Guerra na Ucrânia já custou 1,3 mil milhões à indústria de (re)seguros no 1ºT

  • ECO Seguros
  • 8 Junho 2022

Swiss Re e Munich Re com impacto mais significativo por perdas com sinistros e investimentos em consequência da exposição ao conflito militar, estima análise da S&P Global Market Intelligence.

A fatura coletiva das (re)seguradoras por efeito da agressão militar russa na Ucrânia, incluindo reservas inscritas nas contas até março, ascende já aos 1,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 mil milhões de euros o câmbio corrente). Os números compilados em análise da S&P Global Market Intelligence baseiam-se em informação divulgada pelas empresas de resseguro e refletem perdas e encargos (provisões) indicados em reportes financeiros do 1º trimestre, complementados por outras fontes utilizadas no relatório.

Seguradoras e resseguradoras europeias são as que evidenciam impacto mais forte das consequências da guerra na Europa, com algumas a sinalizarem já que as perdas irão afetar resultados futuros, porquanto uma escalada do conflito poderá ainda amplificar a parcela de perdas incorridas e ainda não reportadas.

10 grupos ou companhias com perdas mais elevadas

Fonte: S&P Global Market Intelligence, maio 2022 (valores em milhões USD)

Quando o ataque militar da Rússia à Ucrânia completa 100 dias e as maiores seguradoras e resseguradoras já assumiram no 1ºT perdas financeiras consequência da guerra, o impacto resulta sobretudo da exposição da indústria a sinistros e perdas em investimentos, distribuindo-se por coberturas relacionadas com seguros de crédito e garantias sobre operações comerciais e outras linhas de seguro (como aviação, onde se esperam processos legais longos, por litígios complexos de resolver) e nas carteiras de investimento, em ativos como obrigações (dívida pública e privada) tanto na Rússia como na Ucrânia.

Além de informação pública divulgada pelas (re)seguradoras, a análise considerou comentários de responsáveis destas (re)seguradoras recolhidos em conferências de imprensa e sessões com investidores e analistas (earnings calls). Por isso, os autores do insight incluem notas explicativas para ajudar a perceber os números apresentados.

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Administradora-delegada da Casa da Música demitiu-se por “motivos pessoais”

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Maria Antónia Portocarrero vai cessar funções a “curto prazo”. Deixa o cargo por "“motivos estritamente pessoais”".

A administradora-delegada da Casa da Música, Maria Antónia Portocarrero, apresentou na terça-feira a demissão do cargo, invocando “motivos estritamente pessoais”, revelou à agência Lusa fonte da instituição.

A decisão foi comunicada ontem [terça-feira] e prontamente aceite pela administração”, acrescentou a fonte sobre uma demissão que ocorre menos de um ano após ter tomado posse.

Dada a circunstância de Maria Antónia Portocarrero cessar funções a “curto prazo”, o “Conselho de Administração está a promover, em articulação com o Conselho de Fundadores da Casa da Música, uma rápida substituição”, acrescentou.

Em junho de 2021, o Conselho de Fundadores elegeu o novo Conselho de Administração para o triénio 2021-2023, e decidiu retomar a figura de administrador-delegado, que esteve em vigor apenas nos anos de 2006 a 2011.

Para a nova administração foram então eleitos o economista António Marquez Filipe, que chegou do conselho cessante, a consultora Graça Graça Moura, e os gestores Maria Antónia Portocarrero e Rui Amorim de Sousa, que já pertencera à administração da instituição, até 2013.

O conselho de administração da Casa da Música revelou a saída através de um comunicado interno, avançou esta quarta-feira o jornal Público.

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Lusitania Vida recupera solvabilidade mínima. ASF autoriza que continue operações

A seguradora vida do grupo Montepio já recuperou o nível de solvabilidade que esteve abaixo do mínimo legal no início do ano. O supervisor mantém a autorização para a companhia operar.

A Lusitania Vida, seguradora do ramo Vida do grupo Montepio, já recuperou os fundos próprios de solvência que levou ao incumprimento do rácio de solvência SCR (Solvency Capital Requirement) verificado no dia 7 de fevereiro deste ano. A companhia tinha revelado essas dificuldades no relatório e contas de 2021 o que levou a ASF, entidade supervisora do setor, a intervir no sentido de acompanhar a solução que a administração presidida por Virgílio Lima estava a empreender para retomar os níveis mínimos de solvência.

O requisito de capital de solvência é o montante de fundos próprios que as seguradoras são obrigadas a manter, de acordo com a diretiva Solvência II da União Europeia, para ter 99,5% de confiança de que podem sobreviver às perdas esperadas mais extremas ao longo de um ano. O rácio mínimo exigido pela ASF é de 100% mas, o conjunto das empresas sob supervisão prudencial da ASF apresentou um valor de 206% em março de 2022, mais do dobro do mínimo exigido.

