Quem ganha salário mínimo não vai pagar IRS em 2025

Mínimo de existência vai subir no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado. Resultado: quem ganha o salário mínimo continuará sem pagar IRS no próximo ano.

Quem ganha o salário mínimo nacional vai continuar a não pagar IRS no próximo ano. A proposta de Orçamento do Estado para 2025, entregue esta tarde pelo Governo no Parlamento, garante que o mínimo de existência será atualizado para 12.180 euros, o que garante que a retribuição mínima garantida continuará isenta de imposto.

Atualiza-se o valor do mínimo de existência, garantindo que o salário mínimo nacional continua isento de IRS. A atualização do mínimo de existência decorre da necessidade de fazer face ao aumento decidido em Concertação Social, de 820 euros para 870 euros“, lê-se no relatório, que foi entregue pelo ministro das Finanças ao presidente da Assembleia da República.

Já na proposta de lei, detalha-se que o valor de referência a vigorar no próximo ano será de 12.870 euros, ou seja, 14 vezes 870 euros, o valor do salário mínimo acordado na Concertação Social para 2025.

O mínimo de existência determina o nível de rendimento que é assegurado a cada contribuinte após a aplicação dos impostos, ou seja, sempre que o rendimento depois da tributação é inferior ao mínimo de existência, o Estado abdica de imposto, ficando o contribuinte isento de IRS.

Até este ano esse limite tinha sido guiado salário mínimo nacional, o que assegurava que quem o recebia estava (automaticamente) isento de imposto. A fórmula, porém, mudou, ligando-se, em alternativa, à evolução do Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

Ainda assim, os trabalhadores que ganham o salário mínimo continuaram a não pagar IRS em 2024, porque o Governo anterior subiu o mínimo de existência. E o atual Executivo vai repetir essa receita, quanto ao próximo ano.

Ou seja, para acompanhar o aumento do salário mínimo nacional negociado na Concertação Social, o Governo vai atualizar o mínimo de existência, garantindo a continuação da isenção fiscal.

O acordo celebrado entre as confederações empresariais, a UGT e o Governo já estabelecia o compromisso de haver neutralidade fiscal face aos aumentos salariais, pelo que esta atualização do mínimo de existência já era expectável.

De acordo com os dados disponíveis neste momento, cerca de um quinto dos trabalhadores recebe o salário mínimo nacional.

Os funcionários públicos que recebem o “mínimo” que é pago no Estado voltarão, contudo, expostos a IRS: como a base remuneratória da Administração Pública sobe para 870,5 euros, o rendimento anual chega a 12.187 euros, acima do mínimo de existência indicado esta tarde pelo Governo para 2025.

Atualizada às 16h11

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Caixa paga 670 milhões em dividendos, Banco de Portugal nada dá (outra vez)

Proposta de Orçamento do Estado para 2025 prevê dividendos de 671,5 milhões de euros da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Já o Banco de Portugal volta a não dar qualquer contributo.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) conta entregar 671,5 milhões de euros em dividendos ao Estado no próximo ano, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2025 a que o ECO teve acesso. Já o Banco de Portugal volta a não dar qualquer contributo.

O Ministério das Finanças contabilizou 683,2 milhões de euros em dividendos que as empresas públicas deverão distribuir no próximo ano, incluindo ainda Parpública (8,9 milhões), NAV (1,5 milhões), Porto de Lisboa (1 milhão), Parques Sintra (186,5 mil euros) e Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (142,4 mil euros).

O banco público volta a centrar todo o destaque. O setor continua a beneficiar do ambiente de elevadas taxas de juro. No caso da Caixa, que tem um rácio de payout de 40%, o dividendo previsional (abaixo dos 825 pagos este ano) aponta para que venha a registar um lucro recorde de 1,7 mil milhões de euros este ano — na primeira metade do ano lucrou 889 milhões.

Caso o dividendo se confirme, a CGD acumula quase 3,2 mil milhões de euros em dividendos distribuídos desde 2019, ou seja, com Paulo Macedo à frente da instituição. O desempenho já permitiu reembolsar a ajuda pública que o banco recebeu em 2017.

Já o Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, não tem qualquer cheque para entregar a Miranda Sarmento. O que era expectável dado que os bancos centrais estão a ser penalizados pelos juros elevados. Centeno já tinha avisado que o banco central ia atravessar um período de resultados negativos e que não ia pagar dividendos antes de 2026.

O ministro das Finanças entregou esta quinta-feira na Assembleia da República a proposta orçamental para 2025, cujo desfecho ainda é incerto tendo em conta as últimas posições assumidas quer pelo PS quer pelo Chega.

(Notícia atualizada às 16h00)

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Governo vê economia a crescer 1,8% este ano e 2,1% em 2025

Perspetivas significam uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% sinalizados aos partidos políticos. Exportações e investimento avançam 3,5% no próximo ano.

O Governo prevê um crescimento da economia portuguesa de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, de acordo com o cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue esta quinta-feira no Parlamento e ao qual o ECO teve acesso. As perspetivas significam uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% para ambos os anos sinalizado aos partidos políticos nas reuniões de negociação da proposta orçamental.

No Programa de Estabilidade, num cenário de políticas invariantes, o Ministério das Finanças apontava para uma taxa de crescimento de 1,5% este ano e de 1,9% em 2025, mas ao longo do ano indicou estar a trabalhar com um cenário de cerca de 2%. Após as reuniões, em setembro, com os partidos políticos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) iniciou uma nova série estatística, incorporando nova informação, o que levou algumas instituições a reverem em baixa as perspetivas para este ano.

A previsão para este ano alinha com a do Conselho das Finanças Públicas (CFP), mas fixa-se acima dos 1,6% esperados pelo Banco de Portugal (BdP) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e dos 1,7% previstos pela Comissão Europeia. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista e espera uma expansão de 1,9%.

Para 2025, a previsão do Executivo está em sintonia com a da instituição liderada por Mário Centeno, mas situa-se abaixo dos 2,4% esperados pelo CFP e dos 2,3% do FMI. Por seu lado, a OCDE aponta para uma taxa de 2% e Bruxelas de 1,9%.

O Ministério das Finanças suporta a perspetiva para 2025 com a aceleração da procura interna (de 2% em 2024 para 2,1% em 2025), em particular do investimento (de 3,2% em 2024 para 3,5% em 2025) e do consumo privado (de 1,8% para 2%), e das exportações (de uma taxa de 2,5% para 3,5%). “O crescimento da economia portuguesa deverá manter-se acima do crescimento da área euro”, refere o relatório do Orçamento.

