Zero diz que aumento da capacidade do aeroporto é risco grave e inaceitável para Lisboa

  • Lusa
  • 13:28

A Zero considera que o aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado representa um grave e inaceitável risco para a cidade de Lisboa e que o aumento de capacidade é irrealizável.

A Zero considera que o aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado representa um grave e inaceitável risco para a cidade de Lisboa e que o aumento de capacidade do mesmo é irrealizável pelos enormes impactos. Num comunicado divulgado este domingo, a Zero afirma que está frontalmente contra um aumento de capacidade do aeroporto Humberto Delgado, anunciado pelo Governo, porque se traduz num aumento de movimento de aviões, ruído, poluição atmosférica e risco de acidente aéreo na cidade de Lisboa.

A associação sublinha que o aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa, que não foi previsto nas recomendações da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre o novo aeroporto, vai muito mais longe ao propor uma subida da capacidade do aeroporto de 38 movimentos por hora para 45, “que faria agravar o flagelo a que muitos cidadãos de Lisboa são diariamente, dia e noite, expostos devido ao sobrevoo intenso de aviões na cidade”,

O que se exige a todos os atores responsáveis é que se empenhem e produzam todos os esforços no sentido de concretizar no mais curto espaço de tempo possível um processo de licenciamento ambiental credível e a construção da nova infraestrutura aeroportuária que permita a desativação do atual aeroporto de Lisboa“, adianta.

A Zero também denuncia “o que considera ser uma tentativa de evitar a necessidade de Avaliação de Impacte Ambiental à expansão do aeroporto, ao anunciar-se o aumento da sua capacidade em 18,4%, valor inferior a 20% que, de acordo com legislação, espoleta a necessidade de fazer cumprir esse instrumento“. Mas a associação defende que “é absolutamente inequívoca a necessidade de Avaliação de Impacte Ambiental de qualquer obra no Humberto Delgado, independentemente do valor de aumento de capacidade ou mesmo se existe — para além de que seria uma falta de lisura para com os cidadãos de Lisboa não a efectuar”.

A associação refere ainda que considera o anúncio do Governo de aumentar a capacidade do aeroporto é precipitado porque devido à “envergadura dos prejuízos envolvidos, a ZERO crê que qualquer pedido de licenciamento de aumento de capacidade será indeferido pelas autoridades ambientais”.

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Primeiro-ministro garante que saúde familiar será “um dos eixos” do programa de emergência

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que a saúde familiar será "um dos eixos" do programa de emergência para o setor que o Governo prevê apresentar em junho.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que a saúde familiar será “um dos eixos” do programa de emergência para o setor que o Governo prevê apresentar em junho. “Cuidar com proximidade e confiança. No Dia Mundial do Médico de Família realço que a saúde familiar será um dos eixos do nosso programa de emergência. Vamos valorizar os profissionais de saúde e com eles dar respostas aos cidadãos“, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial de Luís Montenegro na rede social ‘X’ (antigo Twitter).

Na quarta-feira, no debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, o chefe do executivo afirmou que o programa de emergência para a saúde seria apresentado dentro de duas semanas, com especial foco na recuperação de cirurgias, na obstetrícia e nas respostas no âmbito da medicina familiar. “No máximo, dentro de duas semanas, o país vai conhecer o programa de emergência que temos para a saúde. Vai ter incidências na recuperação dos tempos de espera para cirurgias, em particular as mais problemáticas — por exemplo, as oncológicas. Vai ter foco especial na obstetrícia e um plano de resposta de medicina familiar para cerca de 1,5 milhões de portugueses sem médico de família“, especificou.

Luís Montenegro, no entanto, advertiu que o programa será de emergência e “não a transformação estrutural que o Governo tenciona fazer na saúde” até ao final da legislatura, libertando-a de complexos de ordem ideológica.

O grupo de 13 pessoas que está a preparar este plano é coordenado pelo antigo presidente do Infarmed Eurico Castro Alves, licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e doutorado em Medicina pelo ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Além de Eurico Castro Alves, integram o grupo, entre outros, Alberto Caldas Afonso, pediatra e diretor do Centro Materno-Infantil do Norte; António Marques, professor catedrático e anestesiologista que foi responsável pela Comissão de Gestão do Plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude; Catarina Baptista, administradora hospitalar que foi vogal da anterior administração liderada por Ana Paula Martins à frente do Hospital de Santa Maria, e João Gouveia, diretor do serviço de Urgência Central da ULS de Santa Maria.

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Brasil vai reabrir consulado geral em Angola

O embaixador brasileiro em Angola nega a existência de casos de corrupção ligados à emissão de vistos e anunciou "para breve" a reabertura de um consulado geral para atender "a explosão" de pedidos.

O embaixador brasileiro em Angola nega a existência de casos de corrupção ligados à emissão de vistos e anunciou “para breve” a reabertura de um consulado geral para atender “a explosão” de pedidos, que quintuplicaram num ano. Em entrevista à Lusa, Rafael Vidal nota que o problema se tem vindo a avolumar desde o fim da pandemia, com o aumento do número de angolanos que querem viajar para o Brasil, o que fez com que a procura de vistos passasse de uma média anual de cinco mil vistos para os atuais 25 mil a 30 mil pedidos, quase 700% mais do que em 2022.

Muitos requerentes queixam-se de excesso de burocracia e da demora, que leva a recorrer a intermediários, mas Rafael Vidal considera que não se trata de um problema da embaixada, já que “é impossível os recursos humanos e físicos crescerem no mesmo ritmo” da procura.

Atualmente, a embaixada do Brasil dispõe de serviços consulares, mas o diplomata admite que a reabertura de novo consulado geral, já anunciado pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se possa concretizar ainda este ano.

Rafael Vidal adianta que foram implementadas medidas para facilitar a fluidez dos requerimentos, tendo sido estabelecidos limites diários para atender os requentes e evitar que os passaportes fiquem retidos. “Chegámos a ter 14 mil“, indica, acrescentando que todos foram já entregues e que para evitar a retenção dos passaportes o agendamento passou a ser a “porta de entrada” dos requentes, sendo atendidos cerca de 50 por dia.

