Consórcio de Horta Osório mantém-se na corrida e oferece até sete mil milhões pela Altice Portugal

Warburg e Zeno Partners, apoiados pela UBS e em conjunto com o ex-banqueiro, continuam interessados em comprar todos os ativos da Altice Portugal. Querem a fibra, mas recusam ir além de 7 mil milhões.

O ex-banqueiro português António Horta Osório, ao abrigo de um consórcio que junta os fundos Warburg Pincus e Zeno Partners, mantém-se na corrida à compra da Altice Portugal, oferecendo entre 6,5 mil milhões e sete mil milhões de euros pela totalidade dos ativos, incluindo a posição de controlo na FastFiber, a rede de fibra ótica, confirmaram ao ECO fontes familiarizadas com o processo.

Apesar dos rumores em sentido contrário, nem o consórcio nem a Altice desistiram formalmente das conversações, pelo que todos os cenários continuam em aberto. O processo da venda da Altice Portugal está a ser conduzido a nível internacional e uma das fontes, que está a par do teor das negociações, disse que Patrick Drahi, o dono da Altice, está a pedir uma soma “irrealista” de oito mil milhões a dez mil milhões de euros pela subsidiária que controla a Meo.

Neste processo a Altice está a ser assessorada pelo banco de investimento Lazard, e o ECO apurou que o consórcio de que faz parte o antigo banqueiro português conta com o “apoio da UBS”, o banco de investimento que comprou recentemente o Credit Suisse, do qual Horta Osório foi chairman entre 2020 e 2022. Não foi possível saber com mais detalhe a estrutura do consórcio, mas o apoio da UBS é visto como determinante para o projeto.

Estes fundos querem a totalidade dos ativos da Altice em Portugal, rejeitando que a posição de 50,01% que a Altice Portugal tem na FastFiber, a rede de fibra ótica usada pela Meo, seja vendida em separado. Essa é uma das opções que estará a ser estudada por Patrick Drahi. Os restantes 49,99% são detidos pelo Morgan Stanley Infrastructure Partners.

Como noticiou o Expresso, e confirmou o ECO, o projeto do consórcio pode passar por reviver a antiga marca Portugal Telecom, visto que não poderia manter a designação “Altice” depois da compra.

Em dezembro, o Financial Times noticiou que a Warburg Pincus, que se diz a “mais antiga empresa de private equity” do mundo, aliou-se à Zeno Partners para tentar comprar a Altice Portugal. António Horta Osório foi convidado a “juntar-se ao consórcio e a tornar-se membro do conselho de administração” se o projeto da compra da Altice Portugal for bem-sucedido, explicou uma das fontes.

A Zeno Partners é uma casa de private equity responsável por seis fundos, tendo sido criada por Duarte Moreira, um discreto investidor português baseado na Suíça, que, no ano passado, foi convidado a participar na reunião do Clube de Bilderberg que decorreu em Lisboa.

Duarte Moreira ocupa também cargos de gestão noutros negócios, incluindo o de chairman do grupo Vangest, empresa de moldes da Marinha Grande que partilha com a Zeno parte do Conselho de Administração.

Fundada em 1966, a Warburg Pincus gere ativos avaliados em 83 mil milhões de dólares. Se conseguisse comprar a Altice Portugal, não seria o primeiro negócio no setor das telecomunicações: em setembro de 2021, adquiriu, em conjunto com a Apax Partners, a operação da T-Mobile nos Países Baixos. A transação avaliou a operadora em 5,1 mil milhões de euros, que, em 2023, mudou de nome para Odido, mantendo-se no portefólio da Warburg. Na carteira deste fundo encontram-se ainda outras empresas de telecomunicações com operações no Brasil, Reino Unido, Singapura, Taiwan e Austrália.

Além desta oferta, a Bloomberg noticiou que Patrick Drahi terá em cima da mesa duas outras propostas para a compra da Altice Portugal, nomeadamente da operadora estatal da Arábia Saudita, Saudi Telecom, assim como do grupo Iliad, do milionário francês Xavier Niel, responsável pela operadora Free em França.

Algumas fontes do setor acreditam que uma venda da Altice Portugal à Saudi Telecom teria de ultrapassar sérias barreiras regulatórias, por se tratar de uma empresa que detém infraestruturas críticas. Aliás, ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado Mário Campolargo disse que o Governo, “respeitando as normas de direito, tomará uma decisão impactante que contrarie uma compra por algum investidor que não cumpra o quadro regulamentar do quadro europeu”. Já Xavier Niel é visto como um “rival” de Patrick Drahi, que prefere vender a fundos do que a outro player do setor.

