Like & Dislike: Render-se à evidência e transparência

O PS começou a ficar politicamente encurralado, numa posição incómoda de ter de defender o indefensável.

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Os socialistas estavam a ficar isolados. Da direita à esquerda, quase todos estavam de acordo que António Domingues e os restantes administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) deveriam entregar as suas declarações de património junto do Tribunal Constitucional.

PCP, Bloco, PSD e CDS-PP entregaram ou prometeram entregar no Parlamento propostas de lei para tentar contrariar os efeitos da decisão do Governo que isentou os gestores da CGD do Estatuto dos Gestores Públicos.

O PS começou a ficar politicamente encurralado, numa posição incómoda de ter de defender o indefensável. Aqui e ali começaram a surgir vozes inconformadas com a apatia e as cedências que o Governo fez a António Domingues.

Carlos César, líder da bancada Parlamentar, foi dos primeiros, já na semana passada, a dizer que os “gestores da CGD têm de entregar as declarações de rendimentos no TC”. Hoje, de forma oficial, a bancada parlamentar veio tomar uma posição clara: “Entende o Grupo Parlamentar do PS que os administradores da CGD devem apresentar as suas declarações no Tribunal Constitucional, a quem compete a melhor decisão, não se justificando neste contexto a apresentação de qualquer iniciativa legislativa adicional”.

É verdade que esta tomada de posição do PS tornou-se mais fácil e mais cómoda depois da notícia de que o TC poderia eventualmente guardar segredo das declarações de património dos gestores da CGD, o que a acontecer seria uma espécie de cortar o nó górdio que resolveria as inquietações quer dos administradores da CGD, quer as do Governo. Mesmo assim a posição da bancada merece um Like.

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Lucros da Sonae Sierra caem 2% para os 93 milhões

A Sonae Sierra teve uma quebra de 2% nos lucros nos primeiros nove meses do ano. A empresa imputa esta descida ao menor valor criado nas propriedades de investimento.

A Sonae Sierra fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 92,6 milhões de euros, que compara com os 94,8 milhões de euros registados em igual período do ano anterior, informou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa do universo Sonae imputa a descida de 2% no resultado líquido “pelo menor valor criado nas propriedades de investimento, consequência da menor compressão das yields na Europa”.

Já o resultado direto atingiu os 40,2 milhões de euros, menos 2,1 milhões de euros ou menos 4% do que o registado nos primeiros nove meses do ano anterior. Em termos de resultados operacionais (EBIT) a Sonae Sierra tinha no final do terceiro trimestre alcançado os 70,5 milhões de euros, uