“Corte de 25 pontos base na taxa de juro do BCE em dezembro é a resposta certa”, diz governador do Banco da Grécia

O governador do Banco da Grécia defende mais um corte de 25 pontos base nas taxas de juro do BCE em dezembro, argumentando que o aumento salarial no terceiro trimestre foi um "pico isolado".

O governador do Banco da Grécia e membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Yannis Stournaras, defendeu esta manhã, em entrevista à Bloomberg TV, um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro já na próxima reunião de política monetária que terá lugar a 12 de dezembro em Frankfurt.

“Um corte de um quarto de ponto na taxa de juro em dezembro é a resposta certa” face à atual conjuntura económica da zona euro, referiu Yannis Stournaras, argumentando que o aumento dos salários no terceiro trimestre, que poderá ser visto como um entrava a um corte das taxas diretoras, “foi um pico” isolado, não representando uma tendência sustentada de pressões inflacionistas.

“Devemos cortar [as taxas] em cada reunião até atingirmos os 2%”, argumentou Yannis Stournaras, que estima que a taxa neutra do BCE é, atualmente, de cerca de 2%”, considerando que este nível representa o equilíbrio entre o estímulo e a restrição monetária.

No entanto, o banqueiro central admitiu que “é demasiado cedo para dizer se o BCE precisa de ir abaixo do nível neutro” para estimular a economia da Zona Euro.

As declarações de Yannis Stournaras para que a autoridade responsável pela política monetária continue a cortar as taxas de juro encontram eco noutros membros do Conselho do BCE vistos como “pombas” em detrimento dos “falcões”, como Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, que continua a defender cortes nas taxas de juros do BCE.

Fonte: Bloomberg.

É também neste grupo de membros do Conselho do BCE que se inclui Christodoulos Patsalides, governador do Banco Central do Chipre, que esta quinta-feira afirmou que “se as projeções de dezembro confirmarem o cenário base, haverá margem para cortar as taxas” na última reunião do Conselho do BCE do ano.

No entanto, Christodoulos Patsalides sublinhou que “a abordagem aos cortes das taxas deve ser gradual”, sugerindo uma postura mais cautelosa.

Numa intervenção recente no Birkbeck College em Londres, Yannis Stournaras mostrou-se otimista quanto à evolução da inflação na Zona Euro. O governador grego prevê que o objetivo de 2% de inflação seja alcançado “no início de 2025”, considerando que a área do euro está “à beira de atingir de forma sustentável” esta meta.

Stournaras defendeu ainda que os decisores políticos podem já reivindicar o sucesso no controlo da inflação, sobretudo “dada a velocidade e a escala sem paralelo do aperto da política monetária”, ao mesmo tempo que foi “alcançado sem comprometer o emprego ou a estabilidade financeira”.

Por essa razão, Yannis Stournaras defende que o BCE deve agora mudar de postura para se “preocupar mais com os riscos para com o crescimento económico” da Zona Euro.

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Taxas do crédito à habitação sobem nos três principais prazos

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

A Euribor subiu nos três principais prazos esta quinta-feira, invertendo a quebra da véspera no prazo mais curto e mantendo a tendência nos dois prazos mais longos.

A Euribor subiu esta quinta-feira a três, seis e 12 meses, invertendo a quebra da véspera no prazo mais curto e mantendo a tendência nos dois prazos mais longos. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 3,005%, continuou acima da taxa a seis meses (2,778%) e da taxa a 12 meses (2,491%).

Saiba como evoluíram as taxas Euribor:

  • A Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, subiu 0,017 pontos, para 2,778%, após ter caído na segunda-feira para um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022 (2,735%).
  • A Euribor a 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, subiu para 2,491%, mais 0,026 pontos do que na quarta-feira e após ter atingido na segunda-feira um novo mínimo desde 5 de outubro de 2022 (2,432%).
  • A Euribor a três meses, subiu para 3,005%, mais 0,005 pontos do que na sessão anterior. Na passada sexta-feira, esta taxa tinha descido para 2,998%, um novo mínimo desde 28 de março de 2023.

