Portugal regista recorde de 40.945 casos. Há mais 20 mortes

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Janeiro 2022

Os números da pandemia referentes às últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado pela DGS, revelam mais 40.945 casos de Covid-19, um novo recorde de contágios no país.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 40.945 novos casos de Covid-19, um novo pico de contágios em Portugal, o que eleva o número total de infetados desde o início da pandemia para 1.734.343. O boletim desta quarta-feira indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram 20 pessoas com a doença, num total de 19.181 óbitos desde o início da pandemia.

Já a incidência média no território nacional subiu para 3.615,9 casos por 100 mil habitantes, enquanto o risco de transmissibilidade (Rt) desceu para 1,23.

Ainda que a maioria dos infetados continue a recuperar em casa, o número de pessoas hospitalizadas com a doença voltou a subir. Atualmente, 1.635 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais 71 nas últimas 24 horas), dos quais 167 em unidades de cuidados intensivos (mais 14).

O boletim dá conta de um total de 1.438.268 recuperados, mais 33.482 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 276.894 casos ativos em Portugal, mais 7.443 face a terça-feira.

Há ainda 236.992 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, mais 12.262 em relação ao balanço anterior.

Boletim epidemiológico de 12 de janeiro de 2022:

A maioria dos 40.945 novos casos das últimas 24 horas concentrou-se no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que confirmaram, respetivamente, 15.943 e 12.293 novas infeções. A zona Centro contabilizou mais 4.850 casos, enquanto o Algarve somou 1.241 infeções e o Alentejo outras 1.133. O arquipélago dos Açores contabilizou 439 novos casos, e na Madeira foram identificados mais 2.046 casos.

Do total de 20 mortes, 14 ocorreram em LVT. Na zona Norte, morreram mais cinco pessoas infetadas com Covid-19, enquanto o Algarve somou mais uma morte.

Incidência continua a aumentar e R(t) volta a descer

Os dados da DGS revelam ainda que o valor do R(t), que indica quantas pessoas cada infetado contagia em média, desceu para 1,23 quer a nível nacional, quer no continente, quando, no último balanço, estes valores eram de 1,24 a nível nacional e no continente.

Já a incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) continua a disparar, estando agora em 3.615,9 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 3.615,3 casos por 100 mil habitantes no continente (na última atualização, estes valores eram 3.204,4 casos por 100 mil habitantes e 3.209,1 casos por 100 mil habitantes, respetivamente).

(Notícia atualizada às 14h54)

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Boris Johnson pede desculpa por festa em Downing Street em pleno confinamento

O primeiro-ministro britânico admitiu ter participado durante 25 minutos numa festa em Downing Street, durante o primeiro confinamento em 2020, alegando julgar tratar-se de um evento de trabalho.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu ter participado numa festa de jardim, no número 10 de DowningStreet, durante o primeiro confinamento em maio de 2020, foi divulgado esta quarta-feira numa sessão de esclarecimento, avança o The New York Times (acesso condicionado, e conteúdo em inglês).

“Quero pedir desculpa. Sei que milhões de pessoas neste país fizeram sacrifícios extraordinários nos últimos 18 meses”, disse Boris Johnson, numa sessão de perguntas ao primeiro-ministro no parlamento. “Sei que houve coisas que simplesmente não acertámos, e devo simplesmente assumir a responsabilidade”, acrescentou.

O primeiro-ministro referiu que à data da festa de 20 de maio de 2020, pensava tratar-se de um “evento de trabalho”, uma oportunidade para agradecer aos funcionários de Downing Street pelos seus esforços durante a fase inicial da pandemia. Johnson sublinhou ter permanecido na festa 25 minutos, e referiu que devia ter interrompido a reunião.

As declarações do primeiro-ministro britânico surgem após ser divulgado um email pela estação televisiva ITV News onde Martin Reynolds, um dos assessores de Johnson, envia um convite a mais de uma centena de pessoas para um evento organizado pela residência oficial do PM, e marcada como “social”. No convite é possível ler “pensamos que seria bom aproveitar ao máximo este clima agradável e beber socialmente com distanciamento no jardim”, terminando o email com “traga a sua bebida”. A festa terá reunido cerca de 40 pessoas.

Em resposta, o líder do partido trabalhista, Keir Starmer, rejeitou o pedido de desculpas de Johnson e exigiu a sua demissão. “A festa acabou, primeiro-ministro”, disse Starmer, questionando ainda “Será que ele vai agora fazer a coisa decente e demitir-se?”. Contudo, Johnson rejeitou a proposta e pediu ao parlamento que aguardasse pela conclusão de uma investigação interna.

