Aprovação do Orçamento de Estado abre “nova fase” de “governação em pleno”, diz António Costa

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

“É uma nova página onde temos todos de estar juntos num contexto difícil e incerto", apelou o primeiro-ministro na abertura do XVIII Congresso Regional do PS/Açores.

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que a aprovação do orçamento para 2022 abriu “uma nova fase”, de “governação em pleno”, na qual todos têm de “estar juntos” num “contexto difícil e incerto” devido à guerra na Europa.

“É uma nova página onde temos todos de estar juntos num contexto difícil e incerto. Tal como o fizemos nestes dois anos, quando tivemos de enfrentar a pandemia. Temos de, agora, continuar a fazer, nesta situação que as nossas gerações pensaram que já não voltariam a ver, de uma guerra tão bárbara no continente Europeu”, afirmou António Costa, na mensagem em vídeo transmitida na sessão de abertura do XVIII Congresso Regional do PS/Açores, que se realizada na cidade da Horta, ilha do Faial.

Com a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, depois das eleições antecipadas que deram maioria absoluta ao PS na Assembleia da República, “abre-se uma nova fase” na qual se pode “iniciar uma governação em pleno”, acrescentou António Costa. “Uma nova fase que iniciaremos, desde já, com a aprovação da Agenda do Trabalho Digno”, descreveu.

Esse trabalho prosseguirá “com a resolução de problemas que estão hoje a asfixiar a Economia, como a carência de recursos humanos, agilizando a mobilidade, desde logo no espaço da CPLP”.

Por outro lado, serão feitos também avanços “para a criação de melhores condições para as empresas poderem investir, desbloqueando e eliminando muita da burocracia que entrava as perspetivas de desenvolvimento”. “É uma nova página”, frisou.

“Na sexta-feira, encerrámos um capítulo difícil na vida do país, com a aprovação final do Orçamento do Estado. Foi um Orçamento do Estado que permite responder aquilo que são as necessidades urgentes de melhoria de rendimentos, de criação de condições para o investimento e para a recuperação económica do país”, acrescentou.

O Orçamento, disse, “cumpre escrupulosamente a Lei das Finanças Regionais e permite responder a problemas concretos das Regiões como, por exemplo, na Horta, as obras do aeroporto”.

Costa defendeu também que Portugal tem de “continuar a afirmar a sua voz” na Europa, elogiando o papel que o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, terá como presidente do Comité das Regiões.

“A Europa é algo em que Portugal tem de continuar a afirmar a sua voz, com uma presença cada vez mais forte. E uma Europa que não se limita ao território continental, mas que se estende pelas suas Regiões Ultraperiféricas, que projetam a Europa num mundo global”, referiu.

Entre as instituições da União Europeia “há uma fundamental, que é o Comité das Regiões, onde têm, representação os municípios e as Regiões, onde têm representação todos os diferentes níveis de poder: Regional e Local”, acrescentou Costa.

“É para mim um grande orgulho, e estou certo de que é um grande orgulho para todos os socialistas, que o candidato do Grupo Socialista no Comité das Regiões a presidente do Comité durante o próximo mandato seja Vasco Cordeiro. Desejo-lhe a ele uma excelente eleição no final de junho e a todas e a todos, um ótimo Congresso”, disse.

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Como se explica a escassez de leite em pó infantil na maior economia do mundo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Maio 2022

O encerramento da maior fábrica de leite em pó nos EUA está a agravar uma escassez deste produto no país. Teve de ser a Casa Branca a tomar as rédeas da crise e a facilitar as importações.

Os Estados Unidos enfrentam há meses uma grave carência de leite em pó infantil. Começou por ter origem na pandemia de Covid-19, com os bloqueios nas cadeias de abastecimento e a falta de mão-de-obra, sendo exacerbada desde o início deste ano devido à retirada do mercado das marcas de leite em pó produzidas por uma das maiores fabricantes norte-americanas. Mas o que explica esta escassez na maior economia do mundo? E como é que a Casa Branca teve de tomar as rédeas para resolver esta crise?

Em meados de fevereiro, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) encerrou uma fábrica da Abbott Laboratories no Michigan, após ter feito uma inspeção que concluiu que existia uma fraca cultura de segurança nas instalações. Desde água em equipamento chave a fugas no telhado e falta de instalações básicas de higiene, “os resultados da inspeção foram chocantes”, disse o diretor da FDA, Robert Califf.

A investigação à unidade de uma das maiores fabricantes norte-americanas de leite em pó, no Michigan, ocorreu na sequência da infeção de quatro bebés com a bactéria Cronobacter sakazakii, depois de terem consumido uma das fórmulas infantis produzidas pela Abbott. Dois deles acabaram por morrer, o que levou à retirada do leite em pó da empresa dos supermercados.

