O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de junho

  • ECO
  • 3 Junho 2024

Ao longo desta segunda-feira, 3 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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GXO é reconhecida pela “Forbes” como uma das melhores empresas para trabalhar em Espanha pelo quinto ano consecutivo

  • Servimedia
  • 3 Junho 2024

O GXO está mais uma vez na prestigiada lista “Best Place to Work” graças a iniciativas como “Grow at GXO” e “GXO University”.

A GXO Logistics, Inc. (NYSE: GXO), uma empresa dedicada exclusivamente à logística de contratos, anunciou que foi nomeada uma das “Melhores Empresas para Trabalhar” em Espanha pelo quinto ano consecutivo pela revista Forbes. Todos os anos, a revista “Forbes” publica uma lista das 100 melhores empresas para trabalhar em Espanha e apresenta as melhores práticas de desenvolvimento interno e de envolvimento dos empregados.

Ao selecionar entre mais de 2.500 empresas participantes para o reconhecimento como “Melhores Empresas para Trabalhar”, a “Forbes” avalia fatores-chave como o ambiente de trabalho, a igualdade, a formação e o desenvolvimento de carreira e a retenção de talentos. A “Forbes” compila a lista com base num estudo externo realizado pela SigmaDos, a empresa líder em estudos de mercado e sondagens de opinião em Espanha, através de um inquérito aos trabalhadores.

“Este reconhecimento mostra que o nosso compromisso com as pessoas continua a ser o cerne do que fazemos”, afirmou Sara Resa, Diretora de Recursos Humanos da GXO para Espanha e Portugal. “O nosso objetivo é continuar a crescer, sendo uma referência na promoção de uma cultura de respeito, colaboração, inclusão e desenvolvimento através de iniciativas que estão sempre no centro das nossas operações.”

O GXO destaca-se como um dos principais empregadores em Espanha, incentivando o crescimento das pessoas a todos os níveis da organização. Dispõe de um programa de desenvolvimento interno para os empregados denominado “Crescer no GXO”, concebido para apoiar aqueles que aspiram a crescer e a alcançar posições de maior responsabilidade dentro da empresa. Como líder em serviços logísticos, o GXO desempenha um papel fundamental como empregador de referência no setor, especialmente em Guadalajara, onde tem quase 3.000 empregados. Na península, opera 50 centros logísticos localizados em pontos estratégicos. A partir destes centros, gerem a logística internacional de uma vasta carteira de empresas dos setores têxtil e retalhista, entre outras indústrias.

Sara Resa salientou ainda que “na GXO acreditamos que temos a responsabilidade de cuidar dos nossos trabalhadores, mais de 8.500 em Espanha e Portugal, e de participar na melhoria da sua qualidade de vida, das suas famílias e das suas comunidades”.

A GXO oferece mais de 1 milhão de horas de formação interna na sua plataforma online “GXO University”, que atribui certificações oficiais em temas como liderança, inovação e gestão de projetos. O GXO tem uma iniciativa chamada “We Belong” que promove a diversidade, a inclusão e o sentimento de pertença à empresa. Como parte desta iniciativa, são promovidas centenas de atividades em todo o mundo que visam criar um ambiente de trabalho inclusivo.

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Madrid concentra a indústria hoteleira de luxo do país com as próximas aberturas do Millenium, Evok e Archer

  • Servimedia
  • 3 Junho 2024

CBRE prevê que 22% dos hotéis a abrir em Espanha até 2025 serão de luxo e de alto luxo, concentrando-se grande parte deles em Madrid, que é já o segundo destino mais atrativo da Europa.

Este interesse crescente pelo luxo é também destacado pela Cushman & Wakefield Hospitality no seu último estudo Hotel Investor Compass, que revela que, para 53% dos investidores, o segmento de luxo é mais atrativo agora do que em 2019. Millenium, Evok e Archer Capital foram alguns dos precursores que abriram caminho para a capital no mapa mundial do luxo, contribuindo para a aterragem em Madrid de firmas internacionais como Marriott, Brach, Nobu ou Nomade, que estão a elevar a oferta hoteleira e o turismo de excelência na cidade.

Nos últimos anos, a Millenium posicionou-se como um dos maiores proprietários de ativos hoteleiros na milha dourada da hotelaria da capital. A socimi possui quatro ativos na zona mais exclusiva, dos quais se destaca o hotel JW Marriott, em funcionamento desde 2023, ao qual se juntará o hotel Autograph Collection, do mesmo operador, que ocupa o seu edifício na Calle Zorrilla 19, no eixo Gran Vía-Alcalá, e que será lançado no final do ano com 50 quartos. Também o hotel Nobu Madrid, o primeiro do hotel emblemático da capital, na calle Alcalá 26 e em processo de remodelação para abrir as suas portas no primeiro semestre de 2026, bem como o hotel Nomade Madrid, o primeiro em Espanha, que funcionará no atual hotel Iberostar Gran Vía Las Letras no último trimestre de 2025.

