O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de setembro

  • ECO
  • 7:15

Ao longo desta sexta-feira, 5 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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News Now ultrapassa SIC Notícias em agosto. SIC segura liderança nas audiências

O destaque das audiências do mês de agosto recai sobre o News Now que, subindo 0,3 pp para 2,2% de share, concretizou a ultrapassem que já vinha a desenhar ao canal de notícias do grupo Impresa.

A SIC manteve a liderança das audiências em agosto, embora perdendo terreno para a TVI, ao ficar separada da estação da Media Capital por uma distância de 0,2 pontos percentuais (pp), menos 0,8 pp, face ao mês anterior. De acordo com a análise da Dentsu/Carat para o +M, a estação do grupo Impresa fechou o mês com um share de 14,2% (-0,9 pp em relação ao mês anterior) e foi acompanhada em média por 296,8 mil pessoas.

Já a TVI recuou apenas 0,1 pontos percentuais, registando um share de 14% e tendo sido vista por uma média de 291,8 mil pessoas. Por seu turno, a RTP obteve um share de 10% (-0,4 pp) e uma audiência média de 209,8 mil pessoas, enquanto a RTP2 — que ficou de fora dos 20 canais mais vistos — registou um share 0,7% e uma audiência média de 14,4 mil telespectadores.

Analisando por faixas horárias, as lideranças mantêm-se idênticas às de julho. A única diferença passa pelo facto de a TVI ter conquistado à SIC o horário das 18h às 20h. De resto, a RTP1 é a estação mais vista entre as 7h30 e as 12h, a SIC das 12h até às 18h e das 20h às 23h. A TVI liderou depois entre as 24h e as 7h30.

Dos 15 programas mais vistos, nove são da TVI, cinco da SIC e um da RTP. O programa mais visto do mês foi, novamente, a transmissão de um jogo de futebol, neste caso a partida entre o Benfica e o Nice, a contar para a pré-eliminatória da Liga Dos Campeões.

O destaque do mês de agosto, no entanto, recai sobre o News Now, que ultrapassou a SIC Notícias pela primeira vez na média mensal. Entre os canais de informação, a CNN Portugal reforçou a liderança, aumentando 0,2 pp, para 2,9% de share. A sete décimas surge então o News Now, que subiu 0,3 pp para 2,2% de share, e que concretizou assim a ultrapassem que já vinha a desenhar à SIC Notícias, tendo o canal de informação do grupo Impresa registado no último mês um share de 2,1% (-0,1 pp). A RTP3 manteve o share de 0,9%.

A CMTV continua, no entanto, a ser líder destacada no cabo, aumentando o share em 0,5 pp para 7% e uma audiência média de 146,7 mil telespectadores. O canal da Medialivre responde também pela totalidade dos 15 programas mais vistos do cabo.

Entre os dez canais mais vistos do cabo estão também Globo, Hollywood, Star Channel, TVI Reality, Star Movies e Star Life.

Nota Técnica para a produção da Analise Evolutiva e Mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, Satélite, Consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de sete dias), plataforma dos operadores (video-clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (televisão) num determinado período.

Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a três minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

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Depois do Brasil, Networkme já olha para América Latina e planeia ronda até 10 milhões

Com 24 pessoas na equipa, dos quais 15 no mercado português, a startup tem planos de contratar seis pessoas até ao final do ano e duplicar equipa em 2026.

Depois do Brasil, a portuguesa Networkme, plataforma que ajuda jovens a descobrirem qual carreira seguir e as empresas a recrutar talento jovem, já olha para uma potencial expansão para outros mercados da América Latina e planeia para o “segundo semestre de 2026” uma ronda série A, entre seis a dez milhões de euros.

No ano passado, a startup obteve um complemento de mais de 500 mil euros à ronda seed, injeção de capital que foi canalizada para dar músculo à entrada no mercado brasileiro. “O investimento complementar à ronda seed, feita em 2022, foi, de facto, direcionado grande parte para expansão no Brasil, dado o seu potencial de escala e maturidade de mercado. No entanto, isso não representa um desinvestimento em Portugal ou Espanha”, garante Felipe Vieira, CEO e cofundador da Networkme, ao ECO.

“Portugal continua a ser a nossa base estratégica e tecnológica, enquanto Espanha faz parte da nossa visão de crescimento regional na Península Ibérica. Cada mercado tem o seu papel na estratégia global da Networkme”, continua o empreendedor, destacando que Portugal — o primeiro mercado onde a plataforma começou a trabalhar — tem um “balanço positivo”, com “mais de 120 mil estudantes e mais de 1.000 empresas”, entre as quais, Meo, Super Bock Group, Jeronimo Martins, BNP Paribas ou Banco Montepio.

“É um mercado rentável para a Networkme e continuará a ser um dos nossos focos”, assegura. “A operação tem-se mantido sólida, e planeamos continuar a investir, especialmente agora com o foco em auxiliar os jovens na entrada ao mercado de trabalho”, refere. “A Networkme é uma empresa com ADN português e é sempre assim que iremos nos posicionar, independente dos novos mercados que atuamos”, diz.

Espanha, mercado onde entraram em 2022, está em “fase de manutenção e observação”.

“Realizámos testes de mercado e validações iniciais, mas optámos por não escalar de imediato. Entendemos que a operação é importante para conseguirmos atender parceiros com necessidades ibéricas, mas não é um mercado onde ativamente captamos novos parceiros”, explica.