De acordo com a Abbott, não há provas conclusivas que liguem os seus produtos às infeções. Embora o organismo tenha sido encontrado em certas áreas da fábrica do Michigan, as amostras foram retiradas de áreas que “não entram em contacto direto” com a fórmula, disse Christopher Calamari, vice-presidente sénior da área da nutrição da Abbott.

Face à retirada de leite em pó e à interrupção na produção das fórmulas da Abbott, houve um açambarcamento do produto que esvaziou as prateleiras dos supermercados norte-americanos, criando uma situação de carência que se estendeu a todo o país. Mais de 21% das prateleiras das lojas que vendem leite em pó estão vazias desde 15 de maio, segundo a empresa de análise do mercado IRI.

Além disso, é de notar que, nos Estados Unidos, as mães veem-se obrigadas a dar leite em pó aos filhos bebés porque não têm direito a baixa de licença de maternidade. Na verdade, 60% das mães nos EUA são obrigadas a deixar de amamentar antes do previsto, apenas um em cada quatro bebés é amamentado exclusivamente até aos seis meses e menos de metade até aos três meses, segundo os dados de 2020 do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças.

No entanto, há pelo menos mais um motivo que pode explicar a atual escassez de leite em pó. Quatro empresas – Abbott, Perrigo, Nestlé USA e Mead Johnson Nutrition – controlam 90% do fornecimento de leite em pó dos EUA, pelo que a cadeia de abastecimento norte-americana é facilmente perturbada quando uma fábrica deixa de produzir.

Esta concentração deve-se, em grande parte, ao Programa Especial de Nutrição Suplementar para Mulheres, Bebés e Crianças (WIC, na sigla em inglês), que o Departamento de Agricultura dos EUA estima que seja responsável por mais de metade do mercado de leite em pó do país. De acordo com os dados mais recentes, citados pela Bloomberg, cerca de 45% dos bebés norte-americanos eram elegíveis para o WIC a partir de 2018, sendo que quase todos os que são elegíveis utilizam o programa.

A forma como está estruturado o WIC, criado em 1972, tem levado à criação de monopólios do setor do leite em pó na maioria dos Estados norte-americanos. A Abbott, por exemplo, tornou-se um fabricante crucial através deste programa, com a empresa a fornecer leite em pó para quase metade dos bebés cobertos pelo WIC a nível nacional.

Os riscos desta concentração tornaram-se de tal forma evidentes que, esta semana, a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) iniciou uma investigação sobre os fabricantes de leite em pó infantil para descobrir se as fusões de empresas contribuíram para a escassez nacional. Segundo a presidente da entidade, Lina Khan, será também investigada a possibilidade de concertação de preços ou outra situação de discriminação económica ilegal entre fabricantes e distribuidores, que possa ter limitado a disponibilidade de leite em pó para mercearias, farmácias e outras lojas.

Fornecimento estrangeiro, reforço da produção e uma lei de guerra para combater a escassez

Com o agravamento da crise no setor, a Casa Branca anunciou na semana passada o transporte em avião de dois carregamentos de leite em pó provenientes de fábricas no estrangeiro. A primeira carga, de quase 35 mil quilogramas de leite em pó, aterrou no passado domingo no Indiana, vinda da base aérea norte-americana em Ramstein, na Alemanha, e cobrirá cerca de 15% das necessidades imediatas, de acordo com o conselheiro económico presidencial Brian Deese.

“A nossa equipa está a trabalhar 24 horas por dia para levar fórmula infantil segura a todos os que dela necessitam”, escreveu Biden na sua conta no Twitter nesse dia, acrescentando que foi assegurado “um segundo carregamento para transportar leite em pó da Nestlé para a Pensilvânia”.

Para ajudar a aumentar a oferta, a Administração norte-americana invocou também a Lei de Produção de Defesa, aprovada em 1950 em plena Guerra Fria. Por enquanto, Biden deu o estatuto de prioridade para o fornecimento de leite em pó à Abbott e à Reckitt Benckiser, dona da Mead Johnson Nutrition.

Além disso, a Reckitt aumentou em 30% a sua produção de leite em pó. A dona da Mead Johnson, que nos EUA produz em três fábricas no Michigan, Indiana e Minnesota, concedeu “horas extraordinárias ilimitadas” para os trabalhadores fazerem turnos extra, disse à Reuters Robert Cleveland, vice-presidente sénior da Reckitt para a Nutrição na América do Norte e na Europa.

A Nestlé também intensificou a sua produção e está a levar para os Estados Unidos leite em pó proveniente dos Países Baixos e da Suíça. O Governo norte-americano permitirá ainda a importação de leite em pó de fabricantes estrangeiros que normalmente não vendem os seus produtos nos EUA.

Quanto à fábrica da Abbott no Michigan, a fabricante norte-americana anunciou no dia 16 de maio que tinha chegado a um acordo com a FDA para retomar a produção de leite em pó nessa unidade, a partir de 4 de junho, no que constitui igualmente um passo importante para resolver a escassez nacional.