Contactada, fonte oficial do grupo Altice não quis comentar. Fonte oficial da Warburg Pincus respondeu: “Não temos comentado sobre os pedidos que temos recebido e esse continua a ser o caso.” Fonte oficial da Zeno Partners não quis comentar. Contactado sobre este assunto, António Horta Osório não respondeu.

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📹 “Programas dos partidos são pouco dirigidos às empresas”, critica CEO da Altice Portugal

A líder da Altice Portugal revelou que a empresa já teve reuniões com a nova presidente da Anacom e que existem "boas perspetivas" para construir soluções em conjunto.

Os programas dos partidos para as eleições legislativas de 10 de março “estão pouco dirigidos às empresas”, criticou a CEO da Altice Portugal, alertando que o país precisa de uma política económica simples e consistente, evitando “ziguezagues“.

Com a ressalva de que ainda é cedo na pré-campanha e que o PS só vai apresentar o programa eleitoral este domingo, Ana Figueiredo aceitou, em declarações à margem da 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota no Porto, partilhar a visão que tem sobre os programas e temas que vêm sido abordados no debate público.

“Estão pouco dirigidos, de uma maneira geral, daquilo que vejo na discussão pública, ao tema de como é que vamos criar um país mais competitivo, como é que vamos poder atrair o maior investimento para a nossa economia“, referiu a CEO.

Ana Figueiredo acrescentou que esses programas são também pouco direcionados para a competitividade das empresas, nomeadamente no âmbito da economia digital.

Não somos consistentes e o que é importante agora é definir uma política económica simples, sermos consistentes com essas políticas económicas e essas políticas orçamentais e não estarmos em ziguezagues”, explicou.

Sim, já tivemos reuniões [com a nova presidente da Anacom] e, portanto existem boas perspetivas para que haja um diálogo entre as partes em que possamos construir soluções em conjunto, porque eu acho que isso é que é o mais importante para o país

Ana Figueiredo

CEO da Altice Portugal

No painel da Fábrica 20230 em que participou com outros CEO, a líder da Altice defendeu que é necessário promover uma política de estabilidade regulatória que permita às empresas apostar na sua competitividade.

Destacou ainda a necessidade de ter uma regulação que se ajuste àquilo que “são as necessidades de uma economia global”, sublinhando que na Europa, incluindo em Portugal, existe “uma malha regulatória tão apertada” que não dá às empresas “capacidade para inovar”.

Questionada se prevê uma mudança no tratamento desses temas com a nomeação de Sandra Maximiano para a presidência da Anacom para suceder a João Cadete de Matos, cujos mandatos foram marcados por divergências com as principais operadoras de telecomunicação, a CEO da Altice Portugal mostrou-se otimista.

“Temos esperança de que haja uma maior capacidade de diálogo, maior capacidade de encontrarmos soluções para os problemas que temos e soluções em conjunto. Ouvindo todas as partes, isso é muito importante, porque o regulador serve para regular toda uma indústria”, explicou.

Esse diálogo com a nova líder do regulador já começou, adiantou. “Sim, já tivemos reuniões e, portanto, existem boas perspetivas para que haja um diálogo entre as partes em que possamos construir soluções em conjunto, porque eu acho que isso é que é o mais importante para o país”, adiantou.

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Horta Osório, sauditas e franceses avançam para segunda ronda de negociações para comprar Altice Portugal

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2024

Apolo e CVC ficam pelo caminho. Na segunda ronda de licitações pela Altice entram a Saudi Telecom, a Iliad do francês Xavier Niel e a americana Warburg Pincus, em parceria com gestor português.

A Saudi Telecom Company, a Iliad do milionário francês Xavier Niel e a private equity americana Warburg Pincus, associada ao ex-presidente do Credit Suisse, António Horta Osório, foram os interessados na compra da operação portuguesa da Altice que avançaram para a segunda ronda de negociações com a operadora de telecomunicações, avança a agência Bloomberg.

Fora da corrida à compra da Altice Portugal ficaram a Apollo Global Management e a CVC Capital Partners, entre outras empresas de private equity, que nas últimas semanas tinham também entregado propostas iniciais de compra a Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário do grupo francês. No total, terá recebido perto de duas dezenas de propostas até ao final de janeiro.

No entanto, de acordo com as informações recolhidas pela agência financeira, ainda não é certo que venha a haver acordo com um potencial comprador. Até porque os valores que foram colocados em cima da mesa negocial ficaram aquém dos oito a 10 mil milhões que Drahi pretende arrecadar pela venda da dona da Meo.

