uma “presença física mais forte”, com uma equipa de 25 profissionais, que aponta como “crucial para garantir a confiança dos clientes e demonstrar o compromisso com o mercado alemão”. Para já, serviu para diversificar a oferta de serviços, com a formalização de uma parceria com a Sage na Alemanha para implementar os produtos desta software house para o mercado empresarial.

Fecha escritórios no Porto e Luxemburgo

Presente no mercado português há mais de 20 anos e com projetos em vários países europeus e africanos de língua oficial portuguesa, a Brighten Consulting oferece serviços especializados nas áreas de Enterprise Solutions (parceiros da SAP e da SAGE), Strategy & Operations, Digital (desenvolvimentos à medida, soluções de robotização de processos, RPA e business intelligence) e Talent Solutions (outsourcing de consultores especialistas).

Distribuídos pelas várias competências do portefólio, a equipa conta atualmente com mais de 130 pessoas e tem escritórios físicos em Lisboa (sede) e em Évora. Quando a nova marca foi criada, no início de 2021, contava também com escritórios no Porto e no Luxemburgo – este último herdado da Oak Peak, que ali tinha uma estrutura dedicada a projetos com as instituições europeias.

André Coutinho, fundador e managing partner da Brigthen Consulting

Volvidos quase três anos, André Coutinho, fundador e managing partner da Brigthen Consulting, relata ao ECO que a empresa fechou os escritórios no Luxemburgo “devido a um desinvestimento nesse mercado”, e também encerrou o espaço que tinha no Porto “devido à preferência dos colaboradores por um modelo de trabalho remoto nessa região”.

Depois de a aquisição da Oak Peak ter alargado o portefólio de serviços e obrigado a uma “reorganização interna”, no ano passado, o grupo que continua a ter André Coutinho e Jorge Carvalho como acionistas reforçou a atividade de consultoria de gestão e de estratégia com o estabelecimento de uma nova empresa — a Brighten Strategy & Operations — concentrada em disponibilizar estes serviços “de forma mais especializada”.

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IAPMEI já começou a reembolsar faturas das agendas mobilizadoras do PRR

“No que respeita às Agendas Mobilizadoras, foram submetidos em julho 21 pedidos de reembolso intercalar, com um total de 219 copromotores, dos quais já se encontram decididos e pagos 18 pedidos."

IAPMEI já iniciou os pagamentos contra reembolso dos investimentos no âmbito das agendas mobilizadoras. Até ao momento já foram decididos e pagos 18 pedidos, confirmou ao ECO fonte oficial do IAPMEI.

“No que respeita às Agendas Mobilizadoras, foram submetidos em julho 21 pedidos de reembolso intercalar, com um total de 219 copromotores, dos quais já se encontram decididos e pagos 18 pedidos de pagamento”, detalhou fonte oficial.

O IAPMEI tinha estabelecido como meta iniciar os pagamentos contra reembolso dos investimentos nas agendas mobilizadoras em outubro, mas acabou por falhar essa meta. No início de novembro, em comunicado, o Ministério da Economia prometia que o faria “nas próximas semanas”. Na calha estavam 40 milhões de euros em pagamentos. O IAPMEI não especificou qual o montante que já foi pago. No entanto, o ministro da Economia revelou esta quarta-feira no Parlamento que foram pagos 25 milhões de euros.

A instituição liderada por Luís Guerreiro antecipa que o número de pagamentos continuará a ser baixo dado o reduzido número de pedidos. “Em novembro foram submetidos 43 pedidos de reembolso intercalar, com um total de 781 copromotores, os quais já se encontram em análise”, detalhou fonte oficial.

É necessária rapidez na própria análise dos pedidos de pagamento e na libertação das verbas inerentes

Pedro Dominguinhos

Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR

O ministro da Economia vai esta quarta-feira no Parlamento, a requerimento do PSD, do PCP e da Iniciativa Liberal precisamente para falar sobre a plataforma para pagamentos PRR pelo IAPMEI e sobre os atrasos nos reembolsos de apoios europeus. Mas a primeira parte será dedicada à Efacec.

As 1.115 entidades que compõem as 53 agendas mobilizadoras até agora só podiam contar com os adiantamentos de 23% — de sublinhar que continuam por formalizar as agendas da Galp e da Volkswagen. Segundo o Ministério da Economia, até ao início de novembro foram pagos 585 milhões de euros em adiantamentos aos consórcios, mas a expectativa é terminar o ano com 700 milhões pagos.

O facto de as empresas ainda não estarem a executar os seus projetos “a todo o vapor” explica que os pagamentos ascendam apenas a 1.042 milhões de euros. É certo que são os beneficiários finais com o maior volume de pagamentos, mas quando se tem em conta a fatia total que lhes está destinada, percebe-se que receberam menos de um quarto (21,77%).

Não é por isso de estranhar que o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR defenda a necessidade de acelerar a análise das candidaturas, a validação administrativa dos documentos e da operacionalização das plataformas digitais onde os beneficiários finais podem submeter as respetivas despesas.

“Há uma dimensão que se prende com a disponibilização das plataformas informáticas onde os beneficiários finais podem submeter as respetivas despesas. Em alguns casos tem havido alguma morosidade na disponibilização de todas as funcionalidades”, disse ao ECO Pedro Dominguinhos.

“É necessária rapidez na própria análise dos pedidos de pagamento e na libertação das verbas inerentes”, destacou Pedro Dominguinhos. “Uma coisa são os adiantamentos, que não carecem de uma análise. É apenas a validação administrativa do cumprimento dos requisitos formais para que as entidades possam receber esses mesmos adiantamentos. É uma fase mais célere. Há depois uma segunda fase — onde temos, neste momento, já muitos dos investimentos, quer na parte social, da habitação e das empresas — onde isso se coloca com uma maior acuidade”, acrescentou o responsável em declarações a semana passada.

Recorde-se que o IAPMEI tinha inicialmente dito que previa iniciar os pagamentos contra reembolso dos investimentos no âmbito das agendas mobilizadoras até ao final do primeiro semestre, após o ECO ter noticiado que não existia a plataforma onde as empresas poderiam comprovar os pagamentos feitos.

Mas se há empresas cujos pedidos foram submetidos logo em julho, assim que a plataforma ficou disponível, também é verdade que, tal como o ECO apurou, muitos consórcios estão a planear entregar apenas em janeiro os primeiros pedidos de pagamento.

Além disso, “o prazo para a submissão das despesas da segunda fase foi prorrogado em 15 dias a pedido de vários consórcios, de modo a permitir que estes consigam reunir toda a informação necessária”, explicou o comunicado do Mistério da Economia do início de novembro. Mas, tal como o já tinha avançado, esse prolongamento também foi justificado por problemas técnicos na plataforma.

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Contratos de teletrabalho duplicam no espaço de um ano

Pandemia terminou, mas deixou marcas no mercado de trabalho: teletrabalho ganha terreno. Apenas num ano duplicaram os contratos de trabalho sem termo com este regime, segundo as contas do ECO.

Ainda não são muitos os contratos de trabalho que preveem especificamente o exercício das funções em teletrabalho, mas estão a aumentar. Apenas num ano, os contratos sem termo com este regime duplicaram, segundo os cálculos do ECO, com base nos quadros de pessoal publicados esta semana pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho. Os especialistas em recursos humanos têm realçado que a possibilidade de trabalhar à distância (pelo menos, alguns dias por semana) é cada vez mais valorizada pelos trabalhadores e desempenha um papel relevante na atração e retenção de talento.

Dos 3,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem registados em Portugal em 2022, 2.305 tinham contratos de trabalho para prestação subordinada de teletrabalho sem termo, o equivalente a apenas 0,1% do emprego. Ainda assim, face a 2021, está em causa um aumento de 101%.

Ou seja, apenas num ano, foram assinados mais 1.158 contratos deste tipo, totalizando 2.305 contratos. É importante notar que 2022 ficou marcado pela entrada em vigor da nova lei do teletrabalho, o que pode ajudar a explicar esse disparo.

Contratos de teletrabalho estão em máximos

Fonte: GEP/MTSSS

Até à pandemia a aplicação do teletrabalho era residual, mas a Covid-19 levou a um boom desse modelo de trabalho. E mesmo depois do fim da crise pandémica, o regime continuou a ganhar popularidade, tanto que no final de 2021, perante a ausência de regras no Código do Trabalho sobre o teletrabalho, os deputados aprovaram uma nova lei, que entrou em vigor em janeiro do ano seguinte.

