Almofada extra contra crise imobiliária pesa 26 pontos base no rácio de capital do BCP

  • ECO
  • 17 Novembro 2023

Medida imposta pelo BdP para criar uma almofada de capital adicional traduz-se "em base proforma num aumento estimado dos requisitos de fundos próprios em 26 pontos base", calcula o BCP.

O BCP informou a CMVM sobre a decisão do Banco de Portugal (BdP) de obrigar os bancos a criarem uma almofada de capital adicional para se protegerem de um eventual choque nos preços das casas, notando que “a reserva para risco sistémico setorial complementa a atual recomendação prudencial e consiste numa medida preventiva para fazer face à eventual materialização de potenciais riscos”.

No comunicado publicado esta sexta-feira, a instituição financeira detalha que “esta decisão de imposição desta medida que visa a constituição de uma reserva para risco sistémico setorial se traduziria em base proforma num aumento estimado dos requisitos de fundos próprios em 26 pontos base”.

Em causa está a constituição de uma reserva de capital adicional que corresponderá a 4% da carteira de empréstimos a particulares que está garantida por imóveis destinados à habitação, que irá obrigar os bancos afetados pela medida a colocarem de lado cerca de 400 milhões de euros.

Na quinta-feira, o CEO do BCP considerou importante o BdP “dar orientações de prudência”, mas Miguel Maya referiu que quando o banco faz o cálculo de capital já tem em conta os cenários mais adversos. Pelo que, sublinhou, a medida anunciada pelo Banco de Portugal “não vai alterar absolutamente nada” no BCP. “Não vai alterar a política de dividendos, nem a política de investimento”, disse o gestor.

Na mesma conferência, o administrador do Novobanco, Luís Ribeiro, calculou que esta medida vai ter um impacto de cerca de 50 milhões de euros. “Foi anunciado que a medida irá ter um impacto entre 50 e 150 milhões, no Novobanco está no limite inferior da banda”, salientou, assegurando que o banco “está muito bem capitalizado”.

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Distribuição de lucros isenta de IRS “foge” ao acordado na concertação social

  • ECO
  • 17 Novembro 2023

Proposta de alteração apresentada pelo PS não exige o aumento salarial de todos os trabalhadores em 5% nem limita o valor isento do imposto a um salário base, mas antes à remuneração fixa.

A proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) apresentada esta semana pelo PS sobre a distribuição de lucros aos trabalhadores com isenção de IRS não cumpre o que está previsto no acordo de concertação social, noticia o Jornal de Negócios. Por um lado, porque não limita o valor isento a um salário base, mas antes à remuneração fixa; por outro, ao não exigir às empresas que queiram distribuir estes valores isentos de impostos o aumento dos salários permanentes de todos os trabalhadores em 5%, mas apenas que isso seja feito em média.

O acordo da concertação social, que foi “reforçado” dias antes da apresentação da proposta orçamental para o próximo ano, previa um “incentivo fiscal em sede de IRS, aplicável às participações dos trabalhadores nos lucros, por via da gratificação de balanço das empresas”. O documento estabelecia como limite um “salário base” e um tecto de cinco salários mínimos (4.100 euros). Além disso, para garantir a isenção de IRS (além da de TSU, que já existia), previa que “a entidade empregadora tenha, em 2024, procedido a aumento salarial ao universo de trabalhadores” em montante igual ou superior ao previsto no acordo, que é de 5%.

Mesmo a proposta orçamental apresentada pelo Governo, poucos dias depois, não estabelecia o limite de um salário base e previa que o aumento salarial permanente deveria ser aferido em média, o que permitiria que houvesse pessoas com aumentos mais baixos ou nulos e outras com aumentos mais altos. A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, chegou a dizer, a propósito do limite no salário base, que a proposta seria alterada na especialidade para ser alinhada com o acordo, mas a proposta de alteração socialista estabelece os limites isentos de IRS em “uma remuneração fixa mensal”, o que pode abranger outros suplementos além do base.

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Presidente do Fórum para a Competitividade receia instabilidade provocada pela crise política e teme que possa atrasar o crescimento do país

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  • 17 Novembro 2023

Pedro Ferraz da Costa falou ao Eco à margem da reflexão sobre o Orçamento do Estado para 2024, numa iniciativa que decorreu na AESE Business School na passada terça-feira.