Contactada por ECOseguros fonte oficial da Lusitania Vida afirmou que a seguradora “publicou nas suas contas de 2021 uma nota sobre os eventos subsequentes relativamente à evolução do rácio de solvência, na sequência da evolução muito negativa dos mercados financeiros. Atenta a situação, foram determinadas várias medidas de contenção dos riscos apurados no regime prudencial, em particular do risco de taxa de juro e de spread, através de um programa de derisking da carteira de ativos financeiros. Estas ações permitiram a recuperação do rácio de solvência que se encontra, atualmente, acima do nível regulamentar”.

A explicação para a derrapagem está, segundo a mesma fonte da seguradora, “no contexto dos mercados, a enorme incerteza e as variáveis geoestratégicas que condicionaram fortemente a valorização dos ativos no início do ano”. No entanto, acrescenta, “as recentes alterações à estrutura do portfolio permitiram o controlo dos riscos de mercado, situação que é reforçada por uma ação de monitorização do novo negócio e das novas oportunidades de investimento”, conclui a Lusitania Vida.

A ASF, contactada por ECOseguros, confirmou que “conforme divulgado no relatório e contas da empresa, a Lusitania Vida, Companhia de Seguros, S.A., registou um incumprimento do requisito de capital de solvência a 7 de fevereiro de 2022. Nesse seguimento, nos termos legalmente previstos e conforme resulta do mencionado relatório e contas, a empresa de seguros está a ser objeto de acompanhamento pela ASF, mantendo-se a plenamente autorizada ao exercício da atividade seguradora e a operar em condições normais de mercado”.

Segundo o supervisor do mercado segurador a sua intervenção decorreu da sua atividade normal: “No exercício das funções de supervisão e no âmbito do processo de supervisão legalmente instituído, a ASF acompanha a atividade e situação financeira e de solvência das empresas de seguros, e, neste contexto, desenvolve as ações necessárias ao cumprimento do regime legal vigente”.

Foi a própria Lusitania Vida que avisou a ASF da situação. Afirmou a seguradora no seu relatório e Contas que “no início de 2022, com a instabilidade dos mercados, subida do preço das matérias-primas e, com forte impacto, da situação de guerra que se assiste na Europa, o valor dos ativos no balanço da companhia sofreu uma forte contração, originando a descida dos fundos próprios que resultou em incumprimento do rácio de SCR”.

A companhia “prontamente” seguiu o disposto na lei que rege o setor segurador, ou seja, de imediato informou a ASF que se verificava incumprimento do requisito de capital de solvência. Nesta situação a seguradora tem um prazo de dois meses, após se aperceber da situação, para submeter à aprovação da ASF um plano de recuperação devidamente fundamentado, o que já terá acontecido.

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Twitter reúne acionistas até agosto para discutir venda a Elon Musk

Tecnológica pretende convocar assembleia geral nos próximos dois meses numa altura em que o líder da Tesla ameaça romper acordo de aquisição.

O Twitter pretende convocar uma assembleia geral extraordinária até início de agosto. Em causa está a proposta de compra da empresa por cerca de 44 mil milhões de dólares (41,16 mil milhões de euros) pelo líder da Tesla, Elon Musk.

A informação foi divulgada junto dos funcionários pelo principal advogado da tecnológica, Vijaya Gadde, citado pela Reuters. A reunião dos acionistas deverá ocorrer entre final de julho e início de agosto.

No início da semana, os advogados de Elon Musk escreveram uma carta ao conselho de administração do Twitter a ameaçar rasgar o acordo anunciado em 25 de abril.

O líder da Tesla tem exigido que a empresa comprove a alegação de que o número de bots na plataforma – isto é, contas automatizadas – é inferior a 5% do total de utilizadores “monetizáveis” da rede social. O empresário não acredita nisso e já no mês passado tinha anunciado a “suspensão” do negócio até ser prestada esta informação.

Em abril, a imprensa internacional noticiou que o acordo entre Musk e a administração do Twitter prevê que o empresário possa abandonar o negócio pagando ao Twitter uma taxa de mil milhões de dólares – e vice-versa – em certas circunstâncias. Neste caso em particular, é Musk que acusa a empresa de violar o acordo.

Apesar da turbulência, a administração do Twitter alega que continua a partilhar informações com Elon Musk, nomeadamente um mecanismo de compressão de todas as publicações analisadas sob diferentes parâmetros. Os dados partilhados não contêm elementos confidenciais, como os detalhes dos utilizadores da rede social.