Aposta no Brasil com olho na América Latina

A entrada no Brasil foi “estratégica” e a startup continua em “fase de expansão”. “Embora a ideia inicial fosse alcançar os 300 mil estudantes ativos, conseguimos impactar mais de 500 mil jovens nos últimos 12 meses”, adianta.

“Evoluímos com aprendizagens importantes sobre o comportamento do utilizador brasileiro e estamos atualmente a ajustar o nosso modelo para garantir uma proposta de valor mais alinhada com a realidade local. O foco atual está numa comunidade mais qualificada e ativa, em vez de volume absoluto”, acrescenta.

Estamos atentos a outros mercados da América Latina e a oportunidades pontuais em países lusófonos. Para já, o foco permanece em consolidar Brasil e permanecer fortes em Portugal. Qualquer expansão futura será feita com base em dados e tração comprovada.

Apesar de, nesta fase, Portugal ser o mercado “com maior maturidade, quer em número de utilizadores, quer em clientes empresariais”, o Brasil é o mercado “com maior potencial de crescimento a médio prazo, pela sua dimensão e abertura a soluções digitais na área da empregabilidade”.

“Estamos atentos a outros mercados da América Latina e a oportunidades pontuais em países lusófonos”, adianta Felipe Vieira quando questionado sobre outros potenciais mercados de expansão. “Para já, o foco permanece em consolidar Brasil e permanecer fortes em Portugal. Qualquer expansão futura será feita com base em dados e tração comprovada”, assegura.

Ronda em 2026

Entre rondas pré-seed e seed, a startup já captou cerca de dois milhões de euros junto a fundos de investimento como a Shilling, Newzone Capital, Big Sur Ventures ou o Bankinter, e aponta para a segunda metade do próximo ano uma nova ida ao mercado.

“Estamos a planear a nossa série A para o segundo semestre de 2026”, adianta o CEO da startup e quando instado a avançar um valor do ticket aponta para entre “seis a 10 milhões de euros”. Capital que será aplicado no “investimento (ainda maior) na nossa tecnologia” — a Networkme “pode ocupar um espaço ainda não ocupado no mercado: ser a plataforma de carreira global para todos que estão a dar os primeiros passos em sua carreira” — e na “expansão estratégica”.

“Com base no desenvolvimento dos mercados que atuamos e os parceiros que atuamos, visamos expandir de maneira estratégica e abrir novos mercados”, detalha.

Reforço da equipa

A startup — que “nos últimos meses” passou por uma “reorganização profunda, tanto ao nível da equipa como da sua proposta de valor”, em que optaram por “uma estrutura mais enxuta, orientada para eficiência operacional e foco em produto” — conta atualmente com “24 pessoas na equipa, entre internos e externos”, dos quais 15 no mercado português, seja de maneira remota ou presencial, e tem planos para reforçar.

“Temos previsão de contratar mais seis colaboradores até o fim do ano e dobrar a equipa até o fim de 2026”, adianta o cofundador.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7:05

Governo e PS reúnem-se com Orçamento do Estado à vista. Arranca oferta de ações do banco angolano do BPI. Como está o mercado de trabalho nos EUA?

Continua a procura por respostas sobre como um acidente num elevador da Carris provocou pelo menos 16 mortes no coração da cidade de Lisboa. Entretanto, o Governo e o PS reúnem-se esta sexta-feira no âmbito dos encontros do Executivo com os grupos parlamentares para discutir temas como o Orçamento do Estado para 2026. E arranca a oferta de ações do Banco Fomento Angola (BFA), que levará o banco angolano do BPI para a bolsa. Nos EUA, são divulgados dados sobre o mercado de trabalho que darão pistas sobre o rumo dos juros da Reserva Federal americana.

Continua o rescaldo da tragédia na Glória

Dois dias depois da destruição do elevador da Glória, num acidente que vitimou pelo menos 16 pessoas na tarde de quarta-feira, continua a procura por respostas. O que falhou? O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) concluiu as perícias no local esta quinta-feira e prometeu divulgar informações esta sexta-feira, numa nota informativa a publicar durante a tarde. A nota conterá “constatações iniciais” e a “orientação que a investigação irá prosseguir”.

Governo e PS reúnem-se com OE à vista

Governo e PS têm reunião marcada para esta sexta-feira com vários temas em cima da mesa, incluindo a proposta de Orçamento do Estado para 2026 e a Lei de Estrangeiros, entre outros assuntos. Já houve uma primeira ronda de reuniões com Chega, Livre e Iniciativa Liberal.

Arranca oferta de ações do BFA

Tem início a oferta de ações do Banco Fomento Angola, detido pelo BPI e Unitel (telecom do Estado angolano). Os dois acionistas irão dispersar quase 30% do capital do banco naquele que será o maior IPO da bolsa de Luanda. A operação decorre ao longo das próximas semanas. A estreia na bolsa deverá acontecer no final do mês.

Como está o mercado de trabalho nos EUA?

É um dos acontecimentos mais esperados pelos investidores: a divulgação dos non-farm payroll, que dará uma pista importante sobre a saúde do mercado de trabalho da maior economia do mundo. Os dados irão também ter impacto na decisão da Reserva Federal, de quem se antecipa um corte dos juros na próxima reunião.

E o PIB da Zona Euro?

Deste lado do Atlântico, o Eurostat divulgará dados sobre os principais agregados económicos do Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro no segundo trimestre do ano e no qual o bloco da moeda única registou um crescimento de 0,1%. O gabinete de estatísticas apresenta ainda estatísticas sobre a produção de serviços em junho.

