Apps maliciosas entre as principais ameaças cibernéticas durante a Black Friday

  • Servimedia
  • 23 Novembro 2023

A proliferação de apps maliciosas é uma das principais ameaças cibernéticas que colocam em perigo a segurança dos consumidores durante a Black Friday.

As apps maliciosas aproveitam ocasiões como a Black Friday ou a Cyber Monday para aumentar os seus downloads e atrair tráfego. Como medida de precaução, é fundamental não baixar aplicativos não verificados que prometam ofertas da Black Friday – mesmo que contenham nomes de marcas conhecidas – e sempre verificar a autenticidade das promoções.

Além da proliferação de apps maliciosas, entre as estratégias de ataque mais comuns durante esse período, encontram-se a falsificação de sites, o “malvertising” e o “phishing”.

Em relação à falsificação de sites, a clonagem é uma técnica comum utilizada pelos hackers para coletar informações de identificação pessoal (PII), credenciais e dados bancários. Esses dados são vendidos posteriormente em fóruns da “dark web” ou são usados para realizar ataques de engenharia social. Para garantir que você está a visitar um site legítimo, é recomendável digitar a URL diretamente na barra de pesquisa do navegador.

No “malvertising”, os hackers usam anúncios on-line para distribuir programas maliciosos ou redirecionar o tráfego do usuário. Os cibercriminosos inserem anúncios contaminados em redes publicitárias legítimas que aparecem em sites confiáveis. Para evitar problemas, é importante não clicar em nenhum anúncio ao navegar na Internet e sempre verificar sua origem no site.

Por último, durante a Black Friday e a Cyber Monday, é comum receber um maior número de e-mails e mensagens SMS, o que facilita para os cibercriminosos disfarçarem suas mensagens fraudulentas por meio de “phishing”. Quando os e-mails ou mensagens parecem ser de marcas legítimas, é mais provável que os destinatários cliquem em links maliciosos ou baixem anexos contaminados. Como medida de precaução, é recomendável prestar especial atenção às mensagens recebidas e analisar cuidadosamente seu conteúdo e remetente durante esse período.

Essa conclusão é resultado de um estudo realizado pela Cipher, a divisão de cibersegurança do Grupo Prosegur, para identificar as principais ameaças cibernéticas durante a Black Friday, um período em que a atividade cibercriminosa aumenta.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de novembro

  • ECO
  • 23 Novembro 2023

Ao longo desta quinta-feira, 23 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 23 Novembro 2023

Parlamento começa a votar Orçamento para 2024. BCE publica atas da reunião em que parou a subida dos juros. Há indicadores económicos. E começa a cimeira entre Canadá e União Europeia.

O Parlamento debate a proposta de Orçamento do Estado para 2024 e começa a votar na especialidade. Nos indicadores económicos, o Banco de Portugal atualiza o endividamento da economia e são divulgados os inquéritos de compras dos gestores na Zona Euro, Reino Unido e Alemanha. Tem início da Cimeira de Líderes Canadá-União Europeia, com Trudeau e Von der Leyen.

Orçamento do Estado no Parlamento

O Parlamento discute esta quinta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2024 às 10h00 e, pelas 15h00, os deputados começam as votações na especialidade na Comissão de Orçamento e Finanças.

Como evoluiu o endividamento da economia?

O Banco de Portugal atualiza o endividamento do Estado, empresas e famílias em relação ao mês de setembro. Em agosto, a dívida da economia aumentou 1,4 mil milhões de euros para o valor recorde de 811,2 mil milhões de euros.

O que aconteceu na reunião do BCE que pausou subida dos juros?

No dia 26 de outubro, o BCE decidiu fazer uma pausa da subida das taxas de juros, depois de dez aumentos consecutivos. O que foi discutido nessa reunião que teve lugar em Atenas? O banco central divulga a ata que relata os acontecimentos desse encontro do conselho de governadores.

PMI da Zona Euro ao Reino Unido

Num momento em que a economia está a arrefecer, são divulgados os inquéritos às compras dos gestores em vários países, incluindo Reino Unido e Alemanha. Os PMI são indicadores avançados da economia e permitem tomar o pulso da atividade. A S&P Global irá revelar o índice Flash PMI compósito de novembro para a Zona Euro.

Começa cimeira Canadá-UE

Tem início da Cimeira de Líderes Canadá-União Europeia, com a participação do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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Arranca o primeiro leilão de produção de hidrogénio. Bruxelas tem 800 milhões para ajudar produtores

Para acelerar a produção de 10 milhões de toneladas até 2030, Bruxelas lança hoje o primeiro leilão para produtores de hidrogénio, disponibilizando 800 milhões de euros em subsídios para projetos.

