Rolhas da Amorim já estão mais caras e preço voltará a subir em 2022

Gigante da cortiça avança com nova subida das tarifas. Mexida de preços no início deste ano é "insuficiente face ao aumento galopante dos custos” da energia, matérias-primas, logística e transportes.

A Corticeira Amorim avançou nas últimas semanas com “uma evolução tarifária nos preços de todos os produtos para incorporar o aumento de custos” que teve em 2021. No entanto, como “infelizmente esses custos não pararam de aumentar”, António Rios Amorim admite que isso vai obrigar a gigante da cortiça a avançar com novas subidas das tarifas para os clientes nos próximos meses.

Em declarações ao ECO, o presidente executivo da empresa sediada em Mozelos, Santa Maria da Feira, reconhece que “tudo aquilo que foi o aumento de preços [que realizou] está-se a revelar insuficiente face a este aumento galopante dos custos provenientes da energia, das matérias-primas, das disrupções das cadeias logísticas”. “É um momento desafiante para todos nós”, acrescenta.

“Os custos já vinham a aumentar desde o ano passado. Mas perante a magnitude do aumento, todos nós incorporámos [nas análises] que este ano, num contexto pós-pandémico, íamos ter aqui alguma acalmia. E não foi isso que aconteceu. Pelo contrário. Todos esses custos estão a ter uma evolução ainda mais importante”, justifica o empresário. As vendas de rolhas cresceram 12,5% em 2021, para 593,3 milhões de euros, contribuindo para 70% das vendas consolidadas da empresa.

Cerimónia de entrega dos prémios IRGAwards 2021 - 23SET21
António Rios Amorim foi premiado como melhor CEO nos IRGAwardsHugo Amaral/ECO

Além do preço da matéria-prima e dos transportes, António Rios Amorim aponta o dedo aos custos da energia. Num “ano normal” e completo, a despesa rondaria os 14 milhões de euros. Porém, só no segundo semestre do ano passado – “porque os contratos que tínhamos a um preço mais fixo vão acabando”, recorda –, a fatura energética da líder mundial do setor ascendeu a “cerca de 16 a 17 milhões de euros”.

Qual é o cenário para este ano? “É completamente imprevisível. [No orçamento para 2022] estimámos um preço médio de consumo para a eletricidade à volta de 190 ou 200 euros o megawatt (MW), que era muito mais alto – cinco vezes mais alto – do que o que tínhamos até junho do ano passado. E neste momento os custos estão mais altos do que isso”, responde.

Não é um tema que possa dar origem a grande negociação [com os clientes] porque os impactos são de tal forma significativos que temos mesmo de passar isso para o mercado.

António Rios Amorim

Presidente executivo da Corticeira Amorim

Já questionado pelo ECO sobre como tem sido a discussão do preço com os clientes, António Rios Amorim adverte que “não é um tema que possa dar origem a grande negociação porque os impactos são de tal forma significativos que [tem] mesmo de passar isso para o mercado”. “E os nossos clientes vão ter de passar isso para os seus clientes. É um efeito de cadeia e, por isso, há uma inflação em curso”, conclui.

Numa fase de bloqueio total na comercialização de rolhas, pavimentos e materiais compósitos para os mercados russo, bielorrusso e ucraniano, que no ano passado valeram vendas de cerca de 12 milhões de euros, as prioridades da Corticeira Amorim passam pela segurança dos perto de 30 trabalhadores locais e pela tentativa de cobrança de dívidas relativas a encomendas que foram enviadas para o leste europeu antes de Vladimir Putin iniciar a invasão da vizinha Ucrânia.

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Corticeira Amorim tenta cobrar dívidas na Rússia

Com as vendas para o mercado russo bloqueadas, António Amorim diz ao ECO que as prioridades da gigante da cortiça são a segurança dos 30 trabalhadores locais e o pagamento das encomendas pré-guerra.

Pessoas e dinheiro. Estas são as duas maiores preocupações da Corticeira Amorim em relação aos negócios com os mercados da Rússia, da Bielorrússia e da Ucrânia, que no ano passado representaram vendas de cerca de 12 milhões de euros. Com a atividade comercial totalmente bloqueada naquelas geografias, o presidente executivo adianta ao ECO que as prioridades neste momento envolvem a segurança dos perto de 30 trabalhadores que tem naquelas geografias e a tentativa de recuperar os montantes “relevantes” em aberto, que não estavam vencidos à data do início da guerra.

“Estamos a tentar fazer a cobrança, que é uma atividade muito importante. A venda só acaba quando o dinheiro entra na conta e não entrou ainda. O canal financeiro está bloqueado. Grande parte das transferências são difíceis de realizar porque tudo o que vem daqueles países neste momento não é bem visto. Os [departamentos de] compliance dos bancos têm dificuldade em dar sequência. Estamos a ver se conseguimos receber os montantes que tínhamos em aberto para conseguir manter a nossa solvabilidade financeira com esses mercados”, descreve António Rios Amorim, sem concretizar o valor em dívida.

Em conjunto, a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia representaram 1,5% da faturação de 2021 da empresa sediada em Mozelos (Santa Maria da Feira), que pela primeira vez ultrapassou os 800 milhões de euros em 2021, ascendendo a 837,8 milhões. Rumo a estes destinos de Leste, em que “a atividade está completamente parada” desde há três semanas, seguiam rolhas de cortiça, pavimentos e materiais compósitos. Sobretudo para a Rússia, onde emprega à volta de 30 pessoas e tem duas empresas de distribuição para estes últimos dois produtos.