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Dualis Capital planeia superar posição de 10% na Teixeira Duarte ainda este ano

"Compra necessária para ultrapassar patamar de 10% tem um valor residual. Temos de aproveitar este momento favorável do setor e posicionar a empresa noutro patamar", diz Eduardo Sardo ao ECO.

A sociedade Dualis Capital, do empresário nortenho Eduardo Sardo, pode reforçar a posição na Teixeira Duarte para mais de 10% ainda este ano. O acionista de Vila Nova de Gaia considera que o potencial da empresa pode escalar neste momentum que vive o setor, devido aos projetos financiados fundos comunitários do PRR e Portugal 2030.

“Estamos a fazer aqui uma aproximação maior à Teixeira Duarte para tentar perceber de que forma é que podemos colaborar conjuntamente numa ótica de posicionar a empresa noutro patamar num mercado tão vivo como é o da construção civil e que se prevê que assim se mantenha nos próximos anos. Temos de aproveitar este momento favorável do setor”, disse Eduardo Sardo ao ECO.

O fundador e CEO do grupo IDS diz que a principal preocupação nesta fase “é haver um alinhamento com a empresa para construir uma parceria mais sólida”, mas garante que não existem linhas vermelhas neste processo. Daí estar disponível para – com o sócio – investir mais até ao final de dezembro. Segundo Eduardo Sardo, chegar aos 10% custará entre aproximadamente 50 mil euros a 100 mil euros.

“Neste momento tomamos a participação que entendíamos que era suficiente, mas a questão de ultrapassar os 10% é mesmo uma situação de momento, até porque a compra necessária para ultrapassar o patamar tem um valor muito residual. Eventualmente poderemos até nem ficar logo pelos 10% e ir até uma participação ligeiramente superior, mas isso internamente ainda não está definido”, adiantou Eduardo Sardo, sócio da Dualis Capital e fundador e CEO do grupo IDS, cujas áreas de atuação são imobiliário, financeiro e private equity.

Construtora “vê com bons olhos”

Fonte oficial da Teixeira Duarte diz ao ECO que a empresa, que está na bolsa desde 1998, vê “sempre com bons olhos o interesse” que é lhe demonstrado. “Representa um gesto de confiança no caminho que temos vindo a construir. Este reconhecimento reforça a solidez da nossa estratégia e o compromisso com a criação de valor sustentável para todos os stakeholders“, destaca a Teixeira Duarte, sublinhando que este é um acionista de longa data (2019).

Representa um gesto de confiança no caminho que temos vindo a construir. Este reconhecimento reforça a solidez da nossa estratégia e o compromisso com a criação de valor sustentável para todos os stakeholders

Teixeira Duarte

O relatório e contas do primeiro semestre da Teixeira Duarte detalha que a Dualis Capital Lda. (anteriormente designada de IDS Value Lda.) tinha a 30 de junho de 2025 uma percentagem do capital social com direito a voto 9,35%. Segundo o Negócios, no início deste ano esse valor estava nos 2,62% e, em poucos meses, aumentou para 9,98%.

A Dualis Capital é administrada por Eduardo dos Santos Sardo e Gaspar Ferreira da Silva e tem ativos no valor de 1,63 milhões de euros, de acordo com os dados consultados pelo ECO. A sociedade com sede em Vila Nova de Gaia está dividida em 50% e 50% pela Global F Holding SGPS e pela IDS Value.

Questionado sobre se a Dualis Capital está a analisar investimentos noutras empresas de construção, ou eventualmente, pertencentes a áreas de atividade, Eduardo Salvo foi perentório: “Neste momento, a Dualis só está a olhar para a participação e o envolvimento com a Teixeira Duarte”. Mesmo num horizonte temporal mais longínquo, não está nos planos estratégicos da sociedade, que ainda considera “muito prematuro” diversificar o portefólio.

“Embora a Dualis seja um veículo de investimento, esta participação em específico acaba por ter bastante ligação ao que é o meu percurso e o percurso do meu sócio, que ambos são ligados às áreas de imobiliário, essencialmente, e da construção”, conclui o gestor.

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Da esfera do Estado para a Câmara, quem tutela (e quem lidera) a Carris?

Pedro Bogas foi nomeado presidente da Carris em 2022, após o 'ok' da Câmara de Lisboa, que tutela a empresa desde 2017. Gestor foi adjunto de Sérgio Monteiro, que avançou com subconcessão da empresa.

O descarrilamento do Elevador da Glória, esta quarta-feira, dia 3 de setembro, que resultou na morte de, pelo menos, 16 pessoas gerou uma onda de consternação nacional e internacional. As causas do acidente serão agora apuradas e a Carris, a empresa responsável pelo ascensor, vai avançar com uma auditoria interna e uma investigação externa independente para apurar responsabilidades. Mas e quem responde pela Carris, a empresa de transportes públicos de Lisboa que, além dos icónicos elevadores da cidade, é responsável pelo serviço de autocarros e elétricos da capital?

Liderada por Pedro Bogas desde 2022, a Carris é uma empresa pública cuja gestão passou, em 2017, para as mãos da Câmara Municipal de Lisboa, por decisão do então primeiro-ministro António Costa. A transferência da gestão foi aprovada em 2016 e tornou-se efetiva no dia 1 de fevereiro do ano seguinte, atribuindo à autarquia a tutela da empresa de transportes públicos da cidade, que detém todo o capital. António Costa justificou, na altura, que o acordo de transferência da Carris, do Estado para a Câmara Municipal de Lisboa, põe “fim a um contencioso histórico entre o Estado que nacionalizou a Carris e o município de Lisboa que viu a sua empresa de transportes nacionalizada”.