Na sessão de hoje no mercado norte-americano, as ações do Twitter estão a subir 0,65%, para 40,39 dólares. O montante situa-se 25,5% abaixo da proposta de 54,2 dólares por cada título da empresa de Elon Musk.

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Câmara de Lisboa abre concurso de 38 casas para quem ganha entre 6.000 e 8.000 euros/ano

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Este concurso extraordinário “é para aquela franja de pessoas que estava no fundo da lista de habitação social e que não tinha ainda rendimentos para a Renda Acessível”.

A Câmara de Lisboa abriu esta quarta-feira as candidaturas ao concurso extraordinário do programa Renda Acessível, que decorrem até 8 de julho, com uma bolsa de 38 habitações municipais, para famílias que ganham entre 6.000 e 8.000 euros por ano.

Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), disse que este concurso extraordinário “é para aquela franja de pessoas que estava no fundo da lista de habitação social e que não tinha ainda rendimentos para a Renda Acessível”, nomeadamente as cerca de 6.000 famílias que estão à espera da atribuição de uma casa no Arrendamento Apoiado.

Os anteriores concursos de Renda Acessível, que não deixarão de acontecer, eram para pessoas com rendimentos entre 8.000 a 35.000 euros por ano, pelo que este concurso extraordinário terá um universo de potenciais candidatos “muito mais pequeno”, indicou Filipa Roseta.

Aprovado por unanimidade por este executivo camarário, este concurso extraordinário com requisitos específicos é também uma solução para as cerca de 800 famílias que estão a ocupar ilegalmente casas municipais, porque o perfil em termos de rendimentos corresponde aos que ganham entre 6.000 e 8.000 euros por ano, em que se candidatam ao Arrendamento Apoiado e “não têm pontuação suficiente e, por isso, ocupam uma casa”, apontou a vereadora, procurando divulgar ao máximo esta solução para que as pessoas passem a estar na legalidade.

“Não sei qual o rendimento das pessoas que ocupam as casas, mas elas não têm carência absoluta porque senão tinham casa nos programas de habitação social”, reforçou. A Câmara de Lisboa tem cerca de 25 mil casas, das quais 2.000 estão vazias a aguardar obras para atribuição às famílias e em que 800 foram ocupadas ilegalmente, indicou a autarca, considerando que este “é um problema complicado”, que vem do anterior executivo, sob a presidência de Fernando Medina (PS), e do anterior conselho de administração da empresa municipal Gebalis.

O atual executivo camarário, sob a liderança de Carlos Moedas (PSD), já realizou cerca de 30 desocupações de fogos municipais abusivamente ocupados, inclusive em situações em que “as casas não eram seguras”, como no bairro Padre Cruz, apelando às famílias para saírem da ilegalidade e encontrarem resposta de habitação de forma legal.

A vereadora da Habitação apontou três soluções: a candidatura ao Arrendamento Apoiado, o concurso extraordinário de Renda Acessível e o Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível (SMAA). O Arrendamento Apoiado é para situações de carência socioeconómica, que prioriza pessoas com deficiência, vítimas de violência doméstica e mães solteiras com filhos menores, através do qual a câmara atribui uma casa, com um contrato de 10 anos e “com rendas muito baixas”, em que “a mediana não chega a 100 euros por mês, mas há muitas com quatro euros por mês”, valores de rendas que são atualizados de três em três anos consoante os rendimentos dos agregados familiares.

O concurso extraordinário de Renda Acessível é para “as famílias que têm rendimentos muito baixos”, entre 6.000 e 8.000 euros por ano, com 38 habitações municipais disponíveis, espalhadas pela cidade e de diversas tipologias.

Quanto ao SMAA, que se iniciou em 2021 com o anterior executivo e em que a segunda edição foi hoje aprovada, por unanimidade, em reunião privada da câmara, é para quem tem residência comprovada no concelho de Lisboa há pelo menos dois anos, em que se atribui um subsídio anual de até 1/3 do valor renda.

A vereadora disse que o SMAA conta com “200 mil euros para este ano”, verba que pode ser reforçada consoante o número de candidaturas, indicando que a câmara está a apoiar 250 famílias que se candidataram em 2021, mas que terão que voltar a concorrer para esta segunda edição caso queiram continuar a receber o subsídio, em que “a mediana do apoio é cerca de 200 euros por família”, para contratos de arrendamento com uma taxa de esforço superior a 30%.

“Esta é também uma solução, potencialmente, para estas famílias que estão a ocupar as casas, portanto as pessoas têm que vir para a legalidade”, sugeriu Filipa Roseta, explicando que o SMAA foi criado como solução de emergência para responder à pandemia de covid-19, mas é intenção deste executivo continuar a disponibilizar este apoio de forma regular.