Já esta quinta-feira, o diretor da FDA disse que demorará até julho para que as prateleiras dos supermercados do país estejam novamente preenchidas com leite em pó. “Vai ser uma melhoria gradual de provavelmente cerca de dois meses até às prateleiras estarem novamente cheias”, afirmou Robert Califf perante a Comissão de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado dos EUA, citado pela CNBC.

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Pedro Dominguinhos é o novo presidente da comissão de acompanhamento do PRR

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

O professor do Instituto Politécnico de Setúbal foi hoje designado pelo primeiro-ministro, sucedendo a António Costa Silva, agora ministro da Economia.

Pedro Dominguinhos, professor do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), é o novo presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sucedendo a António Costa Silva após designação do primeiro-ministro, foi hoje divulgado.

“O primeiro-ministro designou como Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Prof. Doutor Pedro Miguel de Jesus Calado Dominguinhos, Professor Coordenador da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal”, pode ler-se numa nota enviada hoje à comunicação social pelo gabinete do primeiro-ministro.

A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR era presidida por António Costa Silva, que entretanto tomou posse como ministro da Economia e do Mar no atual Governo.

O novo presidente da comissão de acompanhamento do PRR é também “antigo Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos”, refere-se na nota governamental.

Pedro Dominguinhos “é doutor em Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (UL), mestre em Economia Internacional e licenciado em Economia”.

No politécnico de Setúbal, é docente na área de Gestão desde 1995, tendo sido presidente da instituição entre abril de 2014 e 2022, bem como presidente do conselho dos politécnicos entre maio de 2018 e abril de 2022, de acordo com a nota.

“Foi membro do Conselho Coordenador do Ensino Superior e do Grupo de Modernização e Valorização do Ensino Politécnico, nomeado pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”, pode ler-se ainda no texto.

Pedro Dominguinhos é também “autor ou coautor de mais de 40 publicações e de artigos em conferências internacionais na área da internacionalização, ‘born-globals’ e empreendedorismo”.

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EY avalia venda em bolsa do negócio de consultoria

  • ECO
  • 28 Maio 2022

A empresa contratou o JPMorgan e o Goldman Sachs para estudarem a dispersão do capital em bolsa ou uma venda parcial, avança o Financial Times. Operação permitiria encaixe avultado para os sócios.

A EY está a estudar a possibilidade de avançar com uma dispersão do capital em bolsa ou uma venda parcial do seu negócio global de consultoria, avança o Financial Times. O JPMorgan e o Goldman Sachs estão a assessor a empresa.

A empresa está a considerar uma separação entre os negócios de consultoria e auditoria, criando duas empresas diferentes, naquela que poderá ser a mais relevante alteração no negócio das Big Four em duas décadas.

O objetivo é pôr fim aos conflitos de interesse que emperram o negócio das consultoras e originaram vários processos das autoridades, em particular nos EUA e no Reino Unido, e obrigaram ao pagamento de coimas milionárias.

A medida visa impulsionar o negócio de consultoria, reconstruído após o escândalo da Enron e hoje mais valioso do que a auditoria. Com a separação, a consultora EY passaria a poder trabalhar clientes que hoje estão na auditoria.

Segundo o diário britânico, a operação permitiria um encaixe muito avultado para os sócios da EY, que são os detentores do capital e gerem a empresa. Para o processo avançar terá de ter a luz verde dos partners atuais.

Apesar da separação em entidades diferentes, a parceria da consultora com o negócio de auditoria, que em 2021 gerou 14 mil milhões de dólares em receitas, será para manter. Alguns consultores passarão para a auditoria para apoiar o trabalho em áreas como a fiscal, segundo disseram ao FT fontes com conhecimento do processo.

As outras três consultoras que fazem parte das chamadas “Big Four” — Deloitte, PwC e KPMG — já disseram não ter intenção de adotar uma solução idêntica.

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“A União Europeia é para defender valores, sim, mas interesses também”

Durão Barroso defende uma União Europeia que não sirva apenas para fazer "o bem universal". Numa entrevista exclusiva ao ECO/Pessoas, fala de Putin, de Merkel, de Macron e do futuro da Europa.

Fotografia do repórter fotográfico Daniel Rocha.

José Manuel Durão Barroso, 66 anos, foi presidente da Comissão Europeia durante uma década, viveu a crise financeira e agora, perante uma guerra que se segue a uma pandemia, admite que o ‘soft power’ da União Europeia já não é suficiente. “A União Europeia, que recebeu e bem o Prémio Nobel da Paz, e recordo sempre com emoção a ocasião em que tive a honra de proferir o discurso de aceitação em nome da UE, não é apenas para fazer o bem universal. A União Europeia é para defender os interesses europeus. Valores, sim, mas interesses também. Se os outros defendem os seus interesses por que razão, nós os europeus, não o faríamos também?”, afirma em entrevista exclusiva ao ECO/Pessoas, uma edição em papel que estará nas bancas na primeira semana de junho.