"Preocupa-nos se vamos entrar numa época de grandes mudanças por ter governos de coligação pouco estáveis.”

Pedro Ferraz da Costa, Presidente do Fórum para a Competitividade

Níveis elevados de despesa pública, fraca execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e uma política fiscal pouco amiga das empresas e das famílias. Em síntese, esta é a posição partilhada pelos oradores que participaram, na passada terça-feira, numa conferência de reflexão sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2024. “Parece um país da carochinha. Se Portugal fosse um país normal, esta conferência não estaria a realizar-se porque a proposta de OE já tinha caducado”, criticou Paulo Núncio durante o evento organizado pelo Fórum para a Competitividade e pela AESE Business School.

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais lamenta a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de atrasar a dissolução do parlamento para permitir a aprovação, a 29 de novembro, do OE e considera que, a confirmar-se, “levanta um conjunto de dúvidas constitucionais”. O especialista em direito fiscal diz que o país pode viver em duodécimos por seis meses e que não estão em causa medidas “fundamentais”, como o aumento das pensões ou do salário mínimo, e sublinha que o documento para as contas do Estado será “uma limitação à ação do Governo” que sair das próximas eleições.

Acho que é mais um orçamento sem estratégia de desenvolvimento do país. A previsão de crescimento é de 1,5%, mas o país caminha a passos largos para uma recessão”, justifica. Por outro lado, reforça a necessidade de rever a política fiscal que tem sido seguida pelos executivos liderados por António Costa, que no próximo ano resultará numa “carga fiscal que chegará a 38% do PIB”.

Jaime Esteves, vice-presidente do Fórum para a Competitividade, concorda que é preciso reduzir impostos para as empresas, via IRC e derrama estadual, para deixar de as “penalizar só porque têm lucros” e para permitir que ganhem escala e, com isso, se tornem mais competitivas. “As empresas que mais crescem são mais penalizadas”, lamenta. Ao Eco, defende que a derrama estadual, criada em 2010 por José Sócrates para fazer face à crise financeira, “devia ser abolida porque já não faz sentido” e dificulta o crescimento da iniciativa privada.

Além disso, aponta, há medidas que estão previstas no OE para 2024 que não deviam ser aplicadas à luz da queda do Governo – o fim do regime do residente não habitual devia ser decidido pelo próximo executivo para não criar instabilidade no mercado. Em sentido contrário, as medidas de apoio às famílias, como o IVA Zero, devem ser mantidas nesta fase de transição, nomeadamente até junho, altura em que se deve “reavaliar” o impacto da inflação e decidir se faz, ou não, sentido manter o apoio nestes moldes.

Jaime Esteves aborda ainda o tema da habitação, que considera fundamental resolver para bem da economia e das famílias. O especialista é favorável ao fim do IMT, por considerar que permitiria reduzir o custo das casas em cerca de 7%, o que, a par com o aumento da construção, permitiria fazer face às dificuldades que os portugueses atravessam nesta área.

Crítico em relação à forma como o primeiro-ministro demissionário gere a relação do Estado com as empresas, Pedro Ferraz da Costa diz, em entrevista ao Eco, que devia “haver mais política económica acordada entre o Governo e as empresas”. “É indiscutível que os governos do Partido Socialista não são particularmente amigos das empresas”, afirma, sublinhando que essa má relação prejudica o crescimento económico do país. E sobre isso, não tem dúvidas de que é “urgente” colocar Portugal a crescer entre 3% a 5% para recuperar competitividade.

Para que isso seja possível, o presidente do Fórum para a Competitividade pede o fim da “política de cativações” que esconde a real execução do OE e critica o que considera ser um excessivo e permanente aumento da despesa pública, que deve ser mais eficiente. Questionado sobre a crise política e o impacto nas contas do Estado, afirma que “ter governos a mudar permanentemente não é bom” e que isso aumenta a tentação eleitoralista de crescer os gastos públicos. “Preocupa-nos muito neste momento se vamos entrar numa época de grandes mudanças por ter governos de coligação pouco estáveis”, remata.