Ficaram, porém, por esclarecer algumas dúvidas, que só recentemente acabaram por ser dissipadas. Por exemplo, desde janeiro de 2022 que a lei do trabalho já previa que os empregadores devem compensar os trabalhadores pelas despesas associadas ao teletrabalho. Mas não era claro como devia ser calculado esse apoio.

Em maio deste ano, no âmbito de uma nova mexidas ao Código do Trabalho, passou a prever-se que a compensação pode ser acordada entre o empregador e o trabalhador, sem apresentação de faturas por parte deste último. E no final de setembro, o Governo definiu que até aos 22 euros mensais esse apoio está isento de IRS e contribuições sociais.

Com as regras já mais claras, não são só os contratos sem termo de teletrabalho que têm aumentado. Também os contratos a prazo com este modelo de trabalho têm crescido, ainda que a um ritmo mais modesto e com menor expressão.

Em 2022, havia 196 trabalhadores por conta de outrem com contrato de trabalho para prestação subordinada de teletrabalho com termo certo e 65 com contrato de trabalho para prestação subordinada de teletrabalho com termo incerto.

No total de postos de trabalho, esses contratos nem chegam a simbolizar 0,1%, mas convém notar que, face a 2021, subiram 20,3% e 22,6%, respetivamente.

É em Lisboa e entre quadros superiores que teletrabalho é mais popular

Os dados divulgados esta semana pelo GEP permitem perceber também, afinal, em que região, setor e até faixa etária é o teletrabalho mais popular.

Ora, dos tais 2.305 contratos de trabalho sem prazo com o regime remoto, a maioria (cerca de 63%, isto é, 1.459 contratos) foram celebrados na Área Metropolitana de Lisboa. Em contraste, no Norte registam-se 622 contratos de trabalho deste tipo, no Centro 111, no Algarve 93 e no Alentejo 20.

Já no que diz respeito ao setor de atividade, a consultoria está em destaque, com 419 contratos sem prazo em regime remoto registados. No topo da tabela, aparecem ainda as indústrias transformadoras (481 contratos) e as atividades de informação e comunicação (364 contratos).

Quanto ao nível de qualificação, o teletrabalho (nos contratos sem prazo) é particularmente popular entre os quadros superiores: dos referidos 2.305 contratos, 671 dizem respeito a este nível de qualificação.

E relativamente às faixas etárias, importa destacar que há 756 trabalhadores dos 35 aos 44 anos com contratos sem prazo com prestação de teletrabalho prevista. Além disso, 612 pessoas com 44 a 54 anos estão nesta situação, sendo estas as duas faixas etárias onde este regime é mais incidente.

Em contraste, entre os mais velhos (65 anos e mais), o teletrabalho tem pouca expressão: pouco mais de 1% dos 2.305 contratos dizem respeito a trabalhadores nesta faixa etária (27 contratos).

Mais 154 mil contratos sem termo num ano

Laranjinha, fábrica de vestuário infantilNo conjunto de mercado de trabalho (considerando não apenas os contratos de teletrabalho, mas a totalidade dos vínculos), há a notar que o ano de 2022 foi sinónimo de um aumento dos contratos sem termo. E essa trajetória superou a subida dos vínculos precários.

Vamos a números. Em 2022, dos 3,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem, quase 2,2 milhões tinham contratos sem prazo, valor que compara com os quase dois milhões que tinham sido registados em 2021. Ou seja, apenas num ano, foram celebrados mais 154.333 contratos sem termo, o que corresponde a um acréscimo de 7,7%.

“Face a 2021, o maior aumento — 7,7% — verificou-se no número de trabalho com contratos sem termo“, destaca a nota publicada pelo GEP.

Quase 69% dos trabalhadores por conta de outrem têm contratos sem termo

Fonte: GEP/MTSSS

Já no que diz respeito aos salários, os quadros de pessoal dão conta que a remuneração média base apurada correspondeu a 1.143,44 euros e a remuneração média ganha a 1.367,99 euros, registando uma subida de 60,67 euros e 73,89 euros, respetivamente, face a 2021.

Mais, os trabalhadores por conta de outrem abrangidos por instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho (IRCT) em 2022 representam 83,3% do total de trabalhadores dependentes apurados. Em 2021, 84% estavam nessa situação, o que significa que baixou a fatia de trabalhadores cobertos por negociação coletiva. Isto apesar da dinamização da negociação coletiva ter sido uma das prioridades do Governo de António Costa, na área laboral.

Os quadros de pessoal são um conjunto de estatísticas que o Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho publica todos os anos, com base na informação que as empresas enviam ao Estado no relatório único.

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Stormharbour negoceia venda de ativos e reestruturação da dívida após prejuízos de 14 milhões

Renegociou os swaps de empresas públicas e assessorou grandes negócios. Após prejuízos de 14 milhões, administradores de insolvência negoceiam a venda e a reestruturação da dívida da Stormharbour.

Outrora uma das boutiques financeiras mais requisitadas no país, a Stormharbour de António Caçorino entrou em processo de insolvência no início deste ano em Londres, após acumular prejuízos de 14 milhões de euros desde 2010. Os gestores de liquidação estão agora em negociações com potenciais interessados para a venda do negócio e dos ativos e para a reestruturação das dívidas.

A Stormharbour ganhou notoriedade nos anos da troika, sobretudo após ter sido contratada pelo Governo para renegociar os famosos contratos de swap ruinosos celebrados por algumas empresas públicas, desde o Metro de Lisboa e Porto, à CP e Carris, entre outras.

Depois disso, tornou-se num dos principais assessores financeiros de grandes empresas nacionais, incluindo a EDP, e esteve em algumas das maiores transações no país, mas foram raros os anos em que obteve resultados positivos na última década. Só por duas vezes registou lucros: em 2013 e 2016 desde 2010, período durante o qual acumulou prejuízos de mais de 12 milhões de libras (cerca de 14 milhões de euros ao câmbio atual).

O ano de 2013 foi mesmo o melhor para a boutique financeira, quando atingiu uma faturação recorde de 21 milhões de libras (mais de 24 milhões de euros) e os lucros foram de 2,5 milhões libras (quase 3 milhões de euros). No ano seguinte também havia de faturar mais de 20 milhões, mas os resultados foram-se agravando desde então. A pandemia da Covid-19 em 2020 ajudou a precipitar este desfecho, mas não só.

Em 2021, o último ano em que apresentou contas e em que já evidenciava dificuldades, com António Caçorino a admitir já nessa altura um cenário de liquidação da sociedade, as receitas ascenderam a apenas 3 milhões de libras, com os prejuízos a atingirem os 2,2 milhões.

O relatório e contas desse ano dá conta de “imparidades significativas em saldos devidos por entidades do grupo”, problema em relação ao qual estavam a ser tomadas medidas para “limitar a exposição futura ao risco de crédito em relação a estas entidades”. A Stormharbour LLP tem como proprietário a Stormharbour Partners LP, em Nova Iorque.

No mesmo relatório, assinalam-se as limitações dos recursos de caixa, que representavam uma “incerteza material que pode lançar dúvidas significativas sobre a capacidade de a LLP continuar em funcionamento. “Além disso, as perspetivas de longo prazo têm-se deteriorado a ponto de os membros considerarem uma liquidação solvente como uma eventualidade possível nos próximos 12 meses, e estão a ser decididos a rever a situação nos próximos meses”, aponta a empresa.

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Venda ou reestruturação da dívida à vista

Com presença nas mais importantes praças financeiras mundiais, desde Nova Iorque a Hong Kong, foram vários os fatores que contribuíram para a queda da Stormharbour, de acordo com o Jornal Económico (acesso pago).

Por exemplo, a saída de quadros de topo acentuou a perda de honorários para a sociedade. Em 2018 tinha 120 profissionais nos sete escritórios a nível global. Um dos quadros mais relevantes era Paulo Gray, responsável pelo negócio na Europa, que constituía a principal fonte de receitas. Saiu da sociedade no final de 2021, quando a sociedade já revelava dificuldades, para a Alantra. Com a redução de receitas, a Stormharbour revelou-se incapaz de baixar a base de custos de forma atempada, o que contribuiu para o avolumar dos prejuízos.

Um relatório dos administradores de insolvência — Henry Shinners e Adam Stephens, da gestora de insolvências Evelyn Partners — aponta ainda para o litígio entre os sócios da casa-mãe americana, que dificultou a tomada de decisões estratégicas e a recapitalização das empresas do grupo, segundo o mesmo jornal.

As perspetivas de longo prazo têm-se deteriorado a ponto de os membros considerarem uma liquidação solvente como uma eventualidade possível nos próximos 12 meses, e estão a ser decididos a rever a situação nos próximos meses.

Stormharbour

Contas de 2021

Antes da insolvência, a 10 de fevereiro deste ano, a Stormharbour esteve envolvida em várias operações de grande dimensão, como a operação de antecipação de receitas do Sporting junto da Apollo (2019,) a venda do Lagoas Park a um fundo britânico por 421 milhões de euros ou o processo de venda da Efacec após o caso Luanda Leaks (ambas em 2020). Chegou ainda a estar na corrida à compra do Banco Efisa.

No último relatório sobre os desenvolvimentos mais recentes do processo de insolvência, os administradores revelam que “têm mantido discussões com partes potencialmente interessadas em adquirir o negócio e o ativo” da Stormharbour, “ou que manifestaram interesse numa reestruturação das dívidas da empresa”.

“A natureza destas discussões é necessariamente confidencial e os administradores fornecerão atualizações adicionais conforme apropriado”, revelam. O relatório é de setembro.

Caçorino na mira da insolvência

O desfecho destas conversações será determinante para o processo de insolvência pagar os créditos reclamados, que totalizam, até ao momento, 700 mil libras (800 mil euros). Os administradores não fazem estimativas sobre o nível de recuperação de dívidas que os credores poderão alcançar neste processo.

“Atualmente, as realizações até à data têm sido insuficientes para declarar dividendos a qualquer classe de credores. Contudo, os administradores continuam a procurar novas recuperações que possam alterar esta posição”, explicam.

A própria conduta da administração da Stormharbour está a ser alvo de investigação da parte dos administradores de insolvência, ao abrigo da Company Directors Disqualification Act (1986) que obriga a investigar os gestores que estiveram na empresa nos três anos anteriores à insolvência.

“Além disso, temos o dever de investigar as transações para determinar se pode haver algum valor a ser perseguido em benefício do credor, por exemplo, em processos judiciais”, explicam. “Continuamos a rever a informação disponível para determinar que ações poderão ser tomadas”, sublinham.

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ANA pediu renovação da declaração ambiental do aeroporto no Montijo. Expira em janeiro

A ANA pediu à Agência Portuguesa do Ambiente a extensão da validade da avaliação ambiental do aeroporto no Montijo, que termina em janeiro. A de Alcochete expirou em 2020.

A ANA – Aeroportos pediu a extensão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do Aeroporto do Montijo há cerca de dois meses para evitar que caduque a 21 de janeiro. A decisão está agora nas mãos da Agência Portuguesa do Ambiente.

A existência de uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) é uma vantagem do Montijo como solução complementar ao aeroporto Humberto Delgado. A avaliação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foi emitida a 21 de janeiro de 2020, conforme consta do documento, e tem agora de ser renovada por mais quatro anos por parte desta entidade. Caso contrário, expira e terá de ser realizada uma nova.

Ao que o ECO apurou junto de fonte ligada ao processo, a APA recebeu há dois dois meses o pedido para a revalidação da DIA do aeroporto do Montijo entregue pela ANA, não tendo ainda se pronunciado. A decisão é técnica, mas poderá ter também um ângulo político, tendo em conta que a discussão sobre a localização da futura infraestrutura que servirá a região tem sido um dos temas da pré-campanha para as legislativas.

O primeiro-ministro acordou com o PSD a realização de uma Avaliação Ambiental Estratégica para estudar as opções para o reforço da capacidade aeroportuária, que servisse de base a um entendimento político conjunto.

A Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pelo estudo divulgou o relatório preliminar no início do mês, apontando o Campo de Tiro de Alcochete como o que apresenta maiores vantagens. Considerou, por outro lado, o Montijo como uma solução inviável, por as restrições físicas ao aumento da capacidade não permitirem responder ao cenário de aumento da procura após 2050.

O recém-eleito secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, está disponível para manter o diálogo com o PSD, mas já foi afirmando que pretende seguir as recomendações do relatório da Comissão Técnica, que estará em consulta pública até dia 26 de janeiro, cinco dias depois de terminar o prazo de validade da DIA.

“O meu compromisso é com as conclusões da CTI, que resulta de um acordo entre o Governo e o PSD, era eu ministro das Infraestruturas”, afirma. “É a partir das conclusões da comissão técnica independente que a decisão será tomada”, afirmou Pedro Nuno Santos numa entrevista recente ao ECO, numa indicação de preferência por Alcochete.

O Campo de Tiro também teve uma Declaração de Impacto Ambiental favorável, em 2010, mas que expirou em dezembro de 2020. A ANA pediu a renovação por duas vezes, até esgotar a possibilidade legal de o fazer. Caso a opção recaia em Alcochete, será necessário uma nova avaliação ambiental que dê luz verde ao projeto. A do Montijo demorou nove meses, depois de recolhida toda a documentação.

O PSD decidiu criar um grupo de trabalho interno para analisar o relatório da CTI e as opções para a futura localização, não descartando a opção pelo Montijo. Caso venha a formar Governo, o líder social-democrata prometeu uma decisão “para os primeiros dias” do novo Executivo.

A ANA tem mostrado preferência pelo Montijo, argumentando com o facto de ser mais rápido de construir e não onerar os contribuintes. A concessionária apresentou em 2017 um projeto para o aeroporto complementar na Base Aérea n.º 6 e chegou mesmo a celebrar um acordo com o Governo em 2019 para a implementar.

O CEO da ANA, Thierry Ligonnière, afirmou em entrevista ao Jornal de Negócios que a concessionária “é agnóstica na solução para o aeroporto”, mas que “o país não”. “Algumas soluções demoram a ser implementadas e pode haver, em função do nível inicial de investimento, um impacto para os contribuintes”, apontou.

A APA emitiu uma DIA favorável ao aeroporto complementar do Montijo e a ligação rodoviária à A12, embora de forma condicionada. A ANA ficou obrigada a implementar cerca de 160 medidas de minimização e compensação, cujo custo na altura era estimado em 48 milhões de euros.

Entre as medidas estava o financiamento de uma sociedade veículo a constituir pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas para a proteção e conservação de aves selvagens, o condicionamento acústico de edifícios afetados pelo ruído, a aquisição de dois navios de propulsão elétrica para ligar o Cais do Seixalinho a Lisboa ou o aumento da cota da pista, para prevenir a subida do nível médio das águas do mar.

A Declaração é para o Montijo como aeroporto complementar da Portela. Numa solução em que o primeiro se assumisse como aeroporto principal, com uma segunda pista, teria de existir uma nova avaliação ambiental.

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Apoios aos combustíveis não acabam com o ano novo

A Portaria em vigor desde 25 de setembro não define um limite para a sua produção de efeitos e o Orçamento do Estado para 2024 não muda em nada o regime de apoio aos combustíveis.

A chegada de um novo ano não se traduz no fim dos apoios aos combustíveis, apurou o ECO. A portaria de 25 de setembro, que fixou uma redução de impostos de 25 cêntimos por litro de gasóleo e de 26 cêntimos por litro de gasolina não tem uma data limite para a concessão do apoio. Por isso, não há um prazo para a vigência da medida, estando esta exclusivamente dependente da decisão do Executivo.

Ao contrário das portarias anteriores, que foram sendo sucessivamente publicadas na sequência da caducidade das anteriores, esta portaria, que está em vigor desde 25 de setembro, não têm definido um limite para a sua produção de efeitos. Assim, enquanto o Governo decidir que faz sentido, manter-se-á em vigor.

Além disso, o próprio Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) optou por não estabelecer qualquer tipo de alteração ao regime de apoio aos combustíveis. O OE2024 entra em vigor a 1 de janeiro de 2024 e não faria muito sentido o Governo, que já está em gestão, fazer uma grande alteração a este nível.

É claro que o Executivo, em todos os comunicados onde anunciou as alterações à carga fiscal sobre os combustíveis, fez questão de frisar que continuaria “a avaliar regularmente a evolução do mercado de combustíveis, no quadro de medidas de mitigação de choque geopolítico, dos objetivos ambientais da tributação sobre os combustíveis, dos níveis de consumo praticados e de convergência do peso dos impostos sobre os combustíveis com a média da Zona Euro”.

Bruxelas, no mês passado, recordava que Portugal não cumpriu as recomendações comunitárias para reduzir “o mais rápido possível” os apoios para mitigar a subida dos preços da energia, nem os transformou de modo a serem mais direcionados e focados nas famílias mais carenciadas.

Além disso, também é verdade que os preços dos combustíveis estão em queda há oito semanas consecutivas, o que os coloca em níveis de julho para o diesel e de maio para a gasolina. Mas, também nessa altura, estavam em vigor apoios que devolviam a receita adicional do IVA, por via do ISP, tendo por referência os valores anteriores ao conflito na Ucrânia.

Acresce ainda a pressão da Comissão Europeia e de outras instituições internacionais para que os apoios à energia sejam reduzidos “o mais depressa possível”. Bruxelas, no mês passado, recordava que Portugal não cumpriu as recomendações comunitárias para reduzir “o mais rápido possível” os apoios para mitigar a subida dos preços da energia, nem os transformou de modo a serem mais direcionados e focados nas famílias mais carenciadas.

No parecer de Bruxelas ao esboço do Orçamento do Estado para 2024, a Comissão pedia inclusive a Portugal que avançasse com a redução rápida destas medidas porque o documento mantém a “redução geral do imposto sobre o combustível e o congelamento da taxa de carbono”, que permanecerão em vigor em 2024 e 2025. Uma opção que o executivo comunitário contesta.

Mas, como os mercados estão já a apontar para novas subidas nos preços dos combustíveis, numa combinação de otimismo ao nível da procura e uma subida dos riscos políticos que aumentam a pressão em alta, o Executivo deverá apostar em “esperar para ver”.

Alterar ou revogar a portaria “é um ato que o Executivo pode exercer porque não está a inovar e porque será uma alteração que resulta do princípio da necessidade”, explicou ao ECO o constitucionalista Paulo Otero.

A decisão da Reserva Federal norte-americana em sinalizar a inversão da sua política monetária, que ajudou a melhorar as condições de liquidez e a impulsionar a procura por petróleo, e também o relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), que prevê que a procura por crude aumente mais do que o previsto em 2024, estão a ajudar a valorizar os preços do ouro negro.

A opção de publicar a última portaria sem uma data limite foi intencional, sabe o ECO, para dar margem de manobra ao Executivo para revogar a medida quando entendesse. O facto de estar em gestão em nada limita os seus poderes nesta matéria, por isso a decisão será sempre ditada pela evolução do mercado, ou por razões eleitoralistas.

Alterar ou revogar a portaria “é um ato que o Executivo pode exercer porque não está a inovar e porque será uma alteração que resulta do princípio da necessidade”, explicou ao ECO o constitucionalista Paulo Otero. “Todos os governos de gestão estão habilitados a fazer alterações, tendo em conta o princípio da necessidade: se é indispensável ao regular funcionamento dos assuntos públicos”, acrescentou, recordando que neste caso as alterações às portarias que reveem e fixam os valores das taxas do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos foram sendo feitas ao longo dos últimos meses.

Paulo Otero sublinha que “o juízo de oportunidade” compete “exclusivamente” ao Executivo, embora “possa ser criticado pela oposição, ou pelo Parlamento enquanto este estiver em funções”, pelo “sentido de oportunidade ou o caráter eleitoral da medida adotada”, conclui.

“Os governos de gestão não deixam de tomar decisões”, corrobora, ao ECO, o professor de Ciência Política, António Costa Pinto, “mas sofrem um muito maior escrutínio do Presidente da República”.

“Como vivemos em contexto pré-eleitoral, qualquer que seja a opção será sempre ativada politicamente pela oposição como eleitoralista”, acrescenta António Costa Pinto. “O Governo de António Costa tentará ao máximo evitar acusações de eleitoralismo, mas a pré-campanha e a campanha eleitoral será, por um lado, a substituição de Pedro Nuno Santos e, por outro, o balanço de António Costa”, remata.

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Passos ainda não percebeu que maioria do povo chumbou a sua governação, diz Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

O objetivo de Passos foi "defender um entendimento do PSD com o Chega. Não é nenhuma novidade. Já tínhamos assistido ao que o PSD fez nos Açores", criticou o secretário-geral eleito do PS.

O líder socialista eleito, Pedro Nuno Santos, acusou esta terça-feira o antigo presidente do PSD Pedro Passos Coelho de ter ofendido o primeiro-ministro, considerando que ainda não percebeu que há oito anos a maioria do povo “chumbou a sua governação”.

O antigo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, faz hoje uma declaração ao país para dizer duas coisas. Uma delas para ofender pessoalmente o primeiro-ministro português. Nós não vamos perder tempo em responder às ofensas de Pedro Passos Coelho”, disse Pedro Nuno Santos durante o seu discurso no jantar de Natal do grupo parlamentar do PS.

