Carlos César responde a Montenegro: “O que o PSD quer é que isto corra mal”

  • Margarida Peixoto
  • 24 Novembro 2016

Carlos César respondeu às declarações de Montenegro sobre a Caixa defendendo que estas são formas de fragilizar o banco e promover a sua privatização. E disse o que foi Domingues fazer a Bruxelas.

Carlos César responde a Montenegro: “O que o PSD quer é que isto corra mal”, disse o líder da bancada parlamentar do PS. O socialista acusou os social-democratas de quererem apenas promover a polémica em torno da Caixa para fragilizar o banco e atirá-lo para uma privatização. E explica o que foi Domingues fazer a Bruxelas: garantir que a recapitalização com capitais públicos era possível.

“O PSD não quer saber das remunerações dos administradores da CGD, se entregam ou não entregam declarações, se há ou não conflito de interesses. O que o PSD quer, todos já compreendemos, é que isto corra mal. E, por isso, o que importa é fazer barulho sobre todas as coisas e que, correndo mal, se proceda à privatização desta instituição bancária”, defendeu Carlos César, respondendo assim à exigência feita por Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, horas antes, de que António Costa se explique e “tire daí consequências.”

Carlos César defendeu que a ida de António Domingues, ainda antes de ser nomeado presidente da Caixa e quando era ainda quadro do BPI, a Bruxelas, para ter reuniões com a Comissão Europeia sobre o processo de recapitalização do banco público já “era conhecida” e que “foi até objeto de discussão em debates e comissões parlamentares”. César defende que “era necessário que esses contactos tivessem ocorrido” e garante que Domingues “não teve acesso a informação privilegiada”. O líder parlamentar do PS assegurou que a ida de Domingues a estas reuniões visou a “constatação de que o processo de recapitalização e reestruturação da Caixa era possível com capital público e que não seria considerado ajuda de Estado”. E frisou: “Essa foi a sua diligência.”

CDS pede explicações ao Banco de Portugal

Minutos depois, João Almeida, deputado do CDS, acrescentou mais um pedido à lista de explicações exigida pela oposição: é preciso que o Banco de Portugal também se explique.

“O Banco de Portugal tem de dizer se conhecia [que Domingues participou nas reuniões sobre a Caixa em Bruxelas quando ainda era quadro do BPI] e, se conhecia, como é que compatibiliza estes factos com os regulamentos para as instituições financeiras”, defendeu o deputado.

"Há factos suficientemente graves para serem apurados. Não pode nenhum partido demitir-se das suas responsabilidades quando estão em causa conflitos de interesses.”

João Almeida

Deputado do CDS

João Almeida lamenta que a polémica “impeça o país de discutir o que é essencial”, e frisa que isso “só interessa ao Governo”, notando que ainda não foi discutida a opção de adiar a injeção de capitais públicos na Caixa para 2017.

Contudo, argumenta, “há factos suficientemente graves para serem apurados. Não pode nenhum partido demitir-se das suas responsabilidades quando estão em causa conflitos de interesses”.

Sobre as consequências que devem ser tiradas, João Almeida defendeu que o CDS não se vai “precipitar” e que primeiro a questão tem de ser discutida “a fundo”.

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Mortágua: “O PSD não teve nenhum problema quando Sérgio Monteiro foi ganhar 30 mil euros”

Os sociais-democratas pedem que a esquerda aprove a proposta para repor os limites aos salários dos gestores da CGD. Bloco e PCP rejeitam.

A Caixa Geral de Depósitos voltou a animar a Assembleia da República. Na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, Governo, parceiros da esquerda e oposição trocaram acusações sobre uma “recapitalização opaca”, uma lei anterior que “não impunha quaisquer limites” aos salários dos gestores públicos e a hipocrisia de um PSD que não teve problemas em pagar 30 mil euros a Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco, mas que critica os 30 mil de António Domingues.

António Leitão Amaro abriu o debate sobre o banco público. O deputado social-democrata começou por enumerar as polémicas da Caixa: “O Governo começou por anunciar buracos na CGD que, afinal, não existiam. Depois, tivemos gestores nomeados a serem chumbados pelo Banco Central Europeu. Depois, uma recapitalização cara e opaca. A esta péssima gestão, ainda somaram a eliminação dos limites salariais, triplicando os salários dos gestores da Caixa e excluindo-os dos deveres de transparência”.