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Hoje nas notícias: impostos, ferrovia e justiça

  • ECO
  • 17 Novembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A proposta do PS sobre distribuição de lucros aos trabalhadores com isenção de IRS não cumpre o acordo de concertação social. A queda do Governo não está a travar os projetos na ferrovia, com o primeiro troço da Alta Velocidade Porto-Lisboa a avançar em janeiro, enquanto a CP quer apressar a compra de comboios. Foi a Procuradora-Geral da República que redigiu o último parágrafo do comunicado que levou à demissão do primeiro-ministro. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Lucro isento de IRS não obriga a aumentos de 5% para todos

A proposta de alteração ao Orçamento do Estado apresentada esta semana pelo PS sobre a distribuição de lucros aos trabalhadores com isenção de IRS não cumpre o que está previsto no acordo de concertação social. Por um lado, porque não limita o valor isento a um salário base, mas antes à remuneração fixa; por outro, porque não exige que as empresas que queiram distribuir estes valores isentos de impostos aumentem os salários permanentes de todos os trabalhadores em 5%, exigindo apenas que isso seja feito em média.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Projetos na ferrovia de 2,7 mil milhões avançam antes das eleições

O lançamento da PPP para o primeiro troço da Alta Velocidade ou o concurso para a construção e compra de comboios regionais para a CP — dois projetos num valor global superior a 2.700 milhões de euros — deverão receber “luz verde” ainda antes das eleições antecipadas de 10 de março. O Governo socialista acelerou a aprovação das Declarações de Impacto Ambiental (DIA) quer para o troço Porto (Campanhã) – Oiã [Aveiro] — já concedida –, quer para o troço Oiã – Soure, que será concretizada por estes dias.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Foi a PGR Lucília Gago que escreveu parágrafo que demitiu Costa

A Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, foi quem redigiu o último parágrafo do comunicado sobre a Operação Influencer, que revelava a existência de uma investigação criminal contra o primeiro-ministro e que levou à demissão de António Costa. Fontes judiciais indicam que a informação enviada à PGR pelos três procuradores do DCIAP responsáveis pela investigação não fazia referência à certidão que haviam remetido para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), tendo sido Lucília Gago a querer acrescentar esse ponto no texto, temendo que o Ministério Público pudesse ser acusado de estar a proteger o primeiro-ministro quando tal se soubesse.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Lacerda Machado só tem um Peugeot 106 e rendimento disparou quando foi para a TAP

As declarações de rendimentos e património que Diogo Lacerda Machado entregou no Tribunal Constitucional (TC) mostram que passou a receber mais do dobro quando foi nomeado para a administração da TAP SGPS, em 2018. Em 2022, passado mais de um ano da sua saída da companhia aérea (abril de 2021), e já fora do prazo legal de 90 dias para entregar a declaração de cessação de funções no TC, o gestor declarou rendimentos (que serão de 2020) de 262 mil euros, 223 mil dos quais provenientes de trabalho dependente. Além disso, tinha uma conta bancária à ordem com 222.635 euros e uma carteira de ações e aplicações financeiras que fora engordando desde 2010. No entretanto, pagara ao banco o crédito à habitação e continuava a declarar a mesma casa no Lumiar que já tinha há 25 anos, e apenas um automóvel – um Peugeot 106.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Marcelo não trava Governo com apoio do Chega

Seja qual for o vencedor das eleições agendadas para 10 de março, o Presidente da República vê poucas probabilidades de soluções estáveis, quer à direita quer à esquerda, estando a preparar-se para cenários de instabilidade governativa. Se uma eventual vitória à direita precisar dos votos do Chega para fazer passar um Governo no Parlamento, o chefe de Estado deverá ler a situação à luz do que aconteceu nos Açores — onde o apoio do partido de André Ventura foi essencial para viabilizar um Executivo PSD-CDS-PPM — e não deverá travar a eventual viabilização de um Executivo nessas condições.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

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Eurodeputados denunciam a repressão na Argélia e exigem uma ação imediata da UE

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2023

Eurodeputados de diferentes correntes políticas unem-se para denunciar violações dos direitos humanos na Argélia. Este ano, houve mais de cinco iniciativas parlamentares denunciando estas violações.

Eurodeputados de diversos grupos parlamentares do Parlamento Europeu, incluindo liberais, socialistas e de esquerda, enviaram uma carta ao Alto Representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, destacando o que consideram uma grave crise de direitos humanos na Argélia.

A carta, datada de 10 de novembro, reflete uma condenação enérgica das táticas repressivas do regime argelino, destacando a eliminação sistemática da liberdade de expressão, reunião pacífica e associação. O texto menciona especificamente incidentes como a dissolução de mais de 20 organizações de direitos humanos, o fecho de vários meios de comunicação independentes e a detenção arbitrária de jornalistas e ativistas políticos, ilustrando uma clara violação das liberdades civis.