O hidrogénio pode mudar o paradigma para a Europa. Precisamos de criar um novo mercado para o hidrogénio, a fim de preencher o fosso de investimento”, referiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen em setembro de 2022, aquando do anuncio do Banco Europeu do Hidrogénio. Volvido um ano, a primeira fase da estratégia entra hoje em ação.

Esta quinta-feira, arranca o primeiro leilão de hidrogénio “verde” na União Europa (UE), o primeiro instrumento financeiro do futuro Banco Europeu do Hidrogénio, orçado em três mil milhões de euros. Em cima da mesa estão 800 milhões de euros destinados aos produtores de hidrogénio renovável com projetos no Espaço Económico Europeu (EEE). Este apoio assumirá a forma de subsídios pagos aos produtores de hidrogénio que apresentem as ofertas mais competitivas sob a forma de prémio máximo fixo de 4,5 euros por quilograma produzido, durante um período máximo de 10 anos. Este valor poderá ser revisto nas rondas seguintes do concurso.

Com este leilão, a Comissão Europeia pretende acelerar as metas ligadas ao hidrogénio “verde”. Até 2030, os 27 Estados-membros querem garantir a meta de produção de dez milhões de toneladas de hidrogénio renovável.

Mas a concretização do objetivo não sairá barata: o executivo comunitário prevê que para acelerar a produção de hidrogénio renovável até ao final da década sejam alocados investimentos da ordem dos 335 a 471 mil milhões de euros, sendo necessários 200 a 300 mil milhões de euros para a produção adicional de eletricidade renovável. Só para eletrolisadores, gasodutos internos e infraestruturas de armazenamento, Bruxelas estima que sejam precisos até 124 mil milhões de euros.

O leilão foi concebido para atingir quatro objetivos: reduzir a diferença entre os custos de produção do hidrogénio renovável e combustíveis fósseis, por via de apoios públicos; permitir a formação de preços e de um mercado de hidrogénio “verde”; reduzir o risco dos projetos europeus ligados a este combustível e os encargos administrativos, através de uma simplificação de procedimentos burocráticos.

Portugal prepara leilão de gases renováveis em 2024

A estratégia da União Europeia é seguida também a nível nacional. Por cá, o Governo também pretende lançar um leilão para a compra centralizada de hidrogénio e biometano. No caso português, o objetivo é, conforme o Expresso avançou, disponibilizar aos promotores de projetos apoios durante um período de 10 anos, fixando o preço que estes receberão pela injeção de gases renováveis na rede.

O ECO/Capital Verde sabe que a apresentação das deste leilão estava prevista para acontecer este mês mas, devido à polémica em torno da Operação Influencer, o evento foi adiado. Segundo a proposta para o Orçamento do Estado para 2024, o Ministério do Ambiente deverá lançar este concurso em 2024, altura em que será apresentada também o Plano de Ação para o Biometano — estratégia que será, também, apresentada com atraso.

Recorde-se que no contexto da revisão do Plano Nacional de Energia e Clima foram estabelecidas novas metas para a indústria do hidrogénio renovável em Portugal. Entre os objetivos, o Governo pretende criar condições para a instalação de 5,5 gigawatts (GW) de eletrolisadores até 2030, mais do que duplicando o inicialmente previsto na Estratégia Nacional para o Hidrogénio.

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Banco de Fomento contrata três revisores para passar contas a pente fino

Oliveira, Reis & Associados; PKF & Associados; e Santos Carvalho & Associados. Foram estas as sociedades contratadas para rever e auditar os fundos geridos pelo Banco de Fomento em 2021, 2022 e 2023.

O Banco de Fomento contratou três revisores oficiais de contas para passar a pente fino os números de 2021, 2022 e 2023.

No Relatório e Contas de 2022 do Banco Português de Fomento, a instituição liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong anunciou que, para 2023, estava “planeada uma auditoria minuciosa por um auditor independente para examinar as áreas ainda não avaliadas”, recorda ao ECO fonte oficial do Banco de Fomento. Ou seja, os anos que ainda não tinham sido alvo de análise.

Oliveira, Reis & Associados; PKF & Associados; e Santos Carvalho & Associados foram as três sociedades de revisores oficiais de contas contratadas para rever e auditar os fundos geridos pelo Banco de Fomento. Em causa estão cerca de 250 mil euros em contratos cuja adjudicação já foi publicada no Portal Base.

As auditorias feitas no passado aos fundos sob gestão identificaram “fragilidade em procedimentos de gestão e controlo interno” que afetaram negativamente os resultados do banco em 2022, dada a necessidade de fazer “provisionamentos expressivos para a dimensão do banco” — 7,7 milhões de euros associados a não elegibilidades de investimentos e despesas e 3,2 milhões de euros de contingências fiscais relativas à tributação das comissões de gestão em sede de IVA.