Embora admita que os agendamentos continuam demorados, Rafael Vidal refere que a culpa não é da embaixada, mas sim da “explosão da demanda [procura] de vistos para o Brasil”.

Outros países que poderiam ser destino, como EUA e Portugal, por exemplo, não têm a mesma facilidade da emissão de vistos.

Rafael Vidal, embaixador do Brasil em Angola.

Segundo o diplomata, o país tem vindo a ser cada vez mais procurado na medida em que dá resposta às necessidades de saúde, educação, trabalho e melhoria das condições de vida, mas também porque “o resto do mundo fecha as portas”. “Outros países que poderiam ser destino, como EUA e Portugal, por exemplo, não têm a mesma facilidade da emissão de vistos“, frisou, destacando que para um visto de turismo (concedido por dois anos) apenas se exige comprovativos de rendimentos e documentos válidos. A principal tipologia de vistos que tem sido requerida é precisamente a de turista (90%), seguindo-se a de estudante.

Questionado sobre as reclamações relativas a pagamentos para fazer o agendamento e esquemas de corrupção, recentemente denunciados pela organização não-governamental angolana Omunga, Rafael Vidal desmentiu as denúncias. “Em relação à embaixada não existe pagamento extra, a embaixada está blindada. Agora na rua não sabemos o que acontece, pode acontecer que os famosos ‘mixeiros’ enganem os incautos e ofereçam serviços a troco de dinheiro para agilizar vistos, é possível que intermediários, agências de viagem o façam, nisso nós não temos como atuar“, diz.

O embaixador considera “muito irresponsável” o uso da palavra corrupção a propósito destes casos, por considerar que esse conceito refere-se ao envolvimento de agentes do Estado. “E nós não temos agentes do Estado a oferecer agilização de serviços. Quem oferece são os famosos ‘mixeiros’ que cobram dinheiro com promessa de conseguir visto mais rápido”, insiste o diplomata, que alerta para o facto de muitos intermediários apresentarem documentos falsificados que levam à recusa dos vistos, sendo os utentes “ludibriados”.

Cerca de 60% dos pedidos de vistos não são aprovados, e entre estes perto de 80% não são concedidos por inconformidade nos documentos, enquanto os restantes são recusados por estarem ligados a irregularidades graves como falsificação ou fraude, que impedem pedidos de um novo visto por cinco anos.

Quanto a “outras insinuações”, devem ser apresentadas provas, vincou Rafael Vidal, referindo que a embaixada mantém um canal aberto para agilizar casos urgentes, seja por problemas de saúde ou para participação em encontros no Brasil que sejam considerados importantes, como foi o caso da Omunga, cujo agendamento foi solicitado com urgência.

Na semana passada, a Omunga denunciou a existência de alegados esquemas de corrupção e tráfico de influência para obtenção de vistos na Embaixada do Brasil em Luanda, após o seu diretor executivo, João Malavindele, não ter conseguido embarcar para o país sul-americano para participar na reunião da Rede da Lusofonia de Combate à Corrupção (RedGov). “O senhor Malavindele (diretor executivo da Omunga) ficou esperando ser contactado pela embaixada e nós não podemos contactar milhares de cidadãos (…) no caso dele, felizmente, atendemos o agendamento e ele não pagou nada”, afirma o diplomata, sugerindo uma falha de comunicação.

Brasil investe 20 mil milhões em Angola nas duas últimas décadas

O Brasil investiu quase 20 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros) em Angola nas duas últimas décadas e promoveu mais de 75 projetos de cooperação, disse à Lusa o embaixador daquele país em Luanda. Em entrevista à Lusa, Rafael Vidal focou a construção conjunta e “irmandade” entre os dois países, ambos ex-colónias portuguesas, e a parceria diplomática “muito intensa” desde a independência de Angola, em 1975, que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer.

O Brasil tem uma parceria estratégica com Angola – a segunda em África, além da África do Sul – e o país lusófono foi o que mais recebeu fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) num total de 3,5 mil milhões de dólares (3,22 mil milhões de euros, ao câmbio atual), já reembolsados, “para ajudar na reconstrução de Angola”, após o final da guerra civil, em 2002.

O Brasil tem uma parceria estratégica com Angola – a segunda em África, além da África do Sul – e o país lusófono foi o que mais recebeu fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) num total de 3,5 mil milhões de dólares (3,22 mil milhões de euros, ao câmbio atual), já reembolsados, “para ajudar na reconstrução de Angola”, após o final da guerra civil, em 2002.

“As grandes empresas de engenharia e construção vieram, instalaram-se e muitas seguem por cá, investiram, essas obras são visíveis”, disse o diplomata, salientando a importância da diplomacia presidencial retomada no terceiro mandato de Lula da Silva, que escolheu Angola para a sua primeira visita. “[O Presidente Lula] desde o seu primeiro mandato sempre teve essa atuação importante, sobretudo nas nossas parcerias mais importantes no eixo sul-sul”, notou Rafael Vidal, acrescentando que “todas as parcerias internacionais são bem vindas”.

“Não estamos em Angola para deslocar ou alienar outros parceiros, não entramos nessa corrida (…). Acreditamos no princípio da cooperação à medida do Estado que recebe a cooperação e no princípio da responsabilidade internacional, não nos desenvolvemos se os nossos vizinhos não se desenvolverem”, declarou o embaixador à Lusa, reforçando: “o Brasil não está aqui porque outros países estão, estaria aqui mesmo se nenhum deles estivesse”.

Rafael Vidal adiantou que o Brasil já estabeleceu mais de 75 projetos de cooperação e já investiu mais de 20 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros) em Angola em duas décadas. “Temos a maior comunidade brasileira de África, uma comunidade empresarial, dinâmica, somos 27 mil brasileiros”, realçou.