A média da Euribor em outubro desceu a três, seis e 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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José Sócrates sublinha que processo Marquês visou impedir candidatura a Presidente da República

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

Sócrates reafirma num artigo de opinião que o processo Marquês visou impedir a sua candidatura à Presidência da República e evitar que o Partido Socialista ganhasse as eleições de 2015.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates reafirma num artigo de opinião que o processo Marquês visou impedir a sua candidatura à Presidência da República e evitar que o Partido Socialista (PS) ganhasse as eleições de 2015.

No artigo divulgado esta quinta-feira no jornal Diário de Notícias, no dia em que se assinalam os 10 anos da operação Marquês, José Sócrates aborda todos os passos do processo e afirma que não se trata de processo de direito comum, mas de um processo de exceção.

“O processo Marquês nunca foi um processo judicial, mas uma armação política — impedir a minha candidatura a Presidente da República e evitar que o Partido Socialista ganhasse as eleições legislativas de 2015. A única diferença face ao recente Processo Influencer é que, há 10 anos, não se esqueceram de escolher o juiz. A diferença que faz escolher o juiz”, sublinhou.

Neste momento, de acordo com José Sócrates, no processo não existe acusação (anulada em 2021), nem pronúncia (anulada em 2024), mas “a perseguição continua”.

“A operação de ‘lawfare’ segue à risca os procedimentos: manipularam a escolha do juiz, fabricaram acusações falsas e estapafúrdias, incumpriram todos os prazos e violaram o segredo de justiça, por forma a alimentar o jornalismo e fazer dele o seu principal aliado. O ‘lawfare’ é assim: não se destina a ganhar um melhor lugar na mesa das negociações — é uma guerra de extermínio. Em Portugal dura há 10 anos“, realça.

No artigo, José Sócrates volta a dizer que o Estado português levou a cabo uma campanha de difamação “contra um cidadão inocente”, destacando que há várias formas de contar a história e uma delas é a mentira.

José Sócrates lembra que 10 anos depois, a história do processo é também a da “história vertiginosa e contínua mudança na acusação” e também “de violência de arbítrio”.

“Dez anos de prisão na opinião pública. Dez anos em que o sistema criminal português se comportou como na ditadura, prendendo e difamando um inocente, enquanto escolhia o juiz do inquérito que melhor servisse o Ministério Público“, refere.

No artigo, destacou igualmente que o jornalismo cumpriu o seu papel.

“O jornalismo divulgou, o jornalismo justificou, o jornalismo branqueou — manobras dilatórias são os dos advogados, não existem manobras dilatórias do Estado. O adiamento dos prazos de inquérito, o adiamento dos prazos de instrução, o incumprimento de qualquer tipo de prazo pelo Estado é visto, pelo jornalismo, como a procura da ‘verdade material’ ou como resposta à chamada ‘dificuldade em provar’ ou ainda como forma de ultrapassar a costumeira ‘falta de meios'”, referiu.

José Sócrates foi detido há 10 anos no aeroporto de Lisboa, quando chegava de Paris, e uma década passada sobre esse dia ainda não começou o julgamento da Operação Marquês, processo marcado por sucessivos recursos do antigo primeiro-ministro.

No processo, foi acusado pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar Sócrates de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento apenas por três crimes de branqueamento e três de falsificação.

Uma decisão posterior do Tribunal da Relação de Lisboa viria a dar razão a um recurso do MP, e em janeiro determinou a ida a julgamento de um total de 22 arguidos por 118 crimes económico-financeiros, revogando a decisão instrutória, que remeteu para julgamento apenas José Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

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Kiev diz que Rússia lançou pela primeira vez míssil balístico intercontinental

  • ECO
  • 21 Novembro 2024

O exército ucraniano diz que o lançamento ocorreu durante a noite a partir da região russa de Astracã, mas uma fonte anónima desmente Kiev e afirma que se tratou apenas de um míssil balístico.

