Capacidade turística na serra algarvia dispara com investimento neerlandês de 175 milhões

  • Alexandre Batista
  • 5 Novembro 2024

Já com aval camarário, o projeto Alma de São Brás adicionará 908 camas a um município que hoje supera em pouco as 1.100. Promotor procura investidor e empresa para exploração de hotel e alojamentos.

A vila de São Brás de Alportel poderá ganhar uma dinâmica turística inédita antes do final da década, decorrente da construção do empreendimento Alma de São Brás. Promovido por investidores neerlandeses, o projeto abrange zona de construção e de contemplação da riqueza paisagística da Serra do Caldeirão. Considerando a vertente hoteleira e a intervenção ao longo de 200 hectares de terreno, a soma envolvida para ativar todas as valências oscilará entre os 125 milhões e os 175 milhões de euros, assegura ao ECO/Local Online o porta-voz da empresa IMP BV, Bart Dura. Este projeto aposta no conceito de hotéis de saúde e bem-estar, ligado a terapias de relaxamento e ioga, e que tem conquistado mercado em diferentes empreendimentos, do Dubai a Montenegro, resume Bart Dura.

Finalizada a construção na Alma de São Brás, o município de São Brás de Alportel quase duplicará a sua atual capacidade hoteleira. Hoje, detém 80 camas de hotelaria e 1.075 de alojamento local, explica a porta-voz da autarquia ao ECO/Local Online. Só o empreendimento da empresa neerlandesa somará 908 camas, das quais mais de um quarto em T1 com 50 metros quadrados dentro de um hotel. As demais repartem-se por apartamentos e villas de tipologia T2 a T5, com áreas de 100 a 200 metros quadrados.

Quando, em 2008, foram desafiados por dois compatriotas neerlandeses residentes em Lagoa, no Algarve, a tornarem-se parceiros num terreno na Serra do Caldeirão, os responsáveis da IMP BV viram a oportunidade de investir em turismo para aproveitar o afluxo de britânicos e nórdicos que então eram atraídos em grande escala pelo Algarve. “Era um projeto turístico único, quando comparado com tudo o resto existente ao longo da costa”, relata.

A crise mundial que se seguiu fez congelar os planos, explica Bart Dura. Em 2011, os dois investidores neerlandeses originais afastam-se e a IMP BV fica única proprietária, mantendo o empreendimento no congelador entre 2011 e 2018, diz o responsável da empresa. No final da década passada, já atento ao novo mapa de turistas que afluem ao Algarve, mais diversificado por nacionalidades do que nos tempos da quase “monocultura” britânica, retomaram um projeto que, reforça Bart Dura “não é turismo de praia, mas mais tranquilo, de natureza e espiritual”.

O promotor procura agora um investidor que pretenda explorar o hotel e o restante empreendimento turístico, mas não faz depender desse capital o arranque dos trabalhos. Apesar de a própria Câmara Municipal de São Brás de Alportel já dado o “aval e apoio inequívocos” à construção – “o maior título de loteamento alguma vez emitido no concelho”, afiança a autarquia –, falta a licença final, destaca Bart Dura, apontando uma realidade em que “existe muita papelada”.

Ultrapassada que seja a etapa burocrática, a construção das infraestruturas e reabilitação do edifício central terão início em 2025, decorrendo depois três anos até ao prazo previsto para conclusão, antevê o investidor neerlandês. Para os responsáveis de São Brás de Alportel, será a conclusão de um “projeto estruturante” e “um alicerce da política de coesão territorial”, na ótica da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) Algarve.

A área do terreno atinge os 200 hectares (2.046.464 metros quadrados), com altitudes entre 225 e 550 metros, dois lagos que ocupam quase 4 mil metros quadrados e cinco mil sobreiros dispersos ao longo da propriedade, a qual é atravessada pela Ribeira de Alportel, indica a empresa promotora, num documento a que o ECO/Local Online teve acesso. Conforme destaca a autarquia, a herdade localiza-se “no sopé da Serra do Caldeirão e nas encostas da Ribeira do Alportel, apenas a quatro quilómetros da vila de São Brás de Alportel”, enquanto “o empreendimento vai ocupar 50 hectares da propriedade e terá uma área de construção nova de 31.500 metros quadrados que vão permitir a capacidade diária de acolhimento de 909 pessoas, colocando-se entre os 10 maiores deste género na Região do Algarve”.

Este projeto não é para um turismo habitual. Se for um turista de Albufeira, não é o nosso tipo de cliente, não será adequado para nós.

Bart Dura

Porta-voz da IMP BV

O descritivo do projeto aponta um hotel com 120 quartos, 45 apartamentos T2 e T3 e ainda 49 villas de tipologias T4 e T5. A servir o espaço, um restaurante com cozinha inspirada na cultura algarvia e um spa. O edifício central será erguido sobre as ruínas de uma antiga quinta ligada à exploração de cortiça.

Naquela herdade, explica Bart Dura, a praia está a meia hora, o aeroporto a 25 minutos, existem campos de golfe nas imediações para os aficionados e a imersão na natureza está assegurada para os clientes que não encaixam no cliché do turismo algarvio vigente nas ruas de Albufeira. “Este projeto não é para um turismo habitual. Se for um turista de Albufeira, não é o nosso tipo de cliente, não será adequado para nós”, reforça o gestor.

“Vamo-nos focar no turismo de interior, mais orientado para o descanso e a natureza”, explica Bart Dura, dizendo que a Alma de São Brás “é o sítio perfeito para um retiro. Queremos integrar o desenvolvimento na natureza para que os nossos clientes encontrem a paz no seu quotidiano”.

Sem surpresa, a memória descritiva do projeto alude ao “Algarve secreto” e aborda qualidades do local, como “verdadeiro silêncio e pureza do ar, longe da agitação da costa”. Termos como “retiro”, “estado de alma sustentável”, “caráter rural intocado do Algarve”, “experiências enriquecedoras” e “nómadas progressistas” sustentam os valores que a empresa neerlandesa pretende transmitir na promoção do empreendimento. O uso recorrente de cortiça, a promoção de circuitos para caminhadas entre sobreiros e de passeios de bicicleta, e os workshops de trabalhos manuais são alguns dos caminhos para exaltar a noção de sustentabilidade.