Também o nível de comércio regressou aos níveis pré-pandemia, atingindo cerca de 1,5 mil milhões de dólares (1,38 mil milhões de euros), com uma balança comercial equilibrada entre 2022 e 2023. “Angola exporta hoje muito mais petróleo, por exemplo”, salientou o embaixador brasileiro, destacando o “momento muito especial” da relação entre os dois países graças à retoma da diplomacia presidencial de Lula da Silva.

Como frutos dessa diplomacia, apontou realizações concretizadas esta semana, como o primeiro congresso do banco de leite humano, “com base na experiência angolana” e a primeira participação de startups brasileiras na Angola Startup Summit.

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Von der Leyen à procura de maioria de apoio no Parlamento

Apontada como favorita à presidência da Comissão Europeia, Von der Leyen enfrenta um trajeto difícil até à sua eventual (re)eleição pelo Parlamento Europeu. Uma maioria está longe de estar assegurada.

Apontada como favorita à corrida à presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen enfrenta um trajeto difícil até à sua eventual (re)eleição pelo Parlamento Europeu, onde precisa de garantir uma maioria longe de estar assegurada.

A menos de um mês das eleições europeias, que decorrerão nos 27 Estados-membros da União entre 6 e 9 de junho, a “candidata principal» oficial (‘spitzenkandidat’) do Partido Popular Europeu (PPE), tem condições para conseguir um segundo mandato.

Todas as sondagens apontam para nova vitória da família de centro-direita à escala europeia, à frente dos Socialistas europeus, cujo candidato é o luxemburguês Nicolas Schmit. No entanto, mesmo confirmando-se a anunciada vitória do PPE, Von der Leyen terá de assegurar uma maioria (simples) no ‘novo’ Parlamento Europeu que resultar das eleições, que se antecipa muito mais fragmentado e com uma presença reforçada da extrema-direita.

A recente ‘abertura’ manifestada pela dirigente política alemã a uma eventual colaboração com o Grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR) — que inclui partidos radicais como o Vox (Espanha), o Lei e Justiça (PiS, Polónia), o Reconquista (França) e os Irmãos de Itália — fez soar os alarmes nas famílias políticas europeias de centro-esquerda

Os Socialistas, Liberais, Verdes e Esquerda Europeia já avisaram que não apoiarão a sua recandidatura se houver qualquer tipo de aliança com a direita radical, o que inviabilizaria a sua eleição.

Em julho de 2019, Ursula von der Leyen, mesmo com o apoio das três maiores bancadas do Parlamento Europeu saído das eleições de maio desse ano — PPE, Socialistas e Liberais -, só conseguiu a eleição por uma margem de nove votos entre 733 expressos, ao receber 383 votos a favor, 327 contra, 22 abstenções e um voto nulo.

Ironicamente, Von der Leyen só conseguiu ser eleita graças aos votos a favor de muitos deputados do partido polaco PiS (então no poder) e do Fidesz, do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, algo que certamente não voltará a suceder, depois de, no último mandato, a Comissão ter avançado com procedimentos de infração por violações do Estado de direito em ambos os países.

Este ano, e caso seja designada pelo Conselho Europeu, Ursula von der Leyen enfrenta uma missão aparentemente ainda mais exigente para assegurar a maioria necessária no Parlamento, ou seja, metade mais um dos votos expressos (361). Descartou qualquer cooperação com o grupo Identidade e Democracia (ID), que inclui, entre outras, forças de extrema-direita como a Alternativa para a Alemanha (AfD), a Liga, de Matteo Salvini (Itália), e o Reunião Nacional de Marine Le Pen (França). Mas num debate entre os ‘spitzenkandidaten’ realizado no final de abril, não rejeitou, no entanto, trabalhar com o ERC, respondendo que “depende muito da composição do Parlamento e de quem está em que grupo”.

De acordo com os Tratados da UE, na eventualidade de o nome proposto pelo Conselho para presidente da Comissão não alcançar a maioria necessária no Parlamento Europeu — algo que nunca sucedeu até hoje -, os chefes de Estado e de Governo dos 27 têm o prazo de um mês para apresentar novo candidato.

Com a sessão constitutiva da nova assembleia agendada para 16 a 19 de julho, a eleição do presidente da Comissão Europeia deverá ocorrer na primeira sessão plenária do Parlamento Europeu após as férias de verão, entre 16 e 19 de setembro.

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Polestar 2: A beleza está nos detalhes<span class='tag--premium'>premium</span>

Com um design moderno e com rasgos de um desportivo, a coqueluche da Polestar oferece uma condução divertida sem comprometer a autonomia.

Este artigo integra a quarta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.O mercado de carros elétricos está ao rubro em Portugal. Em 2023, segundodados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), foram vendidos quase 39 mil veículos ligeiros de passageiros movidos a eletricidade, cerca de 17% de todos os carros vendidos no mercado no ano passado. A Polestar está longe de ser das marcas que mais vende no país: apenas 295 unidades em 2023. Apesar de ter sido um aumento de 132% face a 2022, representa apenas 3% das vendas da Tesla, a marca que mais elétricos vende em Portugal. No entanto, a Polestar tem no seu portefólio um dos carros elétricos mais bem conseguidos atualmente à venda no mercado nacional, destacando-se pelo seu desempenho e autonomia, mas particularmente pela qualidade

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Altri. Princípio do fim de uma união acionista ou novo ciclo de investimentos?

As empresas controladas por Paulo Fernandes, João e Pedro Borges de Oliveira, Domingos Vieira de Matos e Ana Mendonça, filha do falecido Pedro Mendonça, têm vindo a perder ativos.

A Ramada Investimentos acordou, esta semana, a venda da Ramada Aços e das suas subsidiárias a Pedro Borges de Oliveira por 70 milhões de euros. O empresário, que integra o núcleo de acionistas da Ramada e de outros negócios na bolsa portuguesa, passa a controlar sozinho este segmento de negócio. Esta operação surge apenas alguns meses após a venda dos ativos da Cofina à Expressão Livre e dos mesmos acionistas terem aceitado vender as suas posições na OPA da Greenvolt lançada pela KKR.