A força aérea ucraniana afirmou esta quinta-feira que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental pela primeira vez durante a guerra. O lançamento terá ocorrido durante a noite, a partir da região russa de Astracã, que fica a sudeste de Volgogrado, que faz fronteira com o Mar Cáspio.

Os mísseis balísticos intercontinentais têm um alcance de milhares de quilómetros e podem transportar carga convencional ou nuclear.

Sem dar pormenores sobre eventuais vítimas ou danos provocados pelo míssil balístico intercontinental, o exército ucraniano referiu apenas que os ataques russos da última noite visaram “empresas e infraestruturas críticas em Dnipro” e que conseguiu abater seis mísseis de cruzeiro Kh-101.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou comentar as alegações das autoridades ucranianas, dizendo que as perguntas sobre o assunto deveriam ser dirigidas ao Ministério da Defesa da Federação Russa.

No entanto, em declarações à estação norte-americana ABC News, uma fonte anónima disse que o ataque das forças russas não parecia ser um míssil balístico intercontinental, tratando-se antes de um míssil balístico.

A confirmar-se o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelas forças russas, este ocorre numa altura em que se receia que o conflito na Ucrânia possa agravar-se. Esta semana, o exército ucraniano lançou pela primeira vez mísseis norte-americanos ATACMS contra alvos na Rússia, dias após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter autorizado a utilização destas armas de longo alcance.

Horas depois de Moscovo ter anunciado que tinha abatido alguns dos mísseis ATACMS, o Kremlin anunciou que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha assinado um decreto que abre caminho à utilização de armas nucleares em resposta a uma “agressão por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”.

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CTT preparam “peak season” com contratação de 800 pessoas

Os Correios esperam realizar mais de um milhão de entregas nos dias de maior pico de encomendas, estando a recrutar mais de oito centenas de funcionários para reforçar a operação.

Os CTT estão a reforçar a operação para dar resposta ao período de pico de encomendas, no qual esperam entregar mais de um milhão de objetos nos dias de maior atividade em Portugal e Espanha. O reforço passa pela “contratação de mais de 800 pessoas” para esta época, que se estende desde 29 de novembro (Black Friday) até 6 de janeiro, dia de Reis.

“Existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7.800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares”, avançaram os CTT esta quinta-feira, num comunicado.

Ademais, “será implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais”, aponta a empresa liderada por João Bento.

A empresa, cotada na bolsa de Lisboa, recorda que esta é sempre uma época “muito relevante”, abrangendo o período tradicional das compras do Natal. Por isso, “para garantir a melhor qualidade de serviço ao cliente os CTT vão implementar diversas medidas de reforço de operação para fazer face ao grande número de encomendas que se esperam nesta altura e minimizar eventuais constrangimentos que possam surgir”.

O reforço de meios, que se estende também à área dos Sistemas de Informação, passa ainda pela existência de “equipas de manutenção em permanência” em vários dos centros dos CTT. “No apoio ao cliente, existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento”, aponta a companhia.

Com estas medidas, a empresa garante que “a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro”.

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Tiago Vidal passa a global chief operating officer da LLYC

  • + M
  • 21 Novembro 2024

Até agora chief talent and technology officer, Tiago Vidal fica responsável por também supervisionar o marketing, comunicação, ESG e a equipa de integração a nível global.

Tiago Vidal assume é o novo global chief operating officer da LLYC. A nomeação que decorre do processo de transformação da empresa, no âmbito do qual Luisa García passa de chief operating officer para CEO global de corporate affairs.

Nesta nova função, Tiago Vidal, sócio da LLYC e até agora chief talent and technology officer, fica responsável por – além das áreas de talento e tecnologia – supervisionar o marketing, comunicação, ESG e a equipa de integração. Esta última, “fundamental para maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico da LLYC”, refere-se em nota de imprensa.

É um enorme prazer trabalhar com os meus parceiros e as nossas equipas talentosas na estratégia global de crescimento e transformação, com foco na criação de valor em M&A, na atração e desenvolvimento de talento, no fortalecimento da marca global, no ESG e na transformação digital da nossa organização”, diz Tiago Vidal, citado em comunicado.

Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, refere que a nomeação de Tiago Vidal “consolida a estratégia de talento, TI, comunicação e integração numa mesma área” por parte da agência, com o objetivo de continuar a impulsionar a sua estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa.

Luisa García,por seu turno, pelo que vai concentrar o seu foco na “inovação e integração da oferta de soluções em corporate affairs“.

Esta área de atuação da LLYC “engloba serviços tais como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, advocacy e diplomacia corporativa”, refere-se em nota de imprensa, onde se adianta que a mesma contribui com 60% do total das receitas operacionais da empresa.

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UBS antecipa fortes cortes das taxas de juro para 2025

O banco suíço prevê que o BCE e a Fed cortem em 125 e 100 pontos base, respetivamente, as taxas de juro em 2025, contribuindo para uma subida de 10% do S&P 500 e de 6% das ações europeias.

O UBS apresentou esta quinta-feira o seu outlook para 2025, traçando um cenário positivo para a economia global e para os mercados financeiros no próximo ano, antecipando uma continuidade do bom momento desta década que, até à data, é marcada por uma subida de 50% das ações mundiais e pelo aumento de 70% dos lucros das empresas dos EUA.

Sob o mote “Roaring 20s: The next stage”, o banco suíço prevê uma “próxima fase dos loucos anos 20” marcada por cortes nas taxas de juro, oportunidades em setores inovadores como a inteligência artificial e uma subida das ações, particularmente nos EUA, em que o UBS antecipa uma escalada do índice S&P 500 até aos 6.600 pontos, cerca de 10% acima dos valores atuais.

No relatório, apresentado esta quinta-feira aos jornalistas, Mark Haefele, responsável pelo departamento de investimento do UBS Global Wealth Management, destaca que “o resultado das eleições nos EUA continua a ser um ponto central para grande parte do que irá acontecer em 2025”, dada a perspetiva de Donald Trump levar avante uma política fiscal marcada por impostos mais baixos e uma maior desregulamentação do mercado.

O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado.

Mark Andersen

Co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS

Segundo o especialista do UBS, esta orientação política do futuro presidente dos EUA “contribuirá para uma narrativa positiva do mercado para a esta década de 2020 ‘dourada’, construída sobre um crescimento sólido e investimento contínuo em inteligência artificial”.

No entanto, alerta que “os problemas da desglobalização, da dívida e da demografia significam que temos de estar preparados para diversos resultados no próximo ano”.

BCE e Fed com “carta branca” para cortar juros

Um dos principais destaques do outlook do UBS para 2025 é a expectativa de que os principais bancos centrais prolonguem o ciclo de cortes nas taxas de juro iniciadas já este ano, com particular ênfase para o Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde.

“Estamos a contar que o BCE corte cerca de 125 pontos base até ao final de 2025 e o Banco de Inglaterra cerca de 100 pontos base”, referiu Themis Themistocleous, responsável pelo departamento de investimento para a Europa do UBS Global Wealth Management, no decorrer da apresentação do relatório aos jornalistas esta manhã.

Para os EUA, a projeção é de cortes de 100 pontos base por parte da Reserva Federal (Fed) liderada por Jerome Powell ao longo do próximo ano à medida que “a inflação continuará a cair”.

Esta nova política monetária por parte dos principais bancos centrais, após um período de fortes subidas do preço do dinheiro, deverá ter impacto direto nas principais divisas. O UBS antecipa que o euro, face à cotação que está a negociar atualmente, possa valorizar até 6% face ao dólar ao longo do próximo ano, com a taxa de câmbio EUR/USD a variar entre 1 e 1,12 em 2025.

Ações em alta, com EUA e Ásia no topo

O UBS está bastante otimista para o mercado acionista em geral, esperando que os principais índices continuem a subir após os ganhos de 2023 e 2024.