Reforçando que “a câmara não pode ter casas ocupadas ilegalmente”, a vereadora revelou que, desde janeiro deste ano, já foram evitadas “quase 100 ocupações abusivas”, através das portas blindadas com um alarme que é ativado em caso de arrombamento, o que permite “atuar imediatamente”, sistema que já existia no anterior executivo.

“Como se chegou a esta situação em Lisboa? Não sei como é que isto chegou a este ponto, porque isto não é bom para ninguém”, acrescentou.

O atual executivo camarário tem como primeira prioridade “não ter frações vazias”, começando por fazer obras nas 1.200 desocupadas, esperando que a Gebalis consiga fazer a reabilitação de 500 destes fogos até ao final deste ano, assim como a continuação dos atuais programas, em que já conseguiu entregar, desde outubro até ao momento, “cerca de 310 casas” através do Arrendamento Apoiado e da Renda Acessível.

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Inflação e incerteza preocupam os portugueses. Metade admite tentar poupar mais

Estudo revela que cerca de quatro em cada dez portugueses consideram que o aumento dos preços e serviços está a limitar o seu poder de compra, enquanto metade admite que irá poupar mais.

A inflação e a incerteza estão a preocupar os portugueses. De acordo com o Future Consumer Index da consultora EY, 47% dos consumidores mostram-se preocupados com a respetiva situação financeira e metade (49%) admite vir a fazer um esforço adicional de poupança, mesmo com o aumento dos preços.

A invasão russa à Ucrânia veio acelerar a subida de preços da energia, o que, aliada à seca e a outros fatores, tem vindo a agravar a inflação na maior parte do mundo ocidental. A atual conjuntura económica também castiga as famílias portuguesas e reflete-se na taxa de inflação em Portugal, que acelerou para 8% em maio, um máximo desde 1993.

O aumento do custo de vida está a ter consequências nos hábitos de consumo, com 47% dos consumidores a referirem que estão preocupados com a situação financeira e 41% a afirmarem já estão a tentar poupar mais dinheiro, de acordo com a terceira edição do inquérito EY Future Consumer Index, divulgado esta quarta-feira, realizado junto de 488 consumidores.

Ao mesmo tempo, cerca de quatro em cada dez portugueses (43%) consideram que o aumento dos preços e serviços está a limitar o seu poder de compra e metade (49%) admitem que vão tentar poupar mais nos próximos tempos.

Metade dos portugueses (51%) elenca o aumento dos preços de bens essenciais como uma das maiores preocupações este ano, enquanto 42% destacam a subida dos preços da água, luz e gás. 40% também referem o aumento dos preços dos combustíveis.

Perante a atual conjuntura económica, os consumidores mostram-se, deste modo, mais sensíveis ao aumento dos preços, pelo que estão a mudar os hábitos de consumo.

Entre os inquiridos, mais de um quarto (27%) dizem estar a comprar outras marcas mais baratas para reduzir as despesas, 26% admitem que tiveram uma quebra de rendimentos e 28% dizem estar a comprar apenas o essencial. Neste contexto, mais de metade (55%) consideram o preço como o critério de compra mais importante, enquanto quase seis em cada dez (58%) admitem ser mais cautelosos com os seus gastos no futuro.

Neste contexto, as marcas próprias são cada vez mais consideradas alternativas mais atrativas. Esta é aliás, a escolha de seis em cada dez dos inquiridos na hora de comprar produtos para cuidar da casa, enquanto 54% dizem optar por marcas próprias nos alimentos frescos e 47% nos produtos de cuidados pessoais, revela ainda o estudo.

E se alguns hábitos trazidos pela pandemia se mantêm, como comprar na internet, cozinhar e consumir em casa, há outros que nem por isso.

Se no primeiro estudo 55% dos inquiridos admitiam estar a fazer compras com menos frequência, atualmente, a percentagem é de 45%. Do mesmo modo, nessa altura, 69% afirmavam que estavam a visitar lojas físicas com menos frequência — atualmente essa percentagem baixou para 51%. Por fim, se há cerca de ano e meio 58% afirmavam estar a passar mais tempo na internet, agora são apenas 39% os que reconhecem passar mais online.

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Greve na Docapesca pode interromper abastecimento durante cinco dias

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

O sindicato afeto à CGTP manteve para esta quinta-feira (9), este sábado (11) e a próxima segunda-feira (13). Greve pode paralisar lotas e interromper abastecimento durante 5 dias.