Após repudiar durante diversas semanas alegações de que esteve presente numa festa em pleno confinamento e em violação das regras de quarentena, o primeiro-ministro deixou recentemente de oferecer resposta às acusações, remetendo para a conclusão das investigações internas. A polícia metropolitana já confirmou o seu contacto com o Governo, podendo o mesmo vir a ser investigado por violação das regras de saúde pública.

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Portugal tem o 5.º passaporte mais valioso do mundo

Portugal mantém a 5.ª posição no ranking dos passaportes mais valiosos do mundo, empatado com a Irlanda. Japão e Singapura são os países cujos passaportes são considerados os mais valiosos.

Portugal tem o 5.º passaporte mais valioso do mundo. O país está empatado com a Irlanda, cujos passaportes permitem aos seus detentores visitarem 187 países em livre-trânsito, revela a nova atualização do “The Henley Passport Index”.

À semelhança do que sucedeu no último trimestre do ano passado, marcado pela pandemia, o passaporte português mantém a quinta posição no ranking dos passaportes mais valiosos do mundo em 2022. Há apenas 13 países cujos passaportes dão acesso a visitar mais países sem necessidade visto prévio.

Japão e Singapura são os países com os passaportes considerados os mais valiosos do mundo, permitindo-lhes viajar para 192 países em livre-trânsito. Na segunda posição, surgem Alemanha e Coreia do Sul (podendo ambos aceder a 190 países). Ainda pelo pódio, Finlândia, Itália, Luxemburgo e Espanha ocupam o 3º. lugar da lista elaborada pela consultora especializada em cidadania global e aconselhamento de residência.

Seguem-se Áustria, Dinamarca, França, Países Baixos e Suécia. Os passaportes destes países permitem que os portadores deste documento viajem para 188 países sem visto prévio, o que os coloca na quarta posição do ranking, à frente de Portugal e Irlanda.

Em contrapartida, o Afeganistão é o que está pior colocado, sendo que este passaporte apenas permite o acesso a 26 países. Este país ocupa, assim, a 111.º posição do ranking é seguido pelo Iraque (permite acesso em livre trânsito a 28 países) e pela Síria (29 países).

Este índice avalia os passaportes mais influentes do mundo em cada trimestre tendo em conta os dados fornecidos pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e inclui 199 passaportes diferentes e 227 destinos internacionais.

Top 5 dos passaportes mais valiosos do mundo:

1.º lugar: Japão e Singapura – acesso a 192 países

2.º lugar: Alemanha e Coreia do Sul – acesso a 190 países

3º. lugar: Finlândia, Itália, Luxemburgo e Espanha – acesso a 189 países

4º. lugar: França, Países Baixos e Suécia – acesso a 188 países

5º. lugar: Irlanda e Portugal – acesso a 187 países

Top 5 dos passaportes menos valiosos do mundo:

111.º lugar: Afeganistão – acesso a 26 países

110.º lugar: Iraque – acesso a 28 países

109.º lugar: Síria – acesso a 29 países

108.º lugar: Paquistão – acesso a 31 países

107.º lugar: Iémen – acesso a 33 países

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Stressados e “desligados” da empresa e dos líderes. Um retrato dos trabalhadores da linha da frente

Os níveis de stress são altos, a desconexão com a empresa é sentida pela maioria e a comunicação não é eficaz. Estes problemas agigantam-se entre os profissionais da frontline em cargos de gestão.

Se, no ano passado, os trabalhadores da linha da frente — da saúde, passando pelo retalho ou fábricas — já lidaram com altos níveis de stress e ansiedade, muitas vezes prejudicando a sua saúde mental, este ano as previsões ao nível do bem-estar não são melhores: 58% antecipa os mesmos níveis de stress ou até mais altos em 2022. E em termos de criação de cultura empresarial e comunicação o cenário não é muito melhor, sendo o sentimento de descontentamento transversal à estrutura. 68% dos profissionais na linha da frente em cargos de gestão sente-se desconectado da sua organização e liderança, revela a Microsoft.

“Com a pandemia a persistir, níveis de stress elevados e um recorde de 4,5 milhões de americanos a abandonarem os seus empregos em novembro, é evidente que os trabalhadores se encontram num ponto de inflexão”, lê-se no relatório da Microsoft “Technology Can Help Unlock a New Future for Frontline Workers“, divulgado esta quarta-feira.