Recusando dar já como totalmente perdidos os negócios nestes mercados no médio prazo – “em princípio sim, mas ainda não podemos ter uma visão do que vai acontecer porque isto está a mudar todos os dias” –, António Rios Amorim sublinha que “neste momento, a principal preocupação é social e tem a ver com as pessoas que trabalham para a Corticeira Amorim nessas geografias [e] que estão a passar momentos extremamente difíceis e complicados com toda esta situação, [incluindo] a sua própria posição pessoal com este tipo de eventos”.


Em 2021, a cortiça foi a principal fonte de receita nas exportações portuguesas de mercadorias para a Rússia, equivalendo a 26,9 milhões de euros. Além da Corticeira Amorim, na lista das dez maiores exportadoras para aquele mercado nos últimos dois anos estão também a Unicor, de Lourosa, e a Sedacor (JPS Cork Group), de Santa Maria da Feira. Segundo os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística INE), a “cortiça e suas obras” foi também a categoria de bens mais vendida por Portugal para a Ucrânia, embora num montante muito inferior em 2020: cerca de cinco milhões de euros.

Borrachas russas e efeitos de médio prazo

Em termos comerciais, o abastecimento dos produtos que a Corticeira Amorim fazia para a Rússia, assim como para a Bielorrússia e para a Ucrânia, era “sobretudo para consumo doméstico” nesses países. O gestor desabafa que “felizmente não era um mercado assim tão relevante, mas [o grupo vai] ter consequências disso”. É que, explica, além de contabilizar os prejuízos diretos, é preciso calcular também as perdas indiretas, uma vez que “os clientes vendiam vinhos com as rolhas” da Amorim. Em 2021, as exportações de vinho para o mercado russo aumentaram 61% face ao ano anterior, ascendendo a um total de 45 milhões de euros.

António Rios Amorim recorda que “a atividade começou o ano bastante forte” e mantém um otimismo moderado. “Temos sempre uma visão positiva, que a inteligência humana vai vingar no final de tudo isto. Mas perante tudo aquilo que vimos, de vez em quando duvidamos”, contrapõe. Face à “marginalidade” destes mercados e ao facto de “tudo isto [ser] relativamente recente”, não antecipa um reflexo “imediato” da invasão militar nos resultados relativos ao primeiro trimestre, mas avisa que “são coisas que vão impactar o negócio durante o resto do ano”.

Parte das borrachas para misturar com a cortiça vinham da Rússia. Estamos a mudar de geografia para a Ásia [no fornecimento destes materiais].

António Rios Amorim

Presidente e CEO da Corticeira Amorim

Finalmente, o impacto da guerra que rebentou na Ucrânia a 24 de fevereiro faz-se também sentir ao nível do fornecimento de “uma ou outra matéria-prima”, em que já está a procurar um “abastecimento alternativo” por parte de operadores de outros países. É o caso das borrachas para misturar com a cortiça, que vinham da Rússia e para as quais a Corticeira Amorim já está a “mudar de geografia para a Ásia”, recorrendo a outros fornecedores com quem também já trabalhava.

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Portugueses integram iniciativa para indústria de vinho sustentável

A Corticeira Amorim e a Fundação The Porto Protocol são fundadores da Sustainable Wine Roundtable, uma nova rede de partilha de soluções para o setor vitivinícola no campo da sustentabilidade.

Mais de 40 operadores mundiais da fileira do vinho, incluindo duas organizações de origem portuguesa, decidiram unir esforços para reforçar a liderança do setor vitivinícola em matérias de sustentabilidade.

A Corticeira Amorim e a Fundação The Porto Protocol – liderada por Adrian Bridge, diretor-geral do grupo de Vila Nova de Gaia que detém as marcas de vinho do Porto Taylor’s, Fonseca e Croft – são membros fundadores da Sustainable Wine Roundtable (SWR).

Esta associação vai desenvolver uma norma de referência global que clarifique a comunidade vitivinícola sobre o significado exato do conceito de sustentabilidade e a forma como é implementada e medida. Além de dar uma “orientação clara e credível” para as vinhas e adegas, quer ajudar retalhistas e consumidores a classificar os vários rótulos e claims ecológicos.

António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim.Paulo Duarte/Bloomberg

“É com orgulho que nos juntamos a este prestigioso grupo de membros fundadores da SWR para fortalecer a liderança já demonstrada pelo setor vinícola nas questões ambientais e sociais. As credenciais de sustentabilidade da cortiça são imbatíveis, mas não são totalmente realizadas até que possamos compartilhá-las com os nossos clientes”, frisa António Rios de Amorim, presidente e CEO da Corticeira Amorim.

Acreditando numa resposta mais eficaz às alterações climáticas através de ações colaborativas, também Adrian Bridge destaca esta rede de partilha de soluções para o setor vitivinícola. “É com sentido de missão que unimos esforços com a SWR, (…) para que em conjunto consigamos contribuir e beneficiar a comunidade do vinho em todo o mundo, esclarecendo conceitos e diretrizes relativas ao desenvolvimento sustentável”, completa o gestor.

Adrian Bridge, diretor-geral da The Fladgate Partnership e Barack Obama, ex-presidente dos EUA

Esta plataforma independente, sem fins lucrativos, presidida por Richard Bampfield e que quer incluir todos os agentes do setor, desde produtores a consumidores, vai dinamizar grupos de trabalho para desenvolver as melhores práticas e ferramentas em questões relevantes da sustentabilidade, sensibilizar, juntar atores da indústria e “posicionar a comunidade vitivinícola a nível mundial como uma força em prol de um mundo melhor”.