“A Carris vai ser uma empresa pública, mas vai ser uma empresa gerida pelo município de Lisboa“, explicou, atirando que a empresa existe para prestar um serviço público de transportes e “não deve ser um produto financeiro”. “Podemos aliás ver, nos últimos cinco anos, qual é a visão desta empresa como um produto financeiro: era produzir resultados financeiros e não transportar pessoas, era resolver um problema financeiro e não estruturar uma cidade”, atirou, numa crítica direta às políticas do Executivo anterior.

Antes de passar para a câmara, a Carris estava na esfera do Estado e, em 2015, a sua subconcessão, juntamente com a do Metro de Lisboa e Transtejo, chegou a ser entregue aos espanhóis da Avanza, num processo promovido pelo então secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, do Executivo de Pedro Passos Coelho. Sérgio Monteiro, que ficou conhecido pelo seu papel nas privatizações nos transportes, tendo liderado a venda da TAP, CP Carga e Emef, defendeu a subconcessão da Carris, teve precisamente como seu adjunto o atual presidente da empresa de transportes públicos de Lisboa.

O presidente da Carris, Pedro Boga, que esta quarta se apresentou perante os jornalistas para defender que a Carris cumpriu “escrupulosamente” a manutenção do Elevador da Glória, foi adjunto de Sérgio Monteiro desde julho de 2011 até 2012, quando assumiu um cargo de vogal da Carris e do Metro. De janeiro a julho de 2011 acumulou, ainda, com um cargo de administrador não executivo da Refertelecom. Esteve ainda na Refer, na administração do Metro de Lisboa e era quadro da Infraestruturas de Portugal, desde agosto de 2019, quando foi nomeado para presidir à Carris, em 2022. Licenciado em direito, Pedro Bogas foi, durante cerca de 10 anos, advogado e depois sócio da sociedade de advogados Ferreira Pinto & Associados, atualmente integrada na Sérvulo & Associados.

Presidente da Carris, Pedro Bogas, garantiu que manutenção do Elevador da Glória foi assegurada “escrupulosamente” pela empresaMIGUEL A. LOPES/LUSA

A Câmara de Lisboa aprovou, por maioria, Pedro Bogas para a presidência da Carris em maio de 2022, sucedendo a Tiago Farias, que estava à frente da empresa desde 2016. Apesar de a proposta apresentada pela empresa para o conselho de administração ter recebido luz verde camarária — com a abstenção do PS — , a associação do gestor e advogado a Sérgio Monteiro, que defendia a privatização dos transportes públicos, não passou despercebida.

PS mostrou “preocupação face ao perfil”

O vereador socialista João Paulo Saraiva explicou ao Público, à data, que o PS decidiu abster-se por entender que a escolha de pessoas para este tipo de cargos “deve partir da presidência da câmara, responsabilizando-a pela sua nomeação”. Ainda assim manifestou “preocupação face ao perfil” de Pedro Bogas, que era quadro da Infraestruturas de Portugal e já tinha sido administrador do Metro de Lisboa, tendo “participado num Governo [de Pedro Passos Coelho] que defendeu a privatização da Carris e do Metro”.

A adjudicação da manutenção do Elevador da Glória a privados vem de 2011, do tempo em que Bogas era adjunto de Sérgio Monteiro, tendo-se juntado depois à empresa, num primeiro momento, como vogal. O membro do Executivo de Passos Coelho queria reduzir a fatura do Estado, passando para os privados a gestão dos transportes públicos, contudo a subconcessão da Carris foi revertida em 2016, depois de António Costa assumir o Governo. Apesar de apenas agora ter acontecido um acidente mortal, desde que a manutenção dos elevadores da Carris foi entregue a uma empresa externa ocorreram pelo menos dois acidentes, em 2013 e 2018.

Seis anos depois de a administração da Carris ter revertido a subconcessão da empresa a privados, já com Carlos Moedas como presidente da Câmara, Bogas foi o nome escolhido para passar a liderar a Carris, cujas queixas sobre falhas na prestação do serviço público de transporte, redução da velocidade comercial e o incumprimento dos horários se têm vindo a intensificar nos últimos anos, agravadas pelo forte aumento do turismo, que coloca pressão adicional na rede.

A escolha dos membros do conselho de administração, segundo os estatutos da Carris, cabe à assembleia geral da empresa, tendo que ser aprovada pelo acionista, ou seja, pela autarquia. Os Estatutos da CARRIS (artigo 10.º alínea b) preveem que compete à Assembleia Geral eleger os membros do Conselho de Administração, designando o respetivo presidente. O procedimento aplicável no caso de substituição de membros é regulado pelo artigo 7º dos Estatutos da CARRIS. No mais é aplicável o disposto no Código das Sociedades Comerciais”, refere a Carris no seu relatório de governo societário de 2022, ano em que foi nomeado a nova administração.

Refere o mesmo relatório que os “estatutos da CARRIS preveem, no n.º 2 do seu artigo 6º, que o mandato dos membros do Conselho de Administração seja coincidente com o dos titulares dos órgãos autárquicos do Município de Lisboa” e o “conselho de administração que iniciou funções a 25 de maio de 2022, foi formalmente eleito, por DUE a 25 de maio de 2022”.

