Juros renovam mínimos de um mês após DBRS manter rating
Agência canadiana manteve Portugal qualificado para o plano de compras de dívida do BCE. Juros portugueses voltam hoje a corrigir em forte baixa.
Os avisos foram vários mas o resultado final é o que importa. A agência canadiana DBRS mantém o rating de Portugal, em BBB (low), bem como o outlook estável para o risco de crédito da República, o que indica que não deverá fazer alterações na notação portuguesa nos próximos meses. Na prática, ao considerar a dívida portuguesa com um grau de investimento, mantém as obrigações nacionais elegíveis para o programa de compra de dívida pública da parte do Banco Central Europeu.
É neste cenário que o mercado obrigacionista português registava ao início da manhã desta segunda-feira quedas em todos os prazos. No caso das obrigações a dez anos, a referência para o mercado, a taxa de juro associada descia mais de 16 pontos base até aos 3,025%, renovando mínimos de mais de um mês.
Já yield implícita nas obrigações a cinco anos recuava mais de dez pontos base até aos 1,691% para mínimos de mais de dois meses, quando na próxima quarta-feira o IGCP regressa aos mercados nesta maturidade para tentar levantar até mil milhões de euros.
Evolução da taxa de juro das obrigações a dez anos desde setembro
“Como referimos na sexta-feira, a reação do mercado obrigacionista à decisão da DBRS seria assimétrica na medida em que a manutenção do rating era o cenário mais aguardado pelos investidores”, adiantaram os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “As obrigações portuguesas poderão ser influenciadas pela decisão da Fitch de reduzir o outlook (perspetiva) da dívida italiana. A agência reduziu o outlook da dívida italiana para negativo, em virtude da incerteza política aliada às perspetivas económicas modestas e à elevada dívida pública”, acrescentaram os analistas.
"As obrigações portuguesas poderão ser influenciadas pela decisão da Fitch de reduzir o outlook (perspetiva) da dívida italiana. A agência reduziu o outlook da dívida italiana para negativo, em virtude da incerteza política aliada às perspectivas económicas modestas e à elevada dívida pública.”
De resto, quanto ao panorama europeu, o ambiente também é de algum alívio na percepção do risco dos investidores. Na Alemanha, os juros voltaram a cair para um terreno negativo. A taxa das bunds desvalorizava dois pontos base até -0,014%.
Em Itália, depois de a Fitch ter cortado o outlook da dívida, a queda na taxa de juros da dívida a dez anos era de três pontos base até 1,342%.
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