Esta é a lista completa de membros fundadores da SWR: Ahold Delhaize, Alko, Alliance Wine, Amorim Cork, BLB Vignobles, British Glass, BSI, Catena Institute of Wine, Château Léoube, CIVB, Cloudy Bay, Concha y Toro, Diversity in Food and Beverage, Domaine Bousquet, Dr. Loosen, Enotria&Coe, Equalitas, Famille Perrin, Fish Friendly Farming, Food Alliance, Grupo Avinea, Hochschule Geisenheim University, International Wineries for Climate Action, JancisRobinson.com, Journey’s End Vineyards, Lidl GB, Napa Green, New York Wine & Grape Foundation, North South Wines, Preferred by Nature, Ramón Bilbao, Schenk Group, Ste. Michelle Wine Estates, Sustainable Agriculture Network, Sustainable Winegrowing Australia, Sustainable Winegrowing British Columbia, Systembolaget, The Co-op UK, The Fairtrade Foundation, The Porto Protocol, The Wine Society, Treasury Wine Estates, Vingruppen, Vintage Wine Estates, Waitrose & Partners, Whole Foods Market, Wines of South Africa e WWF South Africa.

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Corticeira Amorim avança com financiamento verde de 20 milhões de euros

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Agosto 2021

A taxa de juro das emissões ao abrigo deste programa está ligada à evolução de indicadores ambientais como "o consumo de energia proveniente de fontes renováveis controladas".

A Corticeira Amorim concretizou um primeiro programa de emissões de papel comercial Sustainability Linked no montante de 20 milhões de euros, com vencimento até 2024, sendo o segundo financiamento sustentável da holding portuguesa.

Após a emissão de obrigações verdes de 40 milhões de euros em 3 de dezembro de 2020, a Corticeira Amorim reafirmou esta quinta-feira, num comunicado enviado à CMVM, o compromisso com a aplicação dos princípios e melhores práticas dos indicadores ESG (Environmental, Social and Governance).

A taxa de juro das emissões ao abrigo deste novo programa está ligada à evolução de indicadores ambientais como “o consumo de energia proveniente de fontes renováveis controladas” e “a proporção de resíduos (não cortiça) enviados para valorização“. Estes indicadores integram um conjunto de indicadores-chave de performance (KPI, na sigla em inglês) de referência ESG, “assumidos pela Corticeira Amorim e objeto de reporte e certificação anual por entidade externa”.

De acordo com a Corticeira Amorim, a Sustainalytics, uma empresa especializada em pesquisa, classificações e informação ESG, confirmou o alinhamento desta operação com as quatro componentes dos Princípios de Crédito Ligados à Sustentabilidade 2020, da Loan Market Association (LMA). “O programa permitirá alongar a estrutura de maturidades do financiamento da Corticeira Amorim, reforçando os seus capitais permanentes, bem como reforçar a componente de financiamento sustentável”, refere ainda o comunicado.

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Corticeira Amorim é aposta da Lazard na Zona Euro

A gestora de fundos norte-americana está otimista para as ações de pequena capitalização do bloco da moeda única. A empresa liderada por António Rios Amorim é uma das escolhidas.

Mais conhecido pelo banco de investimento, que tem participado em várias fusões e aquisições em Portugal e prepara a venda da dona do Meo, o grupo financeiro de nome francês e nacionalidade norte-americana tem na gestão de fundos o seu outro braço. E também aí há empresas portuguesas no radar.

As small caps da Zona Euro são uma das apostas da Lazard Fund Managers para este ano. As pequenas capitalizações acumulam quedas maiores que as grandes nos últimos meses e têm maior potencial de valorização. Entre as escolhidas está a Corticeira Amorim.

“Na Zona Euro adoramos o universo das small caps porque foram as que mais sofreram nos últimos meses, corrigiram muito fortemente e mais do que as large caps desde novembro. O contexto para as pequenas capitalizações vai ser muito positivo”, antecipa Domingo Torres, diretor da Lazard Fund Managers para Espanha e Portugal. Há outro motivo para a preferência: “Estas são as empresas que vão receber mais dinheiro do Fundo de Recuperação da União Europeia”.

"A Corticeira Amorim tem uma posição de liderança no seu mercado e uma evolução que simboliza o que queremos ter no fundo.”

Domingo Torres

Diretor para Espanha e Portugal da Lazard Fund Managers

A Corticeira Amorim é uma das empresas na carteira do fundo Small Calps Euro, devido ao perfil da empresa. “A Corticeira Amorim tem uma posição de liderança no seu mercado e uma evolução que simboliza o que queremos ter no fundo”, justifica Domingo Torres. A última ficha do fundo, datada de abril, assinala que a empresa portuguesa foi uma das três cotadas onde mais reforçou o investimento.

Na carteira de 726 milhões de euros, a líder mundial na produção e transformação de cortiça tem a companhia de empresas como a italiana De Longhi, a francesa Ipsos ou a austríaca Rosenbauer. Nos 12 meses até ao final de abril, o fundo tinha valorizado 58%.

Além da Corticeira Amorim, a Lazard surge com posições qualificadas no capital da REN e da Galp. Na empresa de redes de energia tem uma participação de 7% e na petrolífera de 2%.

Inflação e yield

Esta não é a única estratégia que os investidores têm procurado. Domingo Torres assinala que a procura por rentabilidade (yield) continua a ser um tema prioritário, a que se juntam preocupações com uma subida temporária da inflação, quer por parte dos investidores espanhóis, quer dos portugueses.

“Se olharmos para as subscrições dos nossos fundos em 2020 e 2021, vemos que estão a ir sobretudo para a dívida do setor financeiro, obrigações convertíveis, small caps da Zona Euro e um pouco para a dívida dos mercados emergentes“, conta Domingo Torres.

E as criptomoedas? O responsável garante que os clientes da Lazard não perguntam pelas moedas digitais. “Nós gerimos ativos em que conhecemos os seus fundamentais. Há ativos como o ouro e as moedas digitais em que não temos nenhuma ideia do que será a evolução futura, porque a cotação não obedece a dados fundamentais”, afirma. As criptomoedas não têm enquadramento legal e têm vários escândalos.