Para o mercado norte-americano, o banco suíço antecipa que o índice S&P 500 atinja os 6.600 pontos até ao final de 2025, o que representa uma valorização de cerca de 10% face aos níveis atuais.

“O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado”, destacou Mark Andersen, co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS, no decorrer da apresentação aos jornalistas.

Mark Andersen considera que, particularmente o mercado norte-americano “continua a apresentar vantagens estruturais competitivas face a outros mercados”, notando inclusive que alguns dos riscos potenciais em torno de pressão que se tem criado em redor da economia global e potencialmente aos mercados de ações, como as barreiras tarifárias sobre determinados produtos, “afetam menos o mercado de ações dos EUA do que outros mercados como a Europa e a China”.

Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação.

UBS

Year ahead 2025 - Roaring 20s: The next stage

Dentro do mercado acionista dos EUA, o UBS mostra preferência pelos setores de tecnologia, utilities e a área financeira. “A tecnologia e as utilities certamente estão a beneficiar de algumas das fortes tendências, incluindo a inteligência artificial”, referiu Mark Andersen.

Já para a Ásia excluindo o Japão, o banco suíço também mantém uma visão positiva, esperando um retorno de cerca de 15% para o índice MSCI Asia ex-Japan até ao final de 2025. “Consideramos o mercado da Ásia ex-Japão atrativo no geral, e esperamos que o índice MSCI Asia ex-Japan valorize cerca de 15% até o final de 2025”, indica o relatório.

O UBS destaca em particular o potencial da Índia, prevendo um crescimento dos lucros por ação de 12% no ano fiscal de 2025 e 14% no ano fiscal de 2026 para o índice MSCI India.

Quanto à Europa, as perspetivas são mais contidas, com o banco a antecipar retornos totais de cerca de 6% para o índice MSCI Europe até ao final de 2025. O UBS mostra preferência por ações de pequenas e médias empresas (small e mid caps) da Zona Euro e por ações suíças de elevada qualidade e com dividendos atrativos.

Ouro brilha com riscos geopolíticos

O outlook do UBS para 2025 destaca ainda o potencial do ouro como ativo de refúgio num contexto de persistentes riscos geopolíticos e preocupações com a dívida pública nos EUA.

O banco prevê que o metal precioso atinja novos máximos históricos, com a onça a negociar nos 2.900 dólares até ao final do ano, enquanto continua a recomendar os seus clientes a manterem uma exposição de 5% da sua carteira a este ativo.

“Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação”, refere o relatório.

O UBS traça um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Segundo as previsões dos especialistas do UBS, também o setor imobiliário deverá ter um desempenho positivo no próximo ano, tanto no segmento residencial como no comercial. “As perspetivas para investimentos imobiliários residenciais e comerciais são promissoras”, refere o outlook do banco suíço, com os especialistas a notarem que, “com uma oferta limitada e uma procura crescente, há oportunidades em setores como a logística, data centers e moradias multifamiliares.”

Themis Themistocleous destacou em particular o potencial do mercado imobiliário na Europa continental: “Temos uma perspetiva positiva para a Europa continental, onde vemos aumento da procura à medida que os salários reais continuam a crescer”, sublinhando que “as taxas de poupança são muito altas, a oferta está limitada e as taxas de juro continuam a cair, o que deve ser favorável para esse mercado”.

O UBS traça assim um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Porém, o banco alerta para a necessidade de os investidores se manterem preparados para diversos cenários, face aos desafios estruturais e incertezas que persistem na economia global, particularmente numa altura em que se assiste ao escalar das tensões geopolíticas na Europa em redor da guerra na Ucrânia.

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Famílias voltam a apostar nos Certificados de Aforro um ano depois

Aplicações nos tradicionais Certificados de Aforro aumentaram 240 milhões de euros em outubro, depois de registarem saídas nos 11 meses anteriores.

Um ano depois, as famílias voltam a apostar nos Certificados de Aforro. As aplicações neste tradicional produto de poupança do Estado aumentaram 240 milhões de euros em outubro, depois de 11 meses a caírem.