Relatório de Governo societário de 2022 da Carris

Relativamente à designação de um novo conselho de administração da Carris, a proposta apresentada referia que “os gestores públicos são escolhidos de entre pessoas com comprovada idoneidade, mérito profissional, competência e experiência de gestão, bem como sentido de interesse público, e eleitos nos termos da lei comercial”

Acompanham o presidente Pedro Bogas no conselho de administração da empresa, Ana Cristina Pereira Coelho e Maria de Albuquerque Rodrigues da Silva Lopes Duarte, como vice-presidentes, Sara Maria Pereira do Nascimento e Fernando Pedro Peniche de Sousa Moutinho, como vogais.

Maior procura turística pressiona oferta

Responsável por assegurar os autocarros e elétricos da capital, a Carris tem sido confrontada com críticas devido ao mau serviço prestado aos seus clientes, com a empresa a não conseguir dar resposta à procura crescente. No caso do Elevador da Glória, que poderá ter descarrilado devido a falhas de manutenção, a empresa já previa um forte aumento do número de utilizações.

O Plano de atividades e orçamento 2025 da Carris prevê que o número de passageiros dos ascensores — que incluiu o da Glória — passe de 1,48 milhões em 2024, para 1,70 milhões , este ano, um aumento de 14,5%, e continue a crescer nos anos seguintes.

Apesar da expectativa de mais passageiros, o orçamento atribuído pela autarquia encolheu quatro milhões. Segundo o Livre e o BE, a Câmara retirou quatro milhões de euros ao orçamento da empresa municipal Carris para atribuir esse mesmo montante ao evento de tecnologia.

No plano de atividades para os próximos três anos, a empresa refere que a estratégia “mantém como mote, para o período de 2025 a 2028, afirmar a CARRIS como garante da Mobilidade Inteligente do Futuro. Conceito que assenta em dois pilares essenciais: sustentabilidade e melhoria da qualidade e eficiência do serviço prestado pela Carris”.

A empresa adianta ainda que “serão recebidos já em 2025, 96 novos autocarros a energias limpas (61 destes com propulsão elétrica), o que evidência o forte compromisso da CARRIS com a transição energética e a descarbonização das suas operações”. “No presente Plano prevê-se que, no final de 2028, a frota sustentável da CARRIS venha a atingir os 93%, o que implicará a aquisição de 488 novos autocarros a energias limpas, dos quais 323 a propulsão elétrica”, conclui.

No passado mês de maio, a companhia adiantou que pretende implementar até 2030 um novo plano de rede, de forma a melhorar o serviço de transporte e a mobilidade na cidade de Lisboa.

Com o acidente do Elevador da Glória a levantar muitas questões sobre a manutenção do equipamento gerido pela Carris — os próprios colaboradores avisaram para falhas na manutenção — , a companhia poderá ser forçada a rever a sua estratégia e os contratos de manutenção externos.

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Fidelidade vende 40% da Luz Saúde ao fundo australiano Macquarie

O fundo australiano Macquarie chegou a um acordo com a Fidelidade para comprar 40% do capital da Luz Saúde por 310 milhões euros. Companhia tem um valor de cerca de 1,1 mil milhões.

A Fidelidade fechou um acordo com o Macquarie Asset Management (MAM) para vender uma participação de 40% no capital da Luz Saúde por um preço base de 310 milhões de euros e que avalia a companhia (Enterprise Value) acima de 1,1 mil milhões de euros. Depois de meses de negociações com três candidatos, a Fidelidade fecha assim um acordo com o fundo australiano, através do Macquarie European Infrastructure Fund 7, que lhe permite manter uma posição maioritária e reforçar a capacidade de investimento.

A venda de 40% da Luz Saúde é a segunda tentativa de negócio. Em abril do ano passado, a Fidelidade tentou uma dispersão de capital em bolsa, mas, à data, justificou a desistência da operação com as condições de mercado. Agora, optou por outro modelo de venda, com um concurso competitivo, e uma negociação final com três concorrentes. Com esta operação, a Fidelidade garante não só um encaixa financeiro superior ao negócio que estava em cima da mesa em abril do ano passado, permite libertar capital para novos investimentos da seguradora e, além disso, passa a ter um parceiro de capital com fôlego financeiro e experiência no setor em mercados como a Irlanda e os EUA, para a internacionalização da Luz Saúde.

Para Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade e da Luz Saúde, “a parceria com a Macquarie assenta numa visão partilhada sobre o potencial da empresa e sobre a qualidade da sua equipa de gestão, ao mesmo tempo que abre novas oportunidades de crescimento numa área que continuará a ser uma prioridade para o grupo”. Com efeito, o negócio terá outra consequência: O atual mandato da administração da Luz Saúde vai ser interrompido, para se iniciar um novo de quatro anos. O fundo australiano vai ter pelo menos dois administradores, mas Isabel Vaz vai manter-se como CEO.

Para Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, “esta venda insere-se na estratégia de otimização do investimento da Fidelidade e de crescimento de médio e de longo prazo definida para a Luz Saúde. A oferta recebida da Macquarie Asset Management cumpria todas as condições definidas para darmos este passo e estamos confiantes de que é o parceiro certo para continuarmos a implementar, de forma consistente, a estratégia de crescimento definida para a Luz Saúde.”