Foi o caso da proposta do consórcio que inclui Horta Osório e que tem em vista ficar com toda a operação portuguesa e recuperar a marca e o nome da Portugal Telecom, com o “parceiro” Warburg Pincus interessado em ficar com o data center da Covilhã. Este candidato quer também aprofundar a aposta na Altice Labs (antiga PT Inovação) para reforçar as exportações da empresa portuguesa.

Foi em setembro que o dono da Altice deu indicações de que estava disponível para vender alguns negócios do seu império de telecomunicações e media – inclui ativos na França, Israel e nos EUA – para reduzir a montanha de dívida do grupo, que supera os 55 mil milhões de euros. Com o nome da empresa em Portugal envolvido na Operação Picoas, no âmbito da investigação que levou à prisão do antigo sócio Armando Pereira e que implicou outros altos cargos do grupo, acabou por colocar as operações no país na lista de ativos a alienar.

Na apresentação com informações sobre os negócios em Portugal que foi enviada a potenciais investidores – operação batizada internamente de “Project Recital” –, o grupo descreveu um “mercado português de telecomunicações altamente atrativo”, no qual a Meo é líder “indiscutível”, com “fluxos de receita altamente diversificados com fortes alavancas de crescimento”. Salientou ainda as participações da Meo na rede de fibra ótica e outros ativos de infraestruturas.

Com uma quota de mercado de 45% no segmento móvel, 39% na internet e 40% nos serviços de televisão paga, a Altice destaca que a empresa tem mostrado um crescimento consistente da base de novos subscritores. Por outro lado, a Geodesia (empresa de construção de fibra) e a Altice Labs foram apontadas como alavancas adicionais de crescimento com forte potencial de vendas internacionais.

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Multimilionário francês Xavier Niel quer comprar Altice Portugal

Dono do grupo Iliad expressou interesse em adquirir a operação portuguesa da Altice ao magnata Patrick Drahi.

O multimilionário francês Xavier Niel está entre os interessados na compra da Altice Portugal, juntando-se ao rol de investidores de olho na operação portuguesa do grupo comandado por Patrick Drahi. A notícia foi confirmada esta quarta-feira pela Bloomberg, depois de os primeiros rumores terem sido noticiados em setembro pelo Les Echos.

Xavier Niel é o dono do grupo de telecomunicações Iliad, que detém a operadora francesa Free. O magnata também está a tentar expandir o seu negócio em Itália, através de uma fusão com a subsidiária italiana da Vodafone, recorda a agência de informação financeira. Contactados pela Bloomberg, a Altice e o grupo Iliad não quiseram comentar.

Segundo a agência, a venda da subsidiária da Altice que controla a operadora portuguesa Meo vai entrar em breve numa nova fase: Patrick Drahi irá preparar uma short list de potenciais compradores já no início de 2024.

Entre os interessados já conhecidos, além de Niel, estão a operadora Saudi Telecom, assim como um consórcio que inclui os fundos Warburg Pincus e Zeno Partners e o gestor português António Horta Osório. O fundo norte-americano Apollo também terá expressado interesse na Altice Portugal.

Há, no entanto, um aspeto relevante que poderá significar um entrave à possível venda da Altice Portugal a Niel. De acordo com a Bloomberg, Patrick Drahi já tinha dito que preferiria vender posições nos seus negócios de telecomunicações na Europa a fundos em detrimento de outras operadoras no setor.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h43)

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Altice seduz investidores com “recital” para vender negócio em Portugal

“Project Recital” será o nome dado internamente pela Altice à venda das operações em Portugal, um negócio que poderá avaliar a dona da Meo entre 7 a 9,5 mil milhões de euros.

Foi em setembro que Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário da Altice, deu indicações de que estava aberto a vender alguns negócios do seu império para reduzir a montanha de dívida do grupo, que supera os 55 mil milhões de euros.

Com o nome da empresa em Portugal arrastada para o processo judicial Operação Picoas, no âmbito da investigação que levou à prisão do empresário Armando Pereira, antigo sócio de Drahi na Altice, e implicou outros altos cargos do grupo, Drahi colocou as operações no país na lista de ativos a alienar.

Já com uma lista de potenciais interessados no negócio da operadora de telecomunicações em Portugal, entre os quais a Saudi Telecom, uma apresentação com informações sobre os negócios da Altice Portugal foi enviada a potenciais investidores, uma operação que a empresa batizou internamente de “Project Recital”.

Na apresentação, a que o ECO teve acesso, a Altice mostra os dados da atividade no país e os principais investimentos em que a dona da Meo está ativa.