Também na Gran Vía, o grupo hoteleiro parisiense Evok Hoteles aterra na capital com a inauguração, em setembro, daquele que será o primeiro Brach em Espanha, com 55 quartos e após um investimento de 70 milhões: 50 milhões na compra através do seu family office Zaka Investment e 20 milhões na remodelação completa do edifício.

A poucos números do Nobu Madrid, ao lado do Casino de Madrid e em frente ao exclusivo Four Season, a família fundadora da Prosegur, Gut Revoredo, está a transformar um edifício de 11 andares no número 17 da Rua Alcalá, que estava em desuso e abrirá as suas portas este ano como um Tayko Hotels, da cadeia basca Byou Hotels, com 60 quartos e sendo o primeiro da empresa na capital.

Está também em curso uma remodelação do emblemático The Westin Palace, na mesma zona, propriedade da Archer Hotel Capital desde 2006, que passará a ser um Luxury Collection Hotel by Marriott. O hotel permanece aberto enquanto está a ser renovado e tem 470 quartos. A estes junta-se o hotel de luxo de 20 quartos que irá ocupar o histórico edifício Metrópoli, atualmente em fase final de construção e cujo operador ainda não é conhecido e, até 2027, o UMusic Hotel Teatro Reina Victoria, o hotel de cinco estrelas com 70 quartos na Plaza de Canalejas que a Pescaderías Coruñesas e o grupo UMusic Hotels anunciaram.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a abril de 2024. Já o Eurostat vai revelar os dados do valor comercial das bicicletas em 2023.

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a abril de 2024 e o Eurostat vai revelar os dados do valor comercial das bicicletas em 2023. Já a Anacom vai fazer um balanço do desenvolvimento do 5G no primeiro trimestre do ano. A marcar o dia estão ainda dados sobre a Zona Euro e a descida dos preços dos combustíveis.

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a abril de 2024. No primeiro trimestre do ano, a dívida pública portuguesa voltou a superar a fasquia dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB). O rácio do endividamento das Administrações Públicas cresceu para 100,5% do PIB no final de março, depois de ter recuado para 99,1% em dezembro de 2023, na sequência de uma “operação secreta” levada a cabo pelo Ministério das Finanças para baixar o rácio para um patamar inferior a 100%.

Eurostat divulga dados do comércio de bicicletas

O Eurostat vai revelar os dados do valor comercial das bicicletas em 2023. Em 2022, mercado europeu de bicicletas cresceu. A União Europeia exportou 1,1 mil milhões de euros em bicicletas (elétricas e não elétricas), naquele que é um crescimento de 22% face a 2021. As importações, com um valor superior ao dobro das exportações, chegaram a 2,5 mil milhões de euros, ou seja, mais 32% face ao período homólogo.

Anacom faz balanço do 5G

Esta segunda-feira, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) vai fazer um balanço do desenvolvimento do 5G no primeiro trimestre do ano. No final do ano passado, a tecnologia 5G chegava “a todos os concelhos” de Portugal e a “69% das freguesias” no final do ano passado. Em 2023, o número de estações de base instaladas no território nacional com 5G ascendia a 8.927 estações, o que representa um acréscimo de 53% do número de estações face ao reportado no final de 2022.

Como recuperou a Zona Euro em maio?

Vai ser revelado também o Índice PMI (Purchasing Manager’s Index) composto da atividade na Zona Euro da S&P Global, compilado pelo banco alemão HCOB. Dados preliminares apontam para uma aceleração da recuperação económica da Zona Euro em maio, com as novas encomendas a aumentarem ao ritmo mais rápido em mais de um ano, graças ao dinamismo do setor dos serviços, enquanto a indústria continua estagnada.

Combustíveis voltam a descer

Os preços dos combustíveis vão voltar a descer esta semana. A gasolina deverá descer 1,5 cêntimos e o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá descer meio cêntimo, avançou ao ECO fonte do mercado. Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,547 euros por litro de gasóleo simples e 1,730 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia.

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A reconstrução do teto em caixotões do Mosteiro de Sigena prossegue com êxito, com um novo alfarge (painel de teto)

  • Servimedia
  • 3 Junho 2024

O Centro Cultural de Almudévar acolheu a apresentação de um novo alfarge da Casa Capitular do Mosteiro de Sigena (Huesca) que, graças ao projeto Sigena Mágica, será reconstruído nos próximos meses.

O evento, organizado pela equipa da Sigena Mágica e pelo Centro de Estudos Via Lata, contou com a presença da Directora Geral do Património da Diputación General de Aragón, Gloria Pérez, e do Presidente da Câmara Municipal de Sigena, José Luis Abad.

Também estiveram presentes na apresentação o filantropo Juan Naya (CEO da ISDIN), promotor do projeto; o mestre Paco Luis Martos, vencedor do Prémio Nacional de Artesanato; Pilar Domínguez, conservadora da Sigena Mágica, e Javier Franco, em representação da equipa de artesãos de Almudévar que trabalhará no novo alfarje.