Dos quatro negócios – Altri, Ramada, Greenvolt e Cofina – que Paulo Fernandes, João e Pedro Borges de Oliveira, Domingos Vieira de Matos e Ana Mendonça, filha do falecido Pedro Mendonça, controlam juntos, apenas um segue sem alterações: a Altri. Estes ramos empresariais formam um núcleo acionista histórico num conjunto de importantes empresas da bolsa portuguesa, com a papeleira à cabeça. No entanto, com exceção da Altri, todas as outras empresas controladas por esta união empresarial, formada nos anos 80, têm vindo a perder ativos.

A última cotada a perder ativos foi a Ramada. Pedro Borges de Oliveira, através da sociedade que controla as suas participações, a 1 Thing Investments, e que em janeiro superou a fasquia dos 10% na Greenvolt, comprou a Ramada Aços e as subsidiárias que esta controla direta e indiretamente: Universal – Afir, Planfuro Global, Ramada Solar e Blau Stahl. A sociedade 1 Thing detinha uma participação qualificada de 10,004% do capital social e dos direitos de voto da Ramada Investimentos. O presidente do Conselho de Administração, Pedro Borges de Oliveira, é simultaneamente administrador da Ramada Investimentos e da Ramada Aços.

Pedro Borges de Oliveira é, aliás, dos cinco empresários que formam esta união, o que detém a participação mais baixa na Ramada Investimento. Domingos Vieira de Matos, através da Livrefluxo, controla 12,162%, a Promendo Investimentos, de Ana Mendonça, filha de Pedro Mendonça), tem 18,9% do capital, a Actium Capital (Paulo Fernandes), detém 15,64%, e a Caderno Azul (João Borges de Oliveira), surge com 20,67%, segundo a informação disponibilizada no site da empresa.

A Ramada Investimentos controla um conjunto de empresas que, no seu conjunto, exploram dois segmentos de negócio distintos: o segmento Indústria, que inclui as atividades aços especiais e Trefilaria [Socitrel], assim como a atividade relacionada com a gestão de investimentos financeiros relativos a participações em que o Grupo é minoritário; o segmento imobiliário, vocacionado para a gestão de ativos imobiliários.

Além da Ramada, que fica sem uma parte dos ativos, estes acionistas já tinham vendido, no ano passado, os ativos da Cofina à Expressão Livre. Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira, os três acionistas da Cofina SGPS, também seguiram para a nova fase da Cofina Media, entretanto nomeada Medialivre e que foi comprada por quadros do grupo (MBO).

No caso da Greenvolt, todos os acionistas de referência da empresa concordaram vender as suas posições à norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR), num total de 60,86% do capital da empresa liderada por João Manso Neto. Destas quatro empresas, apenas a Altri mantém a sua estrutura de negócios inalterada.

“As alterações nas estruturas de acionistas são comuns em grupos empresariais de grande escala e podem ser motivadas por diversas razões estratégicas ou até mesmo pessoais”, refere Henrique Tomé. Para o analista da XTB, “no caso da Altri e a venda da participação na Ramada a Pedro Borges de Oliveira, tais movimentos podem refletir uma reorientação nas estratégias de investimento, necessidades de liquidez, ou mudanças nas relações internas entre os acionistas”, o que não significa o fim de uma parceria acionista, “mas antes uma adaptação às necessidades e oportunidades do mercado”.

O analista reconhece, porém, que “após as vendas recentes de participações na Cofina, Greenvolt e Ramada, podemos presenciar uma nova reconfiguração acionista também na Altri. Mudanças significativas como estas em um grupo de empresas frequentemente sinalizam ajustes estratégicos mais amplos dentro dos núcleos acionistas.”

Aquele núcleo [de empresários] tem apresentado uma história de sucessos muito baseados em expertise, visão de negócio e liderança, quando numa perspetiva de especialização e de competências os seus acionistas optam por assumir o controlo maioritário de um ou conjunto de ativos detidos, algo que é muito comum em grupos de empresas, sobretudo, nas economias mais dinâmicas.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

Para João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, “aquele núcleo [de empresários] tem apresentado uma história de sucessos muito baseados em expertise, visão de negócio e liderança”, notando que, “numa perspetiva de especialização e de competências os seus acionistas optam por assumir o controlo maioritário de um ou conjunto de ativos detidos, algo que é muito comum em grupos de empresas, sobretudo, nas economias mais dinâmicas”. “É prematuro afirmar que a alienação daquelas cotadas representa o fim definitivo do núcleo acionista da Altri na realização de parcerias, quando poderão estar a iniciar um novo ciclo de diversificação, de novos investimentos ou de adicionar novas competências que acrescentem valor ao atual mix de ativos ao núcleo atual”, aponta.

Uma história de investimentos e desinvestimentos

Esta parceria de negócios começou a ser desenhada nos anos 80, quando Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira, parceiros de negócios, se juntaram a Vieira de Matos na Cortal, uma empresa de mobiliário.

Já Pedro Mendonça, pai de Ana Mendonça, entrou neste núcleo aquando da fusão com a Seldex, empresa de móveis criada por Ernesto Mendonça e posteriormente assumida pelo filho Pedro, em 1976. Com a criação da Cortal-Seldex, entretanto vendida à Haworth, Pedro Mendonça e Paulo Fernandes ficaram a partilhar a administração.

Através da Cofina – sociedade que se mantém, mas agora com a liquidez gerada pela venda dos ativos de media – , os cinco sócios realizaram muitos negócios ao longo dos últimos anos, passando por várias áreas de negócio. Fundada em 1990, a Cofina detinha participações em empresas de media, pasta de papel, aços, entre outros. Foi apenas em 2005 que foi realizado o spin off das participações fora do setor de media (Altri), ficando a Cofina, exclusivamente, com os ativos de imprensa.