Esta carta junta-se a uma série de mais de cinco iniciativas empreendidas este ano pelo Parlamento Europeu, incluindo debates na subcomissão de direitos humanos do Parlamento Europeu e uma firme resolução condenatória emitida em maio, destacando a preocupação com o contínuo deterioro dos direitos humanos na Argélia.

Consideram que esta escalada de repressão na Argélia é especialmente alarmante dado a visita do Relator Especial das Nações Unidas, Clément Nyaletsossi Voule, em setembro, cujo apelo às autoridades para reduzir as restrições às organizações civis foi evidentemente ignorado. Alguns eurodeputados consideram que, em vez de atender a essas recomendações, o regime argelino intensificou seu ataque aos direitos fundamentais.

Os eurodeputados condenam inequivocamente a violação pela Argélia dos princípios do Acordo de Associação UE-Argélia, que estabelecem o respeito pelos direitos humanos como essencial. Instam o Alto Representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança a empreender ações diplomáticas urgentes e enérgicas contra o regime argelino por essas transgressões.

A carta conclui exigindo uma postura firme e um compromisso renovado da União Europeia para assumir um papel ativo e decisivo na defesa dos direitos humanos e dos princípios democráticos, não apenas na Argélia, mas em todo o mundo.

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Cofares defende no Parlamento Europeu a necessidade de diferenciar por lei a distribuição farmacêutica de gama completa

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2023

O presidente da Cofares, Eduardo Pastor, defendeu no Parlamento Europeu a necessidade de diferenciar por lei a distribuição farmacêutica de gama completa, num encontro com eurodeputados espanhóis.

De acordo com a informação fornecida pela Cofares, Pastor teve reuniões com a eurodeputada do PP Pilar del Castillo e com o representante do PSOE e assessor da eurodeputada Laura Ballarín, Víctor Doñate. Na sua visita a Bruxelas, ele afirmou que “a Cofares apresentou uma proposta relacionada com a diretiva do Parlamento e do Conselho Europeu relativa a um código da União sobre medicamentos para uso humano”.

Em concreto, no seu texto, a empresa propôs duas questões que considera fundamentais. Por um lado, a necessidade de diferenciar por lei a distribuição farmacêutica de gama completa de outros distribuidores, para melhorar a segurança e a confiabilidade, e eliminar desigualdades na cadeia de abastecimento.

Pastor explicou que “a distribuição de gama completa desempenha uma função de serviço público, uma vez que garante a disponibilidade contínua de todos os medicamentos e produtos de saúde dentro das limitações do quadro jurídico e das condições do mercado. Portanto, é indispensável uma distinção específica em relação a outros agentes da atividade de distribuição por atacado de medicamentos”.

Por outro lado, a Cofares também propôs a racionalização do sistema de concessão de licenças a distribuidores, incluindo na legislação os requisitos mínimos específicos e a criação de um sistema de autorização que proteja o estatuto especial da distribuição de gama completa. “Defendemos o estabelecimento de uma autorização diferenciada para a distribuição e a simplificação dos trâmites para os distribuidores de gama completa, o que facilitaria o trabalho que eles desempenham como serviço público essencial”, indicou.

RESERVA DE MEDICAMENTOS

Outro assunto de interesse a nível europeu, que também tem sido foco da visita de Eduardo Pastor a Bruxelas, é o debate sobre as reservas de medicamentos e a autonomia estratégica da União Europeia em matéria farmacêutica, especialmente relevante após a publicação do regulamento sobre ameaças transfronteiriças graves para a saúde, em dezembro de 2022.

A União Europeia implementou uma série de políticas que visam fortalecer a autonomia estratégica e reduzir a dependência de países terceiros não pertencentes à União. Nesse sentido, a Cofares considera que a distribuição de gama completa representa um aliado estratégico ao serviço das administrações e da população para “fornecer uma estrutura sólida, com eficiência comprovada e em conformidade com a legislação em vigor, capaz de garantir a rastreabilidade do medicamento. Uma atividade complexa que envolve múltiplas etapas: a aquisição e coleta dos produtos, a sua correta conservação e proteção, o monitoramento em tempo real da sua situação e a distribuição através da extensa rede de farmácias para garantir o acesso a todos os núcleos populacionais”, recordou o presidente da Cofares.

