📹 Como ler a nota de liquidação do IRS?

Depois de entregar a declaração, os contribuintes recebem das Finanças um documento que comprovativo que mostra em detalhe como foi calculado o imposto a pagar ou o reembolso a receber.

Depois de entregar a declaração de IRS, o Fisco envia a nota de liquidação para o contribuinte, um documento que mostra em detalhe como foi calculado o imposto a pagar ou o reembolso a reaver. Este comprovativo é disponibilizado apenas quando o imposto é liquidado, sendo enviada aos contribuintes por correio, ou, para quem aderiu, através da ViaCTT, uma caixa postal eletrónica.

Por norma, quem tem direito ao reembolso e indicou o IBAN na declaração de IRS recebe a transferência das Finanças ainda antes de a nota de liquidação ser enviada. Para quem ainda tem imposto em falta, este documento contém os dados que permitem fazer o pagamento. Este ano, há mais contribuintes chamados a pagar do que em anos anteriores, em resultado da aproximação entre os valores retidos e o imposto efetivo, uma tendência que já se vinha a sentir no ano anterior.

Na prática, o reembolso não é mais do que a devolução ao contribuinte do IRS pago em excesso durante o ano anterior, seja através das retenções na fonte ou de pagamentos por conta. Se o valor a reembolsar for inferior a 10 euros, o Fisco não o devolve, tal como também não cobra IRS até 25 euros. Veja como ler a nota de liquidação de IRS.

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“Governo deve criar política de fusões e aquisições” para empresas ganharem músculo financeiro

Os especialistas ouvidos na conferência de lançamento do EContas consideram que o Governo deve criar medidas que promovam a concentração de empresas.

O novo Governo de Luís Montenegro já anunciou algumas medidas de apoio às empresas, como uma baixa do IRC, mas os especialistas ouvidos na conferência de lançamento do EContas consideram que o Executivo deve ir mais longe. Defendem que é preciso criar uma política de fusões e aquisições para que as empresas nacionais ganhem dimensão e músculo financeiro e possam dar, assim, um impulso à economia. E ainda atenção à simplificação fiscal.

Faltam medidas mais relacionadas com a concentração empresarial. Parece-me que o crescimento económico vem muito da concentração empresarial em muitos setores. Assiste-se a mais fusões e aquisições. Não vemos medidas específicas orientadas para este tipo de solução” que permitiria “criar mais valor para a economia”, afirmou Filipa Xavier de Basto, CEO do Grupo Your, na conferência “A Política Fiscal como Agente de Transformação da Economia” para marcar o lançamento do EContas, a nova marca de informação do ECO. Isto além de ser necessário avançar com uma simplificação fiscal e com “benefícios fiscais que promovam o crescimento das empresas”, acrescentou.

Esta posição é partilhada por Rogério Fernandes Ferreira, presidente da Associação Fiscal Portuguesa. “As empresas deviam ter mais músculo financeiro” e, para isso, “devia haver uma política efetiva de fusões e aquisição de empresas. O Estado devia promover isso”, defendeu no mesmo painel sobre o papel da contabilidade financeira no crescimento económico.

“Há que modificar o tecido empresarial português. Não podemos estar a promover as pequenas e médias empresas. Temos é de promover as grandes. Devia haver uma política geral e efetiva, fiscal, até salarial, para que as empresas se tornem grandes”, frisou.

Conferência EContas: A Política Fiscal como Agente de Transformação da Economia - 25JUN25
Filipa Xavier de Basto, CEO Grupo Your e Rogério Fernandes Ferreira, Presidente Associação Fiscal Portuguesa, num painel moderado por Rita Atalaia, editora do EContasHugo Amaral/ECO

“Andamos a gerir o Estado como uma má mercearia”

Relativamente às medidas já anunciadas pelo Governo – nomeadamente a redução em um ponto percentual da taxa geral de IRC, passando de 20% para 19% – o fiscalista disse que “mais importante do que baixar a taxa de IRC é reduzir os custos de contexto”. O fiscalista reconhece, porém, que “o IRC está mal”, porque “devia ser proporcional e não progressivo”. “O sistema não está coerente. Se calhar, devia-se baixar no topo e não na taxa geral, mas tem de se começar por algum lado”, referiu.

Carlos Lobo, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, deixou fortes críticas à forma como os vários governos têm gerido a contabilidade pública. “O sistema remonta ao século XIX, é obsoleto e suicida”, porque se limita a uma “ótica de caixa”.