O grupo norte-americano, fundado por três irmãos franceses no Louisiana em 1849, está presente em 19 países, emprega mais de mil trabalhadores e tem cerca de 250 mil milhões de dólares sob gestão.

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Unicórnios também entram na nova associação de empresários

A associação, que vai ser apresentada em meados de junho, conta já com 42 empresas, mas o número deverá crescer. Outsystems é uma das que está na lista.

Reforçar a competitividade do país e tirá-lo da cauda da Europa. É o mote que junta mais de 40 grandes empresas numa nova associação que quer ser apartidária e não quer um lugar à mesa da concertação social.

Sonae, Semapa, Millennium, Grupo Mello e Amorim são alguns das empresas que fazem parte da nova associação, como avançou o Jornal de Negócios. Mas a lista não inclui apenas grupos empresariais mais tradicionais. Segundo apurou o ECO, também fazem parte unicórnios portugueses da área tecnológica, como a Outsystems, liderada por Paulo Rosado. A Farfetch, ao contrário do que tinha sido noticiado, não integra a lista.

Educação e reforço das qualificações, capitalização das empresas e aumento da sua escala, o papel do estado e os custos de contexto – são as três grandes áreas a que o novo “think tank” dará prioridade programática e em grupos de trabalho.

Representação ao mais alto nível

A associação, inspirada no modelo norte-americano das “business roundtables”, terá como “chairman” Vasco de Mello, que este ano deixou a liderança executiva do Grupo Mello. A direção, que terá nove membros, contará ainda com Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, e António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim, como vice-presidentes.

Segundo o Negócios, à frente do “think tank” estarão ainda João Castello Branco, CEO da Semapa, Nuno Amado, “chairman” do BCP e Guy Villax, CEO da Hovione. Haverá ainda um secretário-geral e as direções serão rotativas.

Ao que o ECO apurou junto de uma fonte que pediu para não ser identificada, as empresas serão sempre representadas ao mais alto nível, seja através do CEO ou do presidente do conselho de administração.

A mesma fonte explicou que a associação “bebe de algumas ideologias e não de outras”, mas será “apartidária”. Garante também que “não quer ser parceiro social” e que a iniciativa não está relacionada com qualquer descontentamento em relação às estruturas que representam os patrões. “É olhar para a economia e perceber como pode ser melhorada e até otimizada. Apontar caminhos”.

“É uma iniciativa cívica absolutamente importante na perspetiva de se criar um ambiente mais favorável ao crescimento e ao investimento”, explicou um empresário contactado pelo ECO. “Em comparação com concorrentes europeus, temos um ambiente de negócios menos competitivo e com pouca escala, que é mal vista”, acrescenta.

Nome ainda não está fechado

A ideia de criar a associação nasceu e cresceu com o confinamento, sobretudo a partir do início deste ano, que incentivou uma reflexão mais profunda sobre o papel que os grandes empresários podem ter no crescimento da economia. A notícia surge depois da passagem de vários devedores do BES e Novo Banco pela comissão parlamentar de inquérito, que foi alvo de muitas críticas.

O nome ainda não está definido – o branding ainda decorre – assim como a criação do site. O arranque está previsto até ao final de junho, sendo que a expectativa é que o número de empresas participantes cresça das atuais 42.

(Notícia corrigida às 17h15 com indicação de que a Farfetch não faz parte do grupo de empresas)

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De uma pequena oficina, Corticeira Amorim fez-se gigante em 150 anos

História da Corticeira Amorim é longa, mas repleta de conquistas, cá e lá fora. Tornou famosa a cortiça portuguesa em todo o mundo, com as rolhas, mas também as pranchas e surf e até os aviões.

Nasceu em 1870. Virou dois séculos, um deles que mudou o milénio. Cresceu numa pequena oficina a produzir rolhas, expandindo desde então — ainda que com alguns reveses pelo caminho — até chegar aos quatro cantos do mundo. Em 150 anos, a Corticeira Amorim transformou-se na maior transformadora de produtos de cortiça do globo. Com as rolhas sempre em primeiro lugar, diversificou o uso da matéria-prima que, hoje em dia, se encontra desde os isolamentos até às pranchas de surf na Nazaré.

A história da Corticeira Amorim é longa, mas repleta de conquistas. Lançada pela mão de António Alves Amorim, foi saltando de geração em geração, até chegar à quarta geração, a de António Rios de Amorim. Com cada uma, evoluiu. E foi conquistando mercado atrás de mercado, da Europa aos EUA, até aterrar na China, com a aposta na qualidade das suas rolhas, mas também na sustentabilidade.

Tornou famosa a cortiça portuguesa, claramente pelas rolhas, que se encontram nas garrafas de vinho, mas também de whisky mais famosas do mundo. Mas também pela multiplicidade de aplicações que conseguiu dar a esta matéria-prima.

Tudo isto tem sido conseguido, ao longo de muitos anos, com esforço, dedicação e muito investimento. Mas esse dinheiro aplicado no desenvolvimento da empresa familiar tem-se traduzido em resultado cada vez mais expressivos. O volume de negócios desta empresa de século e meio ascende aos 700 milhões de euros.

Conheça, momento a momento, a história desta empresa portuguesa.

Família Amorim abre a primeira fábrica de rolhas

Recuando no tempo, a atividade da Corticeira Amorim inicia-se, em 1870, com a fundação da primeira fábrica de produção manual de rolhas de cortiça, no Cais de Vila Nova de Gaia, liderada por António Alves de Amorim. Mas é a década de 90, desse mesmo século, que marca os primeiros passos do que viria a ser o império da família Amorim.

Já em 1908, a família abre uma nova oficina em Santa Maria de Lamas, com o objetivo de alargar a produção. Nesta altura a rolha de cortiça começa a ser vista mais como um produto de luxo, obrigatório nos vinhos de elevada qualidade produzidos pelas melhores caves da época.