A Altice apresenta aos investidores um “mercado português de telecomunicações altamente atrativo”, no qual a Meo é líder “indisputável” em todos os segmentos, com provas dadas para resistir à concorrência de novos players e “fluxos de receita altamente diversificados com fortes alavancas de crescimento”.

E o “recital” prossegue com as participações da Meo na rede de fibra ótica, com mais de 50% do capital da FastFiber e outros ativos de infraestruturas.

Com uma quota de mercado de 45% no segmento móvel, 39% na internet e 40% nos serviços de televisão paga, a Altice destaca que a empresa tem mostrado um crescimento consistente da base de novos subscritores. Por outro lado, a Geodesia e a Altice Labs são apontados como alavancas adicionais de crescimento com forte potencial de vendas internacionais.

A Geodesia Alemanha, empresa especializada na construção de redes, “assinou contratos para implantar FTTH (Fiber-to-the-Home) em mais de cinco milhões de casas e está perto de garantir outro grande contrato para implantar em cerca de quatro milhões de residências adicionais, com os valores do contrato totalizando cumulativamente mais de dez mil milhões de euros em receitas”, refere a apresentação a potenciais interessados na compra da Altice Portugal.

A Altice reserva o último ponto da apresentação a investidores para mostrar a evolução dos números do negócio, cujo crescimento foi impulsionado pelo investimento realizado pela empresa nos últimos anos, mas que está agora terminado. Para 2023, a Altice está a antecipar um crescimento das receitas para 2,8 mil milhões de euros, face aos 2,6 mil milhões registados em 2022. Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) deverá atingir os mil milhões, no final deste ano, acima dos 900 milhões registados no ano passado.

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Altice Portugal pisca olho aos investidores com receitas a crescerem 12% até setembro

Com Patrick Drahi a estudar uma possível venda da Altice Portugal, a dona da Meo revelou que as receitas cresceram 11,6% desde janeiro e o EBITDA disparou mais de 20%.

A Altice Portugal voltou a crescer no terceiro trimestre, numa altura em que circulam rumores de que o grupo internacional está a estudar a venda da operação no país.

Entre julho e setembro, as receitas da Altice Portugal subiram 9,1% face ao trimestre homólogo, num total de 742 milhões de euros. Analisando os primeiros nove meses do ano, as receitas aumentaram 11,6% em termos homólogos, atingindo 2.159 milhões de euros, revelou a empresa num comunicado.

Com as receitas cresceu também o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), que atingiu 281 milhões de euros no trimestre, uma melhoria expressiva de 20,3% face ao trimestre homólogo que a Altice Portugal também atribui à “disciplina dos custos operacionais”.

Olhando para os nove meses até setembro, o EBITDA da Altice Portugal aumentou 13,5% e totalizou 781 milhões. A empresa, cujo capital é privado, nunca revela o resultado líquido.

Para esta melhoria dos resultados contribuíram tanto o segmento de consumo como o segmento empresarial. Este último beneficiou também de um negócio de construção de fibra ótica na Alemanha em que esteve envolvida a subsidiária Geodesia Internacional.

“A estratégia definida continua a resultar no aumento da base de clientes, no crescimento da receita e dos resultados operacionais, numa diversificação ímpar do portefólio de produtos e serviços, impulsionada pela inovação, no reforço constante das suas redes fixas e móveis e em elevados padrões de qualidade de serviço”, resume a Altice Portugal na referida nota.

Meo consegue mais receita por cliente

Analisando por segmentos, as receitas do consumo, onde se inclui a Meo, totalizaram 341 milhões de euros no trimestre, mais 3,4%. Não só a Altice Portugal tem mais clientes, como está a conseguir gerar mais receita média por cada cliente.

Nos serviços empresariais, as receitas fixaram-se em 401 milhões de euros no trimestre, uma variação positiva de 14,4% face ao mesmo trimestre do ano passado.

Além da instalação e manutenção de fibra na Alemanha, a Altice Portugal justifica a melhoria com a “convergência de serviços telco e não-telco na base de clientes” e pelo “crescimento das novas linhas de negócio que respondem às tendências atuais de transformação digital, pela expansão para mercados adjacentes e pelo contínuo crescimento da Altice Labs decorrente da exportação de inovação tecnológica para o mercado internacional”.

O investimento no trimestre foi de 110 milhões de euros, uma redução face aos 114,4 milhões de euros investidos no terceiro trimestre do ano passado.

Estes resultados são as credenciais da Altice Portugal para uma possível venda. O ECO sabe que o grupo Altice tem sondado o mercado e a imprensa internacional noticiou que Patrick Drahi, o dono da Altice, se prepara para receber uma primeira ronda de propostas por ativos já em dezembro.