“O que fazemos é acomodar a receita e a despesa num conceito básico de défice ou excedente orçamental e a manutenção ou valorização dos ativos é desincentivado. Andamos a gerir o Estado como uma má mercearia”, atirou.

“Isto é um desastre que não dá para fazer nenhuma gestão, por isso a verdadeira reforma do Estado tem de começar pela vertente das finanças públicas e da contabilidade pública“, defendeu o antigo secretário de Estado.

Contabilista como parceiro estratégico

Outra forma de as empresas crescerem é também através de um reporte de dados financeiros corretos e transparentes, contando com o contabilista certificado enquanto parceiro estratégico na tomada de decisão, defenderam os especialistas.

“O nosso tecido empresarial continua a ser um tecido empresarial com pequenas e médias empresas e poucas grandes empresas. A preocupação para o cumprimento das obrigações legais e fiscais é precisamente cumprir essas obrigações”, afirmou Rogério Fernandes Ferreira. “Uma contabilidade bem estruturada, transparente, não se limita à esfera interna das empresas. Melhora a previsibilidade, a tomada de decisões, as relações com os clientes, com os fornecedores e melhora as relações com os investidores presentes e futuros”.

Já Filipa Xavier de Basto considera que “estamos a assistir a uma mudança de mentalidade [relativamente à figura do contabilista certificado] porque é factual que as empresas que têm mais apoio ao nível do reporte para a gestão são as empresas que mais crescem, que mais confiança transmitem aos stakeholders e que mais inovam”.

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Fundadores da Poke House querem abrir 20 hamburguerias SmashVille e investir 2 milhões

Rede de hamburguerias deverá criar entre 160 a 200 postos de trabalho, num investimento inicial de 2 milhões de euros. Aposta inicial será em espaços em centros comerciais.

Depois da aposta na abertura da rede Poke House em Portugal, os empreendedores Duarte Costa e Francisco Nobre Guedes, juntamente com Fernando Costa, estão com uma nova aposta: a rede de hamburguerias SmashVille. Até ao final do próximo ano querem ter 20 lojas abertas, criando entre 160 e 200 postos de trabalho, num investimento inicial de dois milhões de euros.

“O SmashVille nasceu durante uma viagem a Itália, onde nos deparámos pela primeira vez com este fenómeno que é o smash burger. Depois de darmos a primeira trinca, ficou imediatamente assente que teríamos de trazer este produto para Portugal, pois era algo verdadeiramente diferente do que estamos habituados a ver, e que só provando se percebe”, explica Fernando Costa, um dos sócios fundadores com Duarte Costa e Francisco Nobre Guedes, ao ECO.

“É um produto mais indulgente, mass market e com potencial para crescer rapidamente. O smash burger é uma tendência internacional em forte crescimento, e sentimos que ainda não estava bem explorado em Portugal com a intensidade e clareza que queríamos trazer, principalmente nos shoppings, onde o Poke House está mais presente”, continua o responsável.

A nova rede entra num mercado onde não faltam operadores, como McDonald’s, Burger King ou ofertas mais premium como o H3 ou o Honorato. O que trazem de novo? “Queremos posicionar o SmashVille como uma marca clara, irreverente e sem pretensões. A experiência é simples, rápida e saborosa com foco no produto. Os nossos ingredientes são frescos e premium — a carne vem de Itália, o pão vem da Pensilvânia (EUA) e as batatas vêm da Holanda. Cada hambúrguer é feito à frente do cliente”, descreve Fernando Costa. “É uma marca com uma imagem visual forte, pensada para o digital e para um público que valoriza autenticidade”, reforça o sócio fundador responsável pela comunicação da marca.

Planos de expansão

As primeiras duas hamburguerias já estão a funcionar. “Para já, a prioridade são os centros comerciais, onde conseguimos testar e escalar com rapidez. As primeiras duas localizações estão abertas — Atrium Saldanha e Amoreiras — e estamos prestes a abrir as próximas três, no Almada Forum, CascaiShopping e Campo Novo“, adianta Fernando Costa.

“A rua deverá vir a fazer parte da equação, mas numa fase posterior. O plano é continuar a trabalhar em novas aberturas ainda este ano e termos 20 lojas até ao final de 2026″, revela. “Estamos a trabalhar para ter 10 lojas abertas a curto prazo, e 20 no médio prazo. O investimento inicial ronda os 2 milhões de euros“, diz.