A reconstrução do quarto alfarge dos doze alfarjes e seis vigas que compõem a Casa Capitular do Mosteiro de Sigena faz parte do desafio monumental lançado pela Sigena Mágica, que tem como objetivo reconstruir toda a Casa Capitular de Sigena em apenas três anos.

“ESTÁ A PROGREDIR COM SUCESSO”

“No final do ano passado, propusemo-nos o desafio de reconstruir o terceiro alfarge da Casa do Capítulo em apenas 3 meses, e conseguimos graças ao magnífico trabalho e empenho do Maestro Martos e da sua equipa. Agora, com o quarto a ser feito em Almudévar, e um quinto que em breve recomeçaremos a construir em Úbeda. Confirma-se que o projeto de reconstrução da Casa Capitular de Sigena está a avançar com êxito”, explicou Naya.

Segundo a Diretora Geral do Património da Diputación de Aragón, Gloria Pérez, “o projeto Sigena Mágica é de grande importância para a recuperação do património e permite-nos mostrar uma das maravilhas românicas únicas de Aragão, de Espanha e do mundo”.

Por seu lado, Abad afirmou que “Almudévar está orgulhoso de contribuir e fazer parte de um projeto de recuperação patrimonial tão importante e, graças à contribuição dos nossos artesãos e à generosidade da equipa da Sigena Mágica, em breve teremos um novo alfarge desta maravilha aragonesa que é a Casa Capitular do Mosteiro de Sigena”.

A reconstrução deste alfarje, com a sua policromia e douramento, será dirigida e supervisionada pelo vencedor do Prémio Nacional de Artesanato, o mestre artesão Paco Luis Martos, que já reconstruiu com êxito os três primeiros alfarjes. “O novo alfarje de madeira foi construído em Úbeda e transportado num transporte especial para Almudévar para enfrentar a fase seguinte de reconstrução com técnicas idênticas às utilizadas pelos artesãos do século XIII”, disse o mestre de Úbeda.

“Para além do alfarje apresentado em Almudévar, a equipa da Sigena Mágica prevê iniciar nas próximas semanas a construção de um quinto alfarje, novamente nas oficinas do mestre artesão Paco Luis Martos, em Úbeda, para que também faça parte das peças recuperadas da Casa do Capítulo nos próximos meses”, anunciou Pilar Domínguez, curadora do projeto.

MARAVILHA DO SÉCULO XIII

A Casa Capitular do Mosteiro de Sigena foi uma das maravilhas da arte do século XIII e é considerada pelos especialistas como uma das melhores obras de arte românica da Europa. Fazia parte de um dos mosteiros mais ricos e belos de Aragão.

Albergou reis e nobres, foi depositário de parte do tesouro real, de um panteão real e tornou-se um dos arquivos mais importantes do reino. Entre as suas salas encontrava-se a Casa Capitular, decorada com ricos frescos medievais, cujas pinturas murais são um dos legados mais importantes da história da arte no nosso país.

Em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, o mosteiro sofreu um incêndio que danificou irreversivelmente as pinturas da Casa do Capítulo e causou a perda do extraordinário teto em caixotões mudéjar, que está agora a ser restaurado graças ao projeto Sigena Mágica.

“Antes da Guerra Civil Espanhola, os doze alfarrábios de Sigena eram testemunhos de um trabalho extraordinário. Douradas e policromadas, cada uma delas contava uma história única. No entanto, o fogo da guerra consumiu-os, levando consigo não só a madeira esculpida, mas também uma parte significativa da história cultural de Espanha”, afirma Naya.

O promotor do projeto acrescenta que “é muito emocionante poder reconstruir a Casa do Capítulo, pois com ela estamos a recuperar um património nacional de valor incalculável e um legado para as gerações futuras”.

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Há mais uma empresa portuguesa a testar a semana de trabalho mais curta sem cortar salário

Nortenha Poças decidiu dar a todos os seus trabalhadores as tardes de sextas-feiras, sem cortar no salário. Objetivo é incentivar conciliação da vida pessoal e profissional, mas também reter mãos.

Há mais uma empresa portuguesa a praticar uma semana de trabalho mais curta do que as tradicionais 40 horas. No setor dos vinhos, e com mais de 100 anos de história, a Poças decidiu passar a “oferecer” aos seus 45 trabalhadores as tardes de sexta-feira, sem qualquer corte no salário. O modelo vai ser testado durante 12 meses e, segundo explicou ao ECO o diretor administrativo, serve, nomeadamente, para estimular a retenção de mão-de-obra.

Poças tem mais de 100 anos de história e está agora a testar semana de trabalho mais curta.Poças via Linkedin

“É a primeira vez que testamos algo no espírito da semana de trabalho de quatro dias. Temos um contrato coletivo de trabalho que diferenciava a carga horária dos trabalhadores administrativos da carga horária dos trabalhadores do armazém. Achamos que seria uma boa oportunidade para homogeneizar essas cargas horárias, fixando-as nas 37,5 horas semanais para todos”, adianta Paulo Pintão.