"A lei anterior não tinha limites nenhuns. Permitia contratar qualquer banqueiro da City de Londres, por qualquer preço.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças

Ricardo Mourinho Félix respondeu com o ataque ao anterior Estatuto do Gestor Público, que foi aprovado pelo Governo de Passos Coelho e que o atual Executivo veio a alterar, para acabar com os tetos salariais dos gestores da Caixa. O problema, sublinhou o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, é que a anterior lei também não impunha limites aos salários — ou, pelo menos, permitia que os limites existentes fossem ignorados. “A lei anterior não tinha limites nenhuns. Permitia contratar qualquer banqueiro da City de Londres, por qualquer preço. Os limites existem agora, com a comissão de remunerações”, sustentou Mourinho Félix.

Isto porque o Estatuto do Gestor Público aprovado em 2012 pelo Governo de Passos Coelho previa casos de exceção em que a empresa pública operasse em mercados concorrenciais. Nesses casos, os gestores poderiam receber mais do que o primeiro-ministro, mas nunca mais do que a média do vencimento dos três anos anteriores à tomada de posse numa empresa pública.

"A pior solução é deixarmos isto como está. Espero que o BE e o PCP não venham agora impedir que esta situação seja resolvida.”

António Leitão Amaro

Deputado do PSD

É a esse modelo que o PSD propõe agora regressar. “As propostas do PSD são uma oportunidade, impondo limites aos salários dos gestores e obrigando-os a entregar as declarações de rendimentos”, disse António Leitão Amaro, referindo-se à proposta apresentada no final do mês passado.

E deixou o apelo aos partidos da esquerda: “A pior solução é deixarmos isto como está. Espero que todos os grupos parlamentares, em particular o Bloco de Esquerda e o PCP, não venham agora impedir que esta situação seja resolvida”.

"Por questões de clareza, transparência e higiene pública, façam as alterações já hoje.”

Nuno Magalhães

Presidente do grupo parlamentar do CDS

O CDS também vai avançar com uma proposta, que assentará em dois regimes. Um para “situações de normalidade” e outro para situações de exceção. No primeiro, “por despacho da tutela, pode ser fixado o vencimento do gestor público, desde que este não exceda a média de remunerações dos últimos três anos”, explicou Nuno Magalhães.

No segundo cenário, detalhou o líder parlamentar do CDS, em que o país se encontre “em tempos de contenção orçamental”, os salários dos gestores públicos não podem ultrapassar o do primeiro-ministro. Se cumprir metas, em casos fundamentados e depois de comprovar a qualidade que de facto tem, através de um prémio não superior a metade da média do vencimento dos últimos três anos.

Nuno Magalhães pede, “por questões de clareza, transparência e higiene pública”, que as alterações sejam feitas já hoje”.

O pedidos não comoveram nem Bloco, nem PCP.

O comunista Miguel Tiago limitou-se a dizer que a posição do PCP foi sempre clara: “Propôs que não houvesse nenhum regime de exceção para os gestores públicos“, ou seja, que, fosse em que circunstância fosse, o salário de um gestor público nunca pudesse ultrapassar o do primeiro-ministro. “PS e PSD votaram contra a proposta do PCP”, lembrou Miguel Tiago.

"Os deputados do PSD não têm nenhum problema com salários milionários, têm um problema é com a Caixa Geral de Depósitos pública.”

Mariana Mortágua

Deputada do Bloco de Esquerda

Mariana Mortágua seguiu a mesma linha, reforçando que a proposta do Bloco de Esquerda é limitar os salários dos gestores públicos ao do primeiro-ministro, também sem regimes de exceções, mas aproveitou para lançar a farpa à direita: “Os deputados do PSD não tiveram nenhum problema quando Sérgio Monteiro foi ganhar 30 mil euros para vender o Novo Banco. Não tiveram nenhum problema em aprovar uma lei que permite pagar a média dos últimos três anos. Não têm nenhum problema com salários milionários, têm um problema é com a Caixa Geral de Depósitos pública”, criticou a deputada.

No final do ano passado, Sérgio Monteiro, antigo secretário de Estado dos Transportes que foi responsável por várias privatizações neste setor, foi contratado para vender o Novo Banco por 30 mil euros brutos por mês. É um valor quase igual aos pouco mais de 30 mil mensais (a 14 meses) que António Domingues vai receber como presidente da CGD, montante que a direita já classificou de “indecente”.