Será um investimento próprio, com o recurso ao franchising para acelerar expansão a ser avaliada numa fase posterior do projeto. “Nesta fase inicial, todas as lojas serão próprias. Queremos garantir consistência no produto, serviço e ambiente. Mais à frente, poderemos considerar o franchising — mas apenas com uma base muito bem testada. O foco agora está em afinar o conceito com total controlo operacional“, explica Fernando Costa.

A rede poderá criar, até 2026, entre 160 a 200 postos de trabalho. “Cada loja cria, em média, entre 8 a 10 postos de trabalho diretos. Com as duas primeiras lojas estamos já a gerar cerca de 20 empregos, além dos escritórios (10). Até ao final do ano contamos chegar aos 65 colaboradores”, diz o sócio fundador.

A marca foi lançada por dois dos sócios portugueses da Poke House, cadeia que em 2020 foi investida pela Poke House Itália de Matteo Pichi e Vittoria Zanetti. “O Poke House continua em crescimento: existem neste momento 26 lojas e decorrem três obras para novas aberturas — Alegro Sintra, Algarve Shopping e Campo Novo”, adianta Fernando Costa.

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EY entra no marketing, design e experiência do cliente com EY Studio+

A EY está a lançar o EY Studio+, unidade que atua no setor da Accenture Song e Deloitte Digital. Sérgio Ferreira, Customer & Digital Experiences Partner EY, explica porquê.

Sérgio Ferreira, costumer & digital experiences partner da EY

Design, tecnologia, marketing, vendas e experiência do cliente. Sãos estes os principais eixos da EY Studio+, unidade que a consultora está a lançar à escala global e que em Portugal é liderada por Sérgio Ferreira.

Em conversa com o +M, o customer & digital experiences partner da EY explica que a nova unidade pretende agrupar a nova oferta e posicionamento da consultora, que tem vindo a preparar há cerca de dez anos a entrada nestas áreas. A compra da nórdica Doberman, da italiana Nery Wolff ou, em Portugal, da Step Value foram já passos neste sentido. “Vieram trazer conjunto de competências que seria difícil desenvolver de raiz”, explica.

Com uma equipa de cerca de 110 profissionais em Portugal, com competências de design, tecnologia, marketing, vendas, serviço a clientes e digital, Sérgio Ferreira aponta como concorrentes da EYStudio+ operações como a Accenture Song e Deloitte Digital ou, entrado nos grupos de comunicação, a WPP ou Publicis. “Este espaço estava mal tratado em relação às necessidades clientes. A transformação, o marketing, vendas e serviço a clientes não tiveram a atenção devida das consultoras“, defende.

Agora, impulsionada pelas transformações introduzidas pela inteligência artificial e também pela necessidade de sustentabilidade, a EY Studio+ propõe-se oferecer serviços em áreas que vão da estratégia à implementação tecnológica, passando pela criação de marca, imagem, conteúdos texto e vídeo.

A transformação digital da Worten, em marketplace, ou da Sumol, no campo da transformação, marketing, vendas e operação são alguns dos projetos já desenvolvidos pela equipa liderada por Sérgio Ferreira, que tem também clientes na área da energia, banca e seguros.

Esta área é um dos motores de crescimento da empresa“, resume o responsável.

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Ricardo Arroja sai da Aicep com indemnização de 62 mil euros

“Relativamente ao pagamento de indemnização ao dr. Ricardo Arroja, a questão será tratada pelos serviços da AICEP, dentro do enquadramento legal vigente”, confirmou ao ECO o Ministério da Economia.

O economista Ricardo Arroja foi dispensado esta segunda-feira da liderança da Aicep. A agência, pela primeira vez, passou a ser liderada por uma mulher – Madalena Oliveira e Silva. O facto de ter permanecido no cargo um ano e 19 dias garante a Ricardo Arroja o pagamento de uma indemnização de 62 mil euros.

O estatuto do gestor público determina que um gestor público pode ser “livremente demitido, conforme os casos, independentemente dos fundamentos”, que normalmente são violação grave, por ação ou por omissão, da lei ou dos estatutos da empresa; violação das regras sobre incompatibilidades e impedimentos; ou ainda a violação do dever de sigilo profissional.

Demissão essa que “pode ter lugar a qualquer tempo” se o órgão de eleição ou de designação assim o entender. Ora, o Executivo entendeu que “a aposta no crescimento das exportações obriga a um papel mais ativo, mais ágil e mais presente por parte da Aicep. Um perfil mais próximo das empresas, que possa agilizar todos os processos de apoio ao tecido empresarial”. Um perfil no qual encaixa Madalena Oliveira Silva que acrescentou recentemente ao seu vasto currículo a negociação dos apoios da Autoeuropa.