Além disso, a Altice Portugal vê-se a braços com as consequências de uma investigação das autoridades à forma como ex-colaboradores e fornecedores terão lesado a empresa e o Estado em vários milhões de euros. O grupo revelou na semana passada que terá afastado todos os fornecedores sob investigação até ao final deste ano.

(Notícia atualizada às 12h10 com mais informação)

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Drahi vai analisar propostas para vender Altice Portugal

Grupo Altice terá pedido a potenciais investidores uma primeira ronda de ofertas pela Altice Portugal já em dezembro. Fundos de private equity estarão interessados.

Vários fundos de private equity estarão interessados em comprar a Altice Portugal e Patrick Drahi, o homem que controla o grupo Altice, prepara-se para receber as primeiras ofertas já no mês que vem, noticia a Bloomberg.

A Altice enviou informações sobre o negócio a potenciais investidores e terá solicitado uma primeira ronda de propostas em dezembro. A operação em Portugal, onde se inclui a operadora Meo, está a ser estudada pela Apax Partners, Apollo Global Management, CVC Capital Partners e Warburg Pincus, sublinha a agência.

“Temos estado calmamente a conduzir os nossos processos, com um calendário bem claro, no sentido de considerarmos várias opções nos próximos trimestres. Os processos estão a desenrolar-se conforme anunciado, e, entretanto, a Altice refinanciou as maturidades de 2025 para depois de 2028″, disse fonte oficial da Altice.

A Bloomberg noticia ainda que alguns fundos avaliam a Altice Portugal em sete mil milhões de euros, incluindo dívida, mas que Patrick Drahi tem uma expectativa superior. O magnata tem uma avultada dívida de cerca de 55 mil milhões de euros para gerir, que se divide entre os três ramos do negócio: a Altice France, a Altice International e a Altice USA.

Além da operação em Portugal, a Altice também está a estudar a possível venda de uma posição na unidade francesa, assim como o negócio na República Dominicana e a plataforma de publicidade digital Teads. Contudo, nenhum negócio está fechado e importa lembrar que a Altice já procurou vender a Altice Portugal em 2021, mas acabou por decidir não avançar.

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Justiça europeia volta a reduzir multa da Comissão Europeia à Altice para cerca de 115 milhões

Tribunal de Justiça anulou parcialmente o acórdão do Tribunal Geral e reduziu uma das coimas a pagar pela empresa, que continua exposta a uma penalização superior a 115 milhões de euros.

A justiça da União Europeia reduziu pela segunda vez uma das duas multas aplicadas pela Comissão Europeia à Altice em abril de 2018 por irregularidades na compra da PT Portugal.

No âmbito de mais um recurso interposto pela empresa controlada por Patrick Drahi, o Tribunal de Justiça decidiu que o valor total a pagar pela empresa é agora ligeiramente superior a 115 milhões de euros, um montante que compara com os 124,5 milhões de euros iniciais.

Na prática, a Comissão Europeia tinha aplicado duas coimas à empresa de 62,25 milhões de euros cada uma: a primeira por ter violado a obrigação de notificação da concentração e a segunda por ter violado a proibição de realizar a concentração antes da sua notificação à Comissão e antes da sua autorização por parte desta.

No âmbito do primeiro recurso da Altice, o Tribunal Geral negou parcialmente provimento, mas reduziu a primeira das coimas em 6,22 milhões de euros, para 56,03 milhões. A Altice voltou a recorrer dessa decisão e, esta quinta-feira, o Tribunal de Justiça decidiu anular parcialmente o acórdão do Tribunal Geral, ao mesmo tempo que reduziu essa coima para 52.912.500 euros.

“Este montante afigura‑se proporcionado, continuando a ser suficientemente dissuasivo. Com efeito, as duas coimas, consideradas em conjunto, ficam abaixo de 0,5 % do volume de negócios da Altice no ano de 2017″, lê-se numa súmula da decisão do tribunal, a que o ECO teve acesso.

Feitas as contas, a Altice continua exposta a uma penalização total que supera os 115 milhões de euros, o que, no entanto, continua a ser inferior à penalização inicialmente aplicada por Bruxelas à atual dona da Meo em Portugal.

Altice influenciava PT Portugal antes de Comissão Europeia aprovar a comprar

A Altice assinou o contrato de compra e venda da PT Portugal com a operadora brasileira Oi em dezembro de 2014, através da filial Altice Portugal. Essa operação tinha de ser aprovada pela Comissão Europeia antes de produzir efeitos, mas, em março de 2016, Bruxelas abriu uma investigação, na sequência de informações veiculadas pela comunicação social.