Primeira empresa da família nasce em 1922

É no dia de 11 de março de 1922 que nasce a primeira empresa do grupo, a Amorim & Irmãos. Foi criada, na altura, com um capital social de 90 mil escudos, tendo como sócios os filhos de António Alves Amorim e Ana Pinto Alves: José, Manuel, Henrique, Américo, Ana, Rosa, António, Joaquim e Bernardina. Esta segunda geração Amorim imprimiu um novo dinamismo à atividade desenvolvida e tornou a empresa numa referência da indústria corticeira nacional.

Amorim & Irmãos torna-se na maior fábrica de rolhas do norte

Ao longo da década 30, a Amorim & Irmãos tornou-se na maior fábrica de rolhas do norte de Portugal. De forma a potenciar o crescimento a família Amorim adquire, em 1935, um pequeno armazém em Abrantes. Passados três anos, numa década marcada por grandes dificuldades sociais, a Corticeira Amorim constrói o primeiro refeitório para os funcionários, onde a empresa passa servir diariamente uma sopa quente.

Incêndio destrói por completo as instalações da empresa

Após 74 anos de crescimento, um incêndio vem assombrar o que família Amorim trabalhou para construir. Em 21 de março de 1944 um incêndio destruiu completamente as instalações da empresa, em Santa Maria de Lamas, deixando em ruínas a maior fábrica de Vila da Feira. Com esta tragédia, centenas de operários ficam sem trabalho e os prejuízos atingem os 15 mil contos. Dois meses depois, recomeçam as operações a tempo parcial.

Em 1950 a Amorim & Irmãos aposta em aprofundar o conhecimento na cortiça, assim como o seu funcionamento no mercado. A correta valorização desta matéria-prima permite à família recuperar a posição de maior fábrica corticeira da região norte, face ao incêndio que destruiu as instalações da empresa em Santa Maria de Lamas.

Terceira geração assume comando da Amorim & Irmãos

É no ano de 1953 que a terceira geração Amorim assume o comando da Amorim & Irmãos. No período pós-guerra, os quatro irmãos – José, António, Américo e Joaquim Ferreira de Amorim – assumem o leme da empresa e a responsabilidade de alterar a fisionomia da indústria corticeira portuguesa. A década de 50 é marcada também pela primeira viagem de Américo Amorim à União Soviética, que acontece em 1958, e acaba por tornar a Amorim & Irmãos, o maior exportador português para a Europa de Leste.

Economia circular vigente na década de 60

Já com foco na redução de desperdícios, o grupo cria em 1963, a Corticeira Amorim, uma unidade industrial vocacionada para a produção de granulados e aglomerados de cortiça. O objetivo é transformar 70% dos desperdícios produzidos pela Amorim & Irmãos, derivados da fabricação de rolhas.

Corticeira Amorim torna-se responsável por cerca de 75% da produção nacional

Na década de 70 a Corticeira Amorim passa a ser a capital rolheira do país, responsável por cerca de 75% da produção nacional. Nesse mesmo ano, em 1972, é criada a primeira unidade fabril de transformação de cortiça fora de território nacional, a Compagnie Marocaine de Transformation du Liège (Comatral), em Skhirat, Marrocos. Passado um ano, em 1973, a família Amorim inicia com êxito a produção de cortiça com borracha.

Em quatro anos, família abre duas novas empresas

No ano de 1978 a Corticeira Amorim cria a empresa Ipocork – Indústria de Pavimentos e Decoração (atual Amorim Revestimentos). Esta nova empresa marcou a entrada da Corticeira Amorim no mercado dos parquês e dos revestimentos. Passados quatro anos viria a nascer outra empresa da família Amorim, a Champcork Rolhas de Champanhe, empresa direcionada para a produção de rolhas para champanhe e vinhos espumosos.

Grupo avança para a bolsa. É a OPV

Em 1988, as quatro maiores empresas da Corticeira Amorim – Amorim & Irmãos, Corticeira Amorim Indústria, Indústria de Pavimentos e Decoração (Ipocork) e Champcork – Rolhas de Champanhe lançam uma oferta pública de venda de ações representativas do seu capital social na Bolsa de Valores de Lisboa.

Produtos do grupo representam 34% das exportações portuguesas de cortiça

O ano de 1989 representa o primeiro ano de consolidação de contas de toda a atividade corticeira do Grupo. O volume de vendas da Corticeira Amorim, SGPS atinge 23,6 milhões de contos, com os seus produtos a representarem 34% das exportações portuguesas de cortiça. No total, emprega 2.593 trabalhadores que representam 18% do setor.

Grupo Amorim expande oferta e aposta nos isolamentos em cortiça

Com o objetivo de expandir a oferta, em 1997, é criada uma nova unidade. É, assim, a constituída a Amorim Isolamentos direcionada para a produção de aglomerados destinados a isolamentos.

Grupo Amorim altera logótipo

Em 1998, o Grupo Amorim surge com uma nova imagem corporativa. O logótipo Amorim passa a ser uma árvore estilizada com o nome Amorim, simbolizando os princípios do Grupo: harmonia ambiental, força natural e confiança no crescimento, que vem reforçar a identidade e a cultura Amorim.

Mais uma unidade, agora em Ponte de Sôr

Na viragem do século é criada a Amorim & Irmãos – Unidade de Ponte de Sôr. Um polo de preparação da matéria-prima e fabrico de discos para rolhas Twin Top. Nesse mesmo ano há um reforço da estrutura de capitais próprios da Corticeira Amorim, através do aumento do capital reservado a acionistas de 71,5 milhões de euros para 133 milhões de euros: 23,8 milhões de euros por incorporação de reservas e 37,7 milhões de euros por entradas em dinheiro.

