Número de greves cai em 2015

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Novembro 2016

O ano passado foi marcado por 75 greves, contra 90 em 2014. Os dados dizem respeito ao Continente e excluem Administração Pública.

Os trabalhadores fizeram 75 greves em 2015, que resultaram na perda de 19.653 dias de trabalho. Em 2014, os números tinham sido mais expressivos e, ainda assim, abaixo dos registos de 2013. As 90 greves de 2014 traduziram-se em mais de 26 mil dias de trabalho perdidos.

De acordo com os números publicados hoje pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, as greves de 2015 contaram com a adesão de 11.812 trabalhadores (18.078 em 2014), o que significa uma média de 157 trabalhadores por paralisação.

Os dados, que se referem ao Continente, abrangem todos os setores de atividade exceto a Administração Pública. Em causa estão as greves em que existe paralisação durante o período normal de trabalho. A informação tem por base os avisos prévios de greve e os dados recolhidos no anexo E (relativo a greves) do Relatório Único, a que todas as entidades empregadoras devem responder.

“A evolução das greves no último triénio” revela “que em 2015, comparativamente a 2014, se continuou a verificar, ainda que não de forma tão acentuada como a ocorrida em 2014 face a 2013, um abrandamento quer do número de greves quer, em consequência, de quase todos os indicadores de greves (exceção feita ao número médio de dias de trabalho perdidos por trabalhador em greve, que subiu neste último ano para 1,7, tendo sido de 1,5 em 2014 e de 1,1 em 2013)”, indica o GEP.

Fonte: GEP
Fonte: GEP

A grande maioria das paralisações ocorreu numa só entidade empregadora, já que se registaram apenas 11 greves de pluriempresa (ou seja, em mais do que uma entidade empregadora).

Os dados do GEP permitem ainda perceber que mais de metade das greves ocorreu em empresas com mais de 500 trabalhadores e durou um dia.

Por distrito, Lisboa está em destaque, reunindo 58,1% dos trabalhadores em greve.

Transportes e armazenagem lideram

Das 75 paralisações ocorridas no ano passado, 35 dizem respeito à secção de transportes e armazenagem, seguindo-se 23 nas indústrias transformadoras.

Mais de metade dos trabalhadores em greve (6.237) pertencem à secção de transportes e armazenagem, que também registou 68,4% (mais de 13 mil) dos dias de trabalho perdidos. Dentro da secção de transportes e armazenagem, o destaque segue para os “transportes terrestres e transportes por oleoduto e/ou gasoduto”.

Mais de metade das reivindicações recusadas

Com as paralisações de 2015, os trabalhadores viram 45,9% das suas reivindicações parcialmente aceites e 1,8% totalmente aceites. Quer isto dizer que 52,3% foram recusadas. Entre as reivindicações formalmente classificadas, salários e condições de trabalho foram os principais motivos que levaram os trabalhadores a fazer greve.

 

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