Convém explicar que os trabalhadores administrativos da Poças já tinham direito a uma semana de 37,5 horas, mas até aqui essa carga horária era distribuída pelos cinco dias tradicionais. Em contraste, os trabalhadores do armazém cumpriam 40 horas nos cinco dias.

A partir de agora, ambos os grupos (“desde a viticultura aos serviços administrativos”) passam a praticar apenas 37,5 horas em quatro dias e meio, isto é, as tardes de sexta-feira são livres.

“Não houve nenhum ajustamento salarial. Até se converteu num aumento” do salário por hora, salienta o diretor administrativo, que assinala que este teste está a ser acompanhado pelo professor Pedro Gomes e pela professora Rita Fontinha, que coordenaram o projeto-piloto nacional à semana de quatro dias, que decorreu no ano passado.

Aliás, por recomendação desses especialistas, a Poças definiu objetivos claros antes de arrancar esta experiência, que serão avaliados daqui a seis meses (a meio do teste, portanto) e, depois, dentro de 12 meses (no fim do período experimental). Paulo Pintão detalha que esse período (os 12 meses) foi escolhido, porque, sendo a viticultura uma atividade com várias fases, é importante “que se percorra todo o ciclo para perceber se o modelo colhe ou não“.

Quanto às razões que levaram a Poças a começar a testar a semana de trabalho mais curta, o responsável identifica a vontade de “propiciar uma relação mais harmoniosa entre a vida pessoal e profissional” dos trabalhadores, mas também a necessidade de “estimular a retenção de talento“.

“É importante que as empresas de menor dimensão tenham alguns trunfos face a empresas maiores, que nos podem retirar ativos humanos preciosos”, sublinha Paulo Pintão, que reconhece que encontrar mãos adequadas não tem sido fácil. “É importante, quando encontramos trabalhadores que estão ligados à cultura da empresa, trabalhar para os reter”, insiste o mesmo.

A propósito, os resultados preliminares do projeto-piloto nacional já davam sinais positivos quanto ao impacto da semana de trabalho mais curta na fidelização de profissionais: 85% dos trabalhadores que participaram no projeto-piloto já diziam que apenas aceitariam mudar para uma empresa com um funcionamento a cinco dias, mediante um aumento salarial superior a 20%.

De resto, o diretor administrativo da Poças afirma que muitos trabalhadores ficaram “muito agradados” com este novo modelo e sentem que fizeram um “upgrade na sua qualidade de vida”. A experiência ainda agora começou e terá certamente os seus desafios — nomeadamente, em termos de produtividade, aponta o mesmo –, mas o responsável mostra-se otimista.

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Banco e seguradoras dão mais de 20 milhões em dividendos ao Montepio

Todas as empresas da maior mutualista do país tiveram resultados positivos no ano passado. Banco Montepio e seguradoras Lusitania regressam aos lucros após reestruturação.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) recebeu mais de 20 milhões de euros em dividendos das suas empresas participadas, incluindo o Banco Montepio, as seguradoras Lusitania e ainda o negócio das residências sénior e de estudantes, de acordo com as informações a que o ECO teve acesso.

Todas as empresas do grupo tiveram resultados positivos no ano passado, alcançado um lucro agregado na ordem dos 70 milhões de euros – ainda que em termos consolidados a AMMG tenha registado um lucro de 92,6 milhões, conforme anunciado na semana passada. O ECO questionou o grupo, que remeteu a resposta para depois do encontro entre o presidente, Virgílio Lima, e os jornalistas que está marcado para esta segunda-feira.

A maior associação mutualista do país tem vindo a reestruturar alguns dos seus negócios com vista a recuperar o dinheiro lá investido, como no caso do banco e da atividade seguradora. E que começa a dar frutos.

Do Banco Montepio chegou um dividendo de cerca de seis milhões de euros, o primeiro em mais de uma década, correspondendo a mais de 20% do resultado de 28,4 milhões obtido no ano passado – um resultado que teria ascendido a mais de 100 milhões se não tivesse de contabilizar o impacto negativo da venda do Finibanco Angola.

O banco liderado por Pedro Leitão empreendeu um duro processo de ajustamento nos últimos anos, que levou à saída de mais de 900 trabalhadores e ao fecho de dezenas de balcões, complementado com uma simplificação da estrutura societária com a venda de negócios não estratégicos como o Banco Empresas Montepio e o Finibanco Angola.

Virgílio Lima, candidato à presidência da Associação Mutualista Montepio Geral, em entrevista ao ECO - 17NOV21

Seguradoras mais do que triplicam lucro

No que toca à atividade seguradora, que também tem em curso um plano de transformação, tanto a Lusitania como a Lusitania Vida multiplicaram os lucros por mais de três no ano passado, apresentando resultados na casa dos 17 milhões de euros cada.

No caso da Lusitania, a reestruturação foi feita ao nível da estrutura de capital (como sucedeu também no banco, de resto), com a injeção de 115 milhões de euros para a cobertura de resultados transitados negativos – um requisito necessário para proceder à distribuição de dividendos, como deu conta o ECO há mais de um ano. No final do ano passado a seguradora reestruturou ainda a rede comercial com o fecho de 16 de 23 balcões que tinha e a colocação de uma centena de trabalhadores em teletrabalho.