Em causa está um conjunto de operações realizadas, maioritariamente, entre 2017 e 2020, antes mesmo de o banco existir, mas cujas responsabilidade se estendem até 2033. O Banco de Fomento explica que no âmbito dos trabalhos de auditoria/verificação por parte de entidades fiscalizadoras e/ou financiadoras do Fundo de Capital & Quase Capital e do Fundo de Dívida e Garantias foram “identificadas deficiências na elegibilidade das operações apoiadas” — incluindo situações de redébito de custos, pela entidade gestora — “e nos custos de gestão suportados encontrando-se em curso os trabalhos de apuramento das entidades responsáveis pelas mesmas”.

Quando o relatório e conta de 2022 foi divulgado, a 28 de julho, ainda estavam em curso seis auditorias/verificações por entidades externas aos Fundos sob Gestão do Banco de Fomento, mas que ainda não tinham identificado situações que pudessem levar a eventuais correções financeiras.

Além disso, foram ainda feitas auditorias pelo Banco de Portugal — supervisiona o Banco de Fomento e ditou, por exemplo, a fusão das sociedades de garantia mútua –, mas também pela KPMG, que incidiu sobre o sistema de governo e controlo interno, mas também a gestão de risco de crédito nas garantias concedidas nas linhas Covid19. Por outro lado, também a Inspeção-Geral de Finanças auditou o sistema de controlo interno do banco relativamente ao PRR.

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Bancos portugueses são quase duas vezes mais rentáveis do que os europeus

No primeiro semestre, a rendibilidade dos capitais próprios saltou para o valor histórico de 13,71% e a margem financeira atingiu 2,38 vezes os ativos dos bancos. Na Zona Euro, este rácio é de 1,37.

A banca nacional está a atravessar um período como há muito não vivia com níveis de rentabilidade históricos. No espaço de um ano, os bancos portugueses passaram de uma faturação de 149 euros em junho do ano passado com o diferencial das taxas de juro por cada 100 euros de ativos, para faturarem 258 euros no final do segundo trimestre deste ano. É quase o dobro dos 137 euros que os bancos da Zona Euro faturam com os mesmos 100 euros de ativos.

“A diferença na evolução da margem financeira entre Portugal e a área do euro deveu-se, sobretudo, ao maior aumento em Portugal do diferencial entre a taxa de juro do crédito concedido e a taxa de juro dos depósitos, tanto para famílias como para sociedades não financeiras”, refere o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira apresentado na quarta-feira.

Os números revelados pela entidade liderada por Mário Centeno mostram também que o balanço dos bancos está sólido. É disso exemplo o aumento homólogo de 0,44 pontos percentuais da rendibilidade dos ativos (ROA na sigla inglesa) para os 1,16% no final do primeiro semestre. Trata-se do valor mais elevado desde pelo menos 2010 (início da série do Banco de Portugal).

“A melhoria do ROA alicerçou-se na subida expressiva da margem financeira em percentagem do ativo de 1,49% para 2,58% (contributo de 1,01 ponto percentual), que decorreu do aumento acentuado das taxas de juro de mercado interbancário e da transmissão diferenciada às taxas de juro do crédito e dos depósitos, com estas últimas a registar um ajustamento mais gradual e parcial”, explica o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro.

Segundo o Banco de Portugal, somente nos primeiros seis meses do ano, a margem financeira dos bancos atingiu 8,3 mil milhões de euros com o diferencial entre as taxas de juro ativas (cobrada nos créditos) e as taxas de juro passivas (oferecidas nos depósitos). Um ano antes, entre janeiro e junho de 2022, a margem financeira da banca não chegava aos 5 mil milhões de euros.

Risco da taxa de juro deve deixar banqueiros em alerta

A banca nacional atravessa um “momento único” na sua história, como descreveu o governador do Banco de Portugal no início de novembro. Isso também é visível pelo rácio de transformação de 80% em junho (abaixo da média da Zona Euro) e pela quase triplicação da rendibilidade dos capitais próprios nos últimos três anos, passando de 5,41% em 2021 para 13,71% no final do primeiro semestre deste ano, como revela o regulador no Relatório de Estabilidade Financeira de novembro.

No entanto, este quadro solarengo não deixa apagar uma série de desafios que o setor tem pela frente. “O sistema bancário português continua a exibir concentração no imobiliário e em títulos de dívida que representam 50% do ativo total”, destaca o Banco de Portugal.

A exposição ao imobiliário representava 35,4% do ativo em junho de 2023, refere o regulador, continuando os empréstimos a particulares garantidos por imóveis a ser a componente mais relevante (26,2% do ativo). Por sua vez, a carteira de títulos de dívida pública representava 15,5% do ativo dos bancos no final do primeiro semestre, com 40% desta exposição a ser garantida por títulos de dívida da República.