A Docapesca lamentou esta quarta-feira o impasse negocial com o sindicato da CGTP, considerando que a proposta que fez beneficiaria os trabalhadores e disse que a greve de três dias irá penalizar a economia.

O sindicato afeto à CGTP (SIMAMEVIP – Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca) manteve para esta quinta-feira (dia 09), este sábado (11) e a próxima segunda-feira (dia 13) a greve contra a proposta de aumentos salariais apresentada pela empresa pública.

Em comunicado divulgado esta quarta, a Docapesca lamentou a greve e considerou que, ao paralisar lotas e com a “consequente interrupção de abastecimento de pescado aos consumidores durante cinco dias consecutivos”, tal terá “um forte impacto económico e financeiro a nível nacional” e prejudicará “todo o setor da pesca, incluindo os próprios trabalhadores, produção, comercialização, indústria e turismo”.

“A Docapesca continua empenhada em melhorar as condições dos seus, assim como em minimizar as gravosas consequências de mais esta greve, que irá afetar negativamente a atividade económica do país, num contexto de forte incerteza que se vive como resultado do conflito no leste europeu”, referiu a empresa pública responsável pela gestão dos portos de pesca e organização da primeira venda de pescado em Portugal Continental.

Segundo a empresa, as negociações com os sindicatos SIMAMEVIP (CGTP) e SINDEPESCAS (UGT), que estavam interrompidas desde março de 2022, foram recentemente retomadas, pois reconheceu ser baixo o valor do salário mínimo nacional pago a 60% dos trabalhadores, pelo que iniciou “um processo de revisão da tabela salarial, com impacto nos próximos anos, e um ajuste imediato nos escalões da tabela, a qual remonta a 2018”.

A Docapesca disse que as estruturas sindicais reconheceram a importância da retoma negocial, mas “não demonstraram concordância com o valor do ajuste imediato às remunerações, inicialmente apresentado”, pelo que fez uma nova proposta, desta vez de um aumento salarial de 20 euros a todos os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e um aumento de 10 euros para os restantes trabalhadores, com efeitos a 01 de julho de 2022.

Contudo, acrescentou, o sindicato afeto à CGTP voltou hoje a recusar proposta e manteve o pré-aviso de greve para os dias 09, 11 e 13 de junho. Em comunicado esta terça-feira, o SIMAMEVIP (afeto à CGTP) considerou que “era de todo inaceitável” a proposta da Docapesca de um aumento de 10 euros para os trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional, “e só para estes”, mas que também é “ainda inaceitável a proposta apresentada (…) de haver autorização governamental para um aumento a partir de julho deste ano de 20 euros para os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e de 10 euros para os restantes, o que resumiria os aumentos para o ano de 2022”.

O sindicato disse ainda que a empresa propôs também iniciar negociações para a revisão global das tabelas salariais, com produção de efeitos em 2023, isto se as formas de luta fossem levantadas. Para o sindicato, com esta atitude “fica à vista que não é por dificuldades económicas que a Docapesca não aumenta salários, mas é opção política do Governo impor a redução dos salários reais dos trabalhadores”, pelo que apela à greve, pois “os trabalhadores não podem desarmar”.

Já em setembro de 2021 e em abril deste ano os trabalhadores da Docapesca fizeram greve por melhorias salariais. A greve de abril levou ao encerramento de lotas. A Docapesca integra o Setor Empresarial do Estado, pelo que a alteração das remunerações tem se ser aprovada pela tutela e pelas Finanças.

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Argélia suspende tratado de amizade com Espanha

  • Lusa
  • 8 Junho 2022

Quase um quarto do gás importado por Espanha ainda veio da Argélia no primeiro trimestre, em comparação com mais de 40% em 2021. Madrid diz que fornecimento está assegurado.

O Governo de Espanha lamentou esta quarta-feira a decisão da Argélia de suspender o tratado de cooperação bilateral entre os dois países, com vinte anos, por causa do Saara Ocidental, e disse que está assegurado o fornecimento de gás argelino.

Espanha continua a considerar a Argélia “um país vizinho e amigo” e reitera “a sua plena disponibilidade para continuar a manter e a desenvolver as relações especiais de cooperação entre os dois países, em benefício dos dois povos”, lê-se num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol.

Segundo a mesma nota, o Governo de Espanha continua comprometido com o Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação assinado entre Madrid e Argel em 2002 e com “os princípios que o enformam”, mencionados no preâmbulo do acordo, referindo “os propósitos da Carta das Nações Unidas e os princípios do Direito Internacional como elementos fundamentais para manter a paz, a segurança e a justiça na sociedade internacional”.