O dia em Bruxelas terminou com a participação na sessão ‘Future-Proofing Healthcare Distribution: Addressing Challenges, Ensuring Access’, organizada pela GIRP, associação europeia de distribuidores de medicamentos e produtos de saúde, da qual a Cofares é vice-presidente. Durante essa sessão, Eduardo Pastor reafirmou o compromisso da empresa com a melhoria do sistema farmacêutico europeu, a defesa do modelo espanhol e a busca de soluções que promovam a segurança e a confiabilidade na cadeia de abastecimento de medicamentos.

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Líder do concurso para a construção de 117 comboios da CP em aperto financeiro

A Alstom, que lidera o concurso para o fornecimento dos novos comboios da CP, está a atravessar uma crise de liquidez. Compromissos com Portugal não serão afetados, garante.

A Alstom, a primeira classificada no concurso para o fornecimento de 117 novas automotoras elétricas para a CP, está a atravessar uma fase de aperto financeiro. Já anunciou um plano para 1.500 despedimentos, vai vender ativos 2.000 milhões em ativos e poderá avançar com um aumento de capital. Multinacional francesa garante que compromisso assumido com Portugal não está em risco.

A empresa francesa até terminou o primeiro semestre do exercício de 2023/2024 com lucros: 174 milhões de euros, quase tanto como no período homólogo. Mas está a atravessar uma crise de liquidez, com fluxos de caixa negativos de 1.119 milhões de euros.

O número não surpreendeu completamente os investidores. No mês anterior, a fabricante do TGV já tinha alertado que no conjunto do ano terá um défice de caixa entre os 500 e os 750 milhões. Nesse dia, o preço das ações mergulhou 38%, com os investidores a anteciparem a necessidade de medidas.

A Alston anunciou na quarta-feira um plano para reequilibrar a sua situação financeira, que passa pelo corte de 1.500 postos de trabalho, a venda de mil milhões de euros em ativos, a redução do endividamento e eventualmente um aumento de capital. Os títulos chegaram a tombar mais 22% durante a sessão atingido um mínimo histórico, depois do CEO, Henri Poupart-Lafarge, ter admitido à Bloomberg a possibilidade de avançar com a venda de novas ações.

A Alstom obteve a melhor pontuação no concurso para a construção de 117 automotoras elétricas para a CP, um contrato orçado em 800 milhões de euros, ficando à frente da alemã Stadler e da espanhola CAF. O relatório preliminar do júri foi entregue aos concorrentes em junho.

Uma das condições do caderno de encargos é que os comboios sejam construídos em Portugal. O projeto da multinacional francesa prevê o investimento na construção de uma fábrica em Matosinhos e uma oficina em Guifões, criando 300 postos de trabalho diretos.

A empresa francesa garante que os planos para Portugal não serão afetados. “A estratégia anunciada ontem não afeta os compromissos da Alstom com os seus clientes ou a sua capacidade produtiva. Os nossos objetivos de crescimento em Portugal continuam inalterados“, afirma ao ECO fonte oficial da multinacional francesa, cujas contas estão a ser penalizadas pela aquisição da canadiana Bombardier, finalizada em 2021.

O presidente da CP confirmou esta semana que a adjudicação dos 117 comboios (62 para os serviços urbanos e 55 para os serviços regionais) será feita ainda este ano e que o processo deverá estar concluído em breve. O “relatório do júri está a ser ultimado e é expectável que entre esta semana e a próxima já existam resultados”, afirmou, citado pelo Jornal de Negócios.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 17 de novembro

  • ECO
  • 17 Novembro 2023

Ao longo desta sexta-feira, 17 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Team B aproxima-se das 3.000 candidaturas a um mês do encerramento do processo de admissão do programa de voluntariado da 37ª America’s Cup

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2023

As pessoas interessadas em fazer parte da equipa de voluntariado Team B da 37ª America’s Cup Barcelona 2024 têm até o dia 15 de dezembro para formalizar sua candidatura.

O programa de voluntariado da America’s Cup continua avançando e, a um mês do prazo de inscrição expirar em 15 de dezembro, o número de candidaturas já se aproxima das 3.000 pessoas interessadas em fazer parte do Team B, a maior equipa de voluntariado na história centenária do troféu mais antigo do planeta.