Num mundo que mudou no dia 24 de fevereiro, com a invasão da Ucrânia, Barroso afirma que, para uma projeção de poder, uma potência precisa de vontade e meios. “A Rússia tem a vontade, mas não tem os meios. Tem meios militares, mas não tem outros meios, nomeadamente económicos, para uma projeção de poder sustentável ao longo do tempo na área externa (…) a China tem a vontade e os meios, a Europa, a meu ver, tem os meios, mas não tem talvez, ainda, a vontade e a coerência necessárias”. Mas sinaliza que se vive um “momento de transição“.

Barroso admite que esperava uma intervenção da Rússia, “mas não esperava que lançasse um ataque sobre Kiev, uma invasão generalizada“. “É um erro de grandes proporções que Putin comete. É tipicamente o erro de um império que está a estender-se além do que deveria”, diz o antigo presidente da Comissão Europeia e atual presidente — não remunerado — da GAVI, a aliança global para a compra de vacinas contra a covid.

Durão Barroso é, na verdade, um europeísta convicto, mas reconhece as dificuldades, acentuadas pela nova geopolítica. O que será a União Europeia daqui por dez anos? “Eu penso que a União Europeia vai continuar a fazer progressos. Vai ser – repito – um progresso incremental e, talvez, sempre com a perceção que está um pouco atrás em relação às necessidades, mas vai fazer esse progresso”. Num mundo, acrescenta, que mudou. “A regionalização é o novo fenómeno, o novo nome da globalização. Muito possivelmente vamos assistir — aliás, já é visível na União Europeia — a uma perspetiva cada vez mais política em questões que antes eram tratadas sobretudo tecnicamente”, afirmou, numa entrevista que decorreu em Londres, por coincidência no dia 9 de maio, dia da Europa.

O atual chairman do Goldman Sachs Europa admite que, num futuro previsível, a UE vai continuar a ser um híbrido. “Quer dizer, vai ser algo que não é nem uma simples organização intergovernamental nem uma verdadeira federação”. E sintetiza: “Se a União Europeia fosse um estilo musical seria mais ‘free jazz’ do que música clássica. Mas funciona“.

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Durão Barroso ajuda a desenhar mecanismo de estabilidade financeira para África

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

Grupo de trabalhado criado pelo Banco Africano de Desenvolvimento junta o antigo presidente da Comissão Europeia e economistas como Dominique Strauss-Kahn, Joseph Stiglitz e Jeffrey Sachs.

O ex-primeiro-ministro português Durão Barroso e o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn são alguns dos “líderes de classe mundial” que estão a ajudar a desenhar o mecanismo africano de estabilidade financeira, anunciou o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.

“Juntámos um grupo de líderes de classe mundial em finanças e economia que estão a ajudar o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) a desenhar o mecanismo, que visa proteger o continente “contra todos os choques económicos exógenos”, disse Akinwumi Adesina, na conferência de imprensa que encerrou os encontros anuais do BAD, que decorreram esta semana em Acra, capital do Gana.

O banqueiro lembrou que África “é o único continente que não tem um sistema que o proteja destes choques”. Adesina disse que durante os seus encontros anuais o BAD recebeu um forte apoio aos seus esforços para desenvolver este mecanismo.

Questionado pelos jornalistas, o responsável explicou que o banco criou um grupo de trabalho que inclui, além de Strauss-Kahn e Barroso, o ministro das Finanças do Gana, Ken Ofori-Atta, a ex-ministra das finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, ou os economistas norte-americanos Joseph Stiglitz e Jeffrey Sachs.

“Temos as pessoas que ajudaram a União Europeia a desenvolver o mecanismo de estabilidade europeu, os que ajudaram a desenvolver o mecanismo árabe, o da América Latina (…) e estamos a trabalhar com o Fundo Monetário Internacional. Espero que quando os resultados saírem possamos fazê-lo avançar”, disse Adesina.

Já na terça-feira, o Presidente do Gana defendeu, na sessão de abertura dos encontros, a criação de um mecanismo africano de estabilidade financeira para proteger o continente de futuros choques económicos.

“A ironia de termos uma história cheia de choques económicos, mas sermos o único continente no mundo sem almofadas financeiras, tem de ser urgentemente remediado”, disse então Nana Akufo-Addo.

O anfitrião dos encontros manifestou-se encorajado por ouvir que estão a ser dados passos no sentido da criação de um Mecanismo Africano de Estabilidade Financeira e convencido de que esse mecanismo permitirá a África contrariar os efeitos de futuras pandemias, entre outros choques.