Fonte: Relatório do Orçamento do Estado para 2025

O Ministério das Finanças aponta para uma desaceleração da taxa de inflação, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) de 5,3% em 2023 para 2,6% em 2024 e para 2,3% em 2025.

Aumento do rendimento das famílias desacelera para 3,7% em 2025

O crescimento do consumo privado beneficia em parte da redução da inflação e das taxas de juro e ocorre num contexto de aumento sustentado do rendimento disponível das famílias em termos reais, que deverá crescer 4,4% este ano e 3,7% em 2025. Segundo as Finanças essa evolução reflete “os efeitos de medidas de política que determinarão aumentos salariais, a diminuição de impostos diretos e o aumento das prestações sociais”.

O Ministério das Finanças prevê que a taxa de desemprego aumento de 6,5% em 2023 para 6,6,% em 2024, reduzindo-se novamente em ponto percentual em 2025.

O ministro das Finanças Miranda Sarmento apresenta em conferência de imprensa a proposta de Orçamento do Estado para 2025Hugo Amaral/ECO

Turismo modera impacto nas exportações

O Governo prevê um aumento das exportações de 2,5% este ano e de 3,5% em 2025. A taxa estimada para este ano representa uma desaceleração face a 2023 (3,5%), devido ao crescimento mais moderado das exportações de serviços à medida que se dissipam os efeitos da recuperação pós-pandemia no turismo, justifica o Ministério das Finanças.

Já em 2025, as exportações evoluirão em linha com a procura externa dirigida à economia portuguesa, com o Governo a prever uma recuperação de “importantes parceiros comerciais”. No entanto, salienta que “este crescimento será compensado pelo das importações (3,5%), que aceleram em 2025 em resultado da procura adicional de bens e serviços importados, determinada pelo maior crescimento do consumo privado e do investimento”. Neste sentido, estima que “a procura externa dê um contributo aproximadamente nulo para o crescimento do PIB em 2024 e 2025″.

Para 2024, aponta para uma taxa de crescimento do investimento de 3,2%, e para 2025 uma aceleração, para 3,5%, “relacionada com a crescente absorção dos fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e outros instrumentos de financiamento europeu, bem como com a menor restritividade das condições de financiamento”.

Prevê ainda um aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa, de 1,6% do PIB em 2023 para 3,3% e 3,6%, respetivamente, em 2024 e 2025, beneficiando dos “fundos europeus, com impacto muito significativo no saldo da balança de capital”.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h06)

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Unidade de Execução do Aleixo vai a discussão na Câmara do Porto no dia 14

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

Câmara do Porto discute, na segunda-feira, Unidade de Execução do Aleixo Foram recebidas 25 pronúncias durante o período de discussão pública, decorrido entre 17 de julho e 13 de agosto.

O executivo da Câmara do Porto discute na segunda-feira a aprovação da delimitação da Unidade de Execução do Aleixo, para onde está prevista a construção de edifícios em altura e de um parque verde.

Na proposta, a que a Lusa teve hoje acesso, o vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, esclarece que foram recebidas 25 pronúncias durante o período de discussão pública da Unidade de Execução, que decorreu entre 17 de julho e 13 de agosto.

“Da ponderação das pronúncias não resulta a necessidade de realizar qualquer alteração à proposta inicial, sendo, contudo, retificado um lapso no relatório, referente à designação de um arruamento”, afirma o vereador.

Nesse sentido, o executivo da câmara do Porto delibera na reunião pública de segunda-feira aprovar a delimitação da Unidade de Execução do Aleixo, localizada na União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos.

A Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) do Aleixo corresponde ao território delimitado pela Rua do Ouro, Rua do Aleixo, Rua da Arrábida, Rua da Mocidade da Arrábida e traseiras dos prédios que facejam com as ruas das Condominhas e da Arrábida.

O executivo da Câmara do Porto aprovou a 12 de junho a abertura da discussão pública da delimitação da UOPG do Aleixo, para onde está prevista a construção de edifícios em altura e de um parque verde.

No final da reunião do executivo Pedro Baganha explicou que a solução urbanística “aposta na construção em altura por forma a libertar terreno para zonas verdes e arruamentos”.

O Plano Diretor Municipal (PDM), aprovado em 2021, determinou que a zona do Aleixo é uma UOPG, o que significa que tem de haver concertação entre os proprietários daqueles terrenos, que neste caso são três, um dos quais o município.

“Pelas minhas contas, estamos a falar de cinco torres e depois dois blocos mais pequenos”, especificou Pedro Baganha.

Os blocos destinados à autarquia deverão ser para habitação acessível, sublinhou.

“Tendo em consideração que estamos a falar de 14.000 metros quadrados que ficarão na propriedade da câmara, e que não são entregues ao Invesurb – Fundo Especial de Investimento Imobiliário, eu diria que estamos a falar de qualquer coisa entre 140 a 150 focos”, especificou o vereador do Urbanismo.

O bairro do Aleixo era constituído por cinco torres. A torre 5 foi demolida em 2011 e em 2013, no último mandato de Rui Rio como presidente da Câmara do Porto, foi demolida a torre 4.

O processo de desmontagem das três torres restantes arrancou em junho de 2019, tendo ficado concluído ainda antes do cronograma definido, que apontava o fim dos trabalhos para o mês de dezembro.

Em novembro de 2022, a Câmara do Porto aprovou o aumento de capital de participação do Invesurb em 21,48%, acompanhando o aumento com o montante de 483.300 euros.

A quarta modificação ao contrato com o Invesurb – Fundo Especial de Investimento Imobiliário pressupõe que a autarquia construa habitações sociais nas Eirinhas e no Bairro do Leal e o fundo financie a operação.

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OPA concorrente à da Bondalti sobre a Ercros também recebe luz verde do governo espanhol

O Governo de Sánchez aprovou "sem condições" a contra-oferta lançada pela italiana Esseco sobre a espanhola Ercros. Só após esta autorização o regulador pode decidir se autoriza a operação.

Tal como tinha acontecido com a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Bondalti sobre a Ercros, o governo espanhol também decidiu autorizar “sem condições” a oferta concorrente apresentada pela italiana Esseco sobre o capital da Ercros.

O Conselho de Ministros deliberou, no dia 8 de outubro, “autorizar sem condições o investimento estrangeiro da Oferente e do seu investidor final na empresa espanhola”, divulgou a empresa num comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol CNMV.

Com a aprovação do Executivo espanhol, o regulador pode agora autorizar a oferta de 3,84 euros por ação da italiana Esseco, uma OPA concorrente à oferta lançada no passado mês de março pela portuguesa Bondalti, no valor de 329 milhões de euros (3,6 euros por ação).