Quarta geração assume o comando

Em 2001, António Rios de Amorim, com 34 anos, sucede a Américo Ferreira de Amorim. A quarta geração da família Amorim, ativa no Grupo há mais de uma década, começa assim a assumir papéis de liderança.

António Rios de Amorim, da Corticeira Amorim, está nomeado para melhor CEO na relação com o mercado.

No mesmo ano desenrola-se a constituição da Amorim & Irmãos – Unidade de Coruche. Gémea da fábrica de Ponte de Sôr, esta unidade está vocacionada para a produção de discos para as rolhas de champanhe comercializadas sob a marca Spark. Com a abertura das unidades de Ponte de Sôr e Coruche, a verticalização de todo o processo produtivo de rolhas de cortiça torna-se uma realidade.

Nasce uma nova empresa do grupo, a Amorim Cork Composites

Em 2007 o grupo cria a Amorim Cork Composites, uma nova unidade de negócios da Corticeira Amorim, resultante da integração da cortiça com borracha e aglomerados técnicos.

Corticeira Amorim com foco na sustentabilidade

Assumindo a sua responsabilidade enquanto líder mundial do setor transformador da cortiça, a Corticeira Amorim publica o primeiro e único relatório de sustentabilidade da indústria em 2007. Um ano mais tarde este primeiro relatório de sustentabilidade é distinguido pela “Corporate Register” como um dos três melhores relatórios do mundo na categoria “openess and honesty” e como um dos seis melhores na categoria “relevance and materiality”.

Já com foco na sustentabilidade e na economia circular a Amorim Cork Composites, inaugura, em 2009, a primeira instalação mundial de reciclagem de rolhas de cortiça em Mozelos, Santa Maria da Feira.

Corticeira Amorim é eleita a 25.ª empresa mais influente do setor vinícola

A Corticeira Amorim é considera, em 2009, a 25.ª empresa mais influente do setor vinícola a nível mundial, pela prestigiada revista britânica de vinhos Drinks Business.

Rolhas da Corticeira Amorim escolhidas para vedar whisky mais caro do mundo

No ano de 2010 a Corticeira Amorim desenvolve uma coleção de rolhas capsuladas de luxo. A nova rolha de cortiça natural, denominada “Top Series”, surge no âmbito do compromisso estratégico com a inovação. Esta rolha premium foi escolhidas para vedar o whisky mais caro do mundo, o Dalmore Trinitas 64. Foram produzidas apenas três garrafas de luxo, com um preço que rondava os 118 mil euros por garrafa.

Grande passo em direção à China

Em 2011 a Corticeira Amorim faz uma aliança estratégica entre com uma empresa sediada em Xangai, a Vertex Group. Esta aliança uniu os dois maiores produtores de revestimentos de cortiça e de luxury vinyl tiles (LVT).

Ainda no mesmo ano arrancam com a nova fábrica de preparação de cortiça, em Salgueiros, Ponte de Sôr, com uma área total de 17 hectares e revestem a mítica Sagrada Família, em Barcelona, com o pavimento wicanders da Amorim Revestimentos.

Nasce a Amorim Cork Ventures orientada para a internacionalização

Em 2014 é criada a Amorim Cork Ventures, uma incubadora de negócios da Corticeira Amorim, com o propósito de fomentar o desenvolvimento de novos produtos e negócios com cortiça, orientados fundamentalmente para os mercados externos.

Das rolhas de cortiça às pranchas de surf

O surfista havaiano Garrett McNamara recolocou o mar português na memória do mundo ao surfar a maior onda alguma vez surfada no mundo, recorde ultrapassado em 2017 pelo surfista brasileiro Rodrigo Koxa. Inspiradas por este recorde a Mercedes-Benz Portugal, em parceria com a Corticeira Amorim, desenvolveram, em 2014, uma nova prancha de surf, concebida totalmente em cortiça portuguesa, para o surfista Garrett McNamara. Estas pranchas tow-in, que incorporam cortiça, foram desenhadas para superar o colossal desafio das ondas da Nazaré.

“Quando estás a surfar ondas gigantes precisas de uma prancha flexível e resistente ao impacto. [Uma prancha] que não se parta. Acredito que estas pranchas de surf serão benchmark em termos de tecnologia para os que surfam ondas gigantes”, destacou, à data, Garrett McNamara.

Américo Amorim morre aos 82 anos

O ano de 2017 foi marcado pelo falecimento de Américo Amorim, o carismático líder da terceira geração da família Amorim, presidente da Corticeira Amorim entre 1953 e 2001. O empresário foi considerado o homem mais rico de Portugal, ficando na 385ª posição na lista das pessoas mais ricas do mundo, em 2017, do ranking da Forbes. O “Rei da Cortiça”, como era apelidado pela revista norte-americana, faleceu com 82 anos e uma fortuna avaliada em 4,4 mil milhões de dólares (mais de quatro mil milhões de euros).

Corticeira Amorim celebra 30 anos na bolsa

O ano 2018 representou um marco histórico para o grupo ao celebrar 30 anos na bolsa. A abertura em bolsa do capital da Corticeira Amorim teve iniciou em abril de 1988, a que se seguiram a Ipocork e a Amorim & Irmãos, em junho, e a Champcork, em julho. Um ano mais tarde, foi lançada uma oferta pública de troca de ações da Corticeira Amorim pelos títulos das restantes empresas.

Espumantes sem sabor a rolha by Corticeira Amorim

No ano de 2019 a Corticeira Amorim descobre uma solução para os “espumantes sem sabor a rolha”. Foi antes do virar da década que o grupo lançou as primeiras rolhas de cortiça para vinhos espumantes sem sabor a rolha. Graças à tecnologia NDtech Sparkling, resultado de dois anos de investimento em I&D, a empresa transformadora de produtos de cortiça criou um sistema que acabou por conseguir replicar nas suas rolhas para espumantes.

