Compensações aos clientes penalizam resultados do Lloyds no terceiro trimestre
Em causa está um escândalo de venda de seguros de crédito, que remonta à década de 1990. Nos últimos cinco anos, o Lloyds já pagou mais de 19 mil milhões de euros em compensações.
O Lloyds Bank, banco britânico liderado pelo português António Horta Osório, viu os lucros recuarem 15% no terceiro trimestre, penalizados pelos mais de mil milhões de euros que teve de pagar para compensar clientes a quem vendeu, indevidamente, seguros de crédito.
Contas feitas, os lucros antes de impostos do banco britânico caíram para 909 milhões de euros no terceiro trimestre, depois de terem ultrapassado os mil milhões de euros no mesmo período do ano passado. Excluindo as compensações e outros fatores não recorrentes, os lucros teriam sido de 2,1 mil milhões de euros, ficando, ainda assim, aquém dos 2,2 mil milhões antecipados pelos analistas consultados pela Bloomberg.
A penalizar as contas do Lloyds estão, ainda, as taxas de juro em níveis historicamente baixos e as incertezas em torno do brexit. Isto além do escândalo dos seguros de crédito com que Horta Osório está a braços.
Em causa está a venda de seguros de proteção de pagamento, ou PPI, na sigla em inglês, um caso que remonta à década de 1990. Nessa altura, os bancos britânicos começaram a vender em massa seguros que serviriam para ajudar os consumidores incapazes de pagar as prestações dos créditos contraídos.
O caso explodiu já na década de 2000, quando os reguladores britânicos descobriram que os PPI incluíam cláusulas ocultas que faziam com que o cliente não pudesse beneficiar do seguro quando precisasse dele. Além disso, por várias vezes, foram vendidos seguros sem o consentimento do cliente, que pagava o seguro sem o saber.
Nos últimos cinco anos, o Lloyds já pagou mais de 19 mil milhões de euros em compensações a estes clientes, mais do que qualquer outro banco britânico.
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