Mas quando os gestores são afastados um ano depois de exercerem funções, automaticamente têm direito a uma indemnização correspondente ao vencimento de base até ao final do mandato. Mas há um limite: 12 meses. “Desde que conte, pelo menos, 12 meses seguidos de exercício de funções, o gestor público tem direito a uma indemnização correspondente ao vencimento de base que auferiria até ao final do respetivo mandato, com o limite de 12 meses”, lê-se no estatuto do gestor público.

Ricardo Arroja entrou em funções a 4 de junho de 2024 e foi afastado a 23 de junho de 2025, ou seja, um ano e 19 dias depois, o que lhe permite ter direito à indemnização. Ao contrário do que aconteceu com o seu antecessor Filipe Santos Costa, que foi afastado antes de perfazer um ano de mandato.

“Relativamente ao pagamento de indemnização ao dr. Ricardo Arroja, a questão será tratada pelos serviços da AICEP, dentro do enquadramento legal vigente”, confirmou ao ECO o Ministério da Economia e da Coesão.

De acordo com o relatório e contas da Aicep, Ricardo Arroja tem um vencimento mensal bruto de 5.223,66 euros, a que acrescem 2.089,46 euros de despesa de representação, mas que não são tidas em conta para a indemnização. Tendo em conta o limite de 12 meses para o cálculo, Ricardo Arroja vai receber 62.683,92 euros.

Mas, se regressar ou vier a aceitar um cargo no setor público administrativo ou empresarial, neste horizonte temporal, “a indemnização eventualmente devida é reduzida ao montante da diferença entre o vencimento como gestor e o vencimento do lugar de origem à data da cessação de funções de gestor, ou o novo vencimento, devendo ser devolvida a parte da indemnização que eventualmente haja sido paga”, especifica a lei.

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Falida sociedade que reabilitou Campo Pequeno dá mais 300 mil euros ao BCP

De uma dívida inicial de 86 milhões de euros, o banco já recuperou 42 milhões da falida sociedade que reabilitou o Campo Pequeno, em Lisboa, nos anos 2000.

O BCP prepara-se para receber mais 300 mil euros da falida sociedade que reabilitou o Campo Pequeno, em Lisboa, no início dos anos 2000, e cuja insolvência se arrasta há mais de dez anos num processo que deverá deixar dívidas por pagar na ordem dos 50 milhões (dos quais 44 milhões ao banco).

De uma dívida que chegou a rondar os 86 milhões de euros, o banco liderado por Miguel Maya, que é o maior credor da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno (SRUCP), já conseguiu recuperar 42 milhões.

A administradora do processo de insolvência da empresa falida, Paula Mattamouros Resendes, propôs esta semana uma nova distribuição de verbas que ainda sobram nas contas da massa insolvente. Quer distribuir 75% do saldo bancário existente, propondo um rateio de cerca de 413 mil euros. Ao BCP tocará pouco mais de 304 mil euros, pagamento após o qual ficarão por reaver 44,4 milhões, segundo a proposta de Mattamouros Resendes.

No final de 2019, a insolvência da SRUCP conheceu um desenvolvimento importante, quando o Campo Pequeno – o principal ativo da sociedade — foi vendido ao empresário Álvaro Covões, promotor de espetáculos da Everything Is New, através da empresa Plateia Colossal, por cerca de 37 milhões de euros, de acordo com os valores reportados pela imprensa na altura.

Em 2021, numa primeira proposta de rateio, o BCP recebeu 29,7 milhões da massa insolvente, tendo sido o único credor de mais de duas dezenas a ter direito a algum recebimento por conta de se tratar de um crédito garantido.

Mais tarde, em 2023, a administradora de insolvência apresentou uma nova proposta de rateio e na qual se reforçava o pagamento ao banco em mais de dez milhões de euros (um total de 41,5 milhões) e juntava à lista de recebimentos os outros credores da sociedade, incluindo a construtora Opway Engenharia, que recuperaria mais de um milhão de um crédito reconhecido de quase seis milhões.

Questionado pelo ECO, o BCP recusou a fazer qualquer comentário sobre o processo, nomeadamente sobre as expectativas de recuperação da totalidade do crédito da SRUCP e se registou no seu balanço alguma imparidade associada a esta exposição.