Com os principais rostos socialistas a ouvir a sua intervenção – incluindo o primeiro-ministro e líder cessante do PS, António Costa –, o novo líder do PS atirou diretamente a Pedro Passos Coelho: “Nós percebemos que ele nunca percebeu que há oito anos a maioria, a maioria do povo português rejeitou e chumbou a sua governação”.

“O segundo grande objetivo foi para defender um entendimento do PSD com o Chega. Não é nenhuma novidade. Já tínhamos assistido ao que o PSD fez nos Açores”, criticou. Para Pedro Nuno Santos, o antigo primeiro-ministro e ex-líder dos sociais-democratas “apenas veio dizer aquilo que o líder do PSD também quer, mas não consegue assumir”.

“O líder do PSD, que não consegue assumir ao que vem e o que quer fazer caso não consiga condições para governar, é um líder do PSD que também não consegue decidir”, acusou. Segundo o novo secretário-geral socialista, Luís Montenegro “nem sequer precisa de ir para o Governo” para se perceber “que ele não tem capacidade de decisão”.

“Está ainda na oposição e na oposição mostra a hesitação e a incapacidade de decidir”, considerou, dando como exemplos a localização do novo aeroporto de Lisboa e as questões da alta velocidade.

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Costa responde a Passos. “O azedume não merece comentário”

"Acho que o azedume não merece comentário. Respeito. Percebo que deva ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia à espera que o diabo chegue", disse António Costa.

Após as duras críticas do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho ao Governo de Costa, o primeiro-ministro já reagiu e assume que o “azedume não merece comentário“.

“Acho que o azedume não merece comentário. Respeito. Percebo que deva ser muito cansativo estar há oito anos a contar dia após dia a espera que o diabo chegue. O diabo nunca mais chega e depois sai isto”, disse António Costa em declarações à RTP3.

Esta terça-feira, Pedro Passos Coelho defendeu que o país vai precisar “seguramente de um Governo que não só tenha um rumo bem definido, mas que possa inspirar confiança às pessoas para inverter uma degradação extraordinária de uma parte muito significativa das políticas públicas que são importantes para o crescimento da nossa economia, para a geração de valor”.

“Espero que o país saiba identificar no atual governo responsabilidades graves na situação a que o país chegou. Suficientemente graves para que o atual primeiro-ministro tenha sentido necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura“, acrescentou.

No jantar de natal do PS, que se realizou esta terça-feira, António Costa criticou os partidos à direita, defendendo que se “vão deixando contaminar” pelos radicalismos.

“Aquilo que aconteceu ao longo desta legislatura na Assembleia da República, aliás o que tem acontecido em toda a Europa onde a extrema-direita se fortalece, não é a força da extrema direta em si, mas a capacidade de contágio que esta tem em relação aos seus vizinhos da direita radical e democrática se vão deixando contaminar”, defendeu.

Para Costa, os partidos são contaminados “naquilo que é mais perigoso para a democracia”, no “estilo”, no “vocabulário”, na “forma de estar na política”. “Degradam a política e ao degradarem a política degradam a democracia“, acrescentou.

“Estes oito anos para um agnóstico foram bastantes perturbadores. Começaram com a ameaça do diabo e acabaram com um prémio nobel a falar de um milagre económico. Limito-me a ter a ideia que simplesmente o que explica esta nossa trajetória é simples, boas políticas. É isso que tem explicado o sucesso do PS”, sublinhou.

António Costa “alfinetou” ainda a direita afirmando que não conseguiram reduzir a dívida pública como o PS conseguiu, sendo essa a “maior derrota” do PSD.

“Nós temos a dívida a reduzir como a direita desejou reduzir e falhou. Essa é a maior derrota que lhes dá toda a amargura do mundo. É toda a amargura do mundo que faz com que cada geração de antigo líder do PSD vai formando uma espécie de clube de profetas da desgraça. Nós conseguimos os resultados que eles gostariam de ter tido, não com as políticas deles, mas com as nossas políticas e ao contrário das deles“, referiu.

Felicitou ainda o novo secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, e desejo-lhe os “maiores sucessos”. “É uma grande honra ser o último da terceira geração a passar o testemunho ao primeiro da quarta geração de líderes do Partido Socialista“, disse.

(Notícia atualizada às 21h25)

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