O objetivo da entidade organizadora da 37ª America’s Cup (ACE Barcelona) é criar uma comunidade diversa e inclusiva, que vá além das 2.300 candidaturas que serão selecionadas para fazer parte do evento a partir de agosto de 2024. Por esse motivo, a ACE Barcelona faz um último apelo à participação da população para poder contar com a maior variedade de perfis e assegurar a melhor rotação em cada um dos seis turnos previstos.

Os membros da equipa B não apenas poderão viver pessoalmente a experiência de participar de um dos eventos de maior audiência do planeta, mas também poderão adquirir uma “experiência valiosa por meio de formação e sessões informativas específicas” em cada uma das três áreas de voluntariado que compõem o programa: Água, Terra e Media e TV.

Entre a variedade de perfis disponíveis, destacam-se os cargos focados em sustentabilidade, os cargos de apoio tanto em terra (em pontos-chave como o Media Centre, a Fan Zone do Port Olímpic e o Race Village) quanto na água, com assistência aos ‘marshalls’ e ao restante da organização, responsáveis por garantir o sucesso da competição.

BARCELONA 92

Segundo o CEO da ACE Barcelona, Grant Dalton, um dos propósitos da 37ª America’s Cup é “recuperar para Barcelona o espírito olímpico dos Jogos de 1992”. Por esse motivo, a organização incentiva a população a fazer parte do evento por meio do voluntariado. Especialmente as gerações mais jovens, “que não puderam viver pessoalmente aquela experiência inesquecível”.

A ACE Barcelona espera que, além de entrar para a história como o maior programa de voluntariado da America’s Cup, a equipe B seja uma equipe diversa, inclusiva e representativa de Barcelona, Catalunha e Espanha. Para isso, assim como no processo de seleção das candidaturas para a primeira regata preliminar realizada em setembro em Vilanova i la Geltrú, serão levados em consideração todos os grupos etários e demográficos, com menção especial às pessoas residentes nos bairros mais próximos ao evento, “que continuam respondendo positivamente ao chamado da organização”.

A 37ª America’s Cup Barcelona 2024 terá duração máxima de dez semanas, de 22 de agosto a fins de outubro de 2024. Esta edição também apresentará novidades importantes, como a Puig Women’s America’s Cup, a primeira competição feminina da sua história, e a Youth America’s Cup, para atletas entre 18 e 25 anos.

COMUNIDADE ATIVA

Além das datas-chave do programa, como o anúncio das candidaturas selecionadas e das respetivas sessões formativas específicas, a comunidade de voluntários da 37ª America’s Cup poderá desfrutar de uma série de atividades prévias à realização do evento.

No próximo sábado, 2 de dezembro, os membros do Team B e da equipa de voluntariado da regata de Vilanova i la Geltrú estão convidados a desfrutar de um dia de companheirismo na AC Experience de Barcelona, onde, além de visitar as instalações do primeiro centro oficial de divulgação da America’s Cup, poderão assistir ao vivo à Match Final da segunda regata preliminar da 37ª America’s Cup, que será disputada em Jeddah (Arábia Saudita). Pessoas interessadas em fazer parte de um evento desportivo no qual competem os melhores velejadores do mundo têm mais um mês para se inscrever através deste link e juntar-se a um encontro “histórico” para a cidade de Barcelona e o desporto mundial.

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5 coisas que vão marcar o dia

Eurostat divulga a inflação de outubro e INE atualiza taxas de juro implícitas no crédito à habitação. Já o Banco de Portugal divulga os indicadores da balança de pagamentos.

No dia em que o Eurostat divulga a inflação de outubro, também o INE publica a atualização das taxas de juro implícitas no crédito à habitação referente ao mesmo mês e o Banco de Portugal divulga os indicadores da balança de pagamentos. Nesta sexta-feira, destaque ainda para a continuação do julgamento do caso EDP e a participação do ministro das Finanças na conferência anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Moody’s divulga rating de Portugal

A agência de notação financeira Moody’s vai avaliar o rating da dívida portuguesa. Os analistas apontam para a manutenção da notação em ‘Baa2’, ainda que em maio passado a agência tenha melhorado a perspetiva da nota (outlook) de ‘estável’ para ‘positiva’, um sinal de que pode rever em alta o rating do país.