Na Lusitania Vida, depois de ter sido fortemente afetada pela turbulência nos mercados financeiros em 2022 em resultado da invasão russa na Ucrânia, deu-se continuidade ao plano de redução do risco da carteira com a venda de ativos financeiros de maior volatilidade e menor rentabilidade.

Residências lucram meio milhão

No negócio das residências, a Residências Montepio, dirigida à população sénior, obteve um resultado líquido de cerca de meio milhão de euros. Já a Montepio Residências para Estudantes, que lucrou mais de 50 mil euros no ano passado, mais do que duplicando em relação a 2022.

Conta com quatro residências em Lisboa, duas em Évora e uma no Porto e outra em Braga, e tiveram taxas de ocupação de 100% à exceção da residência minhota (70%), e há projeto para expandir para a cidade de Coimbra.

(Notícia atualizada às 10h47 para corrigir resultado líquido da Montepio Residências para Estudantes)

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EDP prepara novo futuro para central termoelétrica de Lares de olho no hidrogénio verde e em parcerias

A EDP está a reorganizar o portefólio térmico, de forma a tornar mais ágeis futuras decisões para a transição energética. Estão na calha a produção de hidrogénio ou novas parcerias.

A EDP isolou os ativos da central termoelétrica de Lares, colocando-os sob a alçada de uma nova entidade, numa altura em que pretende reorganizar o portefólio de geração térmica para ser mais ágil quanto a decisões futuras sobre estes ativos. O futuro pode passar por transformar a central para acolher o hidrogénio verde ou parcerias com outras empresas do setor.

De acordo com o documento do projeto de cisão-fusão a que o ECO/Capital Verde teve acesso, a operação em causa passa por destacar os ativos relativos à central termoelétrica de Lares que se inseriam na EDP Produção e na Tergen, uma empresa de operação e manutenção de centrais termoelétricas, que é por sua vez detida pela EDP Produção. Estes ativos fundem-se na entidade CEL Energy – Central Temoelétrica de Lares, a qual se vai manter sob a alçada da EDP e EDP Produção.

No âmbito do plano estratégico da empresa, que afirma querer enveredar por um caminho de transição energética, “tem sido executado um conjunto de medidas com vista a reorganizar o portfólio de ativos de geração térmica“, explica a empresa, no texto do projeto de cisão-fusão. “Esta reorganização visa ainda dotar o grupo EDP da flexibilidade e prontidão de decisão necessárias em relação a opções futuras nos ativos térmicos em causa, incluindo potenciais investimentos na redução da pegada carbónica, hibridização das centrais, adaptação das mesmas para a produção de hidrogénio ou para armazenamento, ou potenciais parcerias com outras entidades do setor“.

Contactada, a EDP preferiu não comentar. A empresa tem estado a promover a reconversão das respetivas centrais térmicas em locais ligados às energias renováveis, hidrogénio verde, armazenamento de energia. Em janeiro de 2023, a EDP anunciou uma parceria com a Cepsa para estudar o desenvolvimento de um projeto de até 1 gigawatt (GW) de hidrogénio no âmbito do Vale do Hidrogénio Verde Andaluz. “Este acordo facilitará a reconversão da central termoelétrica da EDP em Los Barrios (Cádiz) num centro de produção de hidrogénio verde“, indicava a empresa, num comunicado emitido na altura.

A energética portuguesa tem de momento no seu portefólio o projeto GreenH2Atlantic de 100 megawatts, na localidade portuguesa de Sines e, em Espanha, o projeto Green H2 Los Barrios de 130 MW, em Algeciras, e o Asturias H2 Valley de 150 MW, em Aboño.

A EDP pretende atingir uma capacidade de 1,5 gigawatts de hidrogénio verde até 2030 e, de acordo com um levantamento de março deste ano, conta com projetos de mais de 500 megawatts em estágio avançado de desenvolvimento. A EDP Brasil produziu a primeira molécula de hidrogénio verde do grupo em dezembro de 2022, e tem servido como piloto, para apurar questões técnicas e da cadeia de fornecimento.

Em Portugal, os projetos estão numa fase inicial e têm um horizonte de execução de médio prazo, indicou o CEO da EDP Renováveis na Europa e América Latina, Duarte Bello, numa entrevista recente ao ECO/Capital Verde.

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Diferenças entre AD e PS para a descida do IRS vão de 0,55 a 23,5 euros por mês. Veja as simulações

Salários brutos mensais até 2.475 euros, até ao 6.º escalão, ganham mais com a proposta dos socialistas. Ordenados superiores, do 7.º e 8.º níveis, têm vantagem com o projeto de PSD e CDS (AD).

As diferenças entre os projetos de PSD e CDS, partidos que suportam o Governo da Aliança Democrática (AD), e do PS para a descida do IRS traduzem-se, na prática, numa variação da poupança entre 0,55 a 23,5 euros por mês ou entre 7,72 e 329 euros por ano, segundo as simulações realizadas pelo fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya, para o ECO.

Os cálculos foram feitos para um solteiro sem filhos, tendo em conta o abate pela dedução específica, de 4.104 euros, ou pelas contribuições sociais, se forem de valor superior, e o montante máximo para as deduções das despesas gerais e familiares, de 250 euros.

Ordenados até 2.475 euros ganham com o PS

Salários brutos mensais até 2.475 euros, isto é, até ao 6.º escalão, têm maiores ganhos com a proposta dos socialistas. Um trabalhador com este vencimento paga, com o projeto do PS, 6.758,22 euros por ano, enquanto que, com a proposta da AD, o imposto anual é de 6.770,42 euros. Ou seja, este contribuinte terá um alívio fiscal de 1,59 euros por mês ou de 22,20 euros por ano, caso o texto do PS seja aprovado em detrimento da iniciativa da AD.

Verifica-se ainda que vencimentos mais baixos têm uma poupança ainda maior na proposta do PS. Por exemplo, um ordenado mensal bruto de 1.500 euros, que está no 4.º patamar de tributação, terá de liquidar, por ano, 2.570,97 euros de imposto, ou seja menos 2,80 euros por mês ou 39,20 euros por ano face aos 2.610,17 euros que teria de entregar ao Estado, com o texto de PSD e CDS.

Quem ganha 1.200 euros ilíquidos por mês, enquadrando-se no 3.º escalão, terá de pagar 1.634,25 euros ao Fisco num ano, segundo as regras do PS. Caso o texto da AD avance, o imposto sobe para 1.673,45 euros. Isto significa uma poupança igualmente de 2,80 euros por mês ou de 39,20 euros por ano na proposta do PS relativamente às taxas de IRS apresentadas pela AD.

Salários acima dos 3.000 euros têm benefício com AD

Já para retribuições mensais brutas mais elevadas, as descidas das taxas do imposto propostas pela AD são mais vantajosas. Assim, o Estado irá cobrar 9.162,32 euros por ano a um trabalhador com um salário ilíquido de 3.000 euros, que está no 7.º escalão do IRS, tendo em conta o texto de PSD e CDS. No caso da proposta do PS, o imposto sobe para 9.174,29 euros. Ou seja, a poupança, com o projeto da AD face ao do PS, é de 0,85 euros por mês ou de 11,97 euros por ano.

No caso de um ordenado de 5.000 euros bruto mês, abrangido pelo 8.º escalão, a AD dá um benefício mensal de 17,55 euros por mês ou de 245,77 euros por ano em comparação com a proposta do PS. No primeiro caso, o imposto a pagar é de 19.865,34 euros. No segundo, sobe para 20.111,11 euros por ano.

Esta vantagem vai subindo e atinge os 23,50 por mês ou 329 euros por ano para salários brutos mensais superiores ou iguais a 7.500 euros, que já estão enquadrados no nono e último escalão de IRS.

De recordar que, na próxima quarta-feira, são votados os projetos de PS, BE e PCP, na especialidade, assim como a substituição da proposta de lei do Governo para a descida do IRS por uma iniciativa da AD.

PS e AD têm feito aproximações, com os socialistas a ir ao encontro do PSD ao baixar mais o IRS do 5.º e 6.º escalões. Os partidos que suportam o Governo também cederam no 3.º e 4.º níveis de rendimento, descendo mais as taxas, e no 6.º, reduzindo menos o imposto, tal como propõem os socialistas.

Mas o braço de ferro mantém-se. PSD insiste na redução do 7º.e 8.º escalões contra a vontade do PS que rejeita qualquer alívio fiscal para os níveis mais elevados de rendimento. O desfecho poderá estar nas mãos do Chega.

Certo é que a margem para avançar com o alívio do IRS já este ano é de 348 milhões de euros, que se irão refletir na diminuição das tabelas de retenção na fonte. Propostas que impliquem um impacto maior para 2024 correm o risco de violar a norma-travão que impede o Parlamento de aprovar medidas que aumentem a despesa ou reduzam a receita para além do que já estava orçamentado.

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Governo acaba com “manifestações de interesse” para aceder a autorização de residência

O Governo aprova esta segunda-feira novas regras para imigrantes no país. Cai a "manifestação de interesse" e passa a ser exigido contrato de trabalho a apresentar nos consulados do país de origem.

O Governo vai apresentar esta segunda-feira à tarde o plano para as migrações, depois da aprovação em Conselho de Ministros, e uma das medidas que deverá ser anunciada é o fim da chamada “manifestação de interesse”, um mecanismo obtido junto da Agência para a Inclusão das Migrações e Asilo (AIMA) que, pelo tempo que demora a ter resposta, acaba por ser uma fórmula de legalização automática de imigrantes desde que completem pelo menos 12 meses de descontos para a Segurança Social. O plano deverá ter mais de três dezenas de medidas e incluirá também, neste contexto, a exigência de um contrato de trabalho para os imigrantes que a partir de agora entrem no país, mas esse contrato terá de ser apresentado nos consulados portugueses dos países de origem.

Oficialmente, o Governo não faz comentários e remete anúncios para depois do Conselho de Ministros. A secretaria-geral da Presidência de Conselho de Ministros (PCM) convidou na semana passada mais de 100 entidades e personalidades para a apresentação do “plano de medidas para as migrações” na tarde desta segunda-feira, na Nova SBE, em Carcavelos. Depois de mais uma semana de notícias sobre o avolumar do número de processos pendentes na AIMA, que já ultrapassará o meio milhão, e da possibilidade de saída de mais de 100 funcionários da agência que substituiu o SEF, o Governo vai aprovar o plano no conselho de ministros extraordinário na segunda-feira de manhã e apresentá-lo da parte da tarde. E neste fim de semana, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já sinalizou o caminho que o Governo quer seguir. Em entrevista ao DN/TSF, afirmou que Portugal precisa “de uma imigração melhor, regulada e, portanto, sim, existirão acertos de regras. Por outro lado, uma política de atração de imigrantes especialmente focado nos qualificados e, por último, uma melhoria do todo o processo de acolhimento e integração para ser mais humano, mais célere e mais eficaz. Atuaremos com este equilíbrio“.

O plano do Governo segmenta na prática a estratégia em duas linhas de ação: Recuperar as pendências de processos que estão na AIMA e mudar as regras para o futuro, para os novos imigrantes. Há a convicção de que os migrantes que estão em Portugal têm de ter um processo de regularização extraordinário, até para evitar que acabem no Tribunal administrativo do Círculo de Lisboa, como alertava, no ECO, a juíza-conselheira Dulce Neto, que preside ao Supremo Tribunal Administrativo. “A situação é francamente a de um erro político profundo do governo anterior, que tem consequências nos fluxos migratórios e criou um limbo indigno em que vivem milhares de pessoas hoje em Portugal. A referência a existirem mais de 400.000 pendências, processos que não estão decididos, pessoas que não têm a sua situação regularizada relativamente à residência por falta de resposta do Estado, por causa dessas regras e por causa do colapso institucional, é muito preocupante. É uma situação indigna e, obviamente, exige do governo respostas novas. Isto tem e vai ser resolvido“, disse o ministro da Presidência na mesma entrevista.

Uma das possibilidades em cima da mesa é aceitar a legalização de todos os imigrantes que estejam em Portugal com contrato de trabalho, mesmo que a sua entrada em território nacional não tenha sido legal. Atualmente, um imigrante pode entrar em Portugal de forma ilegal, por exemplo a partir de outro país europeu, pedir o comprovativo de ‘manifestação de interesse’ junto da AIMA, que mesmo sem contrato confere um guia provisório à espera de decisão final. E se o imigrante tiver pelo menos 12 meses de descontos, passa diretamente à situação de legal. Como referiu Leitão Amaro na entrevista de fim de semana, há uma média de 5000 pedidos por semana e uma capacidade de resposta que poderá andar neste momento abaixo dos 2000.

O que diz a lei?

No artigo 88º relativo Autorização de residência para exercício de atividade profissional subordinada:

Para além dos requisitos gerais estabelecidos no artigo 77º, só é concedida autorização de residência para exercício de atividade profissional subordinada a nacionais de Estados terceiros que tenham contrato de trabalho celebrado nos termos da lei e estejam inscritos na segurança social.

2 — Mediante manifestação de interesse apresentada através do sítio do SEF da AIMA, I. P., na Internet ou diretamente numa das suas delegações regionais, é dispensado o requisito previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, desde que o cidadão estrangeiro, além das demais condições gerais previstas naquela disposição, preencha as seguintes condições:

a) Possua um contrato de trabalho ou promessa de contrato de trabalho ou tenha uma relação laboral comprovada por sindicato, por representante de comunidades migrantes com assento no Conselho para as Migrações ou pela Autoridade para as Condições do Trabalho;

b) Tenha entrado legalmente em território nacional;

c) Esteja inscrito na segurança social, salvo os casos em que o documento apresentado nos termos da alínea a) seja uma promessa de contrato de trabalho.*

António Leitão Amaro fez questão de detalhar, nesta entrevista, as diferentes condições em que estão os migrantes com processos pendentes na agência das migrações, a entidade que sucedeu ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). “Estamos a falar de todo o ciclo de processos pendentes, que inclui as manifestações de interesse para a primeira autorização de residência, pedidos de reagrupamento familiar, pedidos de vistos, renovação de vistos ou das autorizações de residência, processos dos vistos dos cidadãos da CPLP (Comunidade dos Países e Língua Oficial Portuguesa). As situações dos requerentes de asilo que poderão ficar sob proteção internacional são grupos diferentes“.