Para as contas da insolvência da SRUCP, que entrou em insolvência há mais de uma década, em 2014, sucumbindo ao fardo de uma dívida de quase 100 milhões de euros, com este último rateio, passará a dever 49,9 milhões de euros aos credores, cerca de metade do que devia no início do processo de falência.

Atualmente, o Campo Pequeno funciona como uma sala de espetáculos (na arena) e tem ainda um centro comercial e um parque de estacionamento subterrâneos, no seguimento das obras profundas que tiveram lugar nos anos 2000.

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Processo entre estafetas e Uber arrisca voltar à estaca zero com dúvidas do Supremo

Supremo Tribunal de Justiça considera que é preciso esclarecer, por exemplo, se os estafetas têm outras profissões com horário de trabalho e se fazem entregas só aos fins de semana e à noite.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) anulou um acórdão do Tribunal da Relação por ter dúvidas sobre a classificação de vários estafetas que fazem entregas para a Uber Eats.

O Ministério Público pretendia que estes fossem reconhecidos como trabalhadores da plataforma, mas o Supremo entendeu que, antes de mais, é preciso determinar, por exemplo, se os estafetas só fazem entregas em part-time, e se fazem entregas em simultâneo para outras plataformas.

Ciclovia da Avenida Almirante Reis - 31MAI22

A história começa na primavera do ano passado. O Ministério Público avançou com ações para que fossem reconhecidos contratos de trabalho entre 26 estafetas e a Uber Eats, mas o tribunal de primeira instância rejeitou a existência desse vínculo.

O Ministério Público decidiu, então, recorrer, mas também o Tribunal da Relação (já em janeiro deste ano) entendeu não estarem em causa trabalhadores dependentes, confirmando, assim, o que já tinha ficado decidido na primeira instância.

Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de revista”, na expectativa de que o Tribunal Supremo de Justiça reconhecesse, por fim, a existência de um contrato de trabalho.

A decisão chegou este mês, com o Supremo a anular o acórdão da Relação e a assinalar que, primeiro, é preciso recolher mais informação sobre o modo como estes estafetas se relacionam com a plataforma.

Ou seja, com dúvidas sobre a relação entre estes estafetas e a Uber Eats, o Supremo decidiu “devolver” os processos à segunda instância, e abre mesmo a porta a que esta possa eventualmente devolver, por sua vez, estes casos à primeira instância, o que significaria um regresso à estaca zero.

Em concreto, o Tribunal Supremo de Justiça entende que é preciso esclarecer se os estafetas têm outras profissões com horário de trabalho completo e fazem entregas à noite e aos fins de semana em part-time ou se fazem entregas todos os dias da semana;

Diz também ser pertinente saber se os estafetas fazem entregas para a Uber Eats em simultâneo com outras plataformas que também se dedicam às entregas de refeições nas mesmas áreas geográficas (como a Bolt e Glovo); e se, não fazendo, isso resulta de opção dos próprios ou de uma regra da Uber Eats.

O Supremo frisa também que é de apurar se os estafetas em causa podem ter “a sua própria clientela e atendê-la com liberdade e sem necessidade de comunicar isso” à plataforma em questão, e que montante receberam mensalmente durante os períodos em que estiveram vinculados à Uber Eats, com conta ativa.

“Após o apuramento da mencionada factualidade, e de eventual outra que seja tida por relevante, deverá ser proferida (pelo Tribunal da Relação ou pela primeira instância, conforme seja o caso) nova decisão“, lê-se no acórdão.

Supremo já reconheceu contrato, mas na Glovo

No final de maio, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu reconhecer um contrato de trabalho entre um estafeta e a Glovo, visto que, numa fase anterior desse processo, já tinham sido identificados cinco dos seis elementos que “indiciam uma relação de trabalho”.

“Depois de analisar os factos, o STJ entendeu que a Glovo não logrou provar o contrário e, por isso, reconheceu a existência de uma relação de trabalho entre a empresa e o estafeta em questão“, realçou, na altura, o Supremo.

Desde 1 de maio de 2023 que o Código do Trabalho contém um mecanismo que permite aos estafetas serem considerados trabalhadores dependentes das plataformas digitais, desde que haja indícios de subordinação, como a organização do tempo de trabalho e a fixação das retribuições.

