Bancos na City querem cinco anos de leis da UE no pós-Brexit
May já tinha posto de parte tratamentos especiais para a banca, mas um documento preparado por firmas de advogados mostra que os bancos multinacionais continuam a querer exceções.
O processo do Brexit ainda nem começou mas uma das grandes questões já se solidificou: o que vai acontecer à City, o bairro londrino onde a maior parte da banca internacional tem o seu pé na Europa? Entre ameaças de saída de Londres e tentativas de sedução por outros países europeus, um novo documento a que a agência Reuters teve acesso mostra que os gigantes da banca ainda esperam ter benefícios.
Os grandes bancos internacionais instalados em Londres querem que a banca britânica, após a saída do Reino Unido da União Europeia, se mantenha dentro do enquadramento legal europeu durante um período de até cinco anos, e que as suas disputas legais sejam decididas pelo Tribunal Europeu de Justiça.
O documento foi produzido por firmas de advogados que estão a fazer lóbi junto do Governo britânico para obterem condições mais favoráveis para os grandes bancos internacionais. Já foi partilhado com o Tesouro britânico e é um plano detalhado das medidas importantes para o setor financeiro.
O Governo britânico está dividido no que toca a decidir se vai apoiar ou não as exigências daqueles que pedem um regime de transição, com Theresa May e o ministro para o Brexit David Davis a manterem as suas posições mais resguardadas para já.
O documento preparado pelo grupo de advogados descreve como uma saída súbita da União Europeia poderia ter um efeito muito grave na economia do Reino Unido e na da União Europeia, ao deixar os bancos sem plano para uma fase de transição. “Um acordo de transição será provavelmente essencial”, lê-se no documento. “É importante para evitar danos potenciais à ‘economia real’ que requer acesso ininterrupto a serviços financeiros”.
Há vários bancos de investimento que usam a capital inglesa como centro de operações com a União Europeia, dependendo apenas do sistema de passaporte que lhes permite afetar estas operações em toda a união, embora sejam regulados apenas no Reino Unido. Agora, vários países começam a tentar convencer os bancos com base na City a mudar-se para as suas capitais, de forma a continuarem a ter acesso ao mercado único.
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