Exemplificando com um projeto de grandes dimensões nos Países Baixos, com 130 quartos, 450 apartamentos e um restaurante, cuja data de abertura prevista é o dia 1 de março de 2025, Bart Dura defende a experiência da empresa IMT em construção e imobiliária, contando que já segue na quinta geração ligada à construção. No modelo pretendido para a gestão hoteleira, Bart Dura aponta o exemplo da Six Senses, proprietária de resorts de luxo e turismo de natureza em destinos orientais como a Tailândia e o Vietname, mas também na Turquia e, desde 2015, também Portugal.

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“Taxas diversas” ou “outros ativos”. Especificação de despesa pública está desatualizada

TdC adverte para desatualização na contabilização de valores "materialmente relevantes" em rubricas de 'outros'. Margem orçamental "não é grande" pelo que qualquer despesa de qualidade é "relevante".

Há valores “materialmente relevantes” em rubricas de despesa e receita pública que não são especificados adequadamente, levando a um desconhecimento da sua natureza. O alerta é do Tribunal de Contas (TdC), que dá conta que estes valores são classificados muitas vezes de forma genérica como “outros” nos relatórios do Orçamento do Estado ou da Conta Geral do Estado.

Numa intervenção na audição parlamentar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), que ocorreu na segunda-feira no âmbito da apreciação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), a juíza conselheira Ana Furtado assinalou que esta é uma das áreas com impacto na qualidade do reporte.

A margem orçamental das finanças públicas portuguesas não é grande. Ganha assim relevância tudo o que tenha a ver com a promoção de uma despesa de qualidade“, disse, destacando ser necessário avançar na “adequada especificação da despesa pública”.

A margem orçamental das finanças públicas portuguesas não é grande. Ganha assim relevância tudo o que tenha a ver com a promoção de uma despesa de qualidade

Ana Furtado, juíza conselheira

Tribunal de Contas

Ana Furtado argumentou que esta tem sido “prejudicada pela desatualização de um classificador económico das receitas e despesas que tem já mais de 20 anos“.

Temos insistentemente vindo a dar conta do impacto desta desatualização na contabilização de valores materialmente relevantes em rubricas residuais de ‘outros’, como sucede, por exemplo, com os outros ativos financeiros ou as taxas diversas“, apontou.

O Tribunal de Contas defendeu ainda a importância da “efetiva implementação da orçamentação por programas” — assinalando como positivo os avanços registados no OE2025 de alargamento da fase piloto de dois para oito missões de base orgânica –, bem como a “definição de dotações adequadas que evitem a suborçamentação de determinadas rubricas e os pagamentos em atrasos“.

Paralelamente, elogiou o objetivo anunciado pelo Governo de revisão da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) para adaptação às novas regras de governação europeia, bem como a proposta orçamental deixar de prever a norma que permitia a prestação de contas pelas entidades públicas noutro referencial contabilístico que não o SNC-AP.

Ainda assim, assinalou que os governos têm falhado na “obrigação” prevista “na lei” de um envio de um relatório semestral sobre a execução da LEO. “Apenas foi remetido ao Tribunal o relatório relativo ao primeiro semestre de 2021”, referiu.

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“Com IA, a função dos professores será mais a de inspirar os alunos”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. É esse o valor que dá título a este podcast que se debruça em entrevistas quinzenais sobre os temas mais quentes do mundo do trabalho.

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Se a informação “está em todo o lado e é muito fácil de obter”, que papel têm os professores? Arlindo Oliveira acredita que servirão mais para inspirar e guiar os alunos do que para lhes transmitir conhecimento.

Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, o professor catedrático do Instituto Superior Técnico e um dos principais pensadores portugueses sobre inteligência artificial debruça-se sobre os impactos nesta tecnologia na forma como estudamos, trabalhamos e até gozamos o tempo livre.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de novembro, vamos explorar essa questão do ponto de vista da formação.

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Operação Influencer. Um ano depois, investigação continua a fragilizar António Costa

O ex-líder socialista foi ouvido mas não foi constituído arguido, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) garante ao ECO que "o inquérito encontra-se em investigação".

363 dias depois de António Costa se ter demitido do cargo de primeiro-ministro por suspeitas no âmbito da Operação Influencer, pouco aconteceu na investigação. O ex-líder socialista foi ouvido – na qualidade de declarante – não foi constituído arguido, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) garante ao ECO que “o inquérito encontra-se em investigação e está sujeito a segredo de justiça”.

Foi no dia 7 de novembro que a “Operação Influencer” chegou ao palco do media, com a realização de buscas à residência oficial do na altura primeiro-ministro, António Costa, e ainda buscas de ex- membros do Governo. Esta operação levou à detenção de cinco arguidos – o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa – e culminou com a demissão de António Costa, a posterior queda do Governo e a marcação de eleições antecipadas.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

Em causa estão 28 crimes: prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva – quanto a titular de cargo político, agravada – e recebimento indevido de vantagens quanto a titular de cargo público, agravado. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, estão a ser investigados por seis crimes. Diogo Lacerda Machado por quatro.

O então primeiro-ministro demitiu-se depois de se saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do MP a negócios do lítio, hidrogénio e do centro de dados em Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.

Diogo Lacerda Machado, Vitor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema, Rui de Oliveira Neves

Em maio, António Costa foi ouvido pelo DCIAP mas na qualidade de “declarante” e não de arguido. A equipa do Ministério Público que está com a Operação Influencer, atualmente liderada pela procuradora Rita Madeira, decidiu ceder ao pedido feito por António Costa para ser ouvido no processo em que o antigo chefe de governo socialista foi identificado como suspeito de crime de prevaricação. A audição demorou cerca de uma hora e meia e não foi perguntado nada que não seja já público ao ex-líder socialista. Nem tão pouco foi referida a palavra ‘prevaricação’, o crime de que alegadamente Costa é suspeito.

“Tendo em consideração as notícias que estão a ser divulgadas, confirmamos que o Dr. António Costa foi hoje ouvido na qualidade de declarante, na sequência do requerimento por si apresentado em 2 de abril de 2024. No âmbito da inquirição, prestou todos os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público, não tendo sido constituído arguido. Mantém-se, como até agora, totalmente disponível para colaborar em tudo o que o Ministério Público entender necessário”, segundo explicaram os advogados João Cluny e Diogo Serrano, ao ECO, na altura.

Em causa estariam alegadas “irregularidades” em investimentos em projetos de exploração do lítio, hidrogénio e da construção de um data center, que podem ter superado os 1.000 milhões de euros. Existiriam três frentes sobre as quais incidem esta investigação: duas concessões de lítio – um das minas do Romano, em Montalegre, e outra na mina do Barroso, em Boticas; um projeto de hidrogénio, em Sines e um projeto de centro de dados de Sines da Start Campus.

No entanto, segundo o despacho de indicação do DCIAP, que o ECO consultou, os factos que podem vir a ser crime reportam-se apenas à exploração do hidrogénio e consequente construção do data center da Start Campus, em Sines.

A Start Campus, da qual fazem parte da administração dois dos visados e detidos no processo, tem sede em Sines e dedica-se a energias renováveis e à construção de ecossistemas verdes, tais como a exploração de hidrogénio. A empresa está a finalizar a construção do primeiro de nove edifícios alimentados a 100% por energias renováveis a instalar até 2028 em Sines. A Start Campus é controlada pelos fundos Davidson Kempner e Pioneer Point Partners, sendo Diogo Lacerda Machado consultor deste último.

Ou seja, o MP acredita que o amigo de Costa foi contratado pelos investidores da Start Campus e depois diretamente pela empresa, através do CEO Afonso Salema, para “aproveitar” a relação que tinha como o primeiro-ministro e com Vítor Escária. O objetivo era pressionar o Governo e entidades como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o autarca de Sines para acelerar e dar seguimento a assuntos de interesse da Start Campus, como o megaprojeto para a construção de um grande centro de armazenamento de dados digitais.

O projeto Sines 4.0 é um dos quatro negócios ligados ao setor da energia investigados neste inquérito. Ligado a ele está a exploração das duas minas de lítio e o projeto de hidrogénio em Sines.

António CostaLusa

As concessões de lítio

Um dos projetos que estaria em causa é da autoria da empresa Lusorecursos, que se propõe a explorar a mina do Romano, em Montalegre, da qual pretende extrair lítio, mas não só. O projeto mais alargado prevê a construção de uma refinaria de lítio no local e de uma fábrica de reciclagem de baterias, a qual poderia extrair lítio usado e voltar a refiná-lo. Além disso, sendo que a extração de lítio implica também a extrações de outros materiais usados na indústria cerâmica, a Lusorecursos vê espaço para a criação de uma fábrica de cerâmica. Mas nada no despacho de quase 130 páginas é referido em relação a este negócio.

Projeto do hidrogénio

Por outro lado, estariam em causa negócios ligados ao hidrogénio verde, que entrou na agenda mediática e económica em 2020, ano em que foi anunciado um megainvestimento de 1,5 mil milhões de euros nesta área, no âmbito do projeto H2Sines. O objetivo era “implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde, com base em Sines” e “vocação exportadora”, escrevia na altura a EDP, em comunicado, no qual anunciava avançar em parceria com a Galp, a Martifer, a REN, a Vestas e diversos parceiros europeus. Mas também, no mesmo despacho, não há referência a provas neste contexto.

Este foi um dos projetos selecionados pelo Governo para candidatar ao estatuto de IPCEI (’Important Project of Common European Interest’, ou Projeto Importante de Interesse Comum Europeu), tal como avançou na altura o Expresso.

Centro de dados em Sines

E é este projeto que engloba a maior parte dos factos imputados aos principais arguidos. O centro de dados Start Campus, igualmente contemplado nas investigações que agora decorrem. Um complexo de nove edifícios, apoiado em 495 megawatts (MW) de potência, num investimento global de cerca de 5,7 mil milhões de euros. Uma das últimas comunicações presentes no site da empresa, dá conta que o primeiro edifício da Start Campus deveria começa a “operar parcialmente” em outubro, estando a decorrer o licenciamento para a segunda fase do projeto.

Envolta no data center estão suspeitas da alegada prática dos crimes de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, entre outros.

O favorecimento no centro de dados está ligado com a dispensa de procedimento de uma Análise de Impacto Ambiental relativamente à primeira fase do projeto, bem como em relação à Declaração de Impacto Ambiental favorável com condições. Para o MP, estes procedimentos não cumpriram a lei. Alegadamente, Galamba, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, e Lacasta fizeram um favor à Start Campus.

Também sobre Nuno Mascarenhas recaem suspeitas de que tenha alegadamente favorecido a empresa em diversos projetos urbanísticos relacionados com o data center.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 5 Novembro 2024

Ministros da Educação e da Agricultura são ouvidos a propósito do OE2025. Eurostat e Banco de Portugal divulgam dados económicos. Nos EUA decide-se quem vai ocupar a Casa Branca.

Prosseguem as audições a ministros na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito do OE2025. Miranda Sarmento representa Portugal na reunião do Ecofin onde os ministros das finanças europeus vão procurar chegar a um acordo político acerca de um pacote legislativo respeitante ao imposto sobre o valor acrescentado (IVA) na era digital. Eurostat e Banco de Portugal divulgam dados económicos e os norte-americanos são chamados a votar nas eleições presidenciais.

Kamala Harris ou Donald Trump: EUA vão a eleições

Os norte-americanos vão às urnas para escolher o próximo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA). O candidato republicano Donald Trump procura voltar à Casa Branca, depois de ter sido afastado por Joe Biden, nas eleições de 2020. Do outro lado está a democrata e atual vice-presidente Kamala Harris.