“No nosso inquérito, os trabalhadores da linha da frente a nível mundial citaram as cinco principais razões para considerarem uma mudança de emprego: ganhar mais dinheiro, ter um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, não receber aumentos salariais, trabalhar para uma empresa com melhores benefícios e procurar uma maior flexibilidade na forma como trabalham”, revelam as conclusões dos inquéritos aos profissionais “que foram obrigados a trabalhar presencialmente, no local de trabalho, sem possibilidade de trabalho remoto”.

Quando se trata dos gestores da linha da frente, os dados sugerem que estes profissionais estão num cenário de maior pressão no trabalho. São os que se sentem mais desligados da organização para a qual trabalham e também os que apontam maiores lacunas ao nível da comunicação, apontada pela maioria dos gestores portugueses como o principal desafio das lideranças no pós-pandemia.

A pandemia tem dois efeitos nos colaboradores. Por um lado, a pandemia da Covid-19 fortaleceu os laços entre os colegas de trabalho. Entre os trabalhadores que não ocupam cargos de gestão, 56% admite sentir-se “muito ligado aos colegas de trabalho”, e o valor dispara entre aqueles que ocupam posições de gestão (68%), que estão agora mais ligados aos seus pares.

Fonte: MicrosoftMicrosoft

Contudo, nem todas as relações laborais saíram reforçadas. As ligações à liderança e até à cultura empresarial são agora mais fracas: 56% dos trabalhadores não-gestores da linha da frente afirmam que os seus líderes não dão prioridade à construção de uma cultura de organização. E a percentagem aumenta para 68% entre aqueles que ocupam cargos de gestão na frontline, como chefes de departamento, gerentes de loja ou supervisores em fábricas, por exemplo.

Além disso, a comunicação não tem sido muito eficaz. Cerca de 58% dos trabalhadores não gestores dizem que as mensagens da liderança não chegam até eles e, mais uma vez, a percentagem piora quando olhamos para a opinião dos gestores da linha da frente, com 69% a queixar-se do mesmo, considerando que a comunicação dos seus superiores não é eficaz.

3.º ano de pandemia. Os mesmos níveis de stress?

À medida que as empresas tentam equilibrar as necessidades do negócio com as dos funcionários, a investigação mostra que há uma oportunidade de as companhias se concentrarem mais no bem-estar dos seus trabalhadores da linha da frente. Metade deles (dos que não têm cargos de gestão) admite que não se sente valorizado como profissional, e 60% desejava mesmo que a companhia assumisse um papal mais ativo no combate à exaustão física dos colaboradores e no apoio da saúde mental (57%).

E, apesar de embarcarmos já no terceiro ano da pandemia, 58% dos trabalhadores da linha da frente acreditam que o stress laboral permanecerá o mesmo ou piorará no próximo ano. Para além dos desafios económicos, estes profissionais destacam a carga de trabalho (45%), os baixos salários (44%), os longos dias de trabalho (41%), a gestão das necessidades dos clientes (35%) e os protocolos Covid-19 (33%) como as principais razões para o seu stress relacionado com o trabalho.

“A pandemia criou uma tensão extraordinária sobre os indivíduos na linha da frente. Para além dos efeitos muito reais da Covid-19 sobre a vida das pessoas e meios de subsistência, há a carga administrativa de base, que têm de suportar. E a força de trabalho está a diminuir, por isso há cada vez mais trabalho a ser colocado em cima deles. Isto criou uma quantidade extraordinária de pressão e stress”, afirma David Rhew, global chief medical officer da Microsoft.

Os funcionários da frontline no Japão, Reino Unido e Alemanha, assim como os que operam nas indústrias transformadoras, automóvel/transporte e de energia, são os mais preocupados com o stress no trabalho, que permanecerá o mesmo ou ficará pior. Na ponta oposta está o México, com 39% dos colaboradores a mostrarem-se preocupados com o stress laboral, seguido da Índia (41%) e do Brasil (46%).

Já no que toca à tipo de atividade, as que demonstram uma preocupação menor — mas ainda assim alta — são as telecomunicações (51%), os serviços financeiros e os media, entretenimento e comunicação (ambas com 55%).

Questionados sobre o que poderia reduzir o stress na frontline, os profissionais apontam o aumento salarial, os dias férias e a melhoria da tecnologia como as três principais soluções, com 64%, 50% e 46, respetivamente.