Apesar da oferta da Esseco ser superior à da Bondalti, o administrador da Bondalti, Luís Delgado, indicou no mês passado que a empresa não pretende subir o preço da OPA. “A nossa intenção não é subir o preço, achamos que é um preço justo para a companhia de que estamos a falar dentro de um mercado desafiador. A nossa postura é manter o preço, obviamente é um processo longo e muita água passará ainda debaixo da ponte”, afirmou Luís Delgado na conferência Energy 2024.

A atitude da empresa portuguesa poderá ditar o fracasso da operação, uma vez que um grupo de 150 acionistas da Ercros, que representa cerca de 27% do capital da gigante espanhola, já anunciou que não aceita nem a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela portuguesa Bondalti, nem a OPA concorrente da italiana Esseco. Os investidores da empresa já se tinham manifestado contra as operações na assembleia geral de acionistas do passado dia 28 de junho, por considerarem que as contrapartidas oferecidas nas duas ofertas são demasiado baixas.

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E-Redes adianta que já foi reposta a normalidade na rede elétrica após mau tempo

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

Cerca de 2.000 clientes do Norte do país ainda estavam, esta manhã, sem energia. Normalidade no abastecimento de eletricidade foi reposta, indica a E-Redes.

A normalidade na rede elétrica, nomeadamente em Braga, Guimarães e Vila Real, foi reposta às 13:30, depois do mau tempo de quarta-feira ter deixado cerca de 400 mil pessoas sem eletricidade, adiantou hoje a E-Redes.

“A normalidade na rede elétrica está reposta”, referiu a empresa do grupo da EDP, em comunicado enviado às 13:38.

O mau tempo que assolou o país na quarta-feira deixou cerca de 400 mil pessoas sem eletricidade, sobretudo no Norte, região que foi mais afetada. Esta manhã, 2.000 pessoas no Norte do país mantinham-se sem serviço de energia.

A principal causa das avarias foi a queda de árvores e projeção de ramos que danificou postes e condutores, explicou a E-Redes.

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ANA vai investir 120 milhões nos aeroportos este ano

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

O CEO da concessionária, Thierry Ligonnière, afirmou que estão em curso investimentos de 50 milhões de euros no Porto e em Porto Santo, e de 20 milhões em Faro.

O presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière, disse hoje que a empresa está a realizar, este ano, investimentos de 120 milhões de euros nas infraestruturas aeroportuárias nacionais.

Na sua intervenção na jornada inaugural da 7.ª edição da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, o ‘Chief Executive Officer’ (CEO) da ANA disse que a empresa está “a trabalhar” no “planeamento do futuro” das suas infraestruturas.

Não apenas em Lisboa, mas em todos os nossos aeroportos“, afirmou, referindo que, ao mesmo tempo, as equipas da ANA “também estão a olhar para o futuro próximo dos aeroportos existentes”.

Por isso, continuou, “este ano, estamos a realizar e a entregar um plano com 120 milhões de euros de investimentos“.

Thierry Ligonnière lembrou que “estão em curso grandes operações” no aeroporto do Porto, num “investimento de 50 milhões bastante impactante, bastante sensível, naquilo que é o maior ativo do aeroporto, que é a sua pista”.

“Estão obviamente operações em Faro, na zona do terminal, na cobertura do aeroporto”, que representam um investimento de “cerca de 20 milhões”, acrescentou.

O presidente executivo da ANA precisou ainda que, na Madeira, a empresa está a investir “acima de 50 milhões” na “nova aerogare de Porto Santo”.

Por seu turno, nos Açores, frisou o CEO da ANA, sem precisar neste caso a verba investida, a empresa está “a intervir neste momento nos terminais de Ponta Delgada e da Horta“.

E, no âmbito de investimentos planeados nas infraestruturas aeroportuárias nacionais, o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, também não é exceção, segundo o presidente executivo da ANA, que se queixou, contudo, de algumas dificuldades neste processo.

A empresa vai realizar, “naturalmente”, obras em Lisboa, “se conseguirmos avançar com os investimentos, se conseguirmos ter efetivamente as licenças necessárias para podermos avançar com estes investimentos”, realçou, lembrando que existe “algum debate neste momento, sobre esta matéria”, o qual “é conhecido” e “está na comunicação social”.

“Mas temos as nossas equipas a trabalhar, temos os projetos prontos, temos um projeto magnífico de expansão do Terminal 1, de criação de uma nova zona de estacionamento, e também da expansão do Terminal 2”, disse.

Além disso, ainda estão previstas obras que “normalmente são invisíveis para os olhos do público em general, mas que contribuem” para o funcionamento e operacionalidade do aeroporto.

No seu discurso, Thierry Ligonnière indicou ainda que, este ano, vai ser marcado “por novos recordes” de tráfego aéreo nos aeroportos em Portugal.

Estamos a aproximar-nos ou a ultrapassar alguns limiares simbólicos de tráfego”, como sejam “35 milhões de passageiros em Lisboa, 15 milhões no Porto, quase 10 milhões em Faro, quatro milhões na Madeira” e a ficar “mais próximo dos três milhões, agora cada vez mais, em Ponta Delgada”, precisou.

Números de passageiros que “dizem alguma coisa”, segundo o CEO da ANA, frisando que o país também tem dado passos em frente em termos de conectividade aérea: “Foi um ano [2024] mais uma vez fantástico, 67 rotas adicionais, incluindo 40 destinos novos”.

O Portugal Air Summit decorre, até sábado, no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, sob o tema ‘Flying 4 Change’.

O evento é promovido pela Câmara de Ponte de Sor, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Ponte de Sor (ACIPS) e tem como objetivo servir de “debate e inovação” para o setor, reunindo especialistas, decisores e entusiastas nesta área.

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Ministro das Finanças já entregou proposta de Orçamento do Estado no Parlamento

A proposta foi esta quinta-feira entregue na Assembleia da República e será apresentada esta tarde pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

A proposta para o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025) acaba de ser entregue na Assembleia da República (AR).

O documento foi entregue esta quinta-feira pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, acompanhado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ao presidente da AR, José Pedro Aguiar-Branco. A proposta deverá ficar disponível no site do Parlamento nos próximos instantes.

Feita a entrega, o documento será esta tarde, pelas 16h, apresentado no Salão Nobre do Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, à qual seguir-se-á uma conferência de imprensa.