É essa lei que serve de base a todas estas decisões. De acordo com o relatório enviado ao Parlamento, até ao final de 2024 já eram conhecidas 16 decisões de tribunais de primeira instância que reconheceram contratos de trabalho com 31 estafetas, mas também 53 decisões que foram no sentido oposto (relativamente a 66 estafetas).

E mesmo nos tribunais de segunda instância, não há concordância. Até ao final de 2024, de um lado, estavam 12 decisões que reconheceram um contrato de trabalho a 12 estafetas. Do outro, três decisões que o rejeitaram relativamente a 33 estafetas.

Sem consenso nos tribunais, estas regras podem vir a mudar, tendo o Governo já deixado a intenção de as revisitar no seu programa.

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TAP SGPS falha pagamento de dívida de 177 milhões reclamada pela Azul

Empresa pública tinha até ao dia 23 de junho para reembolsar o empréstimo da companhia brasileira. Cobrança deverá seguir via judicial.

A TAP SGPS não efetuou o pagamento dos 177 milhões de euros reclamados pela Azul no prazo definido para saldar o reembolso das obrigações subscritas em 2016, apurou o ECO junto de fonte conhecedora do processo. A execução da dívida seguirá para os tribunais.

A holding, que já não tem qualquer participação na companhia aérea e foi redenominada para SIAVILO, tinha até dia 23 de junho para proceder ao reembolso do capital e juros das obrigações, segundo a nota de pagamento remetida pelo Banco Montepio no dia 27 de maio e noticiada pelo Jornal de Negócios.

Uma exigência que decorre do incumprimento (default) pela TAP SGPS do contrato do financiamento, deliberado numa assembleia extraordinária de obrigacionistas realizada a 15 de abril, convocada pela Azul. Nesta circunstância, está previsto o reembolso imediato dos títulos, cabendo a iniciativa da cobrança ao representante comum dos acionistas, a sociedade espanhola Bondholders.

Em causa estão 235,27 milhões, dos quais 176,9 milhões cabem à Azul e 58,6 milhões à Parpública, que resultam da soma do capital investido (90 milhões por parte da companhia portuguesa e 30 milhões pela empresa pública portuguesa) aos juros decorridos. Ao contrário da Azul, a Parpública votou contra a deliberação de incumprimento na assembleia de obrigacionistas.

A transportadora brasileira já antecipava que pudesse ser este o desfecho, depois de nos últimos anos a TAP SGPS, que passou a ser detida a 100% pelo Estado, ter vindo a alienar todos os seus ativos, processo que foi acelerado no início deste ano. Desde dezembro de 2021 que a holding não tem qualquer posição acionista na companhia aérea, a TAP SA, em 2024 perdeu a participação na antiga Groundforce (agora Menzies Aviation) e já este ano foi anunciada a venda à TAP da Portugália, da Cateringpor e da UCS.

Numa nota enviada ao ECO a semana passada, a Azul afirmava que estava a ser “preparado o incumprimento contratual, já que a TAP SGPS, depois de ceder os ativos, nomeadamente à TAP S.A., se tornou uma empty shell [sociedade vazia]”.

Além de ficar praticamente sem ativos, a TAP SGPS ficou sem órgãos sociais, como avançou o ECO. Entre o final de março e o início de junho, renunciaram aos cargos os membros do conselho de administração, do conselho fiscal e o revisor oficial de contas. Segundo as últimas contas disponíveis, a holding apresenta uma situação líquida altamente deficitária, com capitais próprios negativos de 1,34 mil milhões.

Na ausência de pagamento, a Bondholders deverá avançar com um processo de execução da dívida nos tribunais. Se a sociedade espanhola não o fizer, a Azul irá substituir-se a esta, conforme foi também deliberado na já referida assembleia de obrigacionistas, segundo apurou o ECO. Caso a agora denominada SIAVILO tenha de avançar com o pagamento, o montante despendido pelo Estado português com a TAP desde 2016 irá subir de 3.431 milhões para 3.608 milhões. O ECO enviou questões para o Ministério das Finanças, que não quis comentar o assunto.

A companhia brasileira aponta o dano que este caso poderá criar na imagem dos investidores estrangeiros em Portugal. “A TAP está a ser dividida em ‘TAP má’ (TAP SGPS, agora denominada SIAVILO SGPS) sem património para fazer face às dívidas que assumiu perante credores privados (nomeadamente perante investidores estrangeiros) que, de boa-fé, lhe emprestaram dinheiro e ‘TAP boa’ (TAP S.A.) que será objeto de privatização”, afirma, acusando ainda o Estado português de “pactuar com tentativas ilícitas de discriminar credores privados e de se subtrair às obrigações que livremente assumiu”.