Audição dos ministros da Educação e da Agricultura sobre OE2025 na AR

Continuam as audições a propósito do Orçamento do Estado para 2025. Esta terça-feira é a vez de serem ouvidos na Comissão de Orçamento e Finanças Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, e José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pescas. O orçamento já foi aprovado na generalidade, com a abstenção do PS, estando o debate da especialidade marcado para o período compreendido entre 22 e 29 de novembro, data prevista para a votação final global do documento.

Miranda Sarmento no Ecofin

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, representa Portugal na reunião do Ecofin, que junta os ministros das Finanças dos 27 Estados-membros da União Europeia. Os ministros vão procurar chegar a um acordo político acerca de um pacote legislativo respeitante ao imposto sobre o valor acrescentado (IVA) na era digital. Além disso, fazem o balanço da execução do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), sendo que o Conselho deverá adotar decisões de execução para aprovar os planos nacionais de recuperação e resiliência alterados, apresentados por alguns Estados-Membros, além de analisarem outros temas, como a situação atual do impacto económico e financeiro da agressão da Rússia contra a Ucrânia.

Eurostat divulga dados da produção industrial

O Eurostat vai revelar os dados referentes ao volume de negócios na indústria relativos a agosto. Segundo as últimas estatísticas divulgadas, a produção industrial na zona euro diminuiu 0,3%, e 0,1% na União Europeia (UE), em julho face a junho. Além disso, a produção industrial diminuiu 2,2% na área do euro e 1,7% na UE em julho de 2024 face ao mesmo mês no ano passado. O gabinete estatístico também vai divulgar as licenças de construção referentes a julho deste ano.

Dados do BdP sobre a execução orçamental

Também esta terça-feira, o Banco de Portugal (BdP) divulga as estatísticas da execução orçamental até setembro, bem como dados sobre o mercado secundário, que compreende as transações em bolsa ou fora dela sobre títulos que se encontram em circulação, referentes a outubro.

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Universidade IE, Universidade Alfonso X el Sabio e Universidade CUNEF, os mais modernos campus urbanos de Madrid

  • Servimedia
  • 5 Novembro 2024

De acordo com a análise efetuada pelo grupo de peritos do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada (ICGEA), que analisou o panorama das universidades em Espanha.

Esta entidade indica que “a Região de Madrid consolidou nos últimos anos a sua posição como epicentro universitário graças aos 17 centros de ensino superior e à grande variedade de centros de colaboração público-privada próprios e associados. Esta diversidade educativa reflecte-se também nas infra-estruturas, com campus universitários que evoluíram para se tornarem ambientes inspiradores de inovação e desenvolvimento, onde os estudantes desenvolvem todo o seu potencial.

Salienta que a Comunidade de Madrid oferece uma combinação de campus tradicionais e urbanos, “cada um com caraterísticas únicas que se adaptam às necessidades de uma comunidade estudantil cada vez mais diversificada e cosmopolita. Enquanto os campus tradicionais tendem a estar localizados em grandes áreas, proporcionando um ambiente tranquilo e espaçoso para o estudo e a investigação, os campus urbanos estão estrategicamente localizados no centro da cidade e foram concebidos para oferecer uma experiência educativa moderna, integrando-se perfeitamente no ambiente urbano e tirando partido dos benefícios oferecidos por uma cidade dinâmica como Madrid”.

“Madrid tornou-se um centro de ensino superior, não só pela quantidade e qualidade das suas universidades, mas também pela inovação e modernidade dos seus campus. Estas instalações estão a transformar a cidade, criando ambientes sustentáveis e inspiradores onde os estudantes adquirem uma educação global, em contacto direto com o mundo científico e profissional”, afirmou Jesús Sánchez Lambás, vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas.

CAMPUS URBANOS

No caso da Universidade IE, o Instituto Coordenadas observa que a Torre IE é um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de Madrid, um arranha-céus de última geração “concebido para promover a colaboração e a inovação, com salas de aula modernas equipadas com a mais recente tecnologia, laboratórios de investigação e múltiplos espaços de coworking”. Localizado no coração financeiro da cidade, “este ambiente urbano vibrante e cosmopolita oferece aos estudantes acesso a uma variedade de recursos culturais, comerciais e de entretenimento, bem como uma excelente conetividade com o resto da cidade. O campus tem um centro de empreendedorismo dedicado, onde os estudantes podem receber apoio para desenvolver as suas próprias empresas e projetos”.

A Universidade CUNEF, que foi fundada como um centro ligado à Universidade Complutense de Madrid, abriu recentemente um novo campus universitário no Parque Empresarial Churruca após o seu reconhecimento como universidade em 2019. Composto por quatro edifícios, com capacidade para 3.000 pessoas, este campus tem “espaços amplos e confortáveis, bem como salas de aula equipadas com as mais recentes tecnologias. Este espaço, bem comunicado e acessível, alia tecnologia e sustentabilidade para promover o desenvolvimento dos alunos”.

O campus urbano da Universidade Camilo José Cela está localizado no Edifício KOI, junto à Plaza de Cuzco, e ocupa uma área de 11.319 metros quadrados, distribuídos por quatro pisos e zonas verdes. Este edifício foi concebido para promover um ambiente de aprendizagem dinâmico e colaborativo e está equipado com salas de aula modernas, espaços de coworking para incentivar a colaboração entre estudantes, áreas de trabalho ao ar livre e uma zona de bem-estar, entre outros. Um edifício inteligente de última geração “que reflete o compromisso da universidade com a excelência académica, a inovação e a integração no ambiente urbano de Madrid”, afirma o Instituto Coordenadas.

Por último, em relação à Universidade Europeia de Madrid, detalha que, já operacional no ano letivo 2024/2025, este novo campus está localizado na Calle María de Molina e ocupa uma superfície de mais de 5.000 metros quadrados. “Nas suas instalações, a universidade oferecerá formação em áreas ligadas ao pensamento criativo, ao design e à inovação tecnológica. Os estudantes terão à sua disposição laboratórios, salas de exposição e áreas de simulação, bem como espaços de coworking, relaxamento e convívio que favorecem a interação entre estudantes de diferentes disciplinas”.

