Carlos Costa avisa que pode haver mais resgates à banca
Carlos Costa salientou a urgência de os bancos centrais lusófonos conseguirem a equivalência de supervisão, mas deixou um aviso aos contribuintes portugueses: pode haver mais resgates.
“Não se pode ter a ideia de que não existirá mais bail outs“. A frase foi dita por Carlos Costa esta segunda-feira no XXVI Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa e não deixa dúvidas: o governador do Banco de Portugal não exclui mais resgates a bancos portugueses utilizando o dinheiro dos contribuintes.
Invocando “uma altura em que as autoridades podem ter de defender um valor ainda maior”, Carlos Costa avisou que esta opção tem de estar na mesa para garantir a estabilidade financeira quando os bancos são instáveis.
Atualmente está prevista a utilização do Fundo de Resolução, para o qual contribuem os próprios bancos, ou então um ‘resgate’ interno em que os acionistas e credores assumem os problemas financeiros do banco.
Apesar destas duas ferramentas, Carlos Costa diz que não são “suficientes em situações futuras que possamos enfrentar”. “Temos de pensar que haverá solidariedade entre autoridades públicas e de supervisão no sentido de evitar que haja situações em que o risco último é o das perdas não serem absorvidas”, explicou o governador do Banco de Portugal.
Equivalência de supervisão com PALOP é urgente para financiar economias
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, salientou esta segunda-feira a urgência de os bancos centrais lusófonos conseguirem a equivalência de supervisão, sob pena de encarecerem as operações dos bancos portugueses e assim dificultarem o financiamento das economias. Este foi o recado de Carlos Costa na intervenção de abertura do XXVI Encontro dos Governadores dos Bancos Centrais, que decorre esta segunda-feira em Lisboa.
"A relação entre os bancos centrais tem de contemplar a urgência da supervisão, que significa que se não houver essa equivalência os bancos portugueses nesses países têm de consumir mais capital para fazer o mesmo tipo de operações porque o nível de risco é maior, o que significa que o financiamento é mais caro e menos atrativo.”
“É do interesse de todos que consigamos garantir o reconhecimento da equivalência”, disse o governador, referindo-se às dificuldades originadas pelo facto da Comissão Europeia não reconhecer a todos os países lusófonos a equivalência de supervisão, ainda que admita que “não é fácil porque cumprir as regras de Basileia II e III exige transformações nos sistemas bancários locais”.
Carlos Costa salientou, no entanto, que “os benefícios superam de longe o custo do ajustamento”, e lembrou que Portugal está “disponível para ajudar” porque é “parte da união bancária”.
“Conhecemos as regras e fazemos parte da autoridade bancária europeia”, afirmou.
(Atualizado às 14:57 com mais declarações de Carlos Costa.)
Editado por Mariana de Araújo Barbosa
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