A Macquarie Asset Management é uma divisão da Macquarie Group, um conglomerado australiano de serviços financeiros e gestão de ativos sendo apontada MAM como o maior gestor de ativos de infraestrutura do mundo. Indica ter 180 companhias participadas, mais de 2.200 colaboradores em 21 mercados e investimentos totais de 941 mil milhões de dólares.

Na área da saúde a MAM adquiriu o Beacon Hospital na Irlanda, lançou a plataforma de residências seniores Health Wave Partners nos Estados Unidos onde também conta com participação em projetos de eficiência energética em saúde e investimentos em oito hospitais em Massachusetts. O grupo australiano, foi fundado em Sydney em 1969.

A Luz Saúde, por seu lado, conta com 14 hospitais privados e 15 clínicas, tem mais de 1.100 camas de internamento e 56 blocos operatórios e emprega mais de 14 mil trabalhadores. No ano passado, a faturação do grupo subiu 10%, atingindo os 733 milhões de euros, refletindo o aumento do volume de atos médicos, em especial nas unidades onde o grupo investiu nos últimos anos, e também a atualização dos preços dos serviços médicos prestados. E terá tido um lucro próximo dos 40 milhões de euros.

A conclusão da transação está prevista para o final de 2025, estando sujeita ao cumprimento das condições habituais neste tipo de operações, nomeadamente a obtenção das aprovações regulatórias necessárias.

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Poder local desagrada mais no Algarve e Grande Lisboa, revela estudo da FFMS

Estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos avalia imagem do poder local junto dos residentes no país. Dois quintos dos cidadãos não sabe quem é o presidente da Câmara.

Um terço dos cidadãos não sabe qual o partido que governa a sua autarquia de residência, mostra um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos realizado no início do ano. Das respostas dos residentes em Portugal, percebe-se também que o poder local cumpre o seu papel junto dos cidadãos, com menos de um quinto a dar-lhe nota negativa.

Segundo o Barómetro do Poder Local, revelado nesta quinta-feira, é nos municípios não urbanos, onde geralmente se assume haver maior proximidade ao poder local, que, de facto, existe maior conhecimento: 72% sabe qual o partido no Executivo camarário, ao passo que nos municípios urbanos só 61% conseguem identificar. Já na identificação do(a) edil, 60% sabem identificar o nome nos municípios não urbanos e 57% fazem-no nos urbanos.

O relatório indica o território fora dos grandes centros urbanos como o mais satisfeito com o poder local, resultando isto de “uma ação municipal mais tangível e uma experiência quotidiana mais dependente dos serviços municipais”, assumem os autores.

Por regiões, Oeste e Vale do Tejo e o Centro são onde há maior satisfação, enquanto o Algarve e a Grande Lisboa apresentam os sentimentos mais depreciativos. No meio, a Península do Setúbal, Norte e Alentejo.

No inquérito, metade dos residentes em Portugal com mais e 18 anos afirmaram ter uma imagem muito positiva do poder local, enquanto 34% consideram-no positivo. Apenas 17% consideram a ação dos autarcas aquém do exigível.

“A literacia institucional é essencial para uma democracia informada e participativa”, aponta o estudo, colocando em graus distintos o conhecimento dos cidadãos face aos órgãos de governo: numa escala até cinco, as CCDR, as áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais são avaliadas nos dois piores níveis por mais de 40% dos inquiridos.

Ou seja, pouco mais de metade tem algum conhecimento sobre a competência e funcionamento destas instituições. No lado oposto, o Governo nacional é aquele de que melhor se conhece o papel.

Entre as competências, 80% dos cidadãos considera que o poder local deveria ter “mais” ou “muito mais” intervenção na saúde e na habitação, duas áreas em que existe grande pressão no país. Outro ponto debaixo dos holofotes, sobretudo na realidade da Grande Lisboa, tem sido a segurança, e neste caso 80% dos inquiridos dos municípios urbanos quer uma câmara com influência maior que a atual, contra 70% nos não urbanos. Esta exigência de intervenção supera a que recai sobre áreas como transportes e mobilidade, educação e clima, por exemplo.

De forma geral, a partir dos 55 anos de idade aprecia-se mais o trabalho desenvolvido pelos representantes locais, o que ajudará a explicar a análise à escolaridade, com a imagem mais positiva a ser testemunhada por aqueles que apenas têm o primeiro ciclo (instrução primária).

Quando questionados sobre as competências das autarquias, 73% sabem que as câmaras são responsáveis pela contratação de auxiliares para as escolas e 58% conseguem dizer que não cabe às câmaras a prestação de serviços nos centros de saúde. A incumbência pela cobrança de IMI não cria grandes dúvidas, já que 76% sabem que cabe ao poder local definir o valor. Contudo, 62% acham, erradamente, que as câmaras são responsáveis pela manutenção de todas as estradas existentes no município, com maior ocorrência deste erro nos municípios urbanos.

O Barómetro do Poder Local, investigação a cargo de Filipe Teles e Nuno Cruz, baseia-se em 1070 entrevistas realizadas entre 3 de fevereiro e 3 de abril a residentes de Portugal continental falantes de português, com o mínimo de 18 anos de idade. A margem de erro é de 3%, para um nível de confiança de 95%.

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Elevador da Glória. Seguradoras consideram “prematuro” avançar valores

  • Lusa
  • 4 Setembro 2025

José Galamba de Oliveira explicou que estarão vários tipos de seguros envolvidos na ajuda e compensações às vítimas, começando pelo “seguro principal, que é o seguro da Carris".