Recomendações

A pressão que a realidade económica e pandémica está a colocar nos ombros destes profissionais faz com que seja urgente que as lideranças tomem medidas. Com base na investigação realizada, estas são as três áreas em que as empresas devem concentrar-se primeiramente, segundo a Microsoft:

  1. Reconstruir a cultura: “A cultura do local de trabalho é construída sobre uma forte ligação à missão e ao objetivo da empresa, transparência, comunicação, reconhecimento e relações no local de trabalho. Os nossos dados mostram que muitos trabalhadores da linha da frente têm construído relações fundacionais entre si, mas mais pode ser feito para fomentar a ligação e cultura de topo, especialmente para gestores. Os líderes devem arranjar tempo para se ligarem aos trabalhadores e gestores da linha da frente de forma proativa.”
  2. Capacitar os trabalhadores da linha da frente com a mais recente tecnologia: “Desde o onboarding até à automatização de tarefas e gestão de compromissos, as empresas podem aliviar os encargos diários, fornecendo as ferramentas tecnológicas adequadas. Capacitar os trabalhadores da linha da frente com a tecnologia certa não só torna o seu trabalho mais fácil como permite uma comunicação mais eficaz e segura.”
  3. Priorizar e modernizar a formação: “Os trabalhadores da frontline estão ansiosos por receber a formação de que necessitam para adotar novas tecnologias que irão ajudá-los a fazer o seu melhor trabalho. Eles precisam de líderes para dar prioridade e criar espaço para a aprendizagem à escala.”

O estudo da Microsoft, “Technology Can Help Unlock a New Future for Frontline Workers”, inquiriu 9.600 trabalhadores da linha da frente a tempo inteiro ou tempo parcial em nove indústria e oito mercados a nível mundial (Austrália, Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México, Reino Unido e Estados Unidos), entre 28 de outubro e 19 de novembro de 2021.

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Rio exige que Costa diga o que fará sem maioria absoluta

O líder do PSD considera que António Costa tem de esclarecer os portugueses sobre o que fará se não tiver maioria absoluta. Rio pede transparência e acusa PS de ter "escondido" a geringonça em 2015.

A um dia do debate decisivo entre os dois candidatos ao lugar de primeiro-ministro, o presidente do PSD desafia novamente o secretário-geral do PS para clarificar junto dos portugueses o que fará se não tiver uma maioria absoluta. “Se tiver uma maioria relativa, [António Costa] não diz o que vai fazer“, disse Rui Rio esta quarta-feira, após um encontro com a Ordem dos Enfermeiros.

Para o candidato social-democrata é Costa quem “está em desvantagem”, e não o próprio, por não ter uma “resposta clara” para o pós-eleições, seja qual for o resultado. “Eu tenho uma resposta clara para cada situação em concreto”, garante Rio, criticando o líder socialista por apenas ser claro no cenário em que perde eleições — nesse caso, vai embora. “A partir daí não tem resposta clara para mais nada e refugia-se dizendo que quer uma maioria absoluta. Isso também eu quero. Queremos todos“, rematou.

O presidente do PSD tem apelado a todos os partidos para que haja diálogo no pós-eleições para criar condições de governabilidade. E o que fará o PSD? Se não ganhar com maioria absoluta, tentará um acordo à direita com CDS e Iniciativa Liberal e deixou no ar nos debates que poderá encostar o Chega à parede para que este escolha se quer um Governo de direita ou de esquerda, caso este potencial Governo vá a votos no Parlamento (moção de censura, por exemplo). Se não houver maioria à direita, o PSD mostra-se disponível para negociar com o PS, mas os socialistas não têm dado sinais de abertura, focando-se no discurso da maioria absoluta. Se o PS vencer mas sem maioria absoluta, o PSD quer viabilizar o Governo de Costa para não o deixar nas mãos do PCP e do Bloco.

Para Rio, António Costa “devia ser confrontado” com esses cenários de governabilidade “em todos os debates” e não só no debate desta quinta-feira entre os dois principais candidatos. Isto porque o socialista “tem historial”: “Em 2015 perdeu as eleições e foi primeiro-ministro com base num acordo parlamentar que durante a campanha escondeu e nunca disse que o podia fazer”, acusa o social-democrata, argumentando que “em nome da transparência devemos dizer para o que estamos abertos, o que se aceita ou não, em função de cada resultado“.

António Costa tem ainda mais de ser claro. Não está a dar a essa resposta. Se tiver uma maioria relativa, não diz o que vai fazer“, concluiu.