 

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Prolongamento da concessão da Fertagus “poupa” 5,5 milhões ao Estado

A concessão da Fertagus foi prolongada até março de 2031, como resultado do REF pedido pela concessionária do comboio da Ponte 25 de Abril, para compensar a quebra de receita nos anos da pandemia.

A prorrogação do contrato de concessão da Fertagus em seis anos e seis meses permitiu ao Estado evitar o pagamento de 5,5 milhões de euros à concessionária do comboio da Ponte 25 de abril. Este foi o valor de compensação acordado no âmbito da negociação do pedido de reposição do equilíbrio financeiro (REF) realizado pela empresa do grupo Barraqueiro pela perda de receitas nos anos da pandemia, que compara com os 6,76 milhões de euros do pedido inicial feito pela concessionária.

Segundo adiantou ao ECO fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação (MIH), “o pedido inicial de REF da concessionária apontava para 6.763.629 euros”. No entanto, “no quadro do processo negocial foi possível reduzir o valor de REF aceite pelas partes para 5.550.709 euros, o que, face às projeções financeiras estimadas, acabou por determinar uma redução para 6 anos e 6 meses, ou seja, até 31 de março de 2031.”

O pedido de reposição do equilíbrio financeiro feito pela Fertagus foi realizado ao abrigo do Decreto-Lei n.º 19-A/2020, um “regime excecional e temporário de reequilíbrio financeiro de contratos de execução duradoura” por conta da primeira vaga da pandemia que, devido às medidas de confinamento, impediu a circulação de pessoas.

O diploma aprovado por altura da Covid-19 previa que, “nos contratos em que se preveja expressamente o direito do contraente ou parceiro privado a ser compensado por quebras de utilização ou em que a ocorrência de uma pandemia constitua fundamento passível de originar uma pretensão de reposição do equilíbrio financeiro, tal compensação ou reposição só pode ser realizada através da prorrogação do prazo de execução das prestações ou de vigência do contrato”.

O ministério das Infraestruturas e Habitação é liderado por Miguel Pinto Luz.FILIPE AMORIM/LUSA

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação adiantou ainda que o processo de negociação para estabelecer as condições da compensação à Fertagus foi liderado por uma comissão de negociação constituída para este efeito, cuja “prioridade foi reduzir essa prorrogação ao período mínimo indispensável“.

“Verificou-se que, num cenário de expansão da oferta, com reforço do programa de exploração, nomeadamente levando um maior número de comboios até Setúbal (…), seria possível obter um prazo de prorrogação menor para o mesmo montante de reposição do equilíbrio financeiro, tendo sido essa a opção da Comissão de Negociação”, descreve o ministério liderado por Miguel Pinto Luz.

O ministro Leitão Amaro adiantou em setembro, após o Conselho de Ministros que aprovou o prolongamento da concessão, que o prazo definido desta decisão foi decidido por uma comissão que apontou para uma prorrogação da concessão de seis anos e cerca de seis meses, apesar de “a concessionária ter pedido 11 anos de prolongamento”. Um período que, segundo os números partilhados pelo ministério, correspondia a uma compensação avaliada em 6,76 milhões de euros.

Segundo o relatório e contas de 2020, a Fertagus fechou esse ano com um resultado líquido de 393,6 mil euros, um montante que compara com lucros de 3,3 milhões de euros, em 2019. No ano seguinte, 2021, a empresa conseguiu melhorar os resultados, fechando o ano com lucros de 631,6 mil euros, números, ainda assim, bastante inferiores aos registados nos anos anteriores à pandemia.

Apesar da acentuada quebra dos resultados, a Fertagus não registou prejuízos em nenhum dos anos da pandemia, o que já levou o PCP a pedir uma audição parlamentar ao ministro das Infraestruturas para que “esclareça quais os fundamentos em que foi aceite a exigência de reequilíbrio financeiro da Fertagus que deu origem” à prorrogação do contrato em seis anos e seis meses.

“Se tivermos em conta que a Fertagus não teve prejuízos durante a pandemia, registando-se um aumento substancial dos financiamentos públicos na operação, questiona-se a legitimidade de tal decisão agora confirmada pelo Conselho de Ministros“, refere ainda.

O ministério das Infraestruturas e Habitação acrescenta ao ECO que “o REF em causa, ainda que realizado ao abrigo do Decreto-Lei n.º19-A/2020, de 30 de abril, não visa compensar pela pandemia de Covid, mas sim pela falta de pagamento pelo Estado de montantes devidos à concessionária ao abrigo de cláusulas contratuais de acerto, decorrentes da matriz de risco da concessão.”

A mesma fonte não especifica se o ministério irá encaminhar a extensão do contrato ao Tribunal de Contas. Em declarações ao ECO, feitas após a aprovação da prorrogação do contrato, fonte oficial do Tribunal de Contas limitou-se a adiantar que a entidade não podia responder a qualquer questão sem ter “conhecimento oficial da extensão do contrato, que foi operado por decreto-lei, conforme comunicado do Conselho de Ministros”, não especificando se tinha conhecimento do contrato ou existia necessidade de fiscalização prévia por parte do TdC.

Sobre a possibilidade de prolongar outras concessões devido à Covid-19, o ministério das Infraestruturas e Habitação referem que “o Estado não aceitou a pandemia de Covid como sendo um evento que origina REF dos contratos de concessão“.

Terceiro prolongamento da concessão

No que diz respeito à Fertagus, esta é a terceira renegociação do contrato da empresa, que começou a operar o comboio da Ponte 25 de Abril em julho de 1999, com uma concessão por 30 anos. A primeira alteração surgiu em 2005, por conta da utilização abaixo do previsto: após dois anos de conversações, o contrato foi encurtado para durar até 2010, mantendo a empresa o direito a receber compensação do Estado.

A partir de 2005, o Estado passou a ser o proprietário dos 18 comboios da Fertagus (iguais aos comboios de dois pisos dos suburbanos da CP), que tem de pagar uma renda anual para utilizar o material circulante. Também nesse ano ficou estabelecido que a Fertagus poderia comandar a operação até ao final de 2019, mas sem receber pagamento público.