O Governo espanhol destaca também os princípios “de não ingerência nos assuntos internos e de respeito pelo direito inalienável dos povos a dispor de si mesmos”. Fontes do Governo espanhol citadas pelo jornal El Mundo acrescentaram que, apesar da suspensão do tratado, a Argélia cumprirá com os contratos de fornecimento de gás a Espanha.

Embora a dependência de Espanha do gás argelino tenha diminuído nos últimos meses, quase um quarto do gás importado por Espanha ainda veio da Argélia no primeiro trimestre deste ano, em comparação com mais de 40% em 2021, de acordo com o gestor da rede de gás espanhola.

O Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, já tinha considerado a nova posição de Madrid sobre o Saara Ocidental como “moralmente e historicamente inaceitável”, assegurando então que a Argélia “nunca renunciaria aos seus compromissos de fornecimento de gás a Espanha”.

A Argélia suspendeu esta quarta-feira o Tratado de Amizade que tem com Espanha desde 2002, que “enquadrava o desenvolvimento das relações entre os dois países”, por causa da posição “injustificável” de Madrid em relação ao Saara Ocidental, que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, assumiu em março passado e reafirmou hoje no parlamento.

Sánchez enviou em março uma carta ao Rei marroquino, Mohamed VI, na qual afirmava que a proposta apresentada por Rabat em 2007, para que o Saara Ocidental seja uma região autónoma controlada por Marrocos, é “a base mais séria, credível e realista para a resolução deste litígio”.

O Saara Ocidental é uma antiga colónia espanhola ocupada por Marrocos há 47 anos, no contexto de um processo de descolonização. Espanha defendeu durante muito tempo que o controlo de Marrocos sobre o Saara Ocidental era uma ocupação e que a realização de um referendo patrocinado pela ONU deveria ser a forma de decidir a descolonização do território.

Depois da carta que enviou ao Rei de Marrocos, Sánchez visitou Rabat e os dois países fizeram uma declaração conjunta, em abril, que normalizou o tráfego fronteiriço e as relações bilaterais.

A estada em Espanha em abril de 2021 do líder do movimento independentista sarauí Frente Polisário, para ser tratado na sequência de uma infeção causada pela covid-19, gerou uma tensão diplomática entre Madrid e Rabat e desencadeou a entrada, em meados de maio, de mais de 10.000 migrantes em Ceuta, graças a uma flexibilização dos controlos do lado marroquino. A Argélia é o principal apoiante da Frente Polisário.

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Vendas do Grupo RAR chegam aos 809 milhões e superam 2019

O grupo que detém a Colep, Vitacress e as Refinarias de Açúcar Reunidas fechou 2021 com lucros de 16,2 milhões, abaixo do ano passado.

As receitas do Grupo RAR, um dos principais grupos económicos portugueses, cresceram 10,5% em 2021 para 809 milhões de euros, aumentando em todas as áreas de negócio. Já os lucros encolheram 28% para os 16,2 milhões de euros.

A Colep Consumer Products, a empresa de contract manufacturing nas indústrias de produtos para cosmética, higiene pessoal, cuidado do lar e farmacêutica registou receitas de 250,53 milhões, com um acréscimo muito ligeiro face ao ano anterior.

A Colep Packaging, uma das maiores empresas europeias do mercado de embalagens, aumentou o volume de negócios para 119,21 milhões. Tendência semelhante tiveram a Vitacress (147,9 milhões), a RAR Açúcar (76,13 milhões) a Acembex (188,03 milhões) e a RAR Imobiliária (10,24 milhões).

Esta evolução permitiu ao grupo superar os 800 milhões em receita, ultrapassando os 781 milhões conseguidos em 2019. Apesar desta evolução na receita, o montante dos meios libertos de exploração (EBITDA) foi praticamente o mesmo do ano anterior: 72,1 milhões. Já o resultado líquido baixou para 28% para os 16,2 milhões.

“A continuidade da situação de pandemia, conjugada com o aumento generalizado do custo dos fatores produtivos e com disrupções nas cadeias de abastecimento, tornaram o exercício de 2021 ainda mais desafiante que o anterior. A resiliência demonstrada pelas empresas do Grupo traduziu-se na estabilidade dos resultados, com algumas áreas de negócio a melhorarem os seus níveis de rendibilidade”, descreve a empresa no relatório e contas.

A volatilidade no abastecimento e a subida do preço das matérias-primas foram fatores adversos na atividade das várias empresas do grupo, ressaltando-se os casos da Colep Packaging, que teve de acomodar um aumento significativo no preço do aço e seus derivados”, informa a empresa.