Para 6 de dezembro, está marcado, a pedido do PSD, um debate sobre o Estatuto do Gestor Público.

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Like & Dislike: Capitalizar a CGD com rácios do BPI?

Já muito disparate foi dito sobre a Caixa Geral de Depósitos. Este de Mourinho Félix está a disputar a liderança.

É a nova polémica na Caixa Geral de Depósitos. Sim, mais uma.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia veio confirmar aquilo que já todos desconfiávamos: António Domingues foi a Bruxelas negociar o plano de recapitalização da Caixa quando ainda era administrador do BPI.

António Domingues só assumiu funções como presidente da CGD no dia 31 de agosto, tendo renunciado ao cargo que mantinha no conselho de administração do BPI a 30 de junho. No entanto, em março e abril teve reuniões com Daniele Nouy do Mecanismo Único de Supervisão e mais tarde com a Direção-Geral de Concorrência. Era apresentado como vice-presidente do BPI, mas que vinha para negociar em nome da Caixa.

A situação é estranha e bizarra e levanta uma série de dúvidas sobre eventuais conflitos de interesse. Entretanto, o próprio António Domingues veio, em resposta a Pedro Passos Coelho, dizer que nessas reuniões não tinha tido acesso a informação privilegiada para elaborar o plano de recapitalização da Caixa.

“Quem conhece o setor e tem experiência adequada sabe que a informação pública disponível era suficiente para a elaboração de tal plano”, responde na altura Domingues.

Ao que o líder do PSD perguntou, e bem, “como é que se negoceia com a Direção-Geral da Concorrência um plano de capitalização sem ter informação da carteira de clientes?”.

A resposta chegou hoje. O secretário de Estado do Tesouro e das Finanças veio dizer hoje ao jornal Público que “quando se trabalhou no plano de negócio, fez-se com informação pública, aplicando à Caixa os rácios do BPI”.

A ver se nos entendemos. Mourinho Félix acabou de dizer que o plano de recapitalização do maior banco privado português foi elaborado tendo em conta os rácios de capital do BPI, um banco que em termos de dimensão e perfil de negócio tem pouco ou nada a ver com a Caixa.

Das três, uma:

  1. Domingues negociou com base em informação errada;
  2. Mourinho Félix disse um grande disparate;
  3. Ou os rácios da Caixa e do BPI são muito parecidos e permitem elaborar um plano de recapitalização de um com base nos indicadores do outro.

Então vamos à procura dos rácios. Segundo as contas da Caixa, no final de setembro, “o rácio de crédito vencido com mais de 90 dias atingiu 7,8% em setembro de 2016”. O rácio de crédito em risco, calculado de acordo com os critérios do Banco de Portugal, situou-se em 12,2%.

Estes são dois dos indicadores mais importantes a considerar num plano de recapitalização ou de negócio porque o Estado está a injetar capitais públicos na Caixa precisamente para tapar o buraco deixado pelos clientes que não pagaram, obrigando o banco a reconhecer enormes imparidades.

E então os rácios do BPI são parecidos? A 30 de Setembro, segundo o relatório e contas do banco, “o rácio de crédito a clientes vencido há mais de 90 dias ascendia a 3,5% nas contas consolidadas. O rácio de crédito em risco ascendia a 4,6%”.

Resumindo: a 90 dias, o rácio da Caixa é de 7,8% e o do BPI 3,5%. O crédito em risco no CGD é 12,2% e no BPI 4,6%. Com base nestas contas descartamos a hipótese 3) os rácios da Caixa e do BPI são muito parecidos e permitem elaborar um plano de recapitalização de um com base nos indicadores do outro.

Sobram duas: 1) Domingues negociou com base em informação errada; ou 2) Mourinho Félix disse um grande disparate;

Qualquer uma delas merece um Dislike.
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O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Integração de precários na Função Pública em outubro é “eleitoralismo”, acusa PSD

  • Marta Santos Silva
  • 24 Novembro 2016

"Ou é incompetência ou é eleitoralismo por causa das autárquicas", acusou o deputado social-democrata Álvaro Baptista.

“É para amanhã, mas podia ser para hoje”, acusou o deputado do PSD Álvaro Baptista, referindo-se ao plano do Governo de integrar os trabalhadores da Administração Pública com vínculo precário a partir de outubro do próximo ano. O deputado social-democrata questionou ainda se se trataria de “eleitoralismo por causa das autárquicas”.