INE atualiza taxas de juro implícitas no crédito à habitação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica, esta sexta-feira, a atualização das taxas de juro implícitas no crédito à habitação referente a outubro. Segundo a última publicação, relativa a setembro, a taxa de juro implícita do crédito à habitação registou o menor aumento mensal desde setembro de 2022, apesar de estar a subir há 18 meses consecutivos. Em setembro, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação subiu 18,1 pontos base face a agosto, para 4,27%, atingindo o valor mais elevado desde março de 2009.

Eurostat divulga inflação de outubro

O Eurostat divulga, esta sexta-feira, o índice harmonizado de preços no consumidor relativo ao mês de outubro, assim como uma estimativa rápida das vagas de emprego referentes ao terceiro trimestre de 2023. Também são conhecidos os registos de empresas e falências relativos a setembro e ao terceiro trimestre de 2023.

Prossegue julgamento do caso EDP

Prossegue esta sexta-feira o julgamento do caso EDP que tem como arguidos o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado. O antigo ministro da Economia está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e responde, em julgamento, por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Medina na conferência anual do regulador dos Seguros

O ministro das Finanças, Fernando Medina, participa na conferência anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que acontece no auditório do Hotel Lux Lisboa Park. Serão apresentados, nesta sessão, o portal dos seguros de saúde e o observatório dos seguros de saúde, no âmbito da regulação e supervisão do mercado dos seguros de saúde em Portugal, que está a ser desenvolvido em parceria com a Nova Information Management School (IMS), da Universidade Nova de Lisboa.

 

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Fábrica de pneus de Famalicão escapa a plano de despedimentos na Continental

Grupo alemão assegura ao ECO que programa para reduzir custos em 400 milhões de euros não abrange o negócio dos pneus. Continental Mabor é a quarta maior exportadora nacional e emprega 2.600 pessoas.

O anúncio feito pela Continental de que vai cortar milhares de empregos a nível mundial para reduzir gastos anuais no valor de 400 milhões de euros deixou em sobressalto os trabalhadores do grupo alemão em Portugal, onde tem como principal ativo uma fábrica de pneus em Vila Nova de Famalicão, que é a quarta maior exportadora nacional e onde trabalham cerca de 2.600 pessoas.

No entanto, fonte oficial da multinacional germânica assegura ao ECO que este plano não terá implicações em Portugal, ficando circunscrito à divisão Automotive. “Os anúncios recentes não estão relacionados com o negócio de pneus da Continental ou com a unidade ContiTech [comercialização de produtos como correias, componentes e ferramentas industriais]”, esclarece o grupo.

A Continental Mabor, considerada a primeira fábrica de pneus em Portugal e que nos anos 1980 foi detida pelo grupo Amorim, passou em 1993 a ser controlada a 100% pela multinacional alemã. Sediada na freguesia de Lousado, é a principal empresa do grupo em Portugal, tendo no último exercício contribuído com quase 1,3 mil milhões de euros (crescimento a rondar 20% em termos homólogos) para o volume global de faturação no país, que totalizou 1,6 mil milhões de euros.

Emprega ainda perto de mil pessoas noutras atividades em Portugal. Entre elas, um centro de desenvolvimento de tecnologias no Porto (CES – Continental Engineering Services), que presta também serviços transversais ao grupo em áreas como consultoria financeira, auditoria interna ou recursos humanos, num total de cerca de 400 funcionários. Já este ano, abriu um centro de soluções no Minho, com especialistas de tecnologias de informação, inteligência artificial e análise aplicada, comércio eletrónico e engenharia industrial.

Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor PortugalRicardo Castelo/ECO

Como o ECO adiantou em setembro, a principal fábrica da Continental em Portugal recebeu “luz verde” da casa-mãe para a construção de um novo armazém industrial, com uma área superior a 4.000 metros quadrados e 26 metros de altura, que vai permitir o carregamento automático dos pneus em verde dentro das prensas de vulcanização. O CEO da Continental Mabor, Pedro Carreira, adiantou ao ECO que esta “obra gigante”, avaliada em cerca de 60 milhões de euros, vai começar a funcionar em meados do próximo ano.

Despedimentos “na casa dos quatro dígitos”

Na comunicação feita esta semana a nível global, em que prometeu “a maior responsabilidade social possível”, a fabricante de equipamento automóvel sediada em Hanôver salientou que “o número exato de empregos afetados em todo o mundo não está decidido, mas estará na casa dos quatro dígitos”. A estratégia completa apenas será divulgada a 4 de dezembro.