A opção de prolongamento foi acionada, mas não muito tempo depois Fertagus e o Estado voltaram a negociar, a partir de 2012: a concessionária sentiu-se penalizada pelo aumento do valor da tarifa de utilização das linhas de comboio, que foi determinado pela então Refer (e atual IP) em dezembro de 2011 e que não estava previsto no contrato. Os anos passaram e o valor em dívida da taxa de utilização atingiu os 7,6 milhões de euros.

Depois de sete anos de conversações, em vez de o Estado pagar à empresa que gere as linhas de comboio, chegou-se a acordo, em dezembro de 2019, para prolongar a concessão por mais quatro anos e nove meses, até 30 de setembro de 2024. Um contrato que volta agora a ser prolongado até março de 2031, com vista ao reequilíbrio financeiro da empresa.

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Dona do Intermarché vende 49% da sociedade que detém os supermercados por 120 milhões

Grupo Mosqueteiros prepara-se para vender à Leadcrest Capital Partners uma posição minoritária na sociedade imobiliária que tem 245 lojas em todo o país, num negócio avaliado em 120 milhões de euros.

O grupo francês que detém a cadeia de supermercados Intermarché prepara-se para vender uma participação minoritária na sociedade imobiliária que tem as lojas em Portugal, de acordo com informações recolhidas pelo ECO.

O Grupo Mosqueteiros (Les Mousquetaires Group) selecionou a Leadcrest Capital Partners para uma joint-venture na Imobiliária Portuguesa dos Mosqueteiros – SIC Imobiliária Fechada, que detém 245 lojas e supermercados do Intermarché, Bricomarché e Roady, e algumas lojas arrendadas a uma terceira parte que estão localizadas em todo o país.

No âmbito desta transação, a Leadcrest Capital Partners, um fundo francês especializado em transações de sale and leaseback, pagará cerca de 120 milhões de euros por uma participação de 49% na sociedade imobiliária que gera rendimentos operacionais de cerca de 27 milhões por ano e é gerida pela Lynx Asset Manager.

O ECO sabe que a operação prevê ainda um financiamento entre 170 milhões e 180 milhões de euros da parte da Imobiliária Portuguesa dos Mosqueteiros, correspondendo a 40%-45% da avaliação da sociedade (mais de 420 milhões em 2023).

Oficialmente, nenhuma das partes quis comentar as informações. As negociações estão em curso e os valores da transação ainda não estão fechados e podem mudar até à conclusão do contrato.

DR

Projeto Athos financia aquisição em França

O negócio vai permitir ao Grupo Mosqueteiros obter fundos para financiar a recente aquisição de parte das operações de retalho da Casino, em França, juntamente com o grupo Auchan (que em Portugal acabou de comprar as lojas do Minipreço), num negócio avaliado em 1,35 mil milhões de euros.

Do lado do Grupo Mosqueteiros, o designado “Project Athos” — que consiste no maior portefólio de imóveis de retalho em Portugal — está a ser trabalhado pela equipa de M&A do Santander.

O grupo retalhista francês entrou em Portugal em 1991 com a primeira loja em Cantanhede e é hoje uma das maiores retalhistas do país: tem perto de 300 lojas e mais de 14 mil trabalhadores. O Intermarché detinha uma quota de mercado de 7,7% em 2023, segundo a consultora Nielsen.

Por seu turno, a CBRE está a assessorar a Leadcrest, que no passado já adquirido alguns supermercados da Casino e que passaram este ano a ser Intermarché e que neste investimento em Portugal poderá tirar uma rentabilidade a rondar os 7% ao ano.

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KGSA, em parceria com uma fundação e um venture studio, lança o Game Changer da Economia Social

Parceria entre sociedade de advogados, uma Fundação de Solidariedade Social e um Venture Studio disponibiliza CHATBOT inédito e gratuito via whatsapp, para ajudar instituições de solidariedade.

A KGSA aliando as suas áreas de foco de tecnologia e da economia social, lança o primeiro chatbot criado por uma sociedade de advogados. Esta ferramenta, criada pela KGSA em parceria com a Fundação Unitate, Fundação de Solidariedade Social dedicada à inovação social e à capacitação de outras organizações sociais, e da Laika Ventures, um recém-criado Venture Studio focado no segmento inteligência artificial, é dirigida a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), encontrando-se disponível gratuitamente via WhatsApp, para facilitar acesso a informação essencial à sua gestão diária. Tudo isto numa conversa de whatsapp com o número de telemóvel do Guia.

Com esta parceria, as Instituições obtêm agora respostas a questões sobre requisitos da Segurança Social para estabelecimentos de apoio social, através de inteligência artificial, com base no livro “Guia das Exigências em Estabelecimentos de Apoio Social e IPSS”, da autoria de Gonçalo Simões de Almeida, sócio da KGSA. Este livro, criado em parceria entre a KGSA e a Fundação Unitate, simplifica e resume os requisitos regulamentares de diversos estabelecimentos de apoio social, e era considerado uma ferramenta essencial, que se encontra em cerca de duas mil instituições.

Minsait acelera a expansão da Inteligência Artificial nos seus processos de serviço interno e de clientes

“Agora com a inteligência artificial e respostas em segundos, oferece um acesso rápido e prático à informação essencial para o cumprimento destas normas de funcionamento, permitindo que estas Instituições se concentrem no trabalho solidário diário de inclusão e intervenção social”, segundo comunicado do escritório.

O serviço gratuito via WhatsApp inclui, nesta fase inicial, respostas para as seguintes respostas sociais: Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão; Centro de Atividades de Tempos Livres; Centro de Dia; Centro de Atendimento; Acompanhamento e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade; Creche; Estrutura Residencial para Pessoas Idosas; Lar Residencial; Residência Autónoma para Idosos; e Serviço de Apoio Domiciliário (SAD).

Ainda em fase de testes, este lançamento procura recolher métricas de utilização e opinião das Instituições sobre a utilidade deste método, quando comparado com o livro. São esperadas centenas de instituições a utilizar a ferramenta já nos próximos dias.