Amorim aposta no design para conquistar os Estados Unidos

Sempre com foco em grandes voos, um dos objetivos do grupo Amorim para 2020 é conquistar os Estados Unidos. Como? A empresa procura levar a cortiça portuguesa a Nova Iorque, com foco na sustentabilidade climática. Criou o projeto City Cortex 2020 que tem como foco colocar a cidade de Nova Iorque e a cortiça lusitana lado a lado. O objetivo é reestruturar uma das maiores metrópoles do mundo de forma sustentável.

O designer Stefan Sagmeister, um dos responsáveis pelo mais recente projeto da Corticeira Amorim, acredita que “a cortiça é o melhor material para combater o problema da poluição sonora em Nova Iorque”, afirma o designer em conversa com o ECoolHunter.

Atualmente a Corticeira Amorim atua em mais de 100 países e produz mais de 25 milhões de rolhas por dia, o que equivale a 5,5 mil milhões de rolhas por ano.

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Mais vendas, mas mais custos. Corticeira lucra 40 milhões

A Corticeira Amorim registou um crescimento nas receitas, mas os custos também aumentaram. Os lucros registaram uma quebra ligeira.

A Corticeira Amorim fechou os primeiros seis meses do ano com lucros de 40 milhões de euros, um valor ligeiramente inferior ao registado no mesmo período do ano passado. A empresa até viu as receitas crescerem, mas os custos registaram um aumento mais expressivo, pesando no resultado líquido.

O resultado líquido cifrou-se em 40,4 milhões de euros, contra os 41,2 milhões registados nos primeiros seis meses do ano passado. “Apesar do contexto de forte subida do preço das matérias-primas, o resultado líquido manteve-se estável”, diz a empresa em comunicado enviado à CMVM.

“O EBITDA consolidado atingiu os 68,3 milhões, uma redução de 11,8% face ao primeiro semestre do ano anterior, refletindo o desempenho desfavorável da Unidade de Negócios (UN) de Revestimentos, bem como o impacto negativo do aumento do preço de consumo de cortiça”, nota.

As vendas cresceram 3,1%, para um total de 412,2 milhões de euros, isto ao mesmo tempo que os gastos cresceram 5,4% para 153,9 milhões, nota a empresa liderada por António Rios Amorim.

Por UN, a UN Isolamentos foi a que teve um desempenho mais positivo, com um crescimento de 15,6% das vendas, seguida da UN Matérias-Primas em 12,0%. As vendas das UN Rolhas e UN Aglomerados Compósitos cresceram 4,7% e 4,0%, respetivamente. A UN Revestimentos registou um decréscimo de vendas nos primeiros seis meses do ano”.

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Amorim encaixa 43,7 milhões com venda de ações. Corticeira ganha liquidez

Investmark, do Grupo Amorim, concluiu a operação de venda de ações da Corticeira Amorim. Colocação de 3,46% do capital foi feita a 9,50 euros por ação, abaixo dos 10,18 euros em bolsa.

A Investmark concluiu a venda de ações da Corticeira Amorim. A operação de colocação de 3,46% do capital social da empresa liderada por António Rios de Amorim foi realizada a 9,50 euros por ação, abaixo da cotação no mercado de capitais português. Gerou um encaixe de 43,7 milhões de euros.

Em comunicado enviado à CMVM, a sociedade de direito holandesa ligada ao Grupo Amorim, que é a segunda maior acionista da Corticeira Amorim, revelou “ter concluído com sucesso a venda de 4.600.000 ações representativas de 3,46% do capital social da Corticeira Amorim, em execução da oferta particular comunicada em 4 de junho de 2019″.

“A contrapartida total da oferta ascende a 43.700.000,00 euros, correspondente a um preço por ação de 9,50 euros”, acrescenta o mesmo comunicado. Este preço por ação fica aquém dos 10,18 euros a que os títulos terminaram a última sessão, o que deverá colocar pressão na cotação da empresa durante esta sessão.

“A liquidação da oferta decorrerá no dia 7 de junho de 2019, com a entrega das ações e o pagamento do preço (ou a transmissão das ações em bolsa)”, acrescenta a Investmark que, com esta venda, “passará a deter uma participação de 10,32% no capital social da Corticeira Amorim”.

Esta é a segunda vez que a Investmark é utilizada pelo grupo para aumentar a liquidez dos títulos já que em 2016 tinha sido realizada uma operação semelhante.

“Com a oferta, a oferente visa contribuir para o reforço do nível de dispersão do capital social da Corticeira Amorim, indo de encontro ao crescente interesse manifestado por investidores, nacionais e internacionais, assim potenciando a liquidez do título e fomentando uma maior representatividade do título no PSI-20, em linha com a contribuição dada pela referida sociedade à economia portuguesa”, salientou a empresa.

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Corticeira Amorim envolvida em projeto de agricultura urbana do futuro

Projetado por Tom Dixon, em parceria com o Ikea e com a Corticeira Amorim, o jardim do futuro será instalado em Londres e tem como objetivo a sensibilização para o consumo sustentável.

O designer britânico Tom Dixon desenvolveu, em parceria com a Ikea e com o apoio da Corticeira Amorim, um jardim com foco na agricultura urbana do futuro. O projeto foi distinguido com uma medalha de prata pelo Royal Horticultural Society.

Apresentado no Chelsea Flower Show, em Londres, o programa experimental de cultivo de plantas em ambiente urbano “Gardening will save the world” foi criado com cortiça e outros materiais 100% naturais, recicláveis e sustentáveis. A tecnologia permite que as plantas sejam cultivadas dentro de ambientes controlados durante todo o ano, incluindo uma variedade de plantas comestíveis.