O documento será ainda escrutinado pelos partidos, que deverão reagir ao longo desta tarde, seguindo-se a discussão e votação na generalidade, marcada para 30 e 31 de outubro. Se o documento passar — algo que ainda não está garantido, uma vez que o PS não revelou ainda o sentido de votosegue-se a discussão e votação na especialidade, nos dias 22, 26, 27, 28 e 29 de novembro.

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Bruxelas alerta que bazuca é para implementar rapidamente

Quando faltam pouco mais de dois anos para o fim do prazo de implementação da bazuca europeia (fim de 2026) “todos os esforços dos Estados-membros devem centrar-se na implementação plena e atempada".

Após alguns atrasos em 2023, a implementação e os pagamentos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) aceleraram. Até ao final de agosto, foram pagos 265,4 mil milhões de euros aos Estados-membros e cerca de 85% dos marcos e metas com data indicativa de conclusão até o primeiro trimestre de 2024 foram avaliados como cumpridos satisfatoriamente pela Comissão, revela o terceiro relatório da Comissão Europeia sobre a implementação da bazuca. No entanto, Bruxelas deixa um alerta os Estados-membros devem continuar a implementar rapidamente os seus planos.

Quando faltam pouco mais de dois anos para o fim do prazo de implementação da bazuca europeia (fim de 2026) “todos os esforços dos Estados-membros e das instituições devem centrar-se na plena e atempada implementação do MRR. Possíveis constrangimentos na implementação devem ser resolvidos e os PRR devem ser adaptados sempre que relevante para atender às necessidades emergentes e em evolução”, diz a Comissão Europeia.

Portugal já submeteu duas revisões ao seu PRR e ambas foram aceites. A primeira, mais profunda, resultou de um reforço das subvenções a que Portugal teve direito, mas também a um recurso mais substantivo à componente de empréstimos, e a segunda para adequar os indicadores físicos usados para comprovar o cumprimento das metas e marcos da bazuca. Mas todos os 27 já submeteram revisões sendo que quatro países já submeteram três revisões: Alemanha, Irlanda, Itália, Finlândia.

A Comissão está consciente da pressão do tempo e, por isso, em julho foram introduzidos processos mais simples com foco na forma como devem rever os seus planos o que será “relevante para resolver os constrangimentos na implementação”. “Os requisitos de apresentação de relatórios para os Estados-membros também foram simplificados. Além disso, foi dada maior clareza sobre as formas de combinar o MRR com outros fundos da UE para reforçar as sinergias”, lê-se no relatório. E foi aberta a possibilidade de os países fasearem os investimentos cuja conclusão não focará concluída até 2026.

Desde a sua criação, o MRR, a coluna dorsal do instrumento da UE para a recuperação da pandemia, “gerou mais de 82 mil milhões de euros em investimentos que apoiam diretamente as empresas”. “Estão a ser implementadas mais de 900 reformas para reduzir a burocracia e acelerar os processos empresariais para obter autorizações e licenças, por exemplo, ajudando a indústria da UE a tornar-se mais competitiva”, acrescenta o relatório.

O terceiro relatório sobre a implementação do MRR, revela que a Comissão recebeu 69 pedidos de pagamento de 25 Estados-membros – só a Hungria e a Suécia não submeteram ainda quaisquer pedidos — e desembolsou mais de 267 mil milhões de euros, ou seja, mais de 40% do financiamento disponível do MRR. “Até ao final do ano, prevê-se que sejam desembolsados mais de 300 mil milhões de euros do MRR”, acrescenta o documento.

A Comissão garante que continua a “angariar fundos com sucesso nos mercados de capitais” para financiar o MRR, tendo até à data sido emitidos mais de 60,2 mil milhões de euros em obrigações verdes do NextGenerationEU.

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“O setor dos pagamentos em Portugal não desenvolveu de todo o seu potencial”

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  • 10 Outubro 2024

Competitividade, inovação e regulação são temas centrais no setor de pagamentos em Portugal. João Câmara, Presidente da ANIPE, explora como o mercado português enfrenta estes desafios.

A propósito da 2º Conferência Anual da ANIPE, que está a decorrer hoje, estivemos à conversa com João Câmara, presidente desta associação, sobre os principais desafios do setor de pagamentos em Portugal. Entre os tópicos abordados estão a competitividade, o acesso ao Multibanco, a inovação, e o impacto da regulação europeia.

A conversa abordou também as condições necessárias para atrair investidores e competir com empresas estrangeiras, assim como o papel do Estado em promover um ecossistema de pagamentos mais dinâmico e inclusivo.

Atualmente, que problemas enfrenta o Setor de Pagamentos e Moeda Eletrónica em Portugal?

Em termos gerais podemos apontar desafios de natureza concorrencial, regulatória e de atratividade de talento e investimento. Vejamos:

  • Grupo SIBS domina com mais de 95% de quota de mercado em segmentos-chave, o que limita o desenvolvimento de um ecossistema vibrante. Além disso, o ambiente regulatório ortodoxo em algumas áreas do Banco de Portugal dificulta o licenciamento, a inovação e a internacionalização. A regulação excessivamente complexa, com mais de 100 instrumentos legais entre regulamentos e diretivas, gera insegurança jurídica para os players do setor, afastando investidores e limitando a inovação, dos quais a maioría provém de Avisos, Instrutivos e Cartas Circulares do próprio Banco de Portugal.
  • Outro desafio que enfrentamos é a capacidade de atrair e reter talentos no setor de pagamentos. Atualmente, os centros de decisão e de inovação estão concentrados em capitais europeias como Madrid, Paris e Londres, não existindo programas de formação específicos no nosso país.
  • Temos ainda a considerar a digitalização dos pagamentos, que é um tema central nas discussões desta Conferência. A integração de novas tecnologias, como blockchain e criptomoedas, já está a transformar a forma como realizamos transações financeiras. No entanto, Portugal ainda está atrasado em relação a outros países da União Europeia no que diz respeito à adoção dessas tecnologias de maneira eficaz e regulamentada​. As fintechs e as Instituições de Pagamento e Moeda Eletrónica (IPMEs) desempenham um papel crucial na transformação digital da nossa economia e do setor. Estas empresas são responsáveis por grande parte da inovação que vemos hoje. No entanto, em Portugal, o número de IPMEs sediadas no país é ainda muito baixo, com apenas 15 empresas. Isso deve-se a vários fatores, incluindo a complexidade regulatória e a dificuldade em competir com empresas da UE, que muitas vezes mesmo operando no nosso país estão sujeitas a processos mais ágeis e eficientes e abordagens regulatórias realmente proporcionais.

Como considera o ecossistema de pagamentos em Portugal, em termos de players, inovação e diversidade?