Até aos dias de hoje foram muitas as empresas por onde este grupo de empresários, todos oriundos da região de Águeda/Aveiro, passou, desde a Lusomundo, passando pelo capital da SIC e TVI, até à Base Holdings, uma empresa ligada à saúde, vendida à Unilabs, em 2017. Passou ainda pelo capital da Crisal e da Vista Alegre. Além das vendas foram acumulando-se as aquisições: Celtejo, EDP Bioeléctrica, Celbi, Celulose do Caima.

Também a presença nas empresas foi mudando, com os empresários a retirarem-se gradualmente de funções executivos nas cotadas, colocando José Pina na liderança da Altri e Manso Neto na Greenvolt. Mudanças que, segundo os analistas, não implicam o fim desta união de empresários. “Nada indicia que o núcleo de acionistas se desagregue e possa adicionar volatilidade àquelas cotadas”, conclui João Queiroz.

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Villas-Boas critica gestão da anterior direção FC Porto face às sanções da UEFA

  • Lusa
  • 18 Maio 2024

O novo presidente do FC Porto criticou a gestão da anterior direção perante o risco de ausência das competições europeias de futebolpor incumprimento do 'fair play' financeiro da UEFA.

O novo presidente do FC Porto, André Villas-Boas, criticou a gestão da anterior direção, de Pinto da Costa, perante o risco de ausência das competições europeias de futebol, por incumprimento do ‘fair play’ financeiro da UEFA. “A sanção confirmada advém de atos de gestão imprudentes e inoperantes, que são da inteira responsabilidade dos membros da anterior direção do clube e da sua sociedade desportiva e resultaram no incumprimento das regras de ‘fair play’ financeiro da UEFA, nomeadamente incumprimentos nos controlos de pagamentos relativos a funcionários, autoridade tributária/segurança social e clubes de futebol“, reiterou a recém-empossada direção do ex-treinador ‘azul e branco’, em comunicado publicado nos meios do clube.

Na sexta-feira, a UEFA tinha anunciado que o FC Porto foi punido com uma multa de 1,5 milhões de euros e a exclusão das competições continentais por uma época, sendo que essa pena fica suspensa por um período probatório de dois anos e apenas será aplicada caso o clube não cumpra os requisitos de solvência nas temporadas 2024/25 e 2025/26.

Cumpre salientar que esta sanção aplicada se revelou especialmente gravosa, devido à reincidência no incumprimento destas regras, bem como à comunicação de informação incorreta e incompleta à UEFA no âmbito do procedimento“, prosseguiram os ‘dragões’.

A nova direção avisa que a punição “já havia sido formalmente notificada ao clube em 19 de abril”, oito dias antes das eleições mais concorridas da história do FC Porto, nas quais André Villas-Boas bateu Pinto da Costa, presidente há 42 anos e 15 mandatos seguidos. “Não obstante estas dificuldades existentes, a nova direção eleita tudo vai fazer para que todas as regras e regulamentos a que o clube está sujeito, incluindo aquelas que dizem respeito ao ‘fair play’ da UEFA, sejam sempre rigorosamente cumpridas“, reconheceram.

A tomada da posse dos novos órgãos sociais do clube ocorreu há quase duas semanas, mas a transição de poderes na SAD só será consumada em 28 de maio, dois dias depois da decisão da Taça de Portugal, na qual o FC Porto, vencedor nas últimas duas épocas, medirá forças com o recém-campeão nacional Sporting, no Estádio Nacional, em Oeiras.

O encontro com os ‘leões’ vai finalizar a época dos ‘dragões’ e assinalará a despedida de Pinto da Costa da presidência da SAD, cargo que ocupa desde 1997, ano da constituição daquela sociedade, que é responsável pela gestão do futebol profissional ‘azul e branco’.

A direção vai investigar, interna e externamente, as razões pelas quais o clube incorreu nesta sanção e apurará as devidas responsabilidades das pessoas envolvidas, tanto nos incumprimentos reiterados como na omissão dos factos“, avisou a gestão de Villas-Boas.

O FC Porto segue na terceira posição da I Liga, com 69 pontos, e pode hoje assegurar a entrada direta na fase de grupos da edição 2024/25 da Liga Europa, caso não perca na visita ao Sporting de Braga, quarto, com 68, da 34.ª e última jornada, que está aprazada para as 20:30, no Estádio Municipal de Braga, e vai encerrar a edição 2023/24 da prova.

Além dos ‘dragões’, a UEFA sancionou os ‘arsenalistas’ com 40.000 euros e o Vitória de Guimarães com 200.000 euros e exclusão das provas europeias, que fica suspensa em regime probatório por uma temporada, face a infrações no ‘fair play’ financeiro da UEFA.

FC Porto, Vitória de Guimarães e Sporting de Braga foram três dos 11 clubes castigados pelo regulador do futebol continental que não recorreram dessas decisões disciplinares, resultantes de três fases de avaliação, em julho e outubro de 2023 e em janeiro de 2024.

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Desinformação “está muito presente no ambiente ‘online'”

  • Lusa
  • 18 Maio 2024

A responsável pelas políticas públicas e assuntos governamentais do TikTok Portugal e Espanha afirma, em entrevista à Lusa, que a desinformação "está muito presente no ambiente 'online'".

A responsável pelas políticas públicas e assuntos governamentais do TikTok Portugal e Espanha afirma, em entrevista à Lusa, que a desinformação “está muito presente no ambiente ‘online'” e, por isso, a rede social tem de investir no seu combate. “A desinformação está muito presente no ambiente ‘online‘, achamos que é algo que temos de investir e é por isso que confiamos nos ‘fact-checkers’ com parceiros locais”, diz Yasmina Laraudogoitia, que esteve em Portugal para participar no 33.º Congresso da APDC.