Com este projeto Tom Dixon e a IKEA pretendem explorar soluções sustentáveis, acessíveis e inovadoras, que possam ser utilizadas pelo público para o cultivo de alimentos saudáveis e de plantas medicinais dentro das cidades. O modelo experimental de jardim tem como objetivo inspirar e encorajar as pessoas a cultivar e colher os seus próprios alimentos nas suas casas e nas comunidades urbanas.

O jardim vai ser instalado na Participatory City Foundation, durante cinco anos, com o objetivo de educar e sensibilizar para a importância do consumo sustentável. A iniciativa terá como objetivo criar um ecossistema acessível e inclusivo para envolver e educar as crianças e a comunidade sobre a importância e o prazer de cultivar seus próprios produtos.

 

O jardim do futuro foi criado com cortiça e outros materiais 100% naturais, recicláveis e sustentáveis. Será instalado em Londres e tem como objetivo a sensibilização para o consumo sustentável.

 

Para Cristina Amorim, da Corticeira Amorim “foi muito gratificante colaborar neste projeto, que valoriza a sustentabilidade a diferentes níveis e incentiva a utilização de soluções inovadoras para dar resposta aos desafios da sociedade”.

O modelo de jardim projetado por Tom Dixon “traz a natureza para dentro das cidades e promove a economia circular, um conceito que faz parte da Corticeira Amorim desde 1963, através da qual assegura a reutilização de todos os subprodutos resultantes da transformação da cortiça”, conclui Cristina Amorim.

Já para o líder criativo da IKEA, James Futcher “a alimentação é uma parte crucial da vida quotidiana e, juntamente com Tom Dixon, a IKEA quer inspirar e viabilizar um estilo de vida mais saudável e sustentável. A participação no Chelsea Flower Show é um primeiro passo na nossa colaboração, onde esperamos desafiar o modo como a sociedade aborda o crescimento populacional e como é gratificante desenvolver os seus próprios alimentos num jardim dentro da cidade. O próximo passo será desenvolver uma série de produtos para o crescimento urbano”.

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Corticeira Amorim aumenta lucros. Propõe pagar dividendo de 18,5 cêntimos

A empresa liderada por António Rios de Amorim fechou o ano com lucros de 77,4 milhões de euros. Propõe pagar aos acionistas um dividendo de 18,5 cêntimos.

A Corticeira Amorim aumentou os lucros. Elevou o resultado líquido para 77,4 milhões de euros, num ano marcado pelo crescimento de quase dois dígitos nas receitas. Vai propor o pagamento de um dividendo de 18,5 cêntimos, o mesmo valor pago no ano passado, sendo que em dezembro entregou uma remuneração extraordinária.

A empresa liderada por António Rios de Amorim revela, em comunicado enviado à CMVM, que o “resultado líquido atingiu os 77,4 milhões de euros, um aumento de 6,0% face aos 73 milhões registados no período equivalente do ano anterior”.

“O EBITDA consolidado foi ligeiramente superior ao ano anterior, tendo atingido os 134 milhões”, refere a empresa. “O rácio EBITDA/Vendas apresentou uma diminuição, encolhendo para 17,6%, fruto do “aumento de preços da matéria-prima e o efeito da desvalorização cambial do dólar no primeiro semestre” do ano passado.

As vendas “atingiram os 763,1 milhões de euros, uma subida de 8,8% face ao obtido no mesmo período do ano anterior”. “Se excluirmos o efeito da variação de perímetro e o impacto da desvalorização do dólar, as vendas teriam crescido 4,6%”, salienta a empresa, notando que todas as unidades de negócio registaram crescimento de vendas, com a exceção da de revestimentos.

Perante estes resultados, o Conselho de Administração deliberou propor à Assembleia Geral de Acionistas, a ter lugar em 12 de abril de 2019, a distribuição de um dividendo bruto de 18,5 cêntimos por ação, ou seja, exatamente o mesmo valor entregue aos investidores no ano passado.

Há uma manutenção da remuneração ordinária, mas é preciso lembrar que os acionistas da Corticeira Amorim aprovaram a 3 de dezembro a proposta do Conselho de Administração de efetuar o pagamento de um dividendo extraordinário no valor de 8,5 cêntimos. Este dividendo foi pago com base nas contas dos primeiros nove meses, período em que a empresa lucrou 58,6 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 7h23 com mais informação)

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Corticeira Amorim compra companhia agrícola por 5,5 milhões de euros

A aquisição da Corticeira Amorim visa desenvolver um projeto de intervenção florestal na "Herdade da Baliza". Este é o primeiro investimento do grupo numa propriedade florestal.

A Corticeira Amorim comprou a Cosabe – Companhia Silvo-Agrícola da Beira, por 5,5 milhões de euros, anunciou a empresa em comunicado enviado à CMVM. O negócio, que é o primeiro investimento do grupo em propriedade florestal, foi realizado através da sub-holding Amorim Florestal.

O principal ativo da companhia agrícola era a “Herdade da Baliza”, na zona de Castelo Branco, onde a Corticeira irá agora desenvolver um projeto de intervenção florestal. No âmbito deste projeto, que já está em curso, será desenvolvida uma plantação intensiva, para aumentar a densidade e a rapidez de crescimento de sobreiros. A Herdade tem uma área total de 2.866 hectares.

A iniciativa da empresa liderada por António Rios de Amorim tem como objetivo “assegurar a manutenção, preservação e valorização das florestas de sobro e, consequentemente, a produção contínua de cortiça de qualidade, desenvolvido em estreita parceria com produtores florestais, instituições de investigação e entidades políticas locais”, explicam em comunicado.

A Corticeira Amorim registou lucros de 41,2 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representou um aumento de 9,2% face ao período homólogo.

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