No debate na especialidade do Orçamento de Estado para 2017, a deputada do Partido Socialista Inês Lamego começou por apresentar a proposta do Governo, apoiada pelo PCP, pelos Verdes e pelo Bloco de Esquerda, para que os trabalhadores da Administração Pública com contratos a termo, falsas prestações de serviços, falsos estágios, e noutras situações precárias sejam integrados nos quadros estatais até ao quarto trimestre de 2017.

“Só prometem começar a resolver o problema a partir de outubro de 2017”, criticou Álvaro Baptista. “Ou é incompetência ou é eleitoralismo por causa das autárquicas”. O deputado do PSD disse ainda que “os contribuintes querem saber quanto lhes vai custar”, e acusou o PS de não ter feito nada para reduzir a precariedade no Estado durante o primeiro ano de legislatura, tendo esta aumentado.

O deputado bloquista José Soeiro apelidou a intervenção de Álvaro Baptista de “momento hilariante e de demagogia”. E garantiu que no Bloco tentar-se-á que “ninguém fique fora deste projeto”, de forma a não ser utilizado um critério de horário a tempo completo para decidir quem entrará para os quadros do Estado, porque esse “não é um critério de laboralidade”.

Em Leiria, na 1.ª Convenção Anual de Administração Pública e Reforma do Estado, o líder do PSD Pedro Passos Coelho afirmou que vai votar contra esta integração. “Não sabemos quem são, o que fazem, o que é que vai custar para o futuro e quem é que vai ter de pagar isso”, explicou. “Enquanto as reformas do Estado forem feitas assim, estamos mal”, disse, citado pelo Jornal de Negócios.

Notícia atualizada às 14.20 com as declarações de Pedro Passos Coelho.

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Avaliação bancária das casas em máximos de 2011

Bancos voltam a rever em alta os preços das casas pelo sétimo mês seguido. Avaliações bancárias na habitação atinge máximo de cinco anos.

O valor médio de avaliação bancária na habitação para o total do país aumentou cinco euros em outubro, fixando-se em 1.081 euros por metro quadrado, o valor mais elevado desde novembro de 2011, num sinal de recuperação do mercado imobiliário em Portugal, afetado pelos anos de crise.

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o valor médio está a acelerar, facto a que não é indiferente a maior confiança dos bancos na concessão de crédito. Cresceu 3,8% em termos homólogos no mês passado, uma taxa que compara com os 3,6% no mês anterior.

Além disso, foi o sétimo mês em que a avaliação das casas da parte dos bancos, reportado pelas instituições nas operações que envolveram empréstimos, cresceu.

As regiões que revelaram os aumentos mais expressivos foram o Norte (+4,5%) e o Algarve (+4,8%), onde as avaliações dos bancos colocavam o preço do metro quadrado da habitação nos 954 euros e 1.358 euros, respetivamente.

Por segmento de habitação, o valor médio da avaliação dos apartamentos fixou-se nos 1.125 euros por metro quadrado — um aumento de 3,3% face ao mesmo mês do ano passado –, enquanto o valor atribuído pelos bancos às moradias se situou nos 1.010 euros, correspondendo a um crescimento homólogo de 4,8%.

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Economia espanhola cresceu mais de 3%

  • Ana Luísa Alves
  • 24 Novembro 2016

Depois de a taxa de desemprego te baixado em outubro, a economia espanhola cresceu 0,7 % no terceiro trimestre e 3,2 % em termos anuais.

A economia espanhola cresceu 0,7 % no terceiro trimestre de 2017, uma décima menos do que no trimestre anterior, e 3,2 % em relação a um ano antes, segundo dados divulgados hoje em Madrid pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) do país vizinho.

A procura interna contribuiu com 2,6 pontos percentuais para o crescimento anual até ao final do terceiro trimestre (2,9 no final do segundo trimestre), enquanto a procura externa contribuiu com 0,6 pontos (0,5 no final do segundo trimestre).

Em termos anuais, o emprego cresceu a um ritmo de 2,9 %, uma décima mais do que no segundo trimestre, o que corresponde a um aumento de 499.000 postos de trabalho a tempo inteiro.

De acordo com o INE, a variação anual do custo unitário do trabalho foi de -0,1 % no terceiro trimestre.