Em Portugal, atualmente, a rede social conta com “3,3 milhões de utilizadores mensalmente ativos”. Em Portugal, a rede social trabalha com o Polígrafo, considerando esta parceria “imensamente útil”. “Temos colaborado com eles, digamos, de forma consistente e constantemente“, prossegue, apontando que no caso das eleições portuguesas, decorridas em 10 de março, trabalharam este evento específico com o Polígrafo. “Temos um fluxo de trabalho específico com o Polígrafo e agora com as eleições europeias também“, acrescenta Yasmina Laraudogoitia. “É muito importante recolhermos informações de especialistas“, sublinha a responsável.

Yasmina Laraudogoitia explica também como o TikTok usa o sistema de moderação. “Treinamos o nosso sistema de moderadores, as nossas equipas de moderação são treinadas especificamente em desinformação graças a esta parceria e desta forma podemos saber que tipo de informação é mais popular e, assim por diante”, e depois é utilizada também a inteligência artificial (IA).

Nos conteúdos gerados por IA pode haver informação enganosa e prejudicial e daí advir desinformação. “Na verdade somos a primeira plataforma que inclui uma ferramenta para que os criadores de conteúdo possam rotular” se houve manipulação. Ou seja, “se eles fizerem um vídeo que é manipulado com IA, que é gerado com IA, eles podem ser capacitados e informar a comunidade. E isso está a ser feito com inteligência artificial”, explica. E agora “estamos a colaborar com a Coalition for Provenance and Authenticity”, acrescenta.

O que é que isso quer dizer? “O nosso sistema de moderação será mais eficiente na deteção de conteúdo gerado por IA e, desta forma, poderemos moderar melhor e poderemos ser mais eficientes em termos de também combater a desinformação”, explica.

O TikTok usa a IA para o sistema de recomendação para fornecer a melhor experiência, o melhor conteúdo para cada utilizador e para a moderação também. “Implementámos os protocolos de conteúdos e com isso somos mais capazes de identificar conteúdos gerados”, diz.

Com os conteúdos gerados por IA, a TikTok pretende fornecer mais transparência aos utilizadores e também ser mais eficiente em termos de moderação de conteúdo, como também capacitar a comunidade. Em suma, “transparência e empoderamento”, remata.

Em termos de fornecimento de contexto, “temos 40.000 profissionais em todo o mundo” no combate à desinformação, diz, e 173 moderadores para conteúdo específico. Mas este número vai se alterando conforme o conteúdo evolui.

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Dia Internacional e Noite dos Museus com centenas atividades hoje em todo o país

  • Lusa
  • 18 Maio 2024

Mais de 300 atividades, na maioria de acesso gratuito, assinalam o Dia Internacional e a Noite dos Museus, com concertos e visitas orientadas em dezenas de entidades pelo país.

Mais de 300 atividades, na maioria de acesso gratuito, vão assinalar este sábado o Dia Internacional e a Noite dos Museus, com concertos e visitas orientadas em dezenas de entidades pelo país, segundo a Museus e Monumentos de Portugal. Celebrado tradicionalmente a 18 de maio desde 1997 para reforçar os laços dos museus com a sociedade, através de várias atividades culturais, o dia internacional terá este ano como lema “Museus, Educação e Investigação”, segundo o ‘site’ do Conselho Internacional de Museus (ICOM, na sigla em inglês), promotor do evento a nível mundial.

Com base neste tema, a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) lançou o desafio aos 38 museus e monumentos nacionais, e aos 169 espaços museológicos que integram a Rede Portuguesa de Museus para se associarem a estas comemorações, promovendo dezenas de atividades em todo o país, incluindo várias atividades dedicadas a famílias.

Visitas guiadas e temáticas a exposições, às reservas de alguns museus, espetáculos de teatro, dança, circo e música, oficinas, palestras, entre outras iniciativas, na maioria gratuitas, para todos os públicos, compõem um programa geral que somava 334 atividades registadas, envolvendo mais de sete dezenas de museus e monumentos de todo o território nacional, segundo um comunicado da MMP divulgado na quarta-feira.

Este ano, o Dia Internacional dos Museus coincide com a Noite Europeia dos Museus, criada em 2005, que permite aos visitantes usufruir destes espaços em período noturno, e participarem nas múltiplas atividades programadas, que podem ser consultadas em https://dim.museusemonumentospt.pt/, em permanente atualização.

De acordo com a MMP, a entrada nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais da sua tutela é gratuita.

Neste dia, a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, vai assinalar os 20 anos da reabertura do Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, que dirigiu, e onde vai fazer uma intervenção de “apresentação de novas políticas culturais: classificação, aquisição e circulação de obras de arte; autonomia dos museus e democratização do acesso à cultura; estudo, classificação e reabilitação do Fontelo”, segundo a agenda da governante.

No Norte, no Mosteiro de Leça do Balio, sede da Fundação Livraria Lello, será exposta, pela primeira vez ao público, a obra “Descida da Cruz”, do pintor português Domingos Sequeira (1768-1837), que seguirá para o Museu Nacional de Soares dos Reis, para exposição a partir de 01 de junho.

Em Guimarães, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães vai inaugurar a exposição “Problemas do Primitivismo — A Partir de Portugal”, com curadoria de Marta Mestre e Mariana Pinto dos Santos, seguindo-se, noite dentro, o programa “antimuseu”, a cargo da Revolve, com Croatian Amor, DJ Lynce, DJ Veludo, Miguel Pedro, oqbqbo e Vanity Productions.

Gerardo Rodrigues ao piano marcará o Dia Internacional dos Museus e a Noite Europeia dos Museus no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, e no Museu Nacional de Conímbriga decorrerá uma apresentação de comunicações no âmbito de trabalhos de mestrado e doutoramento desenvolvidos naquele museu.

Em Coimbra, o museu municipal organiza a visita guiada dramatizada “O Guarda chaves sobe à Torre de Almedina”, às 11:00, destinada ao público em geral e a crianças com mais de 6 anos, mediante inscrição prévia, segundo o programa geral.

No distrito de Leiria, o Mosteiro de Alcobaça irá apresentar um ateliê intitulado “Uma viagem pelo tempo: como é ser monge?”, pelas 10:30, para dar a conhecer uma parte importante do monumento – o Scriptorium – onde os monges copistas produziam códices, os livros medievais.

Em Lisboa, o Museu Nacional de Arte Antiga vai organizar, especialmente para famílias, uma visita-jogo relativa ao “Retrato de um artista: a arte de Domingos Sequeira”, enquanto durante a Noite Europeia de Museus, às 21:30, no antigo ateliê do pintor José Malhoa, na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, decorrerá “Uma soirée musical e literária do início do século XX”, pelo Movimento Patrimonial para a Música Portuguesa.

Em Lisboa, o Museu Nacional de Arte Antiga vai organizar, especialmente para famílias, uma visita-jogo relativa ao “Retrato de um artista: a arte de Domingos Sequeira”, enquanto durante a Noite Europeia de Museus, às 21:30, no antigo ateliê do pintor José Malhoa, na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, decorrerá “Uma soirée musical e literária do início do século XX”, pelo Movimento Patrimonial para a Música Portuguesa.

Ainda na capital, o Museu Nacional de Etnologia vai organizar visitas guiadas às “Galerias da Amazónia”, entre as 19:00 e as 20:00, em cujas reservas visitáveis, o público em geral tem acesso às coleções relativas às culturas amazónicas com mais de 1.700 objetos que as constituem, representando um total de 37 povos indígenas.

Por seu turno, o Museu Rainha D. Leonor, em Beja, organizará o “Museu na Rua” através de oficinas e, no Funchal, no Museu Quinta das Cruzes, terá lugar um baile oitocentista.

Anualmente, mais de 40 mil museus de todo o mundo participaram no Dia Internacional dos Museus, segundo o ICOM, organizando programações que envolvem, entre outras, visitas guiadas, lançamento de livros, recriações históricas e conferências.

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Maior escrutínio à política do BCE une esquerdas e afasta liberais no debate das europeias

Num confronto em que a esquerdas voltaram a estar em maioria no debate, salários, valorização da economia e as taxas de juro estiveram no centro da discussão.

Depois de dois debates com enfoque na defesa, alargamento e imigração, os cabeças de lista da CDU (coligação que junta PCP e os Verdes), do Bloco e Esquerda, do Livre e da Iniciativa Liberal centraram-se nas questões económicas da União Europeia, naquele que foi terceiro “debate quadrangular” das eleições europeias, o mais aceso até agora.

Salários, moeda única, e taxas de juro foram os temas principais do debate entre João Oliveira (que fez a sua estreia), Catarina Martins, João Cotrim de Figueiredo e Francisco Paupério.

IL de fora do apelo por um “maior escrutínio” ao BCE

Tanto o Livre como o Bloco de Esquerda e o PCP defendem que o Banco Central Europeu (BCE) deve ser alvo de um maior escrutínio face às decisões que toma relativamente à política monetária no bloco europeu, nomeadamente, ao nível do ritmo de evolução das taxas de juro, que só deverão começar a descer, pela primeira vez desde 2019, em julho.

“Quando se diz que o BCE é independente, é independente de quem?”, começou por questionar Catarina Martins, que acusou a instituição liderada por Christine Lagarde de responder ao “sistema financeiro” e de “penalizar as famílias” com a subida das taxas de juro.

“[O BCE] salva bancos, apoia os bancos contra as famílias”, acusou a bloquista, que defende que o Parlamento Europeu deve ter a capacidade de emitir um “parecer vinculativo no mandato do BCE” para garantir que há “escrutínio democrático”.

O cabeça de lista do Livre também subscreve uma maior capacidade de escrutínio do Parlamento Europeu face à atuação do BCE, referindo, a título de exemplo, que os 27 comissários europeus “estão dispostos a responder” perante o hemiciclo antes do início dos seus mandatos.

Com o BCE devia ser igual“, defendeu Francisco Paupério, sublinhando que, embora o banco europeu tenha um mandato secundário social e ambiental, não o tem exercido “nesse sentido”.

Na mesma linha surge João Oliveira que apelou a um maior “controlo democrático” de instituições como o BCE que devem, acima de tudo, “servir o povo”, sobretudo em alturas de maior pressão inflacionista, tal como aquela que o bloco europeu tem vivido no último ano.

João Cotrim de Figueiredo rejeitou as posições defendidas pelos três partidos de esquerda, defendendo que o BCE mantém-se “independente e com mandatos claros” e que, à semelhança de outros bancos centrais, a instituição europeia definiu como “objetivo sério manter a inflação controlada”.

“Não defendo as políticas monetárias do BCE [subidas das taxas de juro], mas, no dia em que o BCE perder a independência, ficará nas mãos dos poderes eleitorais. É o fim das condições de prosperidade da União Europeia”, alertou o cabeça de lista da Iniciativa Liberal.

Partidos concordam com maiores salários mas diferem nas políticas

Depois de ter reiterado que “Portugal deve preparar políticas” para uma saída da moeda única, sob o argumento de que se “tem tornado num obstáculo ao desenvolvimento do país”, o cabeça de lista da CDU defendeu que Portugal deve ter maiores salários, dizendo que rendimentos mais saltos “devem ser critérios de desenvolvimento” de qualquer Estado-membro na União Europeia. No entanto, não esclareceu sobre que moeda viria em substituição do Euro caso a proposta fosse levada a avante no Parlamento Europeu.

O euro não é uma fatalidade. Escudo? Não queremos andar para trás, queremos andar para a frente“, explicou João Oliveira.

Recordando que o PCP propõe um “pacto” no qual defende a “valorização do trabalho e dos salários”, o candidato comunista salientou que as negociações entre sindicatos e patrões desempenham um papel fundamental no alcance deste objetivo, defendendo, por isso, um maior poder sindicalista nas empresas. “Sem uma economia qualificada não conseguimos ter salários mais elevados”, disse.