A TAP está a ser dividida em ‘TAP má’ (TAP SGPS, agora denominada SIAVILO SGPS) sem património para fazer face às dívidas que assumiu perante credores privados (nomeadamente perante investidores estrangeiros) que, de boa-fé, lhe emprestaram dinheiro e ‘TAP boa’ (TAP S.A.) que será objeto de privatização.

Fonte oficial da Azul

A Azul também já ameaçou perturbar a privatização da TAP, que o Governo prometeu relançar nas “próximas semanas”. O CEO, John Rodgerson, afirmou numa entrevista à CNN Portugal, em outubro, que avisou os interessados na venda da companhia portuguesa – Air France-KLM, IAG e Lufthansa – sobre o diferendo com a TAP e que equaciona pôr fim ao acordo comercial entre as duas empresas no Brasil.

A companhia aérea também poderá sofrer consequências se vierem a ser reconhecidas as garantias previstas no contrato das obrigações e que incluem: o programa Miles&Go; um penhor de direitos de propriedade intelectual; a cessão de créditos e penhor de contas bancárias; e a cessão da posição contratual em contratos de software.

Garantias que a TAP considera nulas, tendo avançado em novembro com uma ação em tribunal para que o empréstimo obrigacionista seja considerado como um mero suprimento dos acionistas, uma vez que, em 2016, David Neeleman era acionista da companhia portuguesa e maior acionista e CEO da brasileira. Uma leitura que a Azul rejeita.

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Telefónica, reconhecida como a segunda empresa mais sustentável do mundo pela revista “TIME”

  • Servimedia
  • 26 Junho 2025

A empresa subiu sete posições e obteve uma pontuação de 87,68, quase sete pontos a mais do que na edição anterior.

Telefónica foi reconhecida, na segunda edição do ranking elaborado por TIME e Statista, como a segunda empresa mais sustentável do mundo entre as 500 mais comprometidas com a sustentabilidade.
Neste ranking, a Telefónica é a primeira empresa de telecomunicações do mundo, bem como a primeira empresa espanhola neste índice que mede e identifica as empresas líderes em sustentabilidade.

“Este reconhecimento é a prova da profunda integração da sustentabilidade no nosso modelo de negócio e do nosso compromisso com a transparência. Também nos inspira a continuar a integrar os critérios ESG em todas as nossas decisões e a liderar o caminho para uma digitalização responsável”, afirmou Elena Valderrábano, Diretora Global de Sustentabilidade (ESG) da Telefónica.

O ranking, elaborado em colaboração com a empresa de dados Statista, baseia-se numa metodologia em que os compromissos climáticos alinhados com iniciativas como o SBTi, os aspetos sociais da diversidade e do talento, bem como a transparência e a qualidade dos relatórios de sustentabilidade, desempenham um papel importante.

As empresas consideradas destacam-se pelos seus elevados padrões em termos de emissões operacionais, eficiência energética e prioridade à utilização de energias renováveis.

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Montenegro diz que procurará consensos políticos “se possível” com PS e Chega

  • Lusa
  • 25 Junho 2025

Montenegro reiterou que não fará qualquer "acordo parlamentar permanente" nem com a segunda força política, o Chega, nem com a terceira, dizendo ter sempre rejeitado um bloco central com o PS.

O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que procurará consensos políticos “se possível” com PS e Chega em simultâneo, mas admitiu que o partido liderado por André Ventura tem posições de “maior regulação” em matérias como a segurança ou imigração.

Em entrevista à RTP, gravada em Bruxelas, na véspera de um Conselho Europeu, Luís Montenegro reiterou que não fará qualquer “acordo parlamentar permanente” nem com a segunda força política, referindo-se ao Chega, nem com a terceira, dizendo ter sempre rejeitado um bloco central com o PS.

“O povo português quis que a orientação principal da política governativa fosse o nosso programa. Mas o povo também quis que nós fôssemos acertando com as forças políticas da oposição, nomeadamente com as que têm maior representação, o PS e o Chega, os termos em que uma ou outra política deve ser objeto de aproximação. Se possível com os dois”, afirmou.

Se tal não for possível, Montenegro admitiu que procurará aproximações “com aquele que estiver mais disponível para poder salvaguardar os compromissos que assumiu com os eleitores”.

Há vários compromissos que são comuns aos três partidos e há outros que são comuns entre a AD e o PS e outros que são comuns entre a AD e o Chega“, apontou.