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Montenegro: António Costa tem de se explicar e tirar consequências

  • Margarida Peixoto
  • 24 Novembro 2016

O líder da bancada parlamentar do PSD ainda não pediu a demissão de nenhum membro do Governo. Mas deixa a porta aberta. Costa tem de se explicar e "tirar daí consequências", exige Montenegro.

O PSD não pede ainda a demissão de nenhum membro do Governo, nem da administração da Caixa Geral de Depósitos, mas deixa a porta aberta. Por enquanto, Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, exige ao primeiro-ministro que preste todos os esclarecimentos e “tire daí consequências”.

Tem de haver um esclarecimento cabal do primeiro-ministro e tem de haver consequências, quer no âmbito do Governo, quer da CGD. Só assim pode ser restaurada a credibilidade da Caixa”, defendeu esta quinta-feira Luís Montenegro, numa conferência de imprensa na Assembleia da República.

O deputado social-democrata espera que “de uma vez por todas, o primeiro-ministro não se esconda por trás de nenhum álibi para faltar à responsabilidade”. E apontou o dedo a António Costa pela gestão do processo e pelas decisões que tenham sido tomadas, seja no que toca à escolha da delegação que representou o Estado português nas primeiras reuniões com Bruxelas, com vista à recapitalização da Caixa, seja nos acordos que tenham sido feitos com António Domingues, o atual presidente da Caixa: “O primeiro-ministro é o mentor de todo este processo.”

O PSD exige assim que toda a informação trocada nas reuniões que decorreram com a Comissão Europeia — e em que António Domingues participou sendo ainda quadro do BPI — seja enviada para o Parlamento. “Cada minuto que passa, cada hora que passa, sem que a situação que envolve a CGD seja cabalmente esclarecida estamos a diminuir a capacidade da Caixa. Não é admissível que o primeiro-ministro ande a assobiar para o lado”, frisou.

Montenegro lamentou que a Comissão esteja a dar mais informação sobre o assunto do que o Governo: “Está cada vez mais demonstrado que este processo não é transparente e viveu um manifesto conflito de interesses entre a administração da coisa pública e o exercício de funções no privado.

Esta manhã, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, numa publicação no Facebook, defendeu, a título pessoal, que Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado do Tesouro, deveria sair do Governo. Em causa está o facto de o governante se ter feito acompanhar de António Domingues, quando ainda era quadro do BPI, a reuniões em Bruxelas para discutir com a Comissão Europeia contornos do processo de recapitalização e reestruturação da Caixa.

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Juros portugueses lideram queda na Europa

Sessão de alívio no mercado de dívida na Zona Euro e são os juros portugueses os que mais recuam. Taxa da dívida a 10 anos já caiu mais de 30 pontos base em apenas uma semana.

Aos poucos, a tensão no mercado secundário de dívida nacional vai dando lugar à normalização dos juros. Há uma semana, os juros atingiram máximos de nove meses, com a taxa das obrigações a dez anos a tocar os calcanhares da fasquia de 4%, o que motivou a preocupação do Governo português. Agora, na sessão desta quinta-feira, a mesma taxa cedia para 3,574%. Ou seja, no espaço de uma semana, houve uma correção de mais de 30 pontos base.

Comparando com os pares europeus, a tendência de alívio nos juros portugueses era a mais evidente na região. A yield implícita nas obrigações a cinco anos recuavam para 2,124%, cedendo de máximos de cinco meses. Mas os juros nacionais desciam em todos os prazos.

Juros a 10 anos em forte queda

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Fonte: Bloomberg (valores em percentagem)

Em Espanha, Itália e Alemanha, as taxas também desciam, mas num tom mais ligeiro. A yield da dívida a 10 anos da Alemanha recuava dois pontos base para 0,242%. Nos casos espanhol e italiano, as mesmas taxas de referência cediam seis pontos base para 1,538% e 2,052%, respetivamente.

Portugal foi esta quarta-feira ao mercado pela última vez este ano e pagou mais para emitir dívida a cinco anos, em virtude do agravamento precedente das taxas em mercado secundário na sequência da eleição de Trump para a Casa Branca. A expectativa de elevada inflação nos EUA fez disparar os juros das Treasuries, levando a uma onda vendedora dos mercados obrigacionistas globais.