Sobre o debate desta quinta-feira, Rio disse ser “lógico” que há “alguma preparação” específica para este momento, até porque seria uma “falta de responsabilidade se não o fizesse”. Porém, “as mensagens a transmitir nada diferem” do que já tem vindo a dizer. “Tenho consciência clara de quais devem ser as prioridades para a governação do país nos próximos quatro anos”, garante, dando prioridade ao crescimento económico, à descida da carga fiscal e à melhoria dos serviços públicos, através da implementação de reformas.

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Portugal vai cumprir regras da Zona Euro em 2023 “sem esforço excessivo”, diz Costa

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2022

António Costa defendeu que, no final do primeiro semestre deste ano, o país “terá recuperado o nível do Produto Interno Bruto (PIB) que já tinha em 2019” antes da crise pandémica da Covid-19.

O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que Portugal, se mantiver a atual trajetória económico-financeira, cumprirá sem esforço excessivo as regras orçamentais da Zona Euro em 2023 e que há uma nova conjuntura favorável para as empresas.

Este cenário sobre a evolução da economia portuguesa foi apresentado por António Costa, numa sessão com empresários em Almada, que foi aberta pela líder parlamentar do PS e cabeça de lista socialista pelo círculo de Setúbal, Ana Catarina Mendes.

Numa intervenção de cerca de 30 minutos, António Costa defendeu que, no final do primeiro semestre deste ano, o país “terá recuperado o nível do Produto Interno Bruto (PIB) que já tinha em 2019” antes da crise pandémica da Covid-19.

Por outro lado, segundo António Costa, ao nível da envolvente externa, “não há indicações de que o Banco Central Europeu (BCE) esteja a prever nos próximos tempos uma alteração da sua política”.

“Para o BCE, este pico de inflação que estamos a viver tem um caráter eminentemente conjuntural e, como tal, não justifica uma alteração da sua política estrutural”, apontou, citando Christine Lagarde.

No entanto, na perspetiva de António Costa, é essencial que, mantendo-se a política de juros baixos do BCE, “o país esteja em condições de beneficiar dos efeitos dessa política”, sendo para isso necessária uma política de finanças públicas “sãs”.

“Em 2023, de acordo com todos os indicadores, Portugal estará em condições de cumprir as regras [do Tratado Orçamental da União Europeia] quando elas forem restabelecidas. O défice de 2021 será provavelmente menor do que as previsões do Governo em resultado do crescimento da economia e de um melhor comportamento da despesa”, advogou.

Este ano, mesmo com os primeiros meses em duodécimos, como consequência do chumbo no parlamento do Orçamento do Estado para 2022, António Costa disse acreditar que Portugal está em condições de cumprir a meta de défice fixada.

“E em 2023, sem esforço excessivo, poderemos acomodar-nos às regras vigentes na Zona Euro”, sustentou.

Em relação à nova conjuntura económica pós-pandemia da Covid-19, o secretário-geral do PS defendeu que é favorável à expansão dos negócios por parte das empresas nacionais, quer por razões internas, quer externas.

“Já passámos o momento mais difícil e de maior incerteza da situação pandémica da Covid-19. Saímos em boas condições para rapidamente podermos retomar o caminho interrompido, tendo agora a oportunidade, que nunca tivemos até agora, de fazer o que não foi feito”, salientou.

Para António Costa, com os sistemas nacionais empresarial e tecnológico/científico alinhados, “mobilizados e preparados”, há condições objetivas para um impulso ao nível do crescimento económico. Mas, ressalvou, cabe às instituições “um papel fundamental”.

“As instituições têm um papel fundamental na redução de custos de contexto, na criação de boas condições macroeconómicas, mas também na criação de estabilidade política e de políticas para evitar que o país não ande de crise em crise, voltando ao tempo dos governos provisórios. Pelo contrário, Portugal precisa de ter uma estabilidade necessária para se focar naquilo que é essencial: A recuperação económica, o progresso e a reforma estrutural do país”, acrescentou, aqui numa nota de ordem política.

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Negócios nos serviços sobem 21,7% em novembro e ultrapassam pela 2.ª vez subida de 2019

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2022

O alojamento, restauração e similares aumentou 76,6%, tendo o alojamento subido 233,4% em novembro e a restauração e similares 53,1%. Os transportes e armazenagem aumentaram 37%.