Em abril de 2018, a Comissão Europeia concluiu que certas cláusulas do acordo davam à Altice um direito de veto sobre a nomeação de quadros superiores da PT Portugal, política de tarifação e condições comerciais, bem como poder sobre alguns contratos.

Bruxelas concluiu também que essas cláusulas tinham sido executadas pela Altice várias vezes, implicando a intervenção da Altice no quotidiano da PT Portugal antes de a operação ser aprovada. Por fim, a Comissão concluiu ter havido troca de informações sensíveis sobre a PT Portugal depois do acordo.

A Altice recorreu da decisão e o Tribunal Geral rejeitou o recurso da Altice em setembro de 2021, mas reduziu ligeiramente a multa.

A empresa voltou a recorrer e o Tribunal de Justiça considera agora que o Tribunal Geral cometeu um erro de direito na análise do processo, além de entender que o montante de uma das coimas estava insuficientemente fundamentado.

O ECO contactou a Altice Portugal para obter um comentário a esta decisão. Encontra-se a aguardar resposta.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h39)

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Altice instala nó para redes internacionais em Linda-a-Velha com investimento de três milhões

Centro de Interligação de Redes Internacionais da Altice foi inaugurado esta quarta-feira em Linda-a-Velha, uma "infraestrutura crítica" cofinanciada pela União Europeia.

A Altice Portugal inaugurou esta quarta-feira o seu primeiro Centro de Interligação de Redes Internacionais em Linda-a-Velha, uma “infraestrutura crítica” que vai servir de “alternativa aberta e neutral para a interligação de redes nacionais e internacionais” no país, anunciou a empresa em comunicado. Só existe outro centro como este em Portugal, disse a presidente executiva, Ana Figueiredo, na cerimónia de inauguração.

O centro localiza-se “num dos primeiros centros de telecomunicações da antiga Marconi”. Resulta de um investimento de três milhões de euros, cofinanciado pelo programa Connecting Europe Facility (CEF-2), e é gerido pela Altice Wholesale Solutions, o ramo grossista da Altice Portugal que é responsável pela gestão de serviços internacionais de telecomunicações. Para já, são criados dez postos de trabalho especializados em conjunto com esta infraestrutura.

O centro “visa alojar redes internacionais de telecomunicações, alavancando a facilidade de interconexão entre a instalação e as estações de amarração de cabos submarinos, teleportos, redes terrestres de longo curso e outros centros de dados”. Como pano de fundo, a estratégia do Governo de atrair para o país cada vez mais infraestruturas de comunicações internacionais, de que é o exemplo principal os cabos que ligam continentes através do fundo do mar e pelos quais passa o grosso das comunicações intercontinentais.

“Este centro vem adicionar escala e competitividade e tornar Portugal mais atrativo na conectividade” internacional, considerou Ana Figueiredo na cerimónia desta quarta-feira.

O Altice LdV, como foi designado, insere-se num campus com uma área total de 11.000 m2, nomeadamente num edifício com 3.000 m2. “Nesta vertente de sustentabilidade e eficiência energética, o projeto readapta uma infraestrutura já existente para as necessidades atuais”, refere a Altice, sendo, por isso, alimentado só por energia renovável.

“Temos falado muito com os nossos parceiros. Achávamos que havia oportunidade de criar um segundo centro. Todo o país estava assente num único centro. É um grande risco”, considerou, na inauguração, o administrador da Altice Portugal com o pelouro das operações, Alexander Freese.

A CEO da Altice Portugal, Ana Figueredo, durante uma visita ao novo centro de interligação de redes da empresaAltice Portugal

“O novo Centro de Interligação apresenta todas as características técnicas e tecnológicas de fiabilidade, redundância e segurança necessárias a uma infraestrutura crítica”, salienta a dona da Meo. Para a escolha da localização, a Altice ponderou fatores como a proximidade a estações de amarração de cabos submarinos e o “potencial como nó da rede internacional da Altice”.

“Hoje, com este novo Centro de Interligação de Redes Internacionais, a Altice Portugal contribui para colocar Lisboa entre as cidades europeias mais relevantes desta indústria, auferindo-lhe um papel de destaque neste ecossistema internacional e mundial”, conclui a empresa, que, para marcar a inauguração esta quarta-feira, promoveu um evento onde marcou presença o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais.