Gonçalo Simões de Almeida, sócio da KGSA e autor do livro, afirma: “Temos exemplos de importantes avanços na saúde acelerados pela inteligência artificial, faltava-nos um exemplo na solidariedade, agora estas instituições podem perder menos tempo a tentar perceber quantos metros quadrados tem de ter a sua receção e mais tempo a concretizar sonhos. E fica o exemplo, deste caminho que é sempre o melhor para tudo o que criamos, que é a solidariedade.”

Tiago Abalroado, Presidente da Fundação Unitate, defende: “Esta nova parceria está focada em criar ferramentas que tornem o trabalho das IPSS mais simples, permitindo que se concentrem no que realmente importa: seres humanos.”

Ricardo Macedo, Founder e CEO da Laika Ventures, acrescenta: “A inovação tecnológica é fundamental para resolver desafios práticos. Com este projeto, estamos a criar um impacto real no setor social e com isso a mostrar que a inteligência artificial não significa alterar o que fazemos, significa fazer melhor e, neste caso, com mais humanidade.”

Este serviço muda assim a forma como as instituições de apoio social acedem à informação regulamentar, numa das suas principais preocupações, com a qual se debatem diariamente com dúvidas ou apreensões, é por isso o game changer do sector da economia social, estando sempre disponível, na ponta dos dedos, para responder às suas necessidades.

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Falhas na emergência médica motivam queixa contra Portugal em tribunais internacionais

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica defende que o sistema de emergência médica de Portugal "não serve os interesses do país".

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica vai apresentar queixa ao Tribunal de Justiça da UE e Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por considerar que a emergência médica em Portugal não garante o direito à saúde previsto na Constituição.

Em comunicado, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) acusa de inércia os governos dos últimos anos e considera que o sistema que Portugal detém “contraria profundamente as mais basilares práticas e modos de gestão de qualquer Serviço Médico de Emergência, eficaz e focado no paciente”. Estas queixas surgem depois de, no fim de semana, o Governo ter anunciado uma auditoria interna ao INEM para avaliar as condições em que ocorreram duas mortes nos últimos dias por alegado atraso no atendimento na linha 112.

A auditoria interna, que deve estar concluída no prazo de um mês, irá também avaliar “os atrasos que estão a ser sentidos no atendimento de outras chamadas de emergência, numa altura em que os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar se encontram a realizar uma greve de zelo”.

O INEM já veio confirmar que a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) está a afetar o normal funcionamento da linha 112, recomendando que as pessoas não desliguem as suas chamadas até serem atendidas. Na nota, emitida esta segunda-feira, a ANTEM salienta que a prestação de cuidados médicos de emergência carece de “educação apropriada, com profissionais altamente educados e treinados em Medicina Pré-Hospitalar” e que é “uma arte” bem diferente da prestação de socorro.

Recorda que a prestação de socorro é “reconhecida desde a década de 70 como insuficiente no que diz respeito a um sistema que se deseja organizado, funcional e eficaz” e lamenta que os sucessivos governos não tenham promovido “medidas reestruturantes ou quaisquer outras” para “minimizar os efeitos nefastos de um sistema desvirtuado, assente em interesses corporativistas e não no supremo interesse dos pacientes”.

Diz que o sistema de emergência médica de Portugal “não serve os interesses do país” por não garantir a obrigação constitucional de “direito à vida, direito à saúde com base da dignidade da pessoa humana”.

“Em alguns casos submetendo os cidadãos ao sofrimento por atraso e falta de cuidados médicos de emergência, culminando muitas vezes em internamentos de longa duração, mobilidade e morte”, afirma a ANTEM, acrescentando: “Em face da inércia para esta matéria por parte dos sucessivos governos, estão a ser elaboradas duas queixas, dirigidas ao Tribunal Europeu e ao Tribunal dos Direitos Humanos”.

A polémica com os serviços de emergência médica surgiu no fim de semana, quando o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou que duas pessoas tinham morrido nos últimos três dias por atrasos no atendimento na linha 112, considerando que as condições continuam a agravar-se “por escassez” de profissionais.

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Governo aumenta ainda mais o salário mínimo no Estado para 878 euros

A nova proposta também vai refletir o aumento mínimo de 56,58 euros na base remuneratória, o que faz elevar em três euros os 875 euros apresentados antes. Fesap disponível para assinar acordo.

O Governo da AD, liderado por Luís Montenegro, vai aumentar ainda mais o salário mínimo no Estado, em 2025, para refletir o incremento mínimo de 56,58 euros para ordenados até cerca de 2.620 euros mensais brutos, que foi proposto esta segunda-feira aos sindicatos representativos dos funcionários públicos. Assim, a nova versão do acordo prevê que a base remuneratória da Administração Pública (BRAP) suba para 878,41 euros: são mais 3,41 euros face ao valor de 875 euros apresentado anteriormente. Neste momento, a BRAP está nos 821,83 euros.

“Como o Governo atualizou o valor mínimo de aumento de 56,58 euros para todos os níveis remuneratórios até à posição 39”, que corresponde a um vencimento de 2.620,23 euros, “então também terá de atualizar a BRAP”, afirmou ao ECO o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão. O ECO confirmou junto de fontes ligadas ao processo que a BRAP vai mesmo subir para 878,41 euros mensais brutos.

De recordar que o Executivo reviu ligeiramente em alta a proposta de aumentos salariais para a Função Pública em 2025 e 2026: ordenados até 2.620,23 euros terão um aumento nominal de 56,58 euros, o que significa mais 1,32 euros face ao texto inicial; vencimentos superiores àquele patamar vão beneficiar de um incremento de 2,15% em vez dos 2,1% apresentados na primeira versão.

Tomada de posse dos Secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional - 05ABR24
Marisa Garrido, secretária de Estado da Administração PúblicaHugo Amaral/ECO

Assim, a maioria dos funcionários públicos, cerca de 87% dos 750 mil que o Estado emprega, vai ter aumentos salariais acima da inflação prevista para 2025, de 2,3%. Ou seja, ordenados entre 869,84 euros e 2.457,57 euros terão um incremento, no próximo ano, entre 6,4% e 2,3%, resultante da valorização nominal de 56,58 euros que o Governo apresentou agora na contraproposta para 2025 e 2026.