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Mais de metade dos portugueses defende uso obrigatório de máscara

  • ECO
  • 28 Maio 2022

Mais de metade está contra o fim da obrigatoriedade do uso de máscara de proteção contra a covid-19 nos espaços fechados, segundo uma sondagem para o DN, JN e TSF.

O Governo aboliu o uso obrigatório de máscara de proteção contra a covid-19 em locais fechados a partir de 21 de abril, mas segundo uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF a maioria dos portugueses discorda da decisão.

A decisão de pôr fim às máscaras, com exceção dos serviços de saúde e transportes públicos, não agradou a 55% dos inquiridos na sondagem, realizada entre 19 e 24 de maio.

Segundo o inquérito, a maioria dos críticos é da região Norte, embora na Área Metropolitana do Porto a maior o resultado é o inverso, com a maior parte a concordar. Por grupos etários, são os idosos que mais discordam do fim da obrigatoriedade.

Apesar da decisão do Governo, 46% dos inquiridos respondeu continuar a usar máscara em espaços fechados e 32% fazem-no às vezes.

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Putin diz estar disponível para levantar entraves à exportação de cereais

  • ECO
  • 28 Maio 2022

O Presidente russo alertou, numa conversa com Macron e Scholz, para os riscos de uma maior “desestabilização” da situação se continuarem as entregas de armas ocidentais em Kiev.

“A Rússia está pronta para ajudar a encontrar opções para uma exportação de cereais sem entraves, incluindo cereais ucranianos a partir dos portos situados no mar Negro”, informou o Kremlin, num comunicado divulgado após uma conversa telefónica entre Vladimir Putin e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.

O presidente russo assinou também hoje uma lei que aboliu o limite de idade para servir no exército, numa altura em que a Rússia está em guerra com a Ucrânia, noticiou a agência oficial TASS. A nova lei tinha sido aprovada pelas duas câmaras do parlamento russo no início desta semana.

As tropas de Putin continuam a progredir no Donbas. Segundo o ministério da Defesa britânico, Lyman estará praticamente sob controlo russo. O Ministério da Defesa russo afirmou esta manhã que já domina a cidade.

“Se os ocupantes pensam que Lyman ou Sievierodonetsk vão ser deles, estão enganados. O Donbas será ucraniano”, afirmou Volodymyr Zelenskiy, na sexta-feira à noite. “Estamos a proteger a nossa terra da forma que os nossos atuais recursos de defesa permitem. Estamos a fazer de tudo para aumentá-los. E vamos aumentá-los”, afirmou o presidente ucraniano.

O governador de Luhansk, afirmou na rede social Telegram que “os russos não conseguirão capturar a região nos próximos dias, como os analistas previram. “Teremos força e recursos suficientes para nos defender. No entanto, é possível que, para não sermos cercados, tenhamos que recuar”, escreveu Serhiy Haidai.

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Festivais de verão retornam com mais despesa e casa cheia

Apesar das adversidades causadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, os festivais de verão preparam-se para ter casa cheia. Aumentos dos preços de produção de 30% obrigam festivais a adaptar-se.

Em dois anos de pandemia, os festivais de verão foram sendo sucessivamente cancelados. Mas agora estão de regresso. Depois do setor da cultura ser um dos mais afetados pela pandemia, e embora a guerra na Ucrânia traga consigo o seu próprio conjunto de desafios, festivais de verão de norte a sul do país preparam-se para regressar à vida dos portugueses.

O NOS Primavera Sound é um dos grandes nomes a arrancar com a temporada de verão do Porto, tendo já início de 9 a 11 de junho, mas logo a seguir vem o Rock in Rio Lisboa, de 18 a 26. A lista de festivais é extensa – e promete não dar pausa aos festivaleiros.

Na Ericeira, o Sumol Summer Fest arranca de 1 a 2 de julho. Oeiras recebe o NOS Alive de 6 a 9 do mesmo mês. Rumo ao Meco, o Super Bock Super Rock está agendado para de 14 a 16 de julho. Outro evento incontornável do calendário festivaleiro está marcado para a Praia Fluvial do Taboão: o Vodafone Paredes de Coura, de 16 a 20 de agosto.

Os desafios para as organizações dos festivais são imensos. José Barreiro, diretor do NOS Primavera Sound, não nega as consequências dos efeitos da pandemia, mas também da nova conjuntura a marcar a atualidade. O diretor considera que a cultura foi o segundo setor mais afetado pela pandemia de Covid-19, e aponta para algumas dificuldades em particular do setor. Desde “empresas de som, luz, segurança, ou palcos”, toda esta rede de produção de um festival foi “abalada”, registando atualmente preços mais caros, elevando, por conseguinte, os gastos totais.