“O resultado das eleições norte-americanas colocou as obrigações sob pressão, alargando os spreads dos juros periféricos face à Alemanha. Tem sido negativo para as obrigações portuguesas até agora”, dizia esta semana David Schnautz, do Commerzbank, ao ECO.

A descida dos juros em Portugal está a ter impacto positivo na bolsa portuguesa, que subia 0,45% para 4.447,35 pontos. “Embora de forma volátil, nas últimas sessões tem-se assistido a um recuo das yields nacionais mesmo perante um novo incremento das suas congéneres americanas. Este padrão poderá dar algum alento as ações mais sensíveis às taxas de juro como a EDP, a EDP Renováveis, a REN, entre outras”, diziam os analistas do BPI.

“A curto prazo, as obrigações portuguesas continuarão a ser influenciadas pelo comportamento das taxas de juro italianas, que dependem da perceção que os investidores internacionais têm em relação às hipotéticas consequências do referendo constitucional do dia 4 de dezembro”, referiram ainda.

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Paulo Rangel pede demissão de Mourinho Félix

  • Juliana Nogueira Santos
  • 24 Novembro 2016

Numa publicação na sua página do Facebook, o deputado europeu afirmou que só existe uma hipótese: a demissão do secretário de Estado.

O deputado europeu Paulo Rangel expressou esta manhã na sua página de Facebook o seu descontentamento sobre a forma como o secretário de estado do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, lidou com o caso das reuniões de António Domingos na Caixa Geral de Depósitos numa altura em que este ainda estava na administração do BPI.

Rangel afirmou que o “reconhecimento público” feito por Mourinho Félix faz com que só haja uma hipótese em cima da mesa: “assumir as consequências políticas deste ato que é totalmente contrário à transparência, à ética republicana e é revelador da enorme falta de consideração que este Governo tem pelos contribuintes.”

Mourinho Félix garantiu que nessas reuniões, Domingos foi como convidado do Governo, e que este não teve acesso a nenhuma informação confidencial. Este chegou a referir ao Público que “Foi apenas uma discussão conceptual.”

Rangel já tinha começado a manhã a pedir esclarecimentos ao primeiro-ministro relativamente ao papel do agora administrador da Caixa Geral de Depósitos no processo de recapitalização do banco público. “E agora, com esta novo esclarecimento, como mandatou alguém para negociar a recapitalização da Caixa quando esse alguém era ainda administrador de outro banco e nem sequer tinha garantido que aceitaria o futuro cargo na Caixa?”

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Grupo chinês compra Skyscanner por 1,6 mil milhões

A operação deverá ficar fechada até ao final deste ano e a atual administração da Skyscanner vai manter-se.

O motor de buscas de viagens escocês Skyscanner foi vendido ao concorrente chinês Ctrip.com, a maior agência de viagens online da China, numa operação avaliada em 1,4 mil milhões de libras (mais de 1,6 mil milhões de euros).

“Assinámos um acordo definitivo com a maioria dos acionistas da Skyscanner Holdings Limited, que determina que a Ctrip vai adquirir todas as ações detidas por estes acionistas e vai oferecer-se para adquirir as ações dos restantes acionistas da Skyscanner”, refere a empresa escocesa, em comunicado emitido esta quinta-feira.

A operação deverá ficar fechada até ao final deste ano e a atual administração da Skyscanner vai manter-se, assegurando a gestão da empresa de forma independente, como parte do grupo Ctrip, esclarece ainda o comunicado.

“Esta aquisição vai reforçar o crescimento de longo prazo de ambas as empresas. A Skyscanner vai complementar o nosso posicionamento a uma escala global e a Ctrip vai alavancar as capacidades da Skyscanner”, salienta James Jianzhang Lang, cofundador e chairman executivo da Ctrip.

Já o cofundador e presidente executivo da Skyscanner, Gareth Williams, aponta que a operação leva a empresa para mais perto do seu “objetivo de tornar as pesquisas de viagens tão simples quanto possível, para os viajantes de todo o mundo”.

O site escocês, que nasceu como solução para a dificuldade de Gareth Williams em encontrar voos baratos, tem 60 milhões de utilizadores ativos por mês e está disponível em mais de 30 línguas.

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Tot e Tater perdoados por Obama

  • Ana Luísa Alves
  • 24 Novembro 2016

Obama perdoou os dois últimos perus do seu mandato, para mais um feriado de Ação de Graças. Para o ano será o seu sucessor, Donald Trump.