A RAR Açúcar sofreu o impacto da duplicação no preço da rama de cana-de-açúcar. A Vitacress também teve um ano desafiante, quer do ponto de vista agrícola, quer pela falta de oferta de trabalho especializado no Reino Unido, na agricultura e na produção, com impacto nos custos de operação.

A Acembex, que se dedica ao comércio internacional de matérias-primas para a indústria agroalimentar, movimentou em 2021 cerca de 750 mil toneladas, atingindo uma quota de 22% do mercado nacional, o que faz dela o maior importador de cereais e coprodutos do país.

Apesar da sua dimensão, o endividamento do Grupo RAR é reduzido, com a dívida financeira líquida a cifrar-se em 171 milhões de euros no final de 2021. A empresa com sede no Porto fechou o ano com 3.820 colaboradores.

O Grupo RAR procedeu no ano passado à cisão da Colep em duas empresas: Colep Packaging e Colep Consumer Products. Esta última terminou a joint venture com o Grupo Albatha, nos Emirados Árabes Unidos, passando a focar-se no mercado europeu e norte-americano.

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Autoridade da Concorrência aplica multa de 132 milhões a quatro supermercados e à Unilever

Auchan, E. Leclerc, Continente e Pingo Doce participaram num esquema de fixação de preços que abrangeu vários produtos da Unilever, como detergentes, desodorizantes, gelados, molhos e chás.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma nova multa de 132 milhões de euros a quatro cadeias de supermercados – Auchan, E. Leclerc, Modelo Continente (Sonae) e Pingo Doce (Jerónimo Martins) – e à gigante Unilever (fornecedora de produtos alimentares, de artigos para cuidado da casa e cuidado pessoal) por terem participado num esquema de fixação de preços de venda ao consumidor dos produtos desta multinacional.

A investigação “permitiu concluir que, mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicarem diretamente entre si, as empresas de distribuição participantes asseguram o alinhamento dos preços de retalho nos seus supermercados, numa conspiração equivalente a um cartel, conhecido na terminologia do direito da concorrência como hub-and-spoke”, escreve a AdC.

Segundo a entidade liderada por Margarida Matos Rosa, que nos últimos seis anos já sancionou seis empresas de distribuição e sete fornecedores comuns pela prática de hub-and-spoke, num valor total de coimas superior a 645 milhões de euros, esta prática terá durado perto de uma década, entre 2007 e 2017, e abrangeu vários produtos da Unilever, como detergentes, desodorizantes, gelados, molhos e chás.

A “fatura” mais pesada (50,8 milhões de euros) vai ser paga pela Sonae, que lucrou 42 milhões no primeiro trimestre de 2022, seguida pela Jerónimo Martins (35,7 milhões) e pela Unilever (26,6 milhões). A Auchan é penalizada em 16,2 milhões e o E. Leclerc em 2,9 milhões, com a AdC a recordar que as coimas são “determinadas pelo volume de negócios das empresas sancionadas nos mercados afetados nos anos da prática”, não podendo exceder 10% do volume de negócios da empresa no último exercício.

As decisões sancionatórias da AdC podem ser objeto de recurso, embora esse instrumento, que tem sido usado pelas retalhistas em condenações anteriores, não suspenda a execução das coimas. No entanto, as empresas podem solicitar ao Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão que suspenda a execução se “demonstrarem que [as decisões] lhes causam um prejuízo considerável e oferecerem uma garantia efetiva no seu lugar”.

Da bola à cerveja

Só no ano passado, a Autoridade da Concorrência aplicou mais de 138 milhões de euros em coimas, num total de nove decisões condenatórias. A maior sanção de 2021 por práticas anticoncorrenciais, no valor de 93 milhões de euros, visou o Continente, Pingo Doce, Auchan, Intermarché e Super Bock devido a um esquema de fixação de preços.

O balanço disponibilizado pela entidade reguladora deu ainda conta da emissão de seis notas de ilicitude, relativas a hub-and-spoke, cartéis e gun-jumping, em setores como a saúde — uma envolveu cinco hospitais privados por concertação nos contratos com a ADSE e outra a Santa Casa na compra do Hospital da Cruz Vermelha –, a segurança e vigilância, o desporto (Liga de clubes de futebol e 31 sociedades desportivas), a grande distribuição e as telecomunicações.

Em reação, a cadeia de supermercados Auchan “refuta totalmente” as práticas imputadas pela AdC. Em declarações à Lusa, a empresa reiterou ainda que “são assegurados internamente todos os processos de formação e controlo dos seus colaboradores a fim de evitar qualquer tipo de comportamentos que possam resultar na violação das regras de concorrência”.

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Ex-ministro das Finanças de Moçambique extraditado para os EUA

Ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, vai ser extraditado da África do Sul para os EUA onde irá responder a acusações de fraude no valor de 2 mil milhões de dólares.