Nas áreas de soberania, como a Defesa, defendeu que o Governo irá procurar “o maior consenso possível”, tal como na segurança ou na imigração, onde considerou existir “um relativo consenso na sociedade portuguesa”.

O primeiro-ministro defendeu que “houve uma evolução do PS relativamente à imigração” na anterior legislatura, dizendo esperar que este partido “não se coloque de fora” de uma aproximação que considerou estar a ser feita em relação às posições do Governo PSD/CDS-PP.

“É verdade que o Chega tem algumas posições que são mais extremadas do que as nossas, e nós naturalmente não chegaremos a esse ponto, mas não me custa nada reconhecer que é um partido que tem apresentado pontos de vista que, de uma forma genérica, se enquadram em mais regulação e mais capacidade de integração”, afirmou.

Montenegro defendeu que, se for possível “uma abrangência maior em sede parlamentar”, tal corresponderá “à vontade política do povo português” e “a uma estabilidade nas políticas fundamentais para os próximos anos”.

“Quanto maior for o apoio, maior garantia de a política poder ter continuidade”, disse.

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Veja aqui as simulações do Governo para as novas taxas de IRS em 2025

  • ECO
  • 25 Junho 2025

O Governo propôs esta quarta-feira decréscimos das taxas de IRS para vários escalões. A poupança com o alívio no imposto pode ser superior a 400 euros.

O Governo propôs esta quarta-feira decréscimos das taxas de IRS de 0,5% entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6% entre o quarto e sexto e 0,4% no sétimo e oitavo. A poupança com o alívio no imposto pode ser superior a 400 euros.

Veja abaixo as simulações divulgadas pelo Ministério das Finanças referentes às novas taxas do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) a aplicar este ano.

“A reforma fiscal que o XXV Governo Constitucional pretende levar a cabo, na continuidade da estratégia do Governo anterior, tem como assumida prioridade a redução do peso dos impostos sobre o rendimento, devendo esta redução ser implementada de modo gradual e sustentável. Com este propósito, a redução de impostos será concentrada no IRS”, explicou o Executivo na proposta de lei submetida esta tarde ao Parlamento.

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“Não descobrimos nenhuma mina de ouro”, diz PM, garantindo que baixa do IRS não põe excedente em risco

O primeiro-ministro discorda do Banco de Portugal sobre a possibilidade de um défice orçamental este ano. A "política de equilíbrio" vai permitir um excedente, diz.

O Governo está “a gerir com equilíbrio” a execução orçamental deste ano, uma prática que vai permitir reduzir o IRS em 500 milhões de euros sem abicar de despesa crucial nem cair para o território de défice, afirmou esta quarta-feira Luís Montenegro.

Questionado em entrevista à RTP sobre a possibilidade de um défice orçamental este ano, tal como defende o Banco de Portugal, Luís Montenegro foi claro: “Não”, apontando para o exemplo do ano passado quando o anterior Governo conseguiu baixar o IRS, fazer aumentos nos salários da função pública e oferecer um suplemento extraordinário aos pensionistas e ao mesmo tempo “chegar ao final do ano com estabilidade e equilíbrio nas contas públicas”.

“Não só atingimos o objetivo mas superámos o objetivo”, sublinhou.

Explicou que o Executivo está a gerir com equilíbrio também a execução deste ano. “Os números do primeiro trimestre que denotam um comportamento melhor do aquele que tínhamos tido no ano passado”.

“Não descobrimos agora nenhuma mina de ouro para pagar estas despesas”, vincou. “Mas estamos a exercer uma política que eu enquanto líder da oposição defendi muitas vezes que era quando a execução permitisse retribuir o esforço fiscal dos portugueses e portuguesas, quando tivéssemos a capacidade de devolver uma parte do que estávamos a cobrar em excesso, daquilo que era a nossa disponibilidade financeira nós não o deixaríamos de o fazer”.

O primeiro-ministro anunciou ainda que a proposta do Governo prevê decréscimos das taxas de IRS de 0,5% entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6% entre o quarto e sexto e 0,4% no sétimo e oitavo.

“Esta diminuição não abrange o nono e último escalão, e como se nota daquilo que acabei de dizer, tem a proteção dos primeiros três escalões, de rendimentos mais baixos, e tem um reconhecimento, um reforço das condições de rendimento e remuneração da classe média portuguesa”, destacou Luís Montenegro.

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