Neste sentido, o Governo prepara-se para aprovar uma norma que legaliza todos os imigrantes que tenham contrato de trabalho, mesmo que não tenham os 12 meses de descontos para a Segurança Social. É uma medida que tem preocupações humanitárias e de inclusão, mas também de ordem económica. A AIMA não tem dados finos sobre o número de trabalhadores com contrato de trabalho inferior a 12 meses e a sua expulsão do país poderia ter um efeito económico grave na atividade de milhares de empresas e de setores que têm um peso relevante de imigrantes.

Na entrevista ao DN/TSF, Leitão Amaro fez questão de baixar as expectativas sobre o prazo para ter resultados deste plano. “Este problema não se resolve com uma decisão legislativa sequer. Nem com uma varinha mágica. A regularização de mais de 400.000 pendências vai demorar tempo. O que é que eu tenho a certeza? Uma convicção forte, pelo menos. Que se nada fizermos, se esta situação de grande complexidade nas migrações e na imigração se mantiver, estamos a criar um combustível para a polarização e a radicalização do discurso“.

As migrações, recorde-se, foram um dos temas a marcar a campanha eleitoral destas eleições europeias, que se realizam a 9 de junho, e os partidos estão entre a liberalização total, na extrema-esquerda, e o fecho do acesso ao país, na extrema-direita.

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Real Vida aumenta capital para 20 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 2 Junho 2024

A seguradora, que obteve 10 milhões de euros de resultado líquido em 2023, incorporou agora reservas em capital social para ter um capital próprio mais bem estruturado.

A Real Vida acaba de aumentar o seu capital social para 20 milhões de euros por incorporação de reservas, mantendo-se a financeira Patris Investimentos, detida maioritariamente por Gonçalo Pereira Coutinho, a controlar 100% da companhia.

“Como já tínhamos um valor de reservas maior que o anterior Capital Social – no final de 2023 – é uma forma de ter um capital próprio mais bem estruturado e distribuído no princípio da estabilidade e robustez e sustentabilidade da Companhia”, afirmou fonte da Real Vida. A Real Vida apresentou uma margem de solvência de 265%, quando a média das companhias portuguesas é de 204% e o mínimo tolerável para assegurar solvência é 100%.

O aumento de capital foi de 3,5 milhões de euros para 20 milhões, enquanto o valor de capitais próprios, no último dia de 2023, era de 48 milhões para um ativo de 384 milhões de euros.

No último ano a Real Vida obteve resultados líquidos de cerca de 10 milhões de euros para um volume de negócios de 187 milhões de euros, um valor 29% acima de 2022, dos quais 17% se deveram a novo negócio contratado. É a 6ª maior seguradora no ramo Vida risco com um quota de mercado de 4,8%, a 8ª maior no ramo Vida e a 14ª no ranking nacional com 1,8% de quota.

A Real Vida Seguros foi constituída em 1989, iniciou a sua atividade em 1990 e foi integrada no Grupo Patris em 2013.

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5 milhões de colombianos em risco de perderem seguro de saúde

  • ECO Seguros
  • 2 Junho 2024

Presidente da seguradora Sura pediu ao Governo para abandonar a atividade devido a esgotamento de ativos causado pelo "abandono de financiamento histórico" por parte do executivo.

A seguradora Sura, que tem sob a sua gestão mais de 5 milhões de clientes, anunciou na semana passada ter pedido autorização ao governo colombiano para se retirar do sistema nacional de saúde do país, alegando que os apoios do governo não são suficientes para compensar os crescentes custos e o esgotamento de ativos, avançou a Associated Press.

Juana Francisca Llano, presidente da Sura: “O sistema de saúde está a enfrentar um subfinanciamento histórico que compromete a sua sustentabilidade. Na Sura, perdemos 360 mil milhões de pesos (cerca de 85 milhões de euros) entre 2022 e 2023, o que esgotou os nossos ativos”.

Juana Francisca Llano, presidente da Sura, afirmou em conferência de imprensa citada pela CNN que esta hipótese foi analisada durante vários meses e que vinha advertindo o governo para essa possibilidade desde fevereiro do ano passado. A dirigente garantiu ainda que o serviço prestado aos clientes não será afetado até a aprovação do pedido.

“O sistema de saúde está a enfrentar um abandono do financiamento histórico que compromete a sua sustentabilidade. Na Sura, perdemos 360 mil milhões de pesos (cerca de 85 milhões de euros) entre 2022 e 2023, o que esgotou os nossos ativos”, afirmou Llano.

O governo corroborou a afirmação da responsável, revelando que mantinha reuniões com as entidades promotoras de saúde (EPS) do país “para explorar soluções que permitam responder à crise do sistema de saúde”.

A aposição lamenta a decisão das seguradoras e acusa o governo de esquerda de Gustavo Petro acusam o executivo de tentar afastar as seguradoras privadas dos serviços de saúde para forçar os cidadãos a recorrer a serviços prestados por empresas públicas.

Alguns políticos alertaram para a possibilidade do surgimento de protestos contra a administração de Gustavo Petro pela sua pressão para nacionalizar o sistema de saúde.

Importa salientar que os cidadãos pagam pelo seguro um preço que depende do seu rendimento mensal segundo o sistema de saúde atualmente vigente no país.

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