Manuel Chang, ex-ministro das Finanças de Moçambique, vai ser extraditado da África do Sul para os EUA onde será julgado pelo seu alegado papel num caso de fraude com dívida soberana no valor de 2 mil milhões de dólares, avançou esta quarta-feira a Bloomberg (acesso condicionado).

“Manuel Chang terá de ser extraditado para os EUA”, disse Adriano Nuvunga, líder do grupo não-governamental no centro da batalha judicial, Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO). “Lá, confiamos que o sistema de justiça será mais independente e poderá ajudar a esclarecer a fraude multimilionária que empobreceu os moçambicanos”, acrescentou o responsável.

O Supremo Tribunal decidiu extraditar o ex-ministro em novembro de 2021, mas o Governo moçambicano optou por recorrer da decisão junto do Tribunal Constitucional da África do Sul, onde o apelo foi rejeitado esta terça-feira. Manuel Chang está sob custódia numa prisão perto de Joanesburgo desde dezembro de 2018, onde aguarda julgamento por conspiração em fraude e branqueamento de capitais.

O Governo moçambicano também apresentou um pedido de extradição junto da África do Sul, em 2019, de modo a julgar em casa o ex-ministro das Finanças. As acusações de Manuel Chang também abrangem o filho do antigo presidente moçambicano Armando Guebuza, embora ambos neguem as alegações. Moçambique também apelou junto do Supremo Tribunal de Recurso da África do Sul, cuja decisão será agora esperada para as próximas semanas.

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Conversas com Energia. Duarte Cordeiro quer ponte entre Governo e gerações futuras

Durante a sua "aula" com os alunos do Agrupamento de Escolas das Olaias, o ministro deixou frisada a necessidade das gerações futuras apostarem em práticas mais sustentáveis.

Duarte Cordeiro apresentou-se, perante os alunos do Agrupamento de Escolas das Olaias, como o elo de ligação entre o Governo e as gerações futuras, sublinhando a importância em definir um caminho para os mais novos numa altura em que a transição energética e sustentabilidade marcam a agenda política e social.

No âmbito da iniciativa Conversas com Energia da Fundação EDP que decorre no MAAT, e do qual o ECO/Capital Verde é media partner, o ministro do Ambiente e da Ação Climática fez da sua “aula” uma oportunidade para ensinar aos mais novos como o aquecimento global e as alterações climáticas impactam o dia-a-dia das pessoas, referindo a título de exemplo, os eventos de seca extrema, chuvas intensas, o degelo no Ártico e ainda os furacões e tempestades.

“Os gases de efeito de estufa contribuem para o aquecimento global e por sua vez provocam alterações climáticas”, explicou, acrescentando que o fenómeno contribui para danos económicos e sociais. O paradigma exige a necessidade de “produzir mudanças”, anunciou.

“Mas como é que podemos ajudar?“, inquiriu um dos alunos ao governante. Para Duarte Cordeiro, embora grande parte das mudanças sejam da responsabilidade dos atores políticos, é importante sublinhar que a ação individual também produz efeitos, que passam desde a forma como nos deslocamos ao que comemos.

“Andar de transportes públicos, transportes suaves, como as bicicletas, ou até mesmo a pé”, podem ser um ponto de partida, sugeriu, admitindo que o próprio também opta por esses meios “quando pode”.

Outra das soluções, passa pela alimentação, nomeadamente, “na redução do consumo de carne”. Um dos jovens presentes admitiu ao ministro já estar a fazer progressos nesse sentido por comer este alimento apenas “duas vezes por semana”, e o ministro reconheceu o feito dizendo que a decisão não só “ajuda na redução das emissões, como faz melhor à saúde”.

“Ajudem-me nesta tarefa difícil”, apelou aos jovens, relembrando que a reivindicação feita pelos estudantes durante as várias Greves Climáticas Estudantis que ocorreram tanto aqui, como em vários pontos do mundo, são uma maneira de dar voz às exigências das gerações futuras.

A urgência do apelo chega numa altura em que os investigadores e especialistas ambientais definem 2030 como um marco importante para a apresentação de objetivos concretos em prol do ambiente. Em cima disso, surge o conflito na Ucrânia que intensifica a necessidade de acelerar a aposta em energias renováveis e garantir que o bloco europeu se torna energeticamente independente.

“A guerra na Ucrânia exige que sejamos ainda mais rápidos e acelerar a transição energética e impulsionar a independência da Rússia”, frisou. “Temos um grande desafio pela frente que nos responsabiliza a todos”, garantiu Duarte Cordeiro.

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