Norte responsável por 46% do investimento com fundos europeus
Norte e Centro são as regiões campeãs dos investimentos com fundos de Bruxelas. Até 30 de setembro, já foram aprovados 6.363 projectos de empresas para receber apoios comunitários.
O Norte e o Centro continuam a dar sinais de maior dinamismo na hora de investir. Os dados mais recentes da execução do Portugal 2020 a que o ECO teve acesso revelam que a região Norte foi responsável por 46% do investimento passível de ser financiado com verbas comunitárias, ou seja 1,86 mil milhões de euros, e a região Centro por 30%, com um investimento elegível de 1,22 mil milhões.
Projetos como o da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve que recebeu 218 mil euros para desenvolver e aplicar novos modelos empresariais para as PME, especialmente no que respeita à internacionalização, num investimento elegível de 312 mil euros; ou o da Âmago-Energia Inteligente que tem um projeto de investigação e a inovação regional de 19 mil euros para a recuperação de calor em sistemas frigoríficos e recebeu 14,8 mil euros do FEDER, colocam o Algarve no extremo oposto, responsável apenas por 61 milhões de euros de investimento elegível.
No fundo da tabela surge a seguir, Lisboa com 91 milhões. Este desempenho também é justificado pelo facto de estas duas regiões serem consideradas as “mais ricas”, logo têm menos verbas ao seu dispor, em detrimento das chamadas zonas de coesão.
Até 30 de setembro, as empresas portuguesas viram aprovados 6.363 projetos para financiamento comunitário, o que representa um investimento elegível de 3,96 mil milhões de euros — ou seja, em causa estará um investimento superior, mas nem todas as despesas são consideradas para obter financiamento comunitário. Isto significa que do bolo de cerca de 26 mil milhões de euros que o país tem para investir de 2014 a 2020 já usou 2,12 mil milhões para apoiar as empresas.
Nos concursos encerrados em maio e abril foram candidatos três mil milhões de euros de investimento, mas os concursos da segunda fase deste ano, ou seja, a decorrer entre setembro e outubro, já registaram até 30 de setembro candidaturas de 2,6 mil milhões de euros, que faz o executivo pressupor que, até final de outubro, será outra vez ultrapassado o anterior recorde de candidaturas.
Empresas vão criar 23 mil postos de trabalho com o Portugal 2020
Uma das inovações do Portugal 2020 é a introdução de indicadores de monitorização. Assim, é possível identificar que só os concursos de abril/maio — dos quais só estão decididos 85% das candidaturas — vão ser criados 13.296 postos de trabalho (dos quais 4998 qualificados).
Já no conjunto do Portugal 2020, as empresas com os projetos que apresentaram e que foram aceites para receber apoio comunitário serão responsáveis por criar 23 mil postos de trabalho líquido, dos quais 31% correspondem a postos de trabalho qualificado. Por outro lado, anualmente, as exportações deverão ter um acréscimo de 6,31 mil milhões, em ano cruzeiro.
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