Este quadro de exposição, tanto ao imobiliário como a títulos de dívida, acarreta riscos para o setor num período como o atual, marcado pela expectativa de as taxas de juro manterem-se elevadas por um período longo e pela ocorrência de um abrandamento da economia.

É muito importante que o setor bancário planei os seus buffers, construa as almofadas necessárias, porque o ciclo pode mudar, vai mudar. Não sabemos quando será, mas temos de estar preparados.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Se, por um lado, a permanência das taxas de juro nos níveis atuais pressionar os títulos de dívida e levar ao aumento do incumprimento de créditos, sobretudo por parte das famílias mais vulneráveis, por outro, um cenário macroeconómico restritivo como várias organizações antecipam para 2024, poderá “potenciar uma correção de preços no mercado imobiliário residencial”.

No entanto, o Banco de Portugal considera que “a oferta limitada de habitação nova e a inexistência de um stock acumulado de casas disponíveis mitigam o impacto sobre os preços em caso de redução da procura” e que a grande maioria dos títulos de dívida não se encontra na carteira de negociação dos bancos, retirando assim pressão sobre o balanço sobre uma eventual desvalorização dos ativos — estes títulos são tidos como instrumentos não disponíveis para venda na carteira dos bancos, e por isso com o objetivo de os levar até à maturidade.

Face a esta realidade, os riscos parecem estar bastante controlados, mas a entidade liderada por Mário Centeno considera que a gestão e a monitorização do risco de taxa de juro assumem “uma importância acrescida para os bancos e para os supervisores” nos próximos meses.

O ex-ministro das Finanças chega inclusive a aconselhar os bancos a tomarem medidas para a mudança do ciclo económico. “É muito importante que o setor bancário planei os seus buffers, construa as almofadas necessárias, porque o ciclo pode mudar, vai mudar. Não sabemos quando será, mas temos de estar preparados”, referiu Mário Centeno num encontro promovido pelo American Club de Lisboa a 9 de novembro.

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Gestores da TAP continuam sem contrato de gestão a que lei obriga

A falta de contratos de gestão assinados com os administradores da TAP foi um dos temas quentes da comissão de inquérito à companhia. Apesar da polémica que gerou, continuam a não existir.

“Não há hoje contratos de gestão, mas haverá seguramente contratos de gestão”. A garantia foi deixada em maio pelo antigo ministro das Infraestruturas, João Galamba, na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Cinco meses depois, os administradores da companhia continuam sem os ditos contratos e à margem da lei.

Luís Rodrigues, o atual CEO da TAP, tomou posse há mais de seis meses, a 14 de abril, sucedendo a Christine Ourmières-Widener, demitida pela Governo. Cerca de um mês depois, a 17 de maio, entraram Mário Chaves, como chief operating officer, e Maria Cardoso, com o pelouro da manutenção.

No conselho de administração executivo estão também Sofia Lufinha, que entrou para o órgão em setembro de 2022 depois da saída de Alexandra Reis, e Gonçalo Pires, o chief finantial officer (CFO), no cargo desde outubro de 2021. O último a entrar foi Mario Cruz, como responsável da área de vendas, em julho deste ano.

Tirando Mario Cruz, todos os outros gestores da TAP já deveriam ter contratos de gestão assinados. O Estatuto do Gestor Público estabelece que são celebrados “no prazo de três meses contado a partir da data da designação do gestor público entre este, os titulares da função acionista [Ministério das Finanças] e o membro do Governo responsável pelo respetivo setor de atividade [Ministério das Finanças], sendo nulo o respetivo acto de nomeação quando ultrapassado aquele prazo“.

Ao que o ECO apurou, os gestores ainda não assinaram os contratos, apesar existirem contactos com a tutela nesse sentido. Do lado das Finanças, o processo é conduzido pela secretaria de Estado do Tesouro, liderada por Pedro Sousa Rodrigues. O ECO questionou as Finanças e a TAP sobre o motivo de os contratos não terem ainda sido celebrados, mas não obteve resposta até à publicação do artigo.

Os contratos de gestão definem “metas objetivas, quantificadas e mensuráveis anualmente”, que “representem uma melhoria operacional e financeira nos principais indicadores de gestão da empresa”. Contemplam, além disso, os “valores fixados para cada uma das componentes da remuneração”. Ou seja, deles depende também a atribuição de prémios de gestão, uma vez que estes têm por base indicadores “que resultem do desenvolvimento estratégico preconizado para cada empresa”, definidos nos contratos.

A TAP vai ter lucros pelo segundo ano consecutivo. A transportadora fechou 2022 com um resultado positivo de 65,6 milhões de euros e nos primeiros nove meses deste ano já contabiliza 203,5 milhões de euros, superando a antecipando as metas do Plano de Restruturação.