O que mudou? O regresso aos Certificados de Aforro surge depois de o Governo ter aumentado no mês passado os limites máximos para a subscrição de certificados dos 50 mil euros para os 100 mil euros na atual série em vigor, a Série F.

Por outro lado, com a descida das taxas dos depósitos, os Certificados de Aforro estão a conquistar de novo a preferência das famílias portuguesas. Em setembro, a taxa média dos depósitos situou-se nos 2,55%, caindo há nove meses, e alinha-se agora com a taxa base dos atuais certificados (2,5%).

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal mostram que nos 11 meses anteriores haviam “saído” cerca de 183 milhões de euros dos Certificados de Aforro. As subscrições líquidas registadas apenas no mês de outubro compensaram largamente essas saídas. O montante total de aplicações nestes certificados ascendia assim a 34,13 mil milhões de euros, um novo recorde absoluto.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Certificados do Tesouro caem há três anos

Em relação aos Certificados do Tesouro, continuam a observar mais resgates do que subscrições. No mês passado o stock caiu quase 90 milhões de euros, totalizando agora os 10 mil milhões, de acordo com os dados do supervisor. Há precisamente três anos que esta situação se verifica, acumulando saídas de 7,86 mil milhões de euros neste período.

Ao todo, as famílias tinham emprestados 44,1 mil milhões de euros ao Estado através destes dois tipos de certificados no final do mês de outubro.

(Notícia atualizada às 11h17)

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Autoridade da Concorrência autoriza compra da Meo Arena pela Live Nation com compromissos

O regulador da concorrência autorizou a compra da dona da Meo Arena pela Live Nation, mas sujeitou a transação a compromissos, incluindo a "redução imediata dos preços de acesso".

A Autoridade da Concorrência (AdC) autorizou a compra da Meo Arena pela Live Nation Entertainment, sujeitando a operação a compromissos, incluindo uma “redução imediata dos preços de acesso” e o “congelamento” dos mesmos pelo período de cinco anos.

A operação em causa envolve a aquisição de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues Produções e da Arena Atlântico (dona da Meo Arena) e respetivas subsidiárias, por parte da Live Nation Entertainment (LNE), que em Portugal “encontra-se ativa na promoção do festival Rock in Rio Lisboa”, através de uma subsidiária.

“Esta decisão foi possível após a LNE propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”, refere a AdC em comunicado.

A decisão da AdC, que demorou mais de 20 meses, foi assim “precedida de uma investigação aprofundada”, depois de esta entidade ter considerado que “a operação de concentração poderia resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à Meo Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”.

O negócio acabou por receber luz verde depois de a Live Nation ter apresentado uma série de compromissos para responder às preocupações de AdC. Entre estes compromissos encontra-se desde logo a “redução imediata dos preços”, bem como o “congelamento” dos preços para os próximos cinco anos. Além disso, qualquer alteração de preços que venha a ocorrer no futuro “só poderá ocorrer após validação do Mandatário de Monitorização, lê-se no comunicado divulgado.

Os compromissos assumidos – e cuja última versão foi apresentada no 21 de outubro – reforçam ainda “as condições que visam impedir o acesso, por parte da LNE, a informação comercial sensível relativa aos promotores concorrentes que recorram ao Meo Arena” e tornam “mais robustas” as condições de monitorização dos compromissos.

Garantir o acesso de todos os promotores à Meo Arena “com base em condições justas, razoáveis e não discriminatórias”, estabelecer um limite máximo de utilização da Meo Arena pela LNE e pela R&B “de modo a permitir que os demais produtores tenham acesso à sala” ou simplificar a política de reservas da Meo Arena foram outros dos compromissos assumidos, onde se inclui ainda um reforço da liberdade de os promotores terceiros “utilizarem a empresa de bilhética da sua preferência”.

Além disso, a Arena Atlântico fica impossibilitada de impor “quaisquer comissões, taxas ou encargos de qualquer tipo” aos operadores de ticketing e aos promotores terceiros – com exceção dos estabelecidos no Documento da Política de Preços da Meo Arena.