O setor dos pagamentos em Portugal não desenvolveu de todo e até ao momento o seu potencial e, por comparação a outros países, apresentando sinais claros de estagnação e encontrando-se atualmente na cauda da europa, num contexto legislativo e regulamentar (UE) que promove precisamente a sua dinamização tal como tem vindo a acontecer na esmagadora maioría dos estados-membros desde 2018. A atuação da ANIPE desde a sua fundação tem objetivos claros: + liberalização + concorrência, + empresas a operar no sector, + inovação para consumidores e comerciantes, + digitalização, + talento, + razoabilidade na aplicação de regulamentos, +valor acrescentado para a economia portuguesa. A ANIPE pugna por um país que seja de novo um referente de inovação, crescimento e desenvolvimento de talento neste mercado a nível Europeu e Mundial tal como foi até ao final dos anos 90.

O mercado é dominado por poucos players, especialmente o Grupo SIBS. A inovação é limitada, com um ecossistema pouco diversificado e menos atrativo para novos participantes. Embora existam iniciativas potencialmente inspiradoras, a regulação rígida dificulta a evolução da inovação. Se olharmos a seguinte tabela vemos como o mercado evoluiu desde finais de 2022.

O facto de termos 582 Instituições de Pagamento e Moeda Eletrónica registadas e a operar em livre prestação de serviços no país, com pouco ou nenhum valor acrescentado para a economia portuguesa, atesta de forma inequívoca o enorme o enorme potencial latente por explorar deste setor.

A ANIPE está plenamente convicta de que com políticas focadas e bem direcionadas, nomeadamente do ponto de vista legislativo e regulatório, será possível captar o investimento de pelo 10% desta Instituições, para que escolham Portugal como o local para licenciar e sedear as suas organizações, colocando no médio prazo o nosso mercado na dianteira da Europa passando a estar incluído no Top 5 da UE.

Será expectável um acesso não discriminatório ao scheme Multibanco por parte dos demais agentes de mercado? Ainda, estará a Segunda Determinação do Banco de Portugal ao grupo SIBS já implementada no início de 2025?

O Banco de Portugal (BdP), autoridade de supervisão do setor financeiro em Portugal, impôs uma medida regulamentar através de uma “Determinação Específica”, na qual reconhece os alegados atos ilícitos e tenta mitigá-los, o que reforça significativamente a evidência de que as decisões da Autoridade da Concorrência foram devidamente justificadas.

Desde 2022, o Banco de Portugal impôs duas determinações específicas ao SIBS SGPS SA (GRUPO SIBS) que, teoricamente, levariam à separação efetiva da entidade processadora do sistema Multibanco. A Segunda Determinação Específica à SIBS visava separar o sistema de pagamentos Multibanco da correspondente atividade de processamento, prática que parece constituir uma clara violação do artigo 35.º da Diretiva UE original 2015/2366 e do artigo 7.º do Regulamento (UE) 2015/751, estando este último em vigor há mais de 8 anos.

A Determinação avançou, fixando dezembro de 2024 como prazo final para a implementação das medidas correspondentes, estipulando controlos trimestrais ou relatórios de situação para acompanhar a evolução da aplicabilidade da Determinação e a aplicação de eventuais sanções em caso de atrasos injustificados.

Os argumentos tornados públicos para justificar a imposição do cumprimento por 24 meses de um Regulamento Europeu que está em vigor há cerca de 9 anos baseiam-se supostamente na justificação de que as normas tecnológicas e de segurança atualmente utilizadas pela SIBS não estão em conformidade com as normas internacionais, o que de certa forma é preocupante.

Chegados a este ponto consideramos que o acesso não discriminatório ao scheme multibanco é aparentemente uma questão em aberto. Esperamos que até o início de 2025, a implementação desta determinação facilite o acesso a outros agentes de mercado, de modo a promover uma concorrência mais justa, sem subterfúgios comerciais ou legais, que permitam levantar novas barreiras.

“Para que o setor surja no radar de investidores nacionais e internacionais, é necessário simplificar o enquadramento regulatório, aumentar a segurança jurídica e fomentar a inovação”

De que modo é que o Estado pode promover a competitividade no processos de pagamento?

Hoje, sempre que um cidadão pretende realizar um pagamento ao Estado, está limitado nas suas opções: Referências Multibanco (SIBS) ou Mbway (SIBS) ou o tradicional cheque e vale postal. Isto significa que para realização de pagamentos ao Estado (Autoridade Tributária, Segurança Social, Institutos Públicos, Custas Judiciais, Licenças, Taxas, etc), além da falta de opções, diversificação e inovação nas opções de pagamento para facilitar e acelerar o mesmo, excluímos todos os que não têm conta-bancária em Portugal, como por exemplo os nómadas digitais, a diáspora portuguesa, os imigrantes mas também o tecido empresarial português que para cumprir as suas obrigações é-lhes exigida a abertura de uma conta bancária nacional para utilizar instrumentos de pagamento que são exclusivos de Portugal, beneficiando de uma posição dominante (condenação AdC) e vedados aos grande Players Europeus e Globais, onerando e afastando o comércio português da dianteira da inovação, digitalização e competitividade, em especial nos canais digitais. Os pagamentos por transferência, por Débito Directo, por Pay-by-link ou Pay-by-Bank, bem como o recente SPIN (lançado pelo Banco de Portugal), deveriam ser implementados com a máxima urgência. A criação de um novo standard tecnológico aberto e de acesso universal atualmente em desenvolvimento pela AMA deveria ser priorizado pela tutela, sendo que a ANIPE dada a sua representatividade se disponibiliza desde já a apoiar a sua implementação de forma célere e a sua distribuição pelo maior número possível de operadores.

Todas estas iniciativas propostas visam trazer uma melhor capacidade de cobrança, a redução de custos para o Estado pela capacidade negocial entre concorrentes, uma melhor experiência ao utilizador para os cidadão, uma melhor reconciliação de pagamentos para os organismos públicos, e a abertura a pagamentos realizados por pessoas que não têm conta bancária em Portugal.

Que condições são necessárias reunir para que o Setor dos Pagamentos e Moeda Eletrónica em Portugal se torne atrativo para investidores nacionais e internacionais?