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, disse esta quinta-feira que as seguradoras envolvidas no pagamento de indemnizações relativas ao descarrilamento do elevador da Glória querem “chegar o mais rapidamente possível” a quem precisa. mas que ainda é “prematuro” avançar valores.

Em declarações à Lusa, o responsável explicou que estarão vários tipos de seguros envolvidos na ajuda e compensações às vítimas, começando pelo “seguro principal, que é o seguro da Carris, que está colocado junto da seguradora Fidelidade”. Segundo o dirigente associativo, em primeiro lugar, “e se calhar aquele que é mais importante, é o da responsabilidade civil perante os passageiros”, sendo um “seguro de transporte coletivo de passageiros”, que tem, de acordo com a lei, “um valor mínimo”.

O presidente da APS disse que este seguro contratado pela Carris está acima desse valor mínimo, que são cerca de sete milhões de euros. “É obviamente um seguro que seguramente vai ser acionado para indemnizar as famílias das vítimas e os feridos”, explicou. “Depois há também seguros patrimoniais no sentido da parte circulante, das próprias máquinas” que também são “do seguro da Carris”, explicou.

Paralelamente, há seguros de outras companhias, “por exemplo, de acidentes de trabalho, de quem estivesse a viajar ali, por exemplo, a regressar na casa do seu emprego”, como os funcionários da Santa Casa da Misericórdia que estão entre as vítimas, que “estariam a regressar a casa e, portanto, aí são seguros de empresas que poderão ser, e seguramente serão acionados”, disse.

Além destes, “depois há ainda seguros individuais”, porque havia muitos turistas e “também alguns portugueses, mas que podem ter seguros individuais”, explicou, apontando modalidades como seguros de viagem ou de acidentes pessoais “que podem também ser acionados neste tipo de situações”.

O presidente da APS disse que ainda era “prematuro” saber quais os montantes globais envolvidos, dado que está a ser realizado o apuramento e levantamento da situação. Quanto ao tempo que possa demorar, José Galamba de Oliveira não conseguiu precisar, mas garantiu que “o interesse das seguradoras é que se resolva o problema o mais depressa possível, porque é por esse caso também é para ajudar as famílias, nestes momentos mais difíceis”.

“Obviamente, se puder resolver o problema em uma semana ou duas, seguramente não vamos estar à espera de meses”, destacou, salientando que esse é “o espírito em situações deste tipo no passado, de catástrofes como as dos incêndios”.

A Fidelidade, por sua vez, manifestou já “total disponibilidade” para prestar assistência e facilitar os “processos de indemnização e de assistência necessários” às vítimas do descarrilamento do elevador da Glória, ocorrido na quarta-feira.

O acidente causou 16 mortos, segundo a Proteção Civil. O descarrilamento causou ainda duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

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Governo dos Açores aprova separação do handling da SATA para alienação

  • Lusa
  • 4 Setembro 2025

O governo regional adiantou que a medida “enquadra-se no plano de reestruturação da SATA, aprovado pela decisão da Comissão Europeia, de 7 de junho de 2022.

O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) aprovou esta quinta-feira a resolução que permite a separação da unidade económica responsável pelos serviços de handling da companhia aérea SATA, para que possa avançar o processo de alienação, anunciou o vice-presidente.

Segundo o vice-presidente do executivo regional de coligação, Artur Lima, que fez a leitura do comunicado do Conselho do Governo que esteve reunido em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, foi aprovada uma resolução “que determina a prática dos atos necessários à separação da unidade económica responsável pelos serviços de assistência em escala (handling) e a sua afetação à SATA Holding, S.A., criada no âmbito do processo de reorganização societária do grupo SATA”.

O Governo açoriano adiantou que a medida “enquadra-se no plano de reestruturação da SATA, aprovado pela decisão da Comissão Europeia, de 7 de junho de 2022, que determina a necessidade de separação da referida unidade económica de modo a torná-la passível de alienação”. Artur Lima explicou aos jornalistas que, agora, é preciso que a SATA Holding crie a empresa de handling, “para depois poder ser privatizada”.

“As instruções são dadas à SATA Holding, que vai criar essa empresa de handling, e essa empresa de handling, depois, será privatizada. E será o conselho de administração da SATA a dar depois os passos necessários para a privatização e cumprir assim o compromisso que temos com a União Europeia”, referiu.

Artur Lima sublinhou tratar-se do “primeiro passo com vista à privatização do handling da SATA”. Quanto a expectativas no processo de privatização, o governante admitiu que “tem tudo para correr bem”, sublinhando que resulta, sobretudo, das exigências da União Europeia e do compromisso do Governo com a União Europeia.

“Sendo uma empresa única a operar nos nove aeroportos [dos Açores], julgo que tem tudo para correr bem”, concluiu. Artur Lima adiantou que o executivo regional açoriano também aprovou o Programa de Incentivos à Captação de Novas Rotas Aéreas, “aplicável à implementação de novas rotas regulares de transporte aéreo comercial na Aerogare Civil das Lajes”, na ilha Terceira.

“A isenção ou redução das taxas de tráfego (taxas de passageiros) pode constituir um instrumento de estímulo relevante à implementação e consolidação de novas rotas aéreas, reforçando a conectividade externa da ilha Terceira, promovendo a mobilidade, a coesão regional e a competitividade económica do território”, segundo o comunicado do Conselho do Governo.

