China: o que é que Costa trouxe na bagagem?

  • Rita Atalaia
  • 13 Outubro 2016

O primeiro-ministro tinha um grande objetivo quando viajou para a China: captar investimento, atraindo empresas e promovendo o turismo. Saiba o que António Costa trouxe na bagagem para Portugal.

António Costa viajou para a China com um objetivo: captar investimento para Portugal. De regresso esta quinta-feira, o primeiro-ministro espera que esta viagem abra a porta a empresas e turistas chineses, assim como aumente as exportações, ao facilitar o processo de venda de produtos portugueses na China.

"As relações comerciais e económicas entre a China e Portugal entraram num período de desenvolvimento estável, com o volume de trocas bilaterais a aumentar rapidamente e o investimento chinês em Portugal a expandir-se.”

Cai Run

Embaixador chinês em Portugal

Segundo a agência de notícias Xinhua, a China é o maior parceiro comercial de Portugal, enquanto Portugal é o 18º parceiro comercial da China na União Europeia. Até ao final de agosto deste ano, o investimento chinês em Portugal excedeu os 6,6 mil milhões de euros, em setores que vão desde a energia, eletricidade, comunicação, aviação civil, bancos, seguradoras, cuidados de saúde, proporcionando oportunidades de emprego a mais de 21 mil pessoas.

Apesar de ainda não serem conhecidos números a nível do investimento ou criação de postos de trabalho, espera-se que este esforço entre os dois países dê frutos no futuro.

Saiba o que é que o primeiro-ministro trouxe na bagagem para Portugal

  • Telecomunicações. A portuguesa NOS fez uma parceria estratégica com a Huawei para desenvolver soluções nas áreas de redes e tecnologia. A assinatura deste memorando de entendimento engloba o desenvolvimento de infraestruturas de comunicações, data centers, vídeo e soluções empresariais. Um dos objetivos da viagem do primeiro-ministro à China era instalar um centro tecnológico da Huawei em Portugal. Em 2005, a NOS já tinha escolhido a Huawei para o desenvolvimento do primeiro piloto de 3G em Portugal, na ilha da Madeira.

acordo-nos-huawei

  • Turismo. É quase certo que a ligação aérea direta entre Portugal e China deverá arrancar em junho de 2017. O anúncio foi feito pelo Turismo de Portugal, que assinou um protocolo com o HNA, grupo chinês que detém a Hainan Airlines e quer ficar indiretamente com 10% a 13% do capital da TAP, através do consórcio Atlantic Gateway. Os voos devem ter uma frequência de três a quatro vezes porsemana, número que vai ao encontro do que David Neeleman já tinha revelado. Fonte do Turismo de Portugal disse ao ECO que os voos serão operados pela Hainan Airlines.
  • Startups. Portugal e Macau assinaram um memorando de entendimento para apoiar e promover o empreendedorismo e as startups. No Startup Macau Forum, António Costa convidou as startups da China e Macau a reunirem-se no Web Summit, em Lisboa. Será uma forma de criar relações e, quem, sabe oportunidades neste setor. No concurso de pitch realizado pela primeira vez pela Startup Macau, a portuguesa Zaask saiu vencedora. Ganhou um prémio de 10 mil dólares.
  • Atividade portuária. Foi assinado um acordo para promover a vinda de empresas chinesas para a Zona Industrial e Logística de Sines. O acordo empresarial envolve o Haitong Bank, o China Development Bank e a Agência para a Internacionalização e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e deverá criar postos de trabalho e aumentar a atividade portuária na região. O presidente da Câmara de Sines disse à agência Lusa que aguarda com “expectativa” eventuais investimentos.
  • Base das Lajes. António Costa confirmou à Bloomberg TV o interesse da China na Base das Lajes, numa altura em que os EUA deixam de estar presentes na região. O primeiro-ministro relevou que está aberto a um envolvimento chinês militar nos Açores, explicando que o que “está em jogo é o reutilizar das infraestruturas [da ilha] para investigação científica de instituições da União Europeia ou americanas ou chinesas”.

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