Na pergunta 2 acima já está enunciado o potencial existente neste mercado. Existem 582 IPME a atuar em livre prestação de serviços no nosso país mas com pouco ou nenhum valor acrescentado para a nossa economia. Isto comprova que o mercado apresenta um enorme potencial que não é alavancado, por constrangimentos estruturais e a ANIPE acredita que com políticas focadas, bem estruturadas e direcionadas legal e regularmente conseguiríamos captar investimento e fixar empresas. Imagine-se conseguirmos captar 5 a 10% destas empresas para sediarem as suas operações em Portugal! Estamos a falar de 27-58 novas empresas no setor que catapultaria o nosso país para o top 5 da UE.

Para que o setor surja no radar de investidores nacionais e internacionais, é necessário simplificar o enquadramento regulatório, aumentar a segurança jurídica e fomentar a inovação. A criação de um ecossistema mais diverso e inovador, juntamente com a modernização do sistema de pagamentos e a formação de talento, pode atrair mais investimentos.

Como é que uma empresa sedeada em Portugal pode competir com empresas sedeadas noutros países da UE? Isto é, empresas sedeadas noutros países da UE estão a vender serviços de pagamentos online em Portugal, registando clientes através de onboarding digital facilitado, conseguindo rapidamente abrir conta e em dois dias entregar um cartão de débito por correio. Qual seria o impacto deste tipo de eficiência no setor e na economia em geral se o pudessem fazer em condições de igualdade?

Existem neste momento em Portugal vários problemas estruturais e estruturantes no mercado, que acabam por ter como resultado a falta de concorrência, de inovação, de diversidade, e a diminuição das possibilidades de escolha de comerciantes, turistas e consumidores nacionais (e não só), com consequências ao nível do desenvolvimento do setor, do seu valor acrescentado para a economia nacional e da sua capacidade em reter talento e valor intelectual:

  • A não-existência de paridade concorrencial com os demais estados-membros a nível regulatório e tecnológico uma vez que o legislador e o regulador não atuam eficazmente no sentido de promover a concorrência aberta, leal e saudável.
  • Um mercado que não permite o acesso transparente e não discriminatório a todos os serviços de pagamento, onde não há neutralidade concorrencial das entidades públicas e onde é muito urgente implementar sistemas de pagamentos que permitam uma maior diversidade na reconciliação dos pagamentos ao Estado.
  • Falta de liberalização efetiva do mercado, onde se desconhece os termos de adjudicação da gestão da Câmara de Compensação e não existe uma separação entre scheme doméstico e processamento, ao arrepio das Regulações Europeias em vigor;

São alguns dos fatores que condicionam a concorrência e a competitividade das empresas nacionais relativamente às empresas com sede noutras geografias. Empresas comunitárias que oferecem em Portugal serviços de pagamentos online com processos simplificados, como abertura de contas por selfie, representam uma ameaça competitiva significativa. Se as empresas nacionais pudessem operar com as mesmas condições, isso aumentaria a eficiência do setor, promovendo a competitividade e beneficiando a economia.

Face a este contexto era importante uma intervenção mais profunda e efetiva do legislador e do regulador para garantir um tratamento igual e não discriminatório dos players, de modo a evitar distorções competitivas mais acentuadas no mercado nacional com efeitos prejudiciais também ao nível do mercado único da UE.

A existência destas distorções de mercado obriga a que tenham de ser adotadas medidas tangíveis que garantam a neutralidade absoluta a nível tecnológico e concorrencial, impedindo que o ecossistema de pagamentos continue a ser dominado (ou simplesmente controlado) pelos mesmos de sempre, isto apesar das determinações específicas do BdP ou das condenações e sanções da Autoridade da Concorrência.

Existem diversos modelos estrangeiros (espanhol com a SEPBLAC, o francês com a ACPR, e o Polaco com a KNL) que separam a parte de Inspeção e Ação Sancionatória e Prudencial do organismo principal do Banco Central. Estes modelos facilitam os processos de licenciamento proporcionando uma abordagem mais proporcional e construtiva ao mercado?

É bastante interessante constatar que os exemplos de países que utiliza na sua pergunta são de países que no mínimo têm 5 vezes mais Instituições licenciadas que o nosso país, por isso e apesar de não conhecer demasiado bem esse modelo os números parecem indicar que esse será o melhor modelo, caso contrário porque é que não conseguimos registar nenhuma entidade em Portugal nos últimos 12 meses? A ANIPE tem conhecimento de processos de licenciamento em curso há já vários anos.

Nenhuma entidade supervisora que emita leis, as fiscalize, as julgue e por fim execute a sentença ou sanção, pode funcionar bem, essa é a minha convicção e não me parece que em Portugal seja diferente.

Neste nosso evento anual vamos discutir em detalhe com a ajuda de outras Associações Europeias de Pagamentos, da Irlanda, França, Bélgica e Polónia essa potencial solução. De uma coisa a ANIPE está certa, alguma mudança se terá de fazer nos processos de licenciamento, se não quisermos afastar o enorme potencial de investimento existente e quisemos garantir a continuidade do Setor.

“A regulação da UE, se não for bem balanceada, pode inibir a inovação ao impor regras rígidas que dificultam a adaptação às novas tecnologias e à concorrência global”

Podem a Payment Services Directive 3 e a nova Payment Services Regulation (PSD3 e PSR) promover uma maior paridade na UE, e consequentemente apresentarem-se como uma oportunidade para Portugal?

A nova Payment Services Directive 3 (PSD3) e a Payment Services Regulation (PSR) podem promover uma maior paridade na UE, oferecendo uma oportunidade para Portugal modernizar o seu setor de pagamentos e alinhar-se com as melhores práticas europeias. Essas diretivas podem ajudar a reduzir as barreiras regulatórias e aumentar a competitividade do país.

Quando foi introduzida, a PSD2 trouxe grandes mudanças para o setor dos pagamentos em toda Europa. A Comissão Europeia procedeu à revisão da sua estrutura atual e apresentou propostas para estabelecer a Terceira Diretiva de Serviços de Pagamento e o Regulamento de Serviços de Pagamento (PSD 3 e PSR) de forma a retirar margem discricional e criativa aos legisladores locais. As novas normas de pagamento têm como objetivo promover uma maior uniformização das regras em toda a União Europeia, criar condições justas de concorrência para os prestadores de serviços de pagamento e fortalecer a proteção dos clientes contra fraudes.

Embora o processo negocial entre o Parlamento Europeu e os Estados-membros da UE continue e se antecipe que as regras finais entrem em vigor somente de 2026, é crucial que todos estejamos a par das mudanças significativas que se avizinham e nos comecemos a preparar com antecedência. A Autoridade Bancária Europeia (EBA) receberá a incumbência da Comissão Europeia para emitir normas técnicas de regulamentação (RTS) complementares e estabelecer regras detalhadas sobre elementos importantes da PSD3/PSR, como a autenticação forte de cliente, para ajudar as empresas a implementá-las. E é importante que todos os participantes do nosso ecossistema de pagamentos se apropriem das suas responsabilidades, cumpram o seu papel e contribuam para a boa implementação e operacionalização dos pressupostos, princípios e processos inerentes à nova regulamentação.