Antes do comunicado oficial, durante o fim de semana, a revista Manager Magazin tinha noticiado que o corte afetará cerca de 5.500 empregos, incluindo 1.000 na Alemanha, citando fontes da empresa. Um número que, a confirmar-se, representaria perto de 3% do conjunto dos 200 mil trabalhadores que a gigante alemã tem a nível global. A Continental indicou que a eliminação de emprego deve abranger sobretudo funções administrativas.

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Recurso das medidas de coação da Operação Influencer pode vir a ser decidido por Carlos Alexandre

Relação vai decidir o recurso do Ministério Público das medidas de coação que libertaram todos os arguidos da Operação Influencer. MP tem 30 dias para entregar recurso, mas este não efeito suspensivo.

O Ministério Público (MP) já anunciou que vai recorrer das medidas de coação decididas pelo juiz no processo da Operação Influencer — que resultou na demissão do primeiro-ministro, António Costa — já que ficaram muito aquém do que os procuradores esperavam.

Os cinco arguidos detidos ficaram todos sujeitos a medidas de coação não privativas da liberdade. A decisão do juiz de instrução Nuno Dias Costa – colocado no chamado “Ticão” apenas desde setembro — ficou muito aquém do pedido de promoção do MP, que queria a prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária (os dois homens próximos de Costa), cauções de 200 mil euros para Afonso Salema e 100 mil para Rui Oliveira Neves (os administradores da Start Campus), e a suspensão do mandato do autarca de Sines, Nuno Mascarenhas.

Agora, sendo o recurso do MP enviado para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) — no prazo de 30 dias e sem efeito suspensivo –, os arguidos arriscam-se a que a decisão caia nas mãos do juiz Carlos Alexandre, desembargador há poucos meses, apesar de existirem quase 60 juízes desembargadores a decidir no tribunal de segunda instância, na secção criminal.

Durante o seu percurso de largos anos no “Ticão”, Carlos Alexandre teve sempre tendência a autorizar as diligências pedidas pelos procuradores e levar a julgamento os suspeitos acusados pelo MP. O magistrado era ainda conhecido por decidir sempre a favor das teses da acusação. Contactado pelo ECO, fonte oficial da Relação garante que a atribuição do recurso vai ser feita por sorteio eletrónico, como mandam as novas regras, publicadas em março deste ano.

O juiz Nuno Dias Costa considerou ainda que não existia indiciação de qualquer crime relativo ao presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas. E não validou os crimes de prevaricação e de corrupção ativa e passiva que estavam imputados a alguns arguidos. Segundo o comunicado do Tribunal Central de Instrução Criminal, o juiz considerou que Lacerda Machado e Vítor Escária estão “fortemente indiciados” em co-autoria e na forma consumada de um crime de tráfico de influência.

Mas isso não implica que o MP não ‘chame a si’, de novo, os crimes. Ou seja, esta decisão do juiz serviu apenas para justificar a decisão das medidas de coação. O que implica que, numa eventual acusação do MP, os crimes de corrupção e prevaricação podem voltar a estar na imputação aos arguidos.

Diogo Lacerda Machado, Vitor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema, Rui de Oliveira Neves

Esta decisão do juiz Nuno Dias Costa é uma machadada no trabalho do MP, que tinha pedido a prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária.

Já para Rui de Oliveira Neves e Afonso Salema foi pedido o pagamento de uma caução, 100 mil e 200 mil euros, respetivamente, bem como a proibição de contactos.

Para Nuno Mascarenhas, o MP pediu a suspensão do seu mandato na Câmara de Sines, a proibição de contactos, bem como a proibição de entrar nas instalações da autarquia.

O MP tinha ainda pedido ao juiz de instrução que aplicasse uma caução como medida de coação à empresa Start Campus, promotora de um mega centro de dados em Sines. Um valor, aliás, recorde, de 19,5 milhões de euros, que ficaria “retido”, e que, caso a empresa persistisse na atividade criminosa, perturbasse o inquérito ou destruísse provas, teria de pagar esse valor. A caução decidida pelo juiz foi de 600 mil euros.

A operação do dia 7 de novembro do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

O primeiro-ministro demitiu-se na semana passada, depois de se saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do MP a negócios do lítio, hidrogénio e do centro de dados em Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.

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