“A AdC entendeu que a nova proposta de Compromissos assumidos pela LNE perante a AdC se afigura adequada, suficiente, proporcional e exequível para obviar às potenciais preocupações jusconcorrenciais suscitadas pela operação tal como notificada”, termina o documento.

A compra da Arena Atlântico e de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues Produções por parte da Live Nation Entertainment foi conhecida no final de abril de 2023. No entanto, a promotora de espetáculos norte-americana já estava ativa em Portugal com a promoção do festival Rock in Rio Lisboa. Na verdade, detém 60% do Rock in Rio desde 2019.

As operações diárias da Meo Arena vão continuar a ser geridas pela atual equipa, com o apoio da rede global da Live Nation, devendo o acordo ser concluído no final de 2024/início de 2025, avança-se em comunicado.

Para já, estão planeadas renovações visando modernizar os lugares premium, skyboxes, camarins e concessões, “melhorando a experiência geral dos fãs e tornando a arena mais atraente para os artistas visitantes”. Além disso, a Live Nation vai também “concentrar-se na redução do impacto ambiental e no aumento dos benefícios sociais, em linha com os compromissos Green Nation”, avança-se na mesma nota.

“Lisboa é uma das capitais mais vibrantes da Europa, e é uma honra fazermos parte da sua identidade cultural. Com este investimento, estamos comprometidos em trazer mais espetáculos para Portugal, apoiar a economia local e criar experiências incríveis para os fãs”, diz John Reid, presidente da Live Nation EMEA (Europa, Médio Oriente e África), citado em comunicado.

Por parte da Meo Arena, o seu CEO, Jorge Vinha da Silva, diz que com o acordo se pretende “reforçar a reputação da arena como destino cultural”, sendo a Live Nation “o parceiro estratégico ideal para alcançar esse objetivo”. “Estamos muito entusiasmados por entrar nesta nova era, não só para a Meo Arena, mas também para Portugal”, acrescenta.

Nos últimos dois anos, a Live Nation trouxe a Portugal artistas como Olivia Rodrigo, Madonna, Troye Sivan, Blink-182, Karol G, Thirty Seconds to Mars, Melanie Martinez, Tate McRae, Harry Styles, The Driver Era, Jacob Collier, The Weeknd, Travis Scott, Coldplay ou Ricky Gervais.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h44, após envio de comunicado pela Live Nation)

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Acidentes de trabalho estão a aumentar. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" traz-lhe as notícias que estão a marcar o mercado de trabalho, dos salários às novas tendências, todas as quintas-feiras.

O número de acidentes de trabalho não fatais registados na União Europeia aumentou, à boleia da retoma da atividade pós pandemia. Este é um dos temas quentes do novo episódio do podcast “Ao trabalho!”, que lhe leva todas as quintas-feiras os principais destaques, em menos de cinco minutos. Falamos também sobre o prémio salarial associado às licenciaturas e aos mestrados e sobre a transparência salarial.

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Obra de arte de Cattelan com banana colada a parede vendida por 5,9 milhões de euros

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

O comprador disse que esta peça “representa um fenómeno cultural que estabelece uma ponte entre os mundos da arte, memes e a comunidade das criptomoedas”.

A obra “Comedian”, do italiano Maurizio Cattelan, que consiste numa banana presa a uma parede com fita adesiva, foi vendida em leilão em Nova Iorque por 6,2 milhões de dólares.Sotheby's

A obra “Comedian”, do italiano Maurizio Cattelan, que consiste numa banana presa a uma parede com fita adesiva, foi vendida em leilão em Nova Iorque por 6,2 milhões de dólares (5,9 milhões de euros) a um empresário de criptomoedas.

De acordo com as agências internacionais, o comprador foi o fundador da criptomoeda TRON, Justin Sun, que adquiriu um certificado de autenticidade que lhe permite colar uma banana à parede e chamar-lhe “Comedian”.

As licitações começaram nos 800 mil dólares e, em minutos, dispararam para dois milhões de dólares, depois três, quatro e mais, levando o anfitrião, Oliver Barker, a dizer “não a deixem escapar”.