A saída da antiga Alexandra Reis com uma indemnização bruta de 500 mil euros, que depois teve de devolver parcialmente, colocou em evidência o facto de as obrigações das empresas públicas terem passado a aplicar-se à TAP a partir do momento em que o Estado assumiu a maioria do capital, em julho de 2020, com a compra da participação do empresário David Neeleman. A auditoria da Inspeção Geral de Finanças considerou que o acordo de rescisão com a antiga administradora violava as regras que se aplicam ao universo empresarial do Estado.

Uma dessas obrigações é justamente a celebração de contratos de gestão, o que também nunca chegou a acontecer com a anterior CEO. Foi, de resto, um dos temas mais abordados na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.

No tempo de Christine Ourmières-Widener o processo emperrou devido a divergências sobre a existência de um seguro de directors and officers, que protegesse os gestores em relação a riscos jurídicos relacionados com a sua atividade, que na aviação são exponenciados pela possibilidade de um acidente. A ausência dessa proteção levou, de resto, à saída do antigo CFO, João Weber Gameiro. A administração da TAP tentou com o Governo resolver essa questão através dos contratos de gestão, que nunca chegaram a ser celebrados.

A obrigatoriedade dos contratos poderia cessar com a concretização dos planos do atual Executivo para a privatização da companhia aérea, uma vez que seria sempre vendida uma participação superior a 51% do capital. No entanto, com a queda do Executivo, a decisão sobre a alienação das ações apenas será decidida pelo próximo inquilino de São Bento.

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Que visão têm os candidatos do PS para a economia?

Pedro Nuno Santos dá prioridade aos salários e mais contenção no excedente orçamental, enquanto José Luís Carneiro se apresenta como o candidato da continuidade do Governo de António Costa.

Com a demissão de António Costa, as peças rapidamente se começaram a mexer dentro do PS para escolher um novo líder. Pedro Nuno Santos surgiu desde logo, já que se andava a posicionar nesse sentido depois de ter saído do Governo e começado um comentário televisivo, mas da ala mais moderada era ainda incerto quem ia avançar. Foi José Luís Carneiro quem acabou por se chegar à frente. O ministro da Administração Interna tem uma longa experiência autárquica, mas é pouco conhecido pelo público geral. Afinal, o que defende cada um para a economia?

Pedro Nuno Santos José Luís Carneiro

Os candidatos a secretário-geral do PS — que incluem também Daniel Adrião, membro da comissão política nacional do partido — ainda não avançaram com as moções estratégicas, tendo em conta que está ainda a terminar o processo de aprovação do Orçamento do Estado. As eleições diretas são a 15 e 16 de dezembro, pelo que aí o cenário já estará mais claro. Mas pelas ações e declarações públicas prestadas até agora e também os apoios que já foram sendo declarados, é possível perceber como se vão posicionar os candidatos socialistas.

Pedro Nuno Santos está mais à esquerda, tendo-se destacado enquanto secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares na Geringonça, quando teve de negociar com as bancadas do Bloco de Esquerda e do PCP. Apesar de ser conhecido por esta vertente, o candidato está agora a fazer um esforço para se apresentar como um candidato moderado, nomeadamente ao conseguir o apoio de Francisco Assis.

Quem vai coordenar a moção do ex-ministro é Alexandra Leitão, também ela antiga ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, que tem vindo a criticar Costa nos espaços de comentário que ocupa. Tem ainda o apoio de figuras como Ana Gomes e Manuel Alegre. A campanha diz mesmo que 79 dos 120 deputados defendem este candidato.

José Luís Carneiro tem também o apoio de “senadores” e vários antigos ministros, como é o caso de Fernando Medina e Augusto Santos Silva. António Vieira da Silva e Luís Capoulas Santos, bem como o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros André Moz Caldas, são alguns dos nomes que fazem parte do conselho estratégico que coordena a moção com que vai concorrer às diretas do PS. Na lista de apoiantes incluem-se também figuras como Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, Carlos Zorrinho e Lacerda Sales.

O ainda ministro da Administração Interna foi já secretário de Estado das Comunidades, bem como presidente da Câmara Municipal de Baião e presidente da federação do Porto do PS entre 2012 e 2016. Foi apoiante de António José Seguro, mas Costa decidiu na mesma dar-lhe cargos no seu Executivo.

Agora, representaria a continuidade do Governo de António Costa. Foi assim que Medina o caracterizou, apontando que José Luís Carneiro é o candidato à liderança do PS que dá “mais consistência” e “continuidade” às políticas do atual Governo. No dia seguinte, Carneiro defendeu que “deve ser um compromisso do país ter contas certas”.

Apesar desta continuidade, é de destacar que Pedro Nuno Santos também tem alguns membros do Executivo no seu “canto”: João Costa, Marina Gonçalves e Ana Abrunhosa apoiam o socialista. Duarte Cordeiro também já veio demonstrar o seu apoio ao candidato, com quem fazia parte do grupo dos “jovens turcos” — que incluía também João Galamba.