Barack Obama perdoou os dois últimos perus do seu mandato como presidente norte-americano, para o feriado de Ação de Graças, mais conhecido como “Thanksgiving”. A cerimónia aconteceu esta quarta-feira, na Casa Branca.

 

No vídeo, as duas crianças que estão com Obama são seus sobrinhos. No discurso, Obama agradeceu a confiança dos norte-americanos aos longo dos dois mandatos que levou a cabo, isto antes de perdoar os perus Tot e Tater.

Este ano, os dois perus salvos vão ficar a viver no “Gobblers Rest”, no Departamento de Ciências Animais e Aviárias da Universidade Virginia Tech. No total, Obama perdoou dois perus por cada ano de mandato, o que totaliza dezasseis, nos oito anos que esteve à frente dos EUA.

Barack Obama deixa a Casa Branca em janeiro. A tomada de posse do seu sucessor, Donald Trump, está prevista para o dia 20 de janeiro. Para o ano será Trump a perdoar os perus. Será o 12º a fazê-lo na história dos EUA.

Esta tradição cumpre-se no dia de Ação de Graças, em que milhões de norte-americanos juntam as famílias num jantar em que o prato principal é peru.

O primeiro feriado de Ação de Graças foi celebrado em 1620, mas só em 1863, o então presidente dos EUA, Abraham Lincoln, declarou que a quarta quinta-feira de novembro seria o Dia Nacional de Ação de Graças. Este dia é celebrado para agradecer às colheitas realizadas durante o ano, não só nos EUA, mas no também Canadá.

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BCE alerta para risco de crash nos mercados

Brexit e vitória de Trump nas eleições americanas aumentaram indefinição política em todo o mundo e podem deixar mercados do avesso. E Portugal deve ter cuidado, diz BCE, devido à sua elevada dívida.

O Banco Central Europeu (BCE) alertou para os riscos crescentes de uma correção abrupta nos mercados financeiros globais, à medida que a intensificação da incerteza política ameaça o sistema bancário e o crescimento económico global. E países com elevado endividamento público como Portugal devem estar atentos.

“É expectável maior volatilidade no futuro próximo e a possibilidade de uma inversão abrupta continua a ser significativa”, declarou o banco central no relatório Relatório de Estabilidade Financeira publicou esta quinta-feira. “Elevadas tensões geográficas e a evidente incerteza política perante calendários eleitorais preenchidos nas economias mais avançadas têm o potencial para reacender a aversão global ao risco e desencadear um grande choque na confiança”, afirmou.

Depois da votação britânica de junho para abandonar a União Europeia, seguiu-se a campanha para as eleições presidenciais nos EUA, que ocorreram no início de novembro. Para o BCE, a vitória de Trump aumentou a instabilidade e deverá trazer mudanças profundas nas políticas económicas, cujas implicações para a Zona Euro são ainda complicadas de avaliar.

"Elevadas tensões geográficas e a evidente incerteza política perante calendários eleitorais preenchidos nas economias mais avançadas têm o potencial para reacender a aversão global ao risco e desencadear um grande choque na confiança.”

Banco Central Europeu

Relatório de Estabilidade Financeira

A autoridade monetária e de supervisão diz mesmo que, apesar da resiliência da economia da moeda única, a intensificação da incerteza política poderá colocar pressão sobre o sistema bancário. “As vulnerabilidades continuam significativas para os bancos da Zona Euro. As perspetivas de rentabilidade continuam baixas em toda a região e num ambiente de crescimento económico deprimido”, reforçou o BCE.

Mas também criará tensão sobre os países com elevados níveis de endividamento público. Como Portugal, que regista uma dívida pública de 133% do Produto Interno Bruto (PIB) e cuja instabilidade no mercado de dívida se intensificou nas últimas semanas, sobretudo depois de Trump ter sido eleito para a Casa Branca. Os juros da dívida a dez anos chegaram a atingir os 3,9% quando em meados de agosto estavam nos 2,6%.

Ainda assim, destaca o papel dos bancos centrais, com as suas políticas monetárias acomodatícias, que mitigam alguns dos riscos nos mercados. “Apesar da relativa volatilidade global nos mercados financeiros, os indicadores de stress na banca e soberanos na Zona Euro continuam bastante estáveis em níveis reduzidos”.

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