Pensar na carreira mete medo
Tipicamente agarram-se à famosa expressão “ninguém sabe o dia de amanhã” que se aplica como uma luva ao formato a curto-prazo que o nosso cérebro foi engenheirado pela natureza.
A maioria das pessoas que conheci ao longo da minha carreira tem receio de pensar a longo-prazo: receia de tal forma pensar no tema que o próprio medo acabou por se tornar “dormente” sem sequer impactar o seu inconsciente. Tipicamente agarram-se à famosa expressão “ninguém sabe o dia de amanhã” que se aplica como uma luva ao formato a curto-prazo que o nosso cérebro foi engenheirado pela natureza.
É, de facto, necessário algum esforço cerebral para descolar do modo default e pensar sobre o que o futuro nos poderá reservar e, em sequência, tentar posicionar-nos nesse futuro bastante incerto e delinear um plano de ações para atingir os nossos objetivos.
Eu percebo… é complexo! Se não nascemos nem fomos educados para lidar com a mudança de forma linear, como é que podemos pensar que estamos preparados para repensarmos a nossa carreira entre cinco a dez vezes durante a nossa vida ativa?
Qual a solução? Contratar um coach para nos ajudar a perceber qual o caminho que podemos percorrer. Considero-me um sortudo pois encontrei um excelente coach que me tem ajudado a posicionar-me na minha carreira. No entanto, aí reside o problema: não é simples identificar um profissional que tenha fit cultural connosco, com disponibilidade e com uma hour rate acessível. Observando a evolução da nossa sociedade, percebemos que passámos de carreiras monógamas e demasiado estáveis dos tempos da pré-internet para carreiras millennials salta-pocinhas entre posições.
Não podemos encontrar um meio-termo?! Fazê-lo fará com que os indivíduos comecem a melhor planear as suas carreiras e, também, com que as empresas aproveitem melhor porque contratam profissionais com os “pés bem assentes na terra”.
A verdade é que os profissionais tendem a colocar o ónus do planeamento da sua carreira nos empregadores mas o ownership de carreira não deveria pertencer ao indivíduo?
Desengane-se quem achar que pode contar apenas com as organizações para “cuidar” do seu futuro. As empresas acabam por ter um incentivo cada vez menor para o fazer uma vez que o turnover, especialmente quando se trata de top talent, é cada vez maior derivado da desigualdade entre oferta e procura, de tal forma que os talentos mais requisitados estão a passar do modelo full-time para Contracting.
No entanto, também é verdade que as empresas devem ajudar os seus colaboradores a evoluir de forma a aumentar o tempo de estadia dos mesmos na organização, como tal devem investir no upskilling e reskilling dos seus colaboradores pois a pressão tecnológica não vai relaxar. Realidade Virtual, Inteligência Artificial e outros temas parecidos vão deixar de ser jargões corporativos ou de startups e vão invadir o nosso espaço de trabalho, quer seja nas nossas casas, nos coworks ou nos escritórios.
Foi este o principal motivo pelo qual a equipa da Landing decidiu transformar, gradualmente, o Landing Festival numa conferência de desenvolvimento pessoal e de carreira, e de busca pelo conhecimento. O Landing Festival é, na prática, uma experiência humana e tecnológica onde os participantes podem perspetivar o seu futuro num ambiente propício à criatividade, comunicação colaboração e pensamento crítico.
Sabemos que as pessoas têm de começar a assumir um compromisso com elas próprias ao nível do crescimento de carreira, e queremos ser a melhor equipa do mundo a fornecer-lhes as ferramentas digitais certas para o fazer.
Por outro lado, sentimos que as organizações têm de acompanhar esta evolução e, foi por este motivo que criámos a Tech Hiring Conference, uma conferência boutique dedicada a profissionais do talento, desde recrutadores aos hiring managers, para que comecem a abraçar as novas realidades que estão invadir a cultura empresarial.
*Pedro Oliveira é cofundador da Landing.Jobs.
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