Pedro Nuno Santos destaca salários, habitação e território

O ex-ministro disse que não tinha como objetivo fazer oposição ao Governo mas deixou algumas críticas nos comentários semanais na SIC. Num comentário ao OE, que apelidou de “equilibrado”, defendeu que a redução da dívida pública podia ter sido feita de forma diferente, nomeadamente ao aproveitar a margem para aumentar os médicos e, “de forma faseada, repor o tempo de serviço dos professores”.

Já sobre a privatização da TAP, Pedro Nuno Santos tem sido crítico, apontando no seu comentário na SIC que o preço “não pode ser o último critério”. O candidato opõe-se a esta decisão, que ficará agora para o próximo Governo, tal como a localização do novo aeroporto.

Na apresentação da candidatura, salientou que tinha um caderno de encargos de “três preocupações centrais”: aumentar salários, apostar na habitação com custos acessíveis e valorizar o território. Defendeu assim a reforma do território, das florestas e da proteção civil, garantindo continuidade das políticas no crescimento da economia, na redução da dívida pública e na política de “emprego, emprego e mais emprego”.

Tem vindo a assumir uma posição mais moderada, apelando a que se afastem “conflitos artificiais” entre as alas “centrista moderada” e “esquerda radical” e pedindo a união do partido.

José Luís Carneiro defende OE e avança com proposta para as PME

De José Luís Carneiro não eram conhecidas as posições acerca dos principais temas económicos, até porque as pastas que tem liderado não estão tão ligadas a estes assuntos. Mesmo assim, sinalizou na apresentação da candidatura a vontade de “promover diálogo entre todos os parceiros sociais”, defendendo a capacidade de “dialogar com todos os partidos democráticos”.

Disse também ser “por um PS que está onde sempre esteve no espaço da esquerda democrática a favor da Europa, da democracia liberal e numa corrente política progressista e moderada que se dirige a toda a sociedade portuguesa”.

Entretanto, o candidato decidiu dar a conhecer já uma das primeiras ideias que vai fazer parte da moção, onde defende que “mais emprego, mais rendimentos e maior crescimento tem garantido a desejada redução da dívida e as contas certas”. No texto, aponta que é “fundamental o investimento que promova o aumento da competitividade e produtividade das nossas micro, pequenas e médias empresas que são responsáveis por mais de 80% do emprego”.

Assim, a proposta para as Pequenas e Médias Empresas (PME), tem três eixos. Por um lado, quer “baixar de imediato o custo do financiamento das PME na componente em que o estado pode intervir”, bem como estabelecer “a todos os organismos públicos um prazo máximo de 90 dias para os reembolsos dos financiamentos dos projetos apoiados fundos comunitários que continuada baixará para os 30 dias”. Tem ainda em vista “redirecionar para as PME uma parte dos fundos provenientes da União Europeia para apoiar os investimentos que tem que ser feito nos fatores de produção para a sua modernização”.

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A evolução do Imobiliário no contexto nacional

  • Conteúdo Patrocinado
  • 23 Novembro 2023

A Evolução do Imobiliário no Contexto Nacional é o tema central da conferência que tem lugar a 29 de novembro, às 15h no ECO.

Nunca foi tão pertinente debater o setor Imobiliário como hoje. Perante o contexto social e económico, o ECO, juntamente com profissionais do setor pretende contribuir no sentido de apontar caminhos e soluções. Com esta conferência, o ECO pretende trazer a debate o setor Imobiliário, com uma partilha com diversos contributos, perspetivas e oportunidades no mercado durante o próximo ano. Esta conferência conta com a presença de Santos Ferreira, Presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s, Pedro Brinca, Investigador da NOVA SBE, Jorge Bota, Presidente da Associação de Consultores e Avaliadores Imobiliários, Hugo de Almeida Vilares, co-autor do estudo “A crise da habitação nas grandes cidades – uma análise”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos e Rafael Ascenso, Founder & Partner da Porta da Frente Christie’s.

A conferência é de entrada gratuita, com inscrição obrigatória AQUI.

Programa

15h | Boas-vindas

ECO

15h15 | Para onde caminha o setor Imobiliário face aos desafios atuais

Jorge Bota, Presidente da Associação de Consultores e Avaliadores Imobiliários

João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s

Orador a indicar

 

16h | Coffee break

16h15 | O papel do setor na economia nacional

Hugo de Almeida Vilares, co-autor do estudo “A crise da habitação nas grandes cidades – uma análise”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Pedro Brinca, investigador da Nova SBE

Rafael Ascenso, Founder & Partner da Porta da Frente Christie’s

 

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Chefe da diplomacia de Israel diz que Guterres “pode servir de porta-voz do Hamas”

  • Lusa
  • 22 Novembro 2023

Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita voltou a criticar António Guterres, "conhecido pela sua parcialidade contra Israel" no conflito na Faixa de Gaza contra o Hamas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, sustentou que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “pode servir de porta-voz do [movimento islamita palestiniano] Hamas”.