Para além disso, “em 2027, o aumento salarial também avança para um mínimo de 60,52 euros” para ordenados até 2.620,23 euros “ou de 2,3%” acima daquele patamar, “tal como já estava previsto para 2028”, indicou o líder Fesap. De lembrar que, para 2027, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, tinha proposto um incremento de 57,89 euros ou de 2,2%.

Depois de reunir o seu secretariado nacional, durante a tarde desta segunda-feira, a Fesap está “disponível para assinar o novo compromisso plurianual até 2028, uma vez que melhora o acordo atual”, revelou José Abraão. O pacto assinado com o Governo anterior, de António Costa, prevê aumentos mínimos acumulados de 208 euros, enquanto a nova proposta do Executivo da Aliança Democrática (AD) estabelece uma valorização de 234,20 euros, no conjunto dos quatro anos da legislatura, isto é, até 2028. De lembrar que, na versão inicial, o incremento proposta era de 226,31 euros.

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) ainda não tomou uma posição, mas também deverá subscrever o acordo. Já a Frente Comum, afeta à CGTP, já anunciou que irá ficar de fora à semelhança da decisão tomada relativamente ao acordo apresentado pelo anterior Governo socialista de António Costa.

Há ainda outras matérias que estão a ser negociadas nos bastidores com os sindicatos no que diz respeito ao calendário para a atualização das carreiras não revistas, ao alargamento do acelerador de progressões e a uma nova valorização das carreiras gerais de assistente operacional, assistente técnico e técnico superior, tal como o ECO já noticiou.

Ajudas de custo sobem entre 2 e 7 euros por dia

O texto que está a ser trabalhado pelo Executivo prevê ainda uma atualização das ajudas de custo, “que estão congeladas desde 2010”, segundo José Abraão. O Governo propõe, para o próximo ano, subir em 5% aqueles abonos diários, o que irá corresponder a aumentos entre cerca de dois e sete euros.

Trabalhadores em funções públicas a ganhar até 961,40 euros, o que corresponde ao nível oito da atual tabela remuneratória única (TRU), vão receber 49,20 euros por cada dia em que se encontram deslocados dentro do território nacional. Isto significa um aumento de 5% ou de 2,34 euros face aos 46,86 euros em vigor. Se o funcionários tiver que viajar para o estrangeiro, o subsídio diário passa de 111,88 euros para 117,47 euros, o que corresponde a uma atualização de 5% ou de 5,59 euros.

Funcionários a auferir entre 1.017,56 euros (posição nove) e 1.491,25 euros (posição 18) vão ter direito a uma ajuda de custo de 53,60 euros por cada dia de deslocação dentro de Portugal. Trata-se de um incremento de 5% ou de 2,55 euros face ao valor atual, de 51,05 euros. Se a deslocação for internacional, o abono sobe 5% ou 6,64 euros para 138,18 euros relativamente ao montante em vigor, de 131,54 euros.

Para ordenados superiores, isto é, a partir do nível remuneratório 19 (1.543,88), o subsídio diário sobe 5% ou 3,14 euros, passando de 62,75 euros para 65,89 euros, no caso de viagens em território português. Se a deslocação for para o estrangeiro, o abono diário aumenta para 156,36 euros, o que significa um aumento de 7,45 euros ou de 5% face ao montante atual, de 148,91 euros.

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Pedro Nuno Santos acusa Governo de se esconder atrás do Presidente da República

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

"Um Governo não se pode desculpar de não vir ao terreno com uma conversa, um acordo ou uma articulação com o senhor Presidente da República", sustentou o líder do PS.

O líder do PS acusou esta segunda-feira o Governo de se “esconder atrás do Presidente da República” para justificar a ausência de visitas aos bairros onde houve desacatos.

No final do dia que dedicou inteiramente a visitar bairros na Grande Lisboa, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre a notícia da TSF segundo a qual o Presidente da República e o Governo decidiram conjuntamente que seria Marcelo Rebelo Sousa a visitar os bairros do Zambujal e da Cova da Moura, na Amadora, na sequência da morte de Odair Moniz.

A cooperação entre o Governo, o primeiro-ministro e o senhor Presidente da República tem que existir e, obviamente, faz sentido conversarem, mas um Governo não se pode desculpar de não vir ao terreno com uma conversa, um acordo ou uma articulação com o senhor Presidente da República”, sustentou.

Para o secretário-geral do PS, “o Governo não se pode esconder atrás de um Presidente da República”. Apesar de valorizar a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno defendeu que é “importante também que o Governo assuma as suas responsabilidades”.

“No final do dia quem tem mais recursos, mais meios para ajudar a promover a integração, a coesão é o Governo”, enfatizou. De manhã, no final da visita ao Bairro do Zambujal, Pedro Nuno Santos já tinha criticado aquilo que identificou como um padrão que representa a ausência de Luís Montenegro do terreno.

“Há diferentes formas de estar na vida política. Uma delas é chamarmos aos nossos gabinetes representantes das associações que estão no terreno. Outra forma é ir ao terreno, não só reunir com as associações, mas ter contacto com as populações”, apontou. Para o líder do PS, “são duas formas diferentes de estar na política e fazem toda a diferença” porque o trabalho enquanto políticos será mais bem feito quanto maior for “a capacidade de ouvir o outro”.

Aparentemente, o Governo concertou com o senhor Presidente da República a vinda exclusivamente do senhor Presidente da República que, no quadro das suas competências, vai aonde entende e a sua presença é muito importante, mas isso não exclui a importância de quem tem o poder executivo também estar no terreno”, afirmou.

Pedro Nuno Santos defendeu que se ganhava mais se Luís Montenegro e os seus ministros fossem para o terreno e visitassem estes bairros porque “este não é um fenómeno lateral, não é um tema menor”. “É um tema da máxima importância para a vida nas nossas áreas metropolitanas, era muito importante que os membros do Governo viessem ao terreno, conhecessem os bons exemplos, conhecessem aquilo que não corre bem para depois terem as políticas certas”, apontou.

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