O outro centro deste tipo que existe em Portugal é o Lisbon International Business Exchange, gerido pela empresa norte-americana Equinix. A existência deste “ponto crítico” nas redes foi referida na imprensa no passado dia 6 de junho, por ter estado na origem de constrangimentos nas comunicações em Portugal nessa data, devido a “falhas persistentes” de energia, confirmou a Equinix na altura, o que mostra a relevância destes pontos nevrálgicos nas comunicações que suportam a economia digital.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h49)

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Gestão da Altice cometeu erros “estúpidos”, diz Drahi aos sindicatos franceses

Dono da Altice reuniu com representantes dos trabalhadores em França e admitiu que centralizar processos de compra e escolher a Huawei como fornecedora foram erros de gestão.

O patrão da Altice, Patrick Drahi, reuniu esta terça-feira com sindicatos franceses, tendo admitido erros de gestão na multinacional, incluindo que “foi estúpido centralizar” as decisões de compra na empresa, noticia a Bloomberg.

Foi o primeiro encontro de Drahi com representantes dos trabalhadores em França desde que foi conhecida a investigação judicial da Operação Picoas em Portugal no início do verão. A reunião aconteceu também numa altura em que a empresa estará a ponderar novamente a venda de ativos estratégicos na Europa, incluindo a Altice Portugal, de acordo com informações que circulam no mercado.

O magnata disse aos sindicatos franceses que o grupo cometeu erros de “confiança” e que não devia ter centralizado as decisões de contratação. A Operação Picoas investiga como a Altice pode ter sido lesada por indivíduos, incluindo pelo seu cofundador, Armando Pereira, e um parceiro de negócios, Hernâni Vaz Antunes, na relação com alguns dos seus principais fornecedores. Pereira e Vaz Antunes encontram-se em prisão domiciliária.

Outro ponto abordado no encontro, em que Drahi terá participado por videochamada, foi o da dívida. O grupo Altice tem estado sob pressão por acumular uma dívida que ascende a 55 mil milhões de euros, mas Patrick Drahi desdramatizou a situação, referindo: “Não existe nada [para pagar] antes de 2027 exceto 1,5 mil milhões em 2025. É um não-problema”, sublinhou, citado pela Bloomberg.

O ECO tinha avançado em setembro que a Altice France e a Altice International, onde se inclui a Altice Portugal, têm quatro mil milhões de dívida a vencer até 2026, com base na informação indicada pela própria empresa nos últimos relatórios trimestrais.

Escolher Huawei foi “erro enorme”

Na reunião com os sindicatos, Patrick Drahi confessou que a escolha da Huawei como fornecedora foi “também um erro enorme”. Uma mudança significativa no discurso do multimilionário, tendo em conta que, no passado, chegou a dizer que os equipamentos da empresa chinesa eram “os melhores”.

A agência noticiou esta semana que trabalhadores, sindicatos e uma consultora alertaram a gestão da empresa durante anos para riscos e preocupações envolvendo fornecedores, incluindo a Huawei. Segundo avançou a Bloomberg na segunda-feira, em 2020, um trabalhador da Altice France convidou cinco empresas a apresentarem ofertas para um projeto, mas foi alvo de reprimenda, pois o trabalho já teria sido prometido à Huawei. Acabou por ser despedido, depois de ter considerado o acordo injusto para a Altice.

A declaração de Patrick Drahi sobre a Huawei também pode ser vista à luz das decisões que estão a ser tomadas na Europa para afastar a tecnologia chinesa das redes de comunicações, sobretudo em Portugal. O país decidiu excluir a Huawei do 5G, uma decisão que a empresa chinesa está a contestar na Justiça.

Contactada antes da publicação desta notícia, a Altice Portugal não quis fazer comentários.

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Altice foi alertada para risco de fraude com fornecedores antes da Operação Picoas

Trabalhadores, sindicatos e uma consultora já tinham alertado a gestão da Altice para receios e riscos envolvendo Armando Pereira e a rede de fornecedores do grupo, segundo a Bloomberg.

O grupo Altice garante ser “vítima” das alegações que estão a ser investigadas na Operação Picoas, e o fundador do grupo, Patrick Drahi, mostrou-se chocado com o caso. No entanto, ao longo dos anos, trabalhadores, sindicatos e uma consultora externa lançaram vários alertas sobre as relações do grupo com alguns dos principais fornecedores, noticia esta segunda-feira a Bloomberg.

De acordo com a agência, que falou com mais de uma dúzia de fontes ligadas à multinacional, incluindo trabalhadores e ex-trabalhadores, responsáveis de alto nível na Altice foram informados de problemas de governação, da potencial viciação de contratos e do alegado nepotismo de Armando Pereira. O cofundador, parceiro de negócios de longa data de Patrick Drahi, é uma das figuras centrais no caso judicial que eclodiu em Portugal no início do verão.