“Na minha opinião, o secretário-geral da ONU pode servir de porta-voz do Hamas”, declarou Cohen, acusando Guterres de “ser conhecido pela sua parcialidade contra Israel”.

Segundo o chefe da diplomacia israelita, na terça-feira Guterres “foi convidado a ver o vídeo das atrocidades [cometidas pelo Hamas no ataque de 07 de outubro a Israel], que foi projetado na ONU, e negou-se a assistir”.

Por Guterres ter afirmado que Israel violou o direito internacional humanitário na sua ofensiva à Faixa de Gaza, Israel mantém um conflito aberto contra ele, tendo mesmo chegado a exigir a sua demissão do cargo de responsável máximo das Nações Unidas.

A 24 de outubro, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres voltou a condenar o ataque de 07 de outubro do Hamas a território israelita, que fez 1.200 mortos e cerca de 240 reféns, mas acrescentou que ele “não veio do nada, mas de 56 anos de ocupação”, palavras que enfureceram Israel.

Nesse discurso, Guterres afirmou igualmente que nada podia justificar os ataques do Hamas, mas contrapôs que a agressão do braço armado do grupo islamita também não podia justificar “o castigo coletivo dos palestinianos”.

Em mês e meio de guerra, cerca de 15.000 palestinianos foram mortos, entre os quais mais de 5.000 crianças, segundo dados das autoridades da Faixa de Gaza (desde 2007 controlada pelo Hamas), e há 1,7 milhões de habitantes daquele território deslocados, segundo a ONU.

Para Cohen, a postura de Guterres não representa a dos membros das Nações Unidas.

“Alegra-me muito ver que as suas posições não representam as posições dos Estados-membros da ONU e que Israel também está a receber um apoio sem precedentes na ONU”, observou.

No dia 28 de outubro, a Assembleia-Geral da ONU aprovou por esmagadora maioria (120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções) uma resolução que pedia “o fim das hostilidades” na Faixa de Gaza, ao que Israel se opôs até terça-feira, embora hoje tenha acordado uma trégua humanitária de quatro dias com o Hamas para a libertação de 50 reféns sequestrados em território israelita, em troca da libertação de 150 presos palestinianos e da distribuição de ajuda humanitária em todo o enclave palestiniano.

Israel, que votou contra a resolução, só obteve o apoio de 13 países, entre os quais o seu principal aliado — os Estados Unidos -, alguns países latino-americanos, como o Paraguai e a Guatemala, e outros Estados do Pacífico.

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Reino Unido aprova 110 medidas para “desbloquear” 23 mil milhões de euros de investimento

  • ECO e Lusa
  • 22 Novembro 2023

Plano britânico prevê um corte maior do que o previsto nas contribuições para a Segurança Social, a isenção fiscal total do investimento de capital e o aumento do salário mínimo nacional em quase 10%.

A economia britânica deverá crescer 0,6% em 2023, em vez de uma contração de 0,2% prevista em março, de acordo com as estimativas oficiais publicadas esta quarta-feira juntamente com um balanço orçamental do ministro das Finanças, Jeremy Hunt.

No entanto, segundo as estimativas revistas pelo Gabinete para a Responsabilidade Orçamental (OBR na sigla inglesa), nos próximos dois anos o crescimento deverá ser de 0,7% e 1,4%, respetivamente, muito abaixo das previsões anteriores de 1,8% em 2024 e 2,5% em 2025.

Para estimular a economia e o nível de vida, Hunt afirmou que o país tem de ser mais produtivo e apresentou 110 medidas orçamentais sobre questões como competências, habitação e planeamento para “desbloquear” 20 mil milhões de libras (23 mil milhões de euros de investimento.

A medida mais mediática apresenta esta tarde foi um corte maior do que o previsto nas contribuições para a Segurança Social de dois pontos percentuais, para 10%, já a partir de janeiro. Para o setor empresarial, tornou permanente a isenção fiscal total de investimento de capital, o que permite às empresas recuperar os gastos em instalações e maquinaria.

O Ministério das Finanças já tinha revelado na terça-feira que iria aumentar o salário mínimo nacional em quase 10% (9,8%), passando de 10,42 libras (11,97 euros) por hora para 11,44 libras (13,14 euros) por hora.