O índice de negócios nos serviços acelerou em novembro para um aumento homólogo de 21,7%, o maior desde maio e superior ao de novembro de 2019, pelo segundo mês consecutivo, revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O aumento reflete a comparação com meses de 2020 ainda afetados pela pandemia, “muito em particular” nas atividades de transportes e alojamento e restauração, sendo novembro o segundo mês, desde o começo da pandemia, a registar um crescimento superior (2,9%) ao mês homólogo de 2019, depois de em outubro aumentar 15,7% e ultrapassar, pela primeira vez desde o início da pandemia, o valor homólogo de 2019.

O alojamento, restauração e similares aumentou 76,6% (45,7% no período anterior), tendo o alojamento subido 233,4% em novembro (151,2% no mês precedente) e a restauração e similares 53,1% (30,5% em outubro). Todavia o índice desta secção, face a novembro de 2019, foi inferior em 4,5%.

O comércio por grosso, comércio e reparação de veículos automóveis e motociclos teve uma subida homóloga de 15,5%, superior à de 11% em outubro, com o comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos a aumentar 11,6%, invertendo a tendência de queda desde julho, e o comércio por grosso aumentou 16,7%.

Os transportes e armazenagem aumentaram 37% em novembro, contra 32,3% no período anterior, destacando-se os transportes aéreos, que continuaram o processo de recuperação, segundo o INE, registando uma subida homóloga de 105,8%, menos 36,6 pontos percentuais do que em outubro.

Os índices de emprego, de remunerações e de horas trabalhadas ajustados de efeitos de calendário apresentaram subidas homólogas de 3,2%, 4,2% e 3,2%, respetivamente (2,5%, 4% e 1,4% em outubro, pela mesma ordem).

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Aliança luso-sueca compra armazéns no Cartaxo e Alverca

A Bedrock Capital e o Europi Property Group (EPG) ficam com dois ativos logísticos na região de Lisboa que pertenciam à Norfin, liderada por Francisco Sottomayor e detida pelo grupo Arrow Global.

A Norfin, uma das maiores gestoras de investimentos imobiliários em Portugal, com uma carteira que inclui o empreendimento Metropolis, junto ao estádio de Alvalade — e que já teve no portefólio o Office Park Expo (Campus da Justiça) –, acaba de vender dois ativos logísticos à lisboeta Bedrock Capital Partners e ao Europi Property Group (EPG), que tem sede em Estocolmo e escritório em Londres.

Adquiridos em conjunto, os dois imóveis com 35 mil metros quadrados que estavam integrados no Ibéria FEIF estão localizados um no Cartaxo – arrendado na íntegra a uma empresa da Sonae – e outro em Alverca do Ribatejo (Quinta do Adarse), também totalmente ocupado, de acordo com um comunicado da Savills. A consultora assessorou nesta transação a vendedora, chefiada por Francisco Sottomayor e que é detida desde 2018 pelo grupo Arrow Global.

Instalações logísticas na Quinta do Adarse, Alverca do Ribatejo

Ao longo de quatro anos, a Norfin trabalhou para “melhorar a qualidade dos serviços prestados aos arrendatários, na renovação e melhoria da qualidade dos edifícios”, destaca Daniel Lopes, gestor da Norfin. “Potenciámos o valor de mercado dos ativos e, tendo vendido na altura certa, maximizámos o retorno dos nossos investidores”, acrescentou o responsável, citado numa nota de imprensa.

Potenciámos o valor de mercado dos ativos e, tendo vendido na altura certa, maximizámos o retorno dos nossos investidores.

Daniel Lopes

Gestor da Norfin

Liderada por André Gomes de Sousa e por João Tenreiro Gonçalves, a Bedrock Capital — que geria até agora ativos no valor de 125 milhões de euros — investe pela primeira vez no ramo logístico e estreia com esta operação uma parceria com o EPG. E manifesta-se “otimista em relação ao mercado logístico português, que tem vindo a registar uma procura crescente por parte dos operadores”.

Portugal no “top 5” europeu para investimento logístico

Em crescimento por toda a Europa com o impulso das vendas online, o segmento industrial e de logística atingiu em Portugal um recorde de take-up em 2020, com a Savills a estimar que os números em 2021 devem ser ainda superiores e a confirmar que as operações transfronteiriças, o nearshoring e a industrialização estão a atrair investidores para o mercado logístico nacional.