Não nos podemos esquecer do esforço hercúleo e desmesurado pedido às IPME Portuguesas, que são na sua maioría PME, para evitar excessos desproporcionais no processo de recertificação de licença supostamente necessário e previsto na PSD3, mas que infelizmente se verificaram com a recertificação aquando da PSD2.

Em que medida é que a função reguladora da UE pode estar a afetar a perceção do mercado acerca da perda de competitividade dos pagamentos na UE, quando comparado com outras regiões, isto é, pode estar a afetar a inovação?

A regulação da UE, se não for bem balanceada, pode inibir a inovação ao impor regras rígidas que dificultam a adaptação às novas tecnologias e à concorrência global. No entanto, um enquadramento regulatório modernizado pode apoiar o crescimento e a inovação no setor, se aplicado de forma adequada.

A regulação da União Europeia (UE) tem um impacto significativo no setor dos pagamentos, tanto no estímulo à inovação como no desenvolvimento do setor em toda a Europa. Diretivas como a PSD2 (Payment Services Directive 2) permitiram avanços ao introduzir conceitos como a abertura de serviços bancários a terceiros (Open Banking), promovendo a inovação. Isso facilitou a entrada de fintechs e novos players no mercado, permitindo a oferta de serviços mais personalizados e competitivos.

No entanto, a regulação excessiva (hiper-regulação) pode também representar um entrave. O alto grau de complexidade regulatória e o rigor dos processos de conformidade criam desafios significativos para as empresas que desejam inovar rapidamente. Isso é ainda mais evidente em comparação com outros estados, como os Estados Unidos, a China ou Brasil, onde o ambiente regulatório é muitas vezes mais flexível e permite uma adaptação mais rápida às mudanças tecnológicas. Assim, enquanto a regulação europeia proporciona proteção ao consumidor e estabilidade financeira, pode também sufocar a agilidade necessária para a adoção de tecnologias emergentes, como blockchain e criptomoedas.

A introdução da PSD3 e da nova Payment Services Regulation (PSR) pode ser uma oportunidade para abordar esses desafios, promovendo uma maior paridade entre os Estados-Membros e facilitando a inovação. Ao modernizar e simplificar as exigências, a UE pode equilibrar a proteção do consumidor com o incentivo à inovação, garantindo que o setor europeu de pagamentos continue a ser competitivo a nível global, ao mesmo tempo em que protege os interesses dos utilizadores.

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“Não seremos capazes de fazer reformas com quem não sabe ou não quer dialogar”, diz MJ à Ordem dos Advogados

As palavras são da ministra da Justiça, no discurso na abertura do encontro anual do Conselho Superior da Magistratura, em Vila Real, numa clara crítica à relação do MJ com a Ordem dos Advogados.

“Nestes seis meses de governo, o Ministério da Justiça não fechou as portas a ninguém. Falámos com quem pretendeu dialogar, ouvimos quem nos quis trazer preocupações, mas também propostas e soluções. Não podemos, não conseguimos, nem seremos capazes de fazer reformas com quem não sabe ou não quer dialogar”. As palavras são da ministra da Justiça, no discurso na abertura do encontro anual do Conselho Superior da Magistratura, em Vila Real, numa clara crítica à atual relação tensa do ministério com a Ordem dos Advogados (OA).

Em causa a revisão da tabela de remuneração dos advogados do Estado. Na reunião de trabalho relativa à Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos, realizada esta quarta-feira, Fernanda de Almeida Pinheiro fez-se representar por um vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros e, da parte do Governo, tal como a reunião anterior, esteve presente a secretária de Estado Adjunta e da Justiça (SEAJ), Maria Clara Figueiredo.

“A qualidade dos interlocutores tem sido determinante para o sucesso de algumas decisões. Isto não significa que paralisemos ou que deixemos de decidir. Ainda ontem, entregámos à Ordem dos Advogados um projeto de decisão sobre a reforma dos honorários e da classificação dos atos para efeitos de defesas oficiosas. A Ordem decidiu, já depois de termos definido este calendário, enveredar por uma forma de luta não característica de uma ordem profissional, e em nada construtiva. Não paralisámos. O minucioso trabalho de casa foi feito. Fizemos cálculos, comparámos montantes, revimos todos os atos, olhando à sua complexidade, atendemos à procura e às necessidades dos cidadãos a quem o Estado garante apoio judiciário”, disse ainda a titular da pasta da Justiça, em Vila Real.

Da parte da OA, houve tentativas de marcação de reuniões com a senhora ministra da Justiça, mas sem resposta do Governo. Bem como foi pedido que, dias antes da reunião realizada esta quarta-feira, fosse entregue o relatório à OA, mas também sem sucesso.

Assim, estiveram presentes em representação da Ordem, na apresentação do Relatório do Grupo de Trabalho, o vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros, o Chefe de Serviços do Gabinete Jurídico, Pedro Benodis Silva e Cláudia Pincho.

Da parte do Ministério da Justiça, o ECO/Advocatus sabe que Rita Alarcão Júdice, advogada de profissão, prefere delegar estas matérias relativas a advogados na SEAJ. Acompanha, mas delega a decisão na secretária de Estado desde que tomou posse.

“A OA considera que a proposta apresentada pelo Ministério da Justiça não vai ao encontro aquelas que são as pretensões dos profissionais e, desse modo, considera-a insuficiente. Tendo em conta que esta foi uma reunião técnica onde o Ministério da Justiça apresentou a sua proposta e que a OA tentou antecipar para que contasse com a presença da Ministra da Justiça, a OA fez-se representar por uma delegação que recebeu a proposta do Ministério da Justiça e foi informada da inclusão da OA no Grupo de Trabalho que irá negociar esta revisão. Esta proposta não foi partilhada de forma antecipada com a OA para que a mesma pudesse ser analisada e discutida de forma prévia, o que permitiria acelerar o processo de atualização da tabela aplicável ao sistema de acesso ao direito”, segundo explicou a OA em comunicado, divulgado na quarta-feira.