Jeremy Hunt, que até agora tem sido cauteloso, reivindicou que a economia britânica “virou uma esquina” graças à tendência de descida da inflação e do endividamento público. “Depois de uma pandemia global e de uma crise energética, tomámos decisões difíceis para voltar a colocar a nossa economia no bom caminho”, afirmou Hunt na Câmara dos Comuns.

O OBR prevê que a inflação, atualmente em 4,6%, deverá cair para 2,8% até ao final de 2024 e para 2% no ano seguinte, enquanto a dívida pública, atualmente 97,8% do Produto Interno Bruto (PIB), diminuirá para 91,6% do PIB em 2024.

Apesar de as medidas agora anunciadas reduzirem a carga fiscal em 0,7 pontos percentuais, o organismo independente disse que continua num nível recorde e vai continuar a subir até 37,7% em 2028-29.

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Partido de extrema-direita anti União Europeia vence eleições nos Países Baixos

  • ECO
  • 22 Novembro 2023

Populista que já pediu referendo ao “Nexit”, para votar a saída dos Países Baixos da UE, vence as eleições. Sem maioria no parlamento, Geer Wilders precisará de outros partidos para liderar o Governo.

A extrema-direita venceu as eleições legislativas nos Países Baixos. Uma sondagem à boca das urnas atribui uma clara liderança a Geert Wilders na votação realizada esta quarta-feira.

O Partido da Liberdade (PVV) de Wilders terá conquistado 35 dos 150 assentos, mais do dobro do que nas anteriores eleições de 2021 — e nove assentos à frente do rival mais próximo, a aliança Trabalhista/Esquerda Verde de Frans Timmermans, de acordo com os resultados da sondagem divulgados pela agência Reuters.

Já o partido conservador do primeiro-ministro cessante, Mark Rutte, o VVD, deverá ficar em terceiro lugar, tendo conquistado 23 lugares no Parlamento. Menos 11 do que nas anteriores eleições.

Face a estes resultados, falta saber se algum partido se juntará a Wilders para formar um governo de coligação, dado que não terá uma maioria no parlamento. Nos últimos dez anos, os principais líderes partidários recusaram-se a fazer acordos governativos com Wilders.

“Os eleitores falaram esta noite e disseram que estão fartos”, disse Wilders, citado pelo Politico, afirmando que os “neerlandeses serão novamente colocados em primeiro lugar” e que o partido quer trabalhar para conter o “tsunami do asilo”. Com uma retórica anti-Islão, o programa do PVV prevê banir as mesquitas e o Alcorão e proibir a utilização da burca em edifícios públicos.

Wilders também é um eurocético da linha mais dura do partido, tendo já pedido um referendo ao chamado “Nexit” para votar a saída dos Países Baixos da União Europeia.

Extrema-direita europeia celebra vitória de Wilders

Vários líderes da extrema-direita europeia celebraram a vitória nos Países Baixos do Partido da Liberdade (PVV), com o presidente do Chega a afirmar que “a seguir será Portugal”.

“O nosso amigo Geert Wilders acaba de vencer as eleições nos Países Baixos. É o último sinal: a seguir será Portugal!”, escreveu André Ventura na rede social X (antigo Twitter), na quarta-feira à noite, numa publicação acompanhada de uma fotografia dos líderes do Chega e do PVV.

A antiga presidente do partido francês de extrema-direita, União Nacional, Marine Le Pen, felicitou o partido neerlandês e o seu líder “pelo desempenho espetacular nas eleições parlamentares, que confirma o crescente apego à defesa das identidades nacionais”.

“Porque há pessoas que se recusam a ver a tocha nacional apagada, a esperança de mudança ainda está viva na Europa”, escreveu Le Pen na rede social X.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, do partido Fidesz, fez uma referência à música Winds of Change (Ventos de Mudança) da banda de rock alemã Scorpions, associada à queda da União Soviética, para dizer que “os ventos da mudança chegaram”.

O ministro italiano das Infraestruturas e dos Transportes, Matteo Salvini, partilhou uma imagem com o “amigo Wilders”, um “aliado histórico da Liga” do Norte, o partido de Salvini, e deu-lhe os parabéns por “esta extraordinária vitória eleitoral”. “Uma nova Europa é possível”, acrescentou.

De Espanha, o presidente do Vox, Santiago Abascal, aproveitou a oportunidade para afirmar que “cada vez mais europeus exigem nas ruas e nas urnas que as suas nações, as suas fronteiras e os seus direitos sejam defendidos”.

O partido liderado por Geert Wilders, de ideologia de extrema-direita e contra a imigração, deverá duplicar o número de deputados e vencer a coligação formada pelo Partido Trabalhista e pelos Verdes. “Somos o partido mais votado na Holanda e posso garantir que os eleitores falaram”, disse Wilders, que garantiu que os neerlandeses “estarão mais uma vez em primeiro lugar”.

(Notícia atualizada a 23 de novembro as 7h30 com as reações)

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