O European Real Estate Logistics Census, realizado por esta consultora imobiliária internacional, colocou Portugal no grupo dos cinco países mais atrativos para captar investimento em logística — só atrás de França, Alemanha, Espanha e Itália –, numa fase em que 95% dos operadores logísticos antecipam que vão precisar de mais ou do mesmo espaço de armazenamento nos próximos três anos.

Alberto Henriques, Capital Markets Associate Director da Savills Portugal, destaca que a transação destes dois ativos na região de Lisboa foi “um processo eficiente e colaborativo entre todas as partes envolvidas”, sublinhando que “estas unidades, presentes em zonas consolidadas de logística, beneficiam da crescente procura ocupante e da evolução positiva de rendas“.

Instalações logísticas no Cartaxo, arrendadas ao grupo Sonae.

O imobiliário mostrou ser um dos setores mais resilientes durante a pandemia e tudo indica que 2022 assistirá ao mesmo desempenho positivo. Depois de ter encerrado 2021 com mais de 33 mil milhões de euros em transações, a consultora Cushman & Wakefield refere que para este novo ano já se antecipam mais de 2,1 mil milhões de euros em negócios imobiliários apenas do mercado comercial.

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Ex-Fuel Jorge Teixeira lidera criatividade na nova unidade da LPM

Antigo diretor criativo da Fuel -- onde desenvolveu campanhas para marcas como a Worten ou o Continente --, Jorge Teixeira comandou área criativa de grandes agências em Portugal, Brasil e Alemanha.

O publicitário Jorge Teixeira é o novo chief creative officer da LPM. O ex-diretor criativo da agência de publicidade Fuel vai liderar a Ideation, uma nova unidade da consultora de comunicação.

“Ideation é um iluminador de ideias. Vamos reforçar as competências do grupo LPM, já com um fortíssimo background de criatividade e inovação em comunicação, com uma nova metodologia que cria valor e abre oportunidades, inicia conversas e muda comportamentos”, refere o gestor, citado em nota de imprensa.

Catarina Vasconcelos, diretora-geral da LPM, justifica na mesma nota que o grupo “tem vindo sempre a crescer de forma muito inovadora e sustentada”, integrando todas as competências de relações públicas, e “este é mais um passo muito relevante para a LPM, que vê assim reforçada a sua criatividade”.

A LPM é uma consultora de comunicação que atua em todas as disciplinas das relações públicas, trabalhando as contas de clientes como o Continente, o Turismo de Portugal ou a NOS.

Antigo diretor criativo da Fuel — onde desenvolveu campanhas para marcas como a Worten ou Continente –, Jorge Teixeira liderou a criatividade de grandes agências de publicidade também em São Paulo (Brasil) e em Berlim (Alemanha).

O gestor já conquistou mais de 200 prémios internacionais, incluindo dois Cannes Lions. Foi júri em festivais internacionais de publicidade como o Cannes Lions, New York Festivals, Eurobest, Epica, El Sol, entre outros. Foi fundador e presidente do Clube de Criativos de Portugal.

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Embraer vende fábricas em Évora à espanhola Aernnova por 151 milhões de euros

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Janeiro 2022

As duas unidades industriais subsidiárias da Embraer, em Évora, foram vendidas à espanhola Aernnova por 151,5 milhões de euros.

As unidades industriais Embraer Metálicas e Embraer Compósitos, subsidiárias da Embraer e no Parque Industrial Aeronáutico de Évora, foram vendidas à espanhola Aernnova por 172 milhões de dólares (151,5 milhões de euros), mas este valor ainda está sujeito a ajustes até à conclusão do negócio, que se prevê para o primeiro trimestre deste ano, anunciou esta quarta-feira a Embraer.

Em comunicado, a empresa aeroespacial com sede no Brasil refere que o acordo com a Aernnova tem como objetivo aumentar a capacidade de produção das duas unidades industriais e diversificar a carteira de clientes. As instalações em Évora serão os maiores centros produtivos da Aernnova a nível mundial.

A Embraer Metálicas e a Embraer Compósitos têm, respetivamente, 37.100 e 31.800 metros quadrados, e juntas empregam cerca de 500 pessoas. As duas unidades combinam tecnologias avançadas no fabrico de aeroestruturas metálicas e de compósitos com um elevado nível de digitalização e automação dos processos produtivos. Ambas produzem componentes para asas e estabilizadores verticais e horizontais para programas aeronáuticos da Embraer, entre outros e receberam 34,65 milhões de euros em incentivos do Portugal 2020.