“Não percam esta oportunidade. São palavras que nunca pensei dizer: cinco milhões de dólares por uma banana”, afirmou. O valor da licitação final foi 5,2 milhões de dólares, a que acrescem cerca de um milhão em comissões e taxas, de acordo com a Associated Press (AP).

Num comunicado, igualmente citado pela AP, o comprador disse que esta peça “representa um fenómeno cultural que estabelece uma ponte entre os mundos da arte, memes e a comunidade das criptomoedas”.

“Nos próximos dias, vou pessoalmente comer a banana como parte desta experiência artística única, honrando o seu legado na história da arte e na cultura popular”, afirmou Sun.

De acordo com a leiloeira Sotheby’s, este foi o primeiro leilão da provocadora e célebre obra do artista italiano Maurizio Cattelan, apresentada pela primeira vez em 2019 na feira Art Basel, em Miami, nos Estados Unidos.

Desde que foi exibida pela primeira vez em 2019 no contexto de uma feira, e vendida por cerca de 120.000 dólares, “Comedian” transformou-se num acontecimento global que teve um enorme impacto “na consciência cultural contemporânea”, referiu a leiloeira em comunicado.

Simultaneamente ridicularizada e elogiada, a obra levou a uma reflexão, entre críticos de arte, artistas e público, sobre o valor da arte contemporânea, mas também foi comida – a banana -, pelo menos em duas ocasiões.

Em 2019, “Comedian” foi o primeiro trabalho de Maurizio Cattelan a figurar numa feira de arte em mais de 15 anos.

Nascido em Pádua em 1960, Cattelan vive e trabalha em Nova Iorque, tendo alcançado notoriedade com “A Nona Hora”, uma estátua de cera do Papa João Paulo II atingido por um meteorito, exibida em 1999 na Kunsthalle Basel.

Entre outras obras de destaque, Catellan substituiu, em 2016, uma sanita do museu Guggenheim com uma réplica de ouro, disponível ao público.

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Gemini em português passa a estar disponível no Google Workspace

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

Idiomas como português, alemão, italiano, japonês, coreano, espanhol e inglês passam a ser suportados pelo Gemini no painel lateral do Google Docs, Sheets, Drive e Gmail.

A Google anunciou esta quinta-feira a expansão do assistente pessoal de inteligência artificial (IA) Gemini para o Google Workspace para sete idiomas adicionais, nos quais se inclui o português, permitindo atualizar a caixa de entrada do Gmail nesta língua.

Desta forma, os utilizadores podem pedir ao Gemini para mostrar emails não lidos e gerir as suas respostas em português, entre outras funcionalidades, ajudar a escrever textos, resumir documentos na Drive, criar imagens e tabelas, entre outras funcionalidades.

A partir desta quinta-feira idiomas como português, alemão, italiano, japonês, coreano, espanhol e inglês passam a ser suportados pelo Gemini no painel lateral do Google Docs, Sheets, Drive e Gmail.

“Esta expansão torna o Gemini for Workspace [ferramenta de produtividade da Google], cada vez mais, acessível a mais de mil milhões de pessoas cujo primeiro idioma passa agora a ser suportado”, refere a tecnológica.

A funcionalidade está disponível no menu lateral do Google Workspace.

“A capacidade de trabalhar no seu idioma preferido vai além de resumir e criar conteúdo. Quando utiliza a aplicação Gemini (gemini.google.com) para pesquisar um tema ou discutir ideias, pode escolher trabalhar em qualquer um dos 40 idiomas”, adianta a tecnológica, numa publicação no seu blogue.

Por exemplo, durante uma videochamada no Google Meet, é possível ativar as legendas traduzidas num dos 69 idiomas suportados, independentemente do idioma falado e, em breve, “o Gemini também irá traduzir automaticamente as mensagens no Google Chat”, acrescenta.

Entretanto, desde outubro, o Gemini Live passou a poder conversar em português de Portugal.

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