A Bloomberg noticia que, numa reunião em 2017, pouco depois de Armando Pereira se tornar vice-presidente executivo da operadora francesa SFR (atual Altice France), membros de um sindicato francês confrontaram o cofundador com alegações de que adjudicaria contratos a empresas suas ou de familiares.

Também foram feitas referências à alegada “interferência sistemática” de Armando Pereira em processos de decisão na Altice, “opacidade financeira” e “confusão entre interesses pessoais e o propósito social da companhia”, descreve a agência. Nessa reunião, estavam presentes o CEO da SFR e representantes do departamento de recursos humanos, refere.

Além disso, em 2019, a Deloitte, uma consultora, chamou a atenção para o que descreveu como “risco de fraude” na Altice Europe, no relatório anual da empresa. A auditora referiu que a gestão conseguia sobrepor-se aos controlos internos que existiam para prevenir a corrupção e, numa carta remetida ao Conselho de Administração nesse ano, alertou para “deficiências significativas no controlo interno”. Nesse mesmo ano, a Altice substituiu a Deloitte pela KPMG.

Nos EUA, onde a Altice USA abriu uma investigação interna depois das buscas em Portugal, trabalhadores também sinalizaram preocupações com o facto de algumas empresas vencerem constantemente contratos para construir redes de fibra ótica apesar de nem sempre oferecerem as melhores condições, segundo a Bloomberg. A agência sublinha ainda que alguns trabalhadores seniores da Altice foram despedidos depois de levantarem dúvidas sobre a regularidade dos processos de contratação.

As alegações da Operação Picoas, que implicam ainda Hernâni Vaz Antunes (outra personalidade do universo Altice) e Alexandre Fonseca (ex-CEO da Altice Portugal, que não foi constituído arguido), já levaram à suspensão de mais de uma dezena de funcionários do grupo – incluindo do próprio Alexandre Fonseca, que pediu a suspensão do mandato de co-CEO do grupo Altice, que desempenhava, para proteger os interesses da Altice. Armando Pereira é investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção e fraude fiscal e está em prisão domiciliária.

Num comunicado divulgado em julho, a Altice International, o ramo do grupo que controla a Altice Portugal, citou as autoridades portuguesas para frisar que a investigação da Operação Picoas “está relacionada com práticas prejudiciais que afetaram a Altice Portugal e suas subsidiárias”, sublinhando, portanto, que a Altice foi “vítima de fraude” em todo este processo.

Segundo a Bloomberg, Patrick Drahi vai reunir com sindicatos franceses esta terça-feira, escreve a agência, o que acontece pela primeira vez desde que a Altice Portugal foi alvo de buscas das autoridades. O encontro vai decorrer na sede da Altice em Paris, França.

Contactada antes da publicação desta notícia, a Altice Portugal não quis fazer comentários.

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Fundos de “private equity” convidados a olharem para a Altice Portugal

  • ECO
  • 6 Outubro 2023

Bancos que trabalham com a Altice terão enviado a fundos de "private equity" um teaser no qual, entre outras coisas, apresentam a Altice Portugal. Documento foi interpretado como proposta de venda.

Os bancos de investimento que trabalham com o grupo Altice terão enviado um teaser a fundos de private equity onde é apresentada a Altice Portugal, noticia o Jornal Económico. Apesar de ainda ser uma auscultação ao mercado sobre o valor do ativo, esses fundos entenderam o documento como uma proposta de venda, incluindo da operação em Portugal, assegura o mesmo jornal esta sexta-feira.

A notícia adensa os rumores de que o grupo controlado por Patrick Drahi estará, novamente, a avaliar a venda da subsidiária que controla a Meo em Portugal, uma informação que a empresa sempre negou. Ainda assim, e numa altura em que volta a estar sob pressão para reduzir a avultada dívida da multinacional, a Altice admitiu recentemente que, entre as soluções, pode estar a entrada de novos parceiros de capital ou dívida. Nisso estarão a trabalhar várias financeiras, incluindo a boutique de investimento Lazard.

Juntas, a Altice France e a Altice International — esta última, a “casa-mãe” da Altice Portugal — têm quatro mil milhões de euros de dívida a vencer até 2026. A empresa está vendedora de ativos não estratégicos, nomeadamente do centro de dados da Covilhã, uma alienação que espera concluir neste outono. O Governo português está atento e, esta semana, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, reuniu com a CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, para avaliar o grau de “compromisso” da empresa com investimentos no país. A reunião espoletou um comunicado em que a Altice pede “condições estáveis” ao Governo para continuar a investir.

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