Com esta parceria, a Aernnova assumirá a operação das fábricas em Évora e, ao mesmo tempo, assegurará o fornecimento para a produção de aeronaves Embraer, aumentando a previsão de receitas de longo prazo dos espanhóis, que se estima em mais cerca de 170 milhões de dólares.

Citado no comunicado, o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, aponta que “o acordo permitirá a ampliação dos níveis de ocupação nas fábricas de Évora e a diversificação da base de clientes, trazendo novas oportunidades de negócios”.

Por seu lado, o CEO da Aernnova, Ricardo Chocarro, diz que o acordo “reforça ainda mais o status da companhia como uma líder global no design e na produção de aeroestruturas”. “Planeamos avançar ainda mais nas operações das instalações e estabelecer Évora como um modelo na fabricação de aeroestruturas”, acrescenta.

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Isabel Cipriano é a nova presidente da APOTEC

É a primeira vez, desde o 25 de abril, que a Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade tem uma presidente mulher.

Isabel Cipriano, presidente da APOTEC.

Isabel Cipriano foi eleita presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade (APOTEC) para o triénio 2022/2024. Eleita por unanimidade pelos presentes nas mesas de voto (que representam 75% do universo de eleitores), a APOTEC conta assim com uma nova presidente que, pela primeira vez desde o 25 de abril, é mulher.

Com um bacharelato em contabilidade e administração no ISCLA, a profissional tornou-se sócia da APOTEC em 1997. “Na viragem do século, no ano 2000, foi convidada para assumir a coordenação do periódico técnico editado pela associação, o Jornal de Contabilidade, e, mais tarde, para dotar a associação de meios e processos tecnológicos, superar as dificuldades administrativas e criar uma maior aproximação com os associados, através de uma melhoria na adequação de soluções formativas, comunicacionais e digitais”, lê-se em comunicado.

Em 2007, Isabel Cipriano integrou a direção da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade, onde se manteve até 2015, tendo sido eleita no ano seguinte vice-presidente.

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Conselho Superior da Magistratura investiga negligência na fuga de Rendeiro

O Conselho Superior da Magistratura está avaliar os processos de João Rendeiro para averiguar se houve algum tipo de negligência por parte dos juízes.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) decidiu abrir um inquérito de averiguação ao facto de não ter sido prevenida judicialmente a fuga do ex-líder do BPP, João Rendeiro. Segundo o que o ECO apurou junto de fonte judicial, o CSM já enviou um ofício ao juízo central criminal no tribunal de Lisboa a solicitar o acesso ao processo onde Rendeiro foi condenado a cinco anos e 8 meses de prisão.

Desde 6 de outubro que o processo de averiguações para apurar se há responsabilidade disciplinar por parte de algum dos magistrados responsáveis pelos processos de Rendeiro no caso do antigo presidente do BPP está a ser analisado. Sendo que agora vão ser avaliados todos os passos dados no caso e se existe negligência.

No dia 28 de setembro, Rendeiro anunciou no seu blogue pessoal que não pretendia voltar a Portugal. O ex-líder do BPP está condenado a três, cinco e dez anos de prisão efetiva, sendo que uma das decisões já está transitada em julgada. No dia 11 de dezembro foi detido na África do Sul.

“O CSM não tem competência para sindicar decisões judiciais. Contudo, considerando as várias notícias veiculadas nos últimos dias pela comunicação social e algumas declarações prestadas em vários canais televisivos todas relacionadas com os processos em que é arguido João Rendeiro, o presidente do Conselho Superior da Magistratura determinou a abertura de um processo de averiguações para efeitos de apuramento de eventual responsabilidade disciplinar”, referia uma nota do CSM datada de 6 de outubro.

Num artigo publicado no seu blogue “Arma Crítica”, João Rendeiro escreveu que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado e vai recorrer a instâncias internacionais, avançando ter pedido ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou “bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos”.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.

João Rendeiro está detido desde o dia 17 de novembro no estabelecimento prisional de Westville, província de KwaZulu-Natal. O ex-banqueiro estava fugido à Justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal. Foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.

A documentação relativa ao processo de extradição de João Rendeiro já está traduzida e na posse da Procuradoria-Geral da República (PGR). O processo foi traduzido por uma equipa de tradução externa e entregue na PGR durante o fim de semana.

A tradução destes documentos engloba a sentença transitada em julgado, bem como os outros dois processos que estão em fase de recursos. As autoridades portuguesas têm até ao dia 20 de janeiro para enviar os documentos e evitar que Rendeiro seja libertado.

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