Esta é uma opinião também partilhada por João Carvalho, diretor do Vodafone Paredes de Coura. O diretor considera que voltar a realizar o festival após dois anos é uma missão simultaneamente “difícil” e “desafiadora”, pelo que a organização se viu obrigada a moldar e a adaptar as suas estratégias. A marcar uma cadeia produtiva “fragilizada”, Carvalho aponta para os combustíveis, recursos humanos, ferro e madeira como algumas das áreas onde os preços mais subiram. A subida já corresponde a “cerca de 30%, o que, num orçamento de infraestruturas é significativo”, garante o diretor.

Também Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio, partilha a experiência dos dois últimos anos, e descreve como durante este período assistiu ao aumento dos custos e à falta de matéria-prima, uma realidade ainda presente no pós-pandemia. Mas também aponta para a saída de muitos profissionais que se viram “obrigados” a migrar para outras áreas sem perspetivas de regresso. A gestão de pessoas foi particularmente desafiante graças à “quebra de rotinas, falta de ritmo e incorporação do teletrabalho”, pelo que Medina sublinha a necessidade de estar atento e empático para com as necessidades das equipas, e assim melhorar o seu rendimento.

A fragilidade no setor da promoção e produção de eventos gerou fornecedores “mais vulneráveis”, esclarece Medina, o que levou a organização do Rock in Rio a adaptar-se e a planear ao detalhe todos os passos do festival. O método mais utilizado pela organização para com os fornecedores consiste na divisão de tarefas, nomeadamente, “repartindo o volume de trabalho por mais empresas”. Esta abordagem, garante Medina, permite evitar sobrecarregar as empresas, e garante-lhes uma maior capacidade de entrega, o que considera ser atualmente uma exigência do mercado.

Uma casa cheia, passes esgotados

As atuais dificuldades do setor obrigaram a adotar novas estratégias, gerir orçamentos e repensar as compras e vendas. Ainda assim, as expectativas são “ótimas”, garante o diretor do NOS Primavera Sound. A impulsionar esta visão encontra-se o facto dos passes gerais já se encontrarem esgotados, assim como os bilhetes diários para quinta-feira. José Barreiro admite mesmo que também os bilhetes para sábado já estão quase a esgotar, e que o ritmo de vendas tem sido “bastante superior face às edições anteriores”, sendo esperadas cerca de 30 mil pessoas por dia.

Já João Carvalho, diretor do Vodafone Paredes de Coura, espera um regresso “histórico cheio de ternura” com uma edição esgotada. O responsável prevê uma edição com cerca de 25 mil pessoas por cada dia do festival, e em linha com a tendência verificada no NOS Primavera Sound, também o Paredes de Coura regista um número de vendas de bilhetes superior em relação às edições anteriores.

Para a vice-presidente do Rock in Rio, as expectativas para 2022 são “as melhores” e considera que as pessoas estão “ansiosas pelo regresso do entretenimento ao vivo”. Sem avançar detalhes, Medina partilha que o orçamento desta edição é o mesmo das anteriores, e embora haja um aumento de custos, a vice-presidente garante que o nível de entrega e de qualidade do festival não está em causa.

Considerando que ainda é cedo para “falar em números” quando há bilhetes à venda, Roberta Medina mostra-se, contudo, confiante em pelo menos dois dias de casa cheia, nomeadamente o primeiro e o último. A vice-presidente relembra que existem 60 mil pessoas com bilhete na mão desde 2019, e aponta ainda para uma diferença no perfil de compra do consumidor português.

Em 2004, na primeira edição do festival, Medina descreve que o consumidor português se caracterizava por uma compra “mais em cima da hora”. Por sua vez, a indústria conseguiu antecipar a decisão de compra ao longo dos anos, mas a pandemia alterou esta tendência. “As vendas foram feitas de forma mais comedida”, nota a vice-presidente, que destaca ainda um aumento significativo desde a queda da obrigatoriedade da máscara.

Relação com as marcas

No seio dos festivais de verão está também o posicionamento das marcas, sendo que não houve um impacto significativo da pandemia neste aspeto, no caso do Rock in Rio. “De todas as marcas parceiras que estavam connosco, antes dos adiamentos, apenas saiu um apoio, porque o produto que iria trabalhar no festival deixou de fazer sentido na sua estratégia”, explica Roberta Medina.

De resto, diz a vice-presidente, “não só reforçamos o portfólio de marcas e ampliámos relações com outras empresas”, como se aproximaram das restantes. Para Medina, a salvaguarda da relação com as marcas parceiras revela a força do festival neste mercado, e a responsável justifica isto com o facto de o festival ser uma “plataforma de comunicação” entre marcas e público. “O facto de ser um evento transversal, em termos de idades e de perfis, permite que as maiores marcas se aproximem dos seus públicos”.