Assim, “mesmo levando em conta que este processo já poderia estar mais adiantado do que se encontra neste momento, a OA aguarda com expectativa o início deste processo negocial e continua disponível para prosseguir este caminho de negociação, que deverá, naturalmente, ser acompanhado com a presença da Ministra da Justiça. No âmbito deste processo de negociação, a OA considera que o mesmo deverá ser completo e integrar a discussão da revogação da portaria que retira à OA a competência exclusiva de composição das escalas de advogados para integrar o Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT). A OA não aceita que a escolha dos Advogados seja efetuada pelo MP/Juiz/OPC sem qualquer critério objetivo ou conhecido, em manifesta violação dos mais basilares direitos de defesa dos cidadãos. Esta portaria coloca em causa todo o processo e deve ser revogada, tendo em conta a sua ilegalidade”, concluiu o mesmo comunicado.

O Grupo de Trabalho criado pelo Governo para o que chama de Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos propõe a revisão dos honorários fixados há 20 anos, uma nova classificação e listagem dos atos praticados por advogados oficiosos, para efeitos de fixação de honorários e alargar os atos praticados a processos de arbitragem, processos em Julgados de Paz e em processos de mediação extrajudicial concluídos com acordo entre as partes. Mais: a remuneração atribuída a cada ato passa a depender da complexidade jurídica e do volume presumido das horas trabalhadas, valorizando-se igualmente os atos mais solicitados. O Ministério da Justiça espera tomar uma decisão “a breve prazo, depois de ouvida a Ordem dos Advogados e recolhidos contributos de outros interessados”, segundo comunicado do Ministério da Justiça.

O relatório apresenta ainda a criação de um “sistema de controlo de qualidade do serviço prestado pelos advogados oficiosos”, a realização de inquéritos de satisfação aos beneficiários, uma revisão ampla do sistema de registo e pagamento de despesas e ainda a exigência de certidão de não dívidas ao Estado (Fisco e Segurança Social) como condição de inscrição nas escalas das defesas oficiosas.

A bastonária da Ordem dos Advogados exigiu, na semana passada, a demissão da Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, “que foi a interlocutora da Ordem dos Advogados para os assuntos da Justiça, e com quem nunca se dignou sequer a debater esta solução (nem sequer informá-la)”, diz Fernanda de Almeida Pinheiro.

Em causa a portaria para ser publicada com “carácter de urgência” que altera o Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT), passando agora a prever-se a possibilidade de o Tribunal, o Ministério Público ou os Órgãos de Polícia Criminal (como a PJ ou Autoridade Tributária) nomearem qualquer advogado oficioso que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar a nomeação em caso de falhas nas escalas definidas. Esta alteração surge no decorrer do protesto da Ordem dos Advogados que teve início a 1 de setembro.

Desde setembro que a Ordem dos Advogados (OA) apelou à não inscrição de advogados nas escalas do SADT. O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

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A transformação tecnológica como oportunidade

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  • 10 Outubro 2024

Paulo Ferreira, Product Managament Director da Cleva, apresenta as vantagens e oportunidades que as seguradoras têm ao iniciarem um processo de mudança de sistema core.

Nos projetos em que a Cleva tem tido a oportunidade de contribuir para a transformação digital de várias seguradoras, foram identificadas diferentes motivações e razões para iniciar um processo de mudança de sistema core. Estas mudanças, que têm um impacto significativo na operação das companhias, são também determinantes para os resultados estratégicos a médio e longo prazo.

O sucesso destes projetos está, em grande parte, relacionado com a capacidade da companhia repensar os seus processos, produtos e a forma de se relacionar com os clientes. A capacidade de se reinventar, reconhecer o potencial de um novo sistema que anteriormente limitava o negócio, e aproveitar as oportunidades de crescimento, maior eficiência e melhor serviço ao cliente, são fatores essenciais para o sucesso destes projetos de transformação.

"O sucesso destes projetos está, em grande parte, relacionado com a capacidade da companhia repensar os seus processos, produtos e a forma de se relacionar com os clientes.”

Paulo Ferreira, Product Managament Director da Cleva

Antes de iniciar um processo de transformação, as companhias encontram-se muitas vezes numa encruzilhada – entre fazer evoluir o seu sistema obsoleto ou adquirir uma solução nova de mercado, sendo essencial neste contexto avaliar qual o caminho com maior potencial de transformar a organização.

É sempre determinante olhar para o conjunto de oportunidades que representa um processo de modernização dos sistemas e que passam pelos seguintes pontos:

  • Melhorar a eficiência operacional

Os sistemas modernos são projetados para agilizar processos, automatizar tarefas rotineiras e integrar-se com outros sistemas, com arquiteturas baseadas e orientadas por API, que oferecem uma maior flexibilidade e escalabilidade. Isto garante que as seguradoras possam adaptar-se rapidamente às mudanças no negócio, nos requisitos regulamentares ou nos produtos, sem necessitarem de intervenções demoradas e em grande escala. O resultado é uma operação comercial mais eficiente, ágil e com custos menores.

Paulo Ferreira, Product Managament Director da Cleva
  • Melhorar a experiência do cliente

Um sistema core moderno permite que as seguradoras desbloqueiem silos de dados e forneçam uma visão holística do cliente. Ao integrar sistemas com front-ends digitais, as seguradoras podem oferecer experiências consistentes e contínuas em todos os canais, desde aplicativos móveis até portais de agentes.

Além disso, também podem oferecer uma tramitação mais simplificada ou mesmo automática dos sinistros, permitindo uma regularização mais rápida e eficiente.

  • Incrementar a inovação e a agilidade

As seguradoras precisam de ser capazes de lançar novos produtos rapidamente, ajustar critérios de subscrição e responder a novos riscos – capacidades que são muitas vezes limitadas pela rigidez dos sistemas obsoletos. As seguradoras podem potenciar novos modelos de negócios e lançar rapidamente novos produtos no mercado, adotando capacidades que os sistemas core mais recentes disponibilizam.

  • Cumprimento dos requisitos regulamentares e de segurança

O panorama regulamentar dos seguros está a evoluir rapidamente, com novos padrões de privacidade de dados, segurança cibernética e resiliência operacional. Os sistemas legacy enfrentam dificuldades para atender a esses requisitos, expondo as seguradoras a riscos de vária ordem.

Os sistemas core modernos vêm equipados com os protocolos de segurança e têm as necessárias atualizações para garantir que as seguradoras estejam protegidas.

Em conclusão, longe de ser uma mera atualização técnica, a mudança de um sistema core representa uma oportunidade estratégica para transformar e potenciar o negócio. Para as seguradoras dispostas a fazer o investimento, a modernização do sistema core permite desbloquear novas oportunidades de crescimento e garantir o sucesso a longo prazo.

Paulo Ferreira, Product Managament Director da Cleva

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