Na nota refere-se que, “neste contexto, e visando a captação e fidelização de novas rotas regulares de transporte aéreo de passageiros com origem ou destino na Aerogare Civil das Lajes, importa estabelecer um programa específico de incentivos assente na aplicação faseada de reduções percentuais das taxas de passageiros, de acordo com condições objetivas de elegibilidade e operação”.

Artur Lima explicou que o aeroporto das Lajes, que é gerido pelo Governo dos Açores, era o único da região que não tinha incentivos à captação de rotas e era necessário criar esses incentivos “para que as companhias também possam voar para a Terceira nas mesmas condições que voam para outros aeroportos”.

O Governo Regional aprovou ainda o Roteiro para a Neutralidade Carbónica dos Açores, para que a região atinja a neutralidade carbónica da sua economia em 2050, e a resolução que cria a Estrutura de Missão para Acompanhamento da Execução do Plano de Recuperação e Resiliência, “garantindo o sucesso do mesmo e os impactos positivos na sociedade e economia açorianas”.

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ERC dá luz verde a diretores adjuntos da direção de programas de rádio da RTP

  • Lusa
  • 4 Setembro 2025

ERC aprovou a nomeação de Ricardo Matos Salvado e Nuno Galopim para diretores adjunto de programação da Antena 1, RDP Internacional e RDP África e RTP2.

O Conselho Regulador da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação aprovou a nomeação dos diretores adjuntos da direção de programas de rádio da RTP, adiantou, num comunicado divulgado esta quinta-feira.

“O Conselho Regulador da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social deliberou, em reunião realizada, no dia 4 de setembro de 2025, a requerimento do Conselho de Administração da Rádio e Televisão de Portugal, S.A., dar parecer favorável às destituições e nomeações de diretores adjuntos da direção de programas de Rádio da RTP”, disse a entidade, na nota.

Assim, a ERC aprovou a nomeação de Ricardo José Soares Matos Salvado para diretor adjunto de programação dos serviços de programas de rádio da Antena 1, RDP Internacional, e RDP África e de Nuno Henrique Fialho Galopim de Carvalho para diretor adjunto de programação do serviço de programas de rádio Antena 2.

Paralelamente, indicou, foi “dado parecer favorável à destituição de João Paulo Borralho Furtado Barreiros do cargo de diretor adjunto da RDP Internacional”.

Este parecer, disse a organização, “teve por base a análise dos currículos dos nomeados, das audições promovidas pela ERC aos profissionais a nomear e a destituir, bem como da fundamentação apresentada pelo Conselho de Administração da RTP”.

 

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Quase dois terços dos franceses favoráveis à demissão de Macron

  • Lusa
  • 4 Setembro 2025

64% dos inquiridos disseram querer um novo ocupante no Palácio do Eliseu e e eleições presidenciais antecipadas, em vez da nomeação de um quinto primeiro-ministro em menos de dois anos.

Quase dois terços dos franceses querem a demissão do Presidente Emmanuel Macron, segundo uma sondagem divulgada esta quinta-feira, em vésperas do Governo de François Bayrou se submeter a uma moção de confiança.

Entre os inquiridos, 64% deles disseram querer um novo ocupante no Palácio do Eliseu e a organização de eleições presidenciais antecipadas, em vez da nomeação de um quinto primeiro-ministro em menos de dois anos, de acordo com uma sondagem da Odoxa-Backbone para o jornal conservador Le Figaro.

No inquérito, 56% pediram a dissolução do governo e a realização de legislativas antecipadas para encontrar uma solução para a crise no país. Numa outra sondagem, da Verian para a revista Le Figaro, apenas 15% dos franceses afirmaram confiar no Presidente Macron, uma queda acentuada e sem precedentes de seis pontos em comparação com julho.

Macron está também a perder a confiança dos eleitores da primeira volta em 2022, com apenas 45% a favor (-14 pontos num mês), o nível mais baixo observado desde que foi eleito pela primeira vez, em 2017, de acordo com uma segunda sondagem da Elabe para o jornal de negócios Les Échos.

Na segunda-feira, a Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento francês) vota uma moção de confiança e tudo indica que Bayrou vai perder essa votação, uma vez que a oposição já anunciou que não votará a favor do primeiro-ministro que pediu um voto de confiança sobre a necessidade urgente de reduzir a dívida refletida numa proposta de orçamento com um corte de quase 44 mil milhões de euros.

A proposta orçamental inclui também medidas como a eliminação de dois feriados franceses e o congelamento das prestações públicas. Os deputados não são os únicos que já não acreditam na capacidade do chefe do Governo para recuperar o país, uma vez que a confiança do povo francês nele também está em queda, nos 14% (-2 pontos), de acordo com a sondagem da Verian.

Este é o nível mais baixo alguma vez observado para um primeiro-ministro neste barómetro. A sondagem Odoxa-Backbone para o Le Figaro foi realizada online de 3 a 4 de setembro, com uma amostra de 1.005 pessoas.

O inquérito Verian para a revista Le Figaro foi realizado online de 31 de agosto a 2 de setembro, com uma amostra de 1.000 pessoas, representativa de toda a população com 18 ou mais anos, utilizando o método das quotas, com uma margem de erro de 1,4 a 3,1 pontos.

O inquérito Elabe para o Les Échos foi realizado online de 2 a 3 de setembro, com uma amostra de 1.000 pessoas, representativa dos residentes da França metropolitana com 18 anos ou mais, utilizando o método das quotas, com uma margem de erro de 1,4 a 3,1 pontos.

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