Além disto, Medina sublinha ainda a sustentabilidade, um fator que destaca ser da maior importância atualmente. “O facto do Rock in Rio atuar nesta frente há mais de 20 anos reforça a confiança das marcas no projeto”, diz a vice-presidente. Precisamente por este motivo, Medina considera que as marcas olham para o festival como um espaço onde podem expor os seus esforços nesta área, reforçando desta forma o relacionamento com um público, também ele “cada vez mais desperto” para este tema.

Estes são alguns dos nomes que os fãs podem esperar nas edições deste ano:

  • NOS Primavera Sound: Tame Impala, Georgia, Rita Vian, 100 Gecs, Gorillaz, e Pabllo Vittar
  • Rock in Rio Lisboa: Muse, Linda Martini, Black Eyed Peas, Karetus, Duran Duran, José Cid, Post Malone e Mundo Segundo & Sam The Kid
  • Sumol Summer Fest: Burna Boy, Piruka, Trippie Redd, Phoenix RDC, Mike El Nite, Lon3r Johny
  • NOS Alive: The Strokes, Clairo, Alt-J, Jorja Smith, Metallica, Stormzy, Imagine Dragons e Da Weasel
  • Super Bock Super Rock: A$AP Rocky, Flume, DaBaby, Hot Chip, Foals e Jamie XX
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Caixa Geral de Depósitos reforça dividendos ao Estado para 378 milhões

  • ECO
  • 27 Maio 2022

"Situação financeira robusta" permite um reforço em 137 milhões face aos dividendos inicialmente previstos, diz o banco público.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai entregar ao Estado, acionista único, dividendos no valor de 378,3 milhões de euros, mais 137 milhões de euros face ao que estava previsto, avança o banco em comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O banco público afirma ter “uma situação financeira robusta” e diz ainda “que a alteração do montante a entregar ao acionista não prejudica a sua capacidade de cumprir com os requisitos legais e regulamentares”. Nesse sentido, vai entregar mais 137,16 milhões de euros ao Estado.

O Conselho de Administração propôs, no âmbito dos documentos de prestação de contas relativos ao exercício de 2021, que o resultado líquido da CGD, no montante de cerca de 441,5 milhões de euros, fosse aplicado da seguinte forma: 88.306.848 euros para reserva legal, 241.070.965 euros para dividendos e 112.156.425 euros para incorporação na rubrica “Outras Reservas e Resultados Transitados” do balanço.

A Caixa nota ainda que obteve resultados líquidos consolidados de cerca de 583 milhões de euros que, “deduzidos do montante acima proposto para Reserva Legal”, totalizam cerca de 495 milhões de euros.

“O Conselho de Administração propõe que, uma vez aprovada a aplicação de resultados apresentada nos documentos de prestação de contas relativos ao exercício de 2021, anteriormente mencionada, seja deliberada a distribuição de um montante adicional, no valor de 137.160.380 euros, nos mesmos termos e condições da deliberação do passado dia 29 de novembro de 2021″, refere o documento.

“Nos termos desta proposta a Caixa Geral de Depósitos procederá à entrega ao Estado Português, na qualidade de seu acionista único, de um valor total de 378.231.345 euros”. Face ao previsto na proposta de Orçamento de Estado para 2022 (OE 2022), aprovado esta sexta-feira, as Finanças vão receber mais um bónus. O valor no OE apontava para 200 milhões de euros, que já tinha sido revisto pela Caixa para 241 milhões em abril e agora, numa nova subida, para 378 milhões.

Desde que implementou o plano de reestruturação em 2017 – com uma recapitalização de 4,9 mil milhões de euros, dos quais 3,9 mil de dinheiro público –, a CGD devolveu “961,8 milhões de euros” aos contribuintes, indica o banco em comunicado.

Num outro comunicado, a CGD “informa ter formalmente recebido a renúncia”do presidente da mesa da Assembleia Geral do banco, eleito para o mandato de 2020-2023, “por incompatibilidade legal para a função, considerando o início do exercício do mandato de deputado à Assembleia da República”. Paulo Mota Pinto é o novo líder da bancada parlamentar social-democrata.

(Notícia atualizada às 21h40 com mais informação)

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Wall Street no verde com índices a subirem quase 3%

Dow Jones e S&P 500 valorizaram e seguem a caminho de uma das melhores semanas desde novembro de 2020.

As bolsas de Nova Iorque encerraram a última sessão da semana em terreno positivo, com os principais índices a porem fim a várias semanas consecutivas de perdas. O setor tecnológico brilhou, num dia em que os dados da inflação acalmaram um pouco os mercados.

O índice de referência financeiro, S&P 500, valorizou 2,48% para 4.158,29 pontos, pondo fim a sete semanas consecutivas de perdas. O industrial Dow Jones somou 1,76% para 33.212,96 pontos, encerrando uma sequência de oito semanas seguidas de recuos, a mais longa desde 1923. Os dois índices caminham, assim, para uma das melhores semanas desde novembro de 2020, diz a CNBC.