Também o Livre defende um papel reforçado dos trabalhadores nas empresas, sugerindo que estes devem ter representação nos Conselhos de Administração. Mas acima de tudo, Francisco Paupério diz que o partido é a favor de um salário mínimo europeu — ajustado conforme a realidade de cada país — e que, no caso de Portugal, seria o equivalente a “80% do salário mínimo de Espanha”, que neste momento está acima dos 1.000 euros.

João Cotrim de Figueiredo foi o maior (e único) crítico da proposta de saída do euro da CDU entre os debatentes, tendo pressionado o cabeça de lista comunista a esclarecer se o partido é a favor da saída da UE e a explicar de que forma seria conduzida essa saída do euro. A resposta não chegou, e as críticas continuaram.

“A única forma de aumentar salários é ter uma economia que cresça e que crie empregos com qualificação”, afirmou o cabeça de lista da Iniciativa Liberal. “Uma evolução salarial por decreto não tem impacto na economia. [Essas propostas] são o típico de propostas para aumentar a despesa e não de fazer crescer a economia“, retorquiu.

Já Catarina Martins, que também se diz a favor do aumento dos salários, não acompanhou nenhuma das propostas dos candidatos nesta matéria, mas criticou a sugestão do Livre, admitindo ter “muitas dúvidas” quanto à sua eficácia, isto depois de no último debate ter convidado o partido a integrar a Esquerda Europeia ao invés dos Verdes no Parlamento Europeu. “É um debate sobre o qual é preciso ter algum cuidado”, disse a cabeça de lista do BE.

Para a bloquista, a chave para o crescimento da economia e da valorização salarial passa por um maior “investimento público em setores estratégicos”, desde logo aqueles ligados à “transição verde e justa”.

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Moody’s mantém rating de Portugal e vê risco de novas eleições no final deste ano

Agência de notação financeira decidiu manter o rating da República, meses depois de ter elevado a notação portuguesa em dois níveis para o patamar "A3".

A Moody’s decidiu manter o rating de Portugal no nível “A3” com perspetiva estável, na sequência da avaliação que tinha marcada para esta sexta-feira. No entanto, a agência de notação financeira considera que os riscos de novas eleições antecipadas ainda este ano “são elevados”, afirma num comunicado.

No dia 17 de novembro de 2023, a Moody’s subiu o rating da dívida portuguesa em dois níveis, de “Baa2” para “A3”. A perspetiva passou de positiva a estável e, para esta sexta-feira, os analistas contactados pela Lusa não esperavam nenhuma alteração, embora admitissem uma possível melhoria do outlook.

Feita essa avaliação periódica, a Moody’s considera que muitos dos pressupostos sobre Portugal se mantêm. Contudo, indica que “as eleições antecipadas em março de 2024 não resultaram numa clara maioria governativa”, pelo que “os riscos de novas eleições antecipadas no final de 2024 são elevados”.

A Moody’s também entende que o rating da dívida portuguesa pode ser afetado negativamente pela exposição às alterações climáticas, bem como no caso de a NATO acabar diretamente envolvida na guerra entre a Rússia e a Ucrânia — algo que, ainda assim, considera ser “improvável”.

Ainda assim, a notação atribuída ao país assenta na sua economia “competitiva e diversificada”, níveis “relativamente elevados” de riqueza e de solidez institucional. Os principais desafios para a Moody’s permanecem o “rácio ainda alto de dívida pública” em comparação com os pares, apesar de elogiar a trajetória de queda do endividamento português.

Para a Moody’s, nos seis meses desde que subiu a notação portuguesa, a evolução do país tem sido “geralmente consistente” com as suas expectativas, nomeadamente o crescimento de 2,3% do PIB real em 2023, muito acima da média europeia de 0,4%. A Moody’s antecipa, assim, um crescimento de 1,8% em 2024 e 1,9% em 2025.

A agência admite ainda que o excedente orçamental de 1,2% do PIB em 2023 ficou “ligeiramente acima” da sua projeção de 0,9% e que a descida do rácio de dívida face ao PIB para menos de 100% aconteceu “mais cedo” do que o previsto.

A Moody’s, que tem nova avaliação a Portugal marcada para 15 de novembro, sublinha ainda que a notação do país poderá beneficiar de um crescimento económico mais acentuado do que o esperado, o que poderia ocorrer no caso de uma “implementação mais eficaz dos projetos de investimento e das reformas macroeconómicas” previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A próxima agência de notação financeira a pronunciar-se sobre Portugal será a DBRS no dia 19 de julho. Entre as outras principais agências, a Standard & Poor’s avalia a dívida soberana portuguesa em “A-” com perspetiva positiva; a Fitch em “A-” com perspetiva ‘estável’; e a DBRS em “A” com perspetiva estável.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h50)

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PS à frente da AD nas intenções de voto para as europeias

  • ECO
  • 17 Maio 2024

PS lidera as intenções de voto com uma distância ligeira da coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM. À esquerda, os socialistas seriam os únicos a conseguir eleger eurodeputados.

O PS lidera a mais recente sondagem a três semanas das eleições europeias, conquistando 25% das intenções de voto, enquanto a Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) surge em segundo lugar, com 23% dos votos. Já o Chega aparece na terceira posição, alcançando 7%, mais um ponto percentual do que a Iniciativa Liberal.

Assim, o PS poderá ser o único partido da ala da esquerda a conseguir eleger eurodeputados, segundo a sondagem realizada pela IPESPE Duplimétrica para a CNN Portugal. Nem o Bloco de Esquerda, nem o Livre, nem a CDU conseguem mais do que 2% das intenções de votos, situando-se ainda longe dos cerca de 4,7% necessários para eleger.

Segundo a CNN Portugal, esta sondagem decorreu entre os dias 6 a 13 de maio de 2024 e foram realizadas 800 entrevistas. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3,5 pontos percentuais, para um grau de confiança de 95,45%. A taxa de resposta foi de 59,97%.

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