O tecnológico Nasdaq disparou 3,33% para 12.131,13 pontos, ajudado pelos fortes ganhos das empresas de software e pela descida nos juros do Tesouro a dez anos. O índice encerrou também sete semanas consecutivas de perdas. A Autodesk subiu 10,31% para 211,38 dólares, enquanto a Dell Technologies avançou 12,95% para 49,62 dólares e a fabricante de chips Marvell cresceu 6,72% para 60,82 dólares.

“Estamos a dar um tempo e a fazer alguns ajustes no mercado para permitir isso”, diz Tom Martin, gerente sénior de portfólio da Globalt Investments, citado pela CNBC. “Percorremos um longo caminho muito rápido e, se nos pudermos estabilizar aqui, os declínios que vimos podem ser tudo o que é necessário ou algo próximo disso“, acrescenta.

Os investidores estão também um pouco mais animados com os dados que foram conhecidos esta sexta-feira, que mostraram que a inflação desacelerou um pouco em abril. O Índice Subjacente de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) — tido como referência pela Reserva Federal norte-americana (Fed) para definir a política monetária — subiu 4,9% em abril, abaixo dos 5,2% observados em março.

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172 comboios urbanos suprimidos em Lisboa por greve parcial

  • Lusa
  • 27 Maio 2022

Na greve parcial foram suprimidos cerca de 85% dos comboios na linha de Cascais e cerca de 80% na linha de Sintra.

A CP adiantou esta sexta-feira que foram suprimidos 172 comboios urbanos de Lisboa, entre a 17:00 e as 20:00, devido a uma greve parcial dos trabalhadores que reivindicam melhorias salariais, não estando a cumprir serviço mínimos. A greve afeta a circulação de carruagens nas linhas de Sintra, Azambuja, Cascais e Sado, entre as 17:00 e as 21:00 desta sexta.

“Até às 20:00, por efeito da greve parcial nos comboios urbanos de Lisboa, foram suprimidos 172 comboios, que correspondem a 30% da oferta programada para o dia de hoje nos comboios urbanos de Lisboa”, indicou à agência Lusa a empresa de transporte ferroviário. Até às 18:00, haviam sido suprimidos 75 comboios, correspondendo “a 16% da oferta programada para o dia de hoje nos comboios urbanos de Lisboa”, segundo a CP.

Por seu lado, o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, referiu que foram suprimidos cerca de 85% dos comboios na linha de Cascais e cerca de 80% na linha de Sintra. “No que diz respeito às bilheteiras, quase 100% fecharam às 17:00 na linha de Cascais, na linha de Sintra e na linha do Norte [Azambuja]”, acrescentou.

De acordo com Luís Bravo, ainda não houve pela empresa contactos para “procurar soluções para a situação”. “Nesse sentido, faço aqui um apelo público ao senhor primeiro-ministro para intervir na CP, por causa daquilo que os trabalhadores estão aqui a viver”, disse, realçando que “a administração da CP decidiu atribuir verbas somente a um grupo de trabalhadores das oficinas”, tendo gerado “um grande descontentamento”.

“A empresa tem perto de 4.000 trabalhadores. Cerca de 3.500 estão descontentes com a administração da empresa, porque só 500 trabalhadores foram beneficiados”, anotou. Luís Bravo lembrou ainda que haverá uma greve nacional de 24 horas das bilheteiras na próxima quarta-feira, sem afetar a circulação de comboios, mas sim “o serviço prestado aos utentes”.

“Vamos fazer uma de 24 horas a nível nacional. Caso as situações não tenham desenvolvimentos, seremos forçados a marcar greves para os fins de semana do Santo António e do São João”, avisou. Numa nota divulgada no início da semana, a CP informou que, devido à “greve parcial convocada por uma organização sindical, para o período compreendido entre as 17:00 e as 21:00”, poderão ocorrer “perturbações significativas na circulação dos comboios urbanos de Lisboa, com impacto previsto entre as 15:00 e as 24:00”.

Ainda de acordo com a empresa, o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social não decretou serviços mínimos para a greve, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), reivindicando melhorias salariais. Os clientes poderão obter informações sobre a circulação através da página da Internet da empresa ou da linha de atendimento (808 109 110, com custo de uma chamada para a rede fixa nacional), segundo a CP.

A greve parcial desta sexta foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), tal como a paralisação que ocorreu na segunda-feira na zona urbana do Porto, entre as 05:00 e as 08:30.

Na greve parcial realizada na zona urbana do Porto foram suprimidos cerca de 70% dos comboios programados, segundo números divulgados pela CP, mas que foram contestados pelo sindicato.

O SFRCI, que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas), considera que o aumento de 0,9% da tabela salarial não é “um valor aceitável” face a contínua perda de poder de compra, “algo que já acontece desde 2019”. Em 16 de maio, os trabalhadores da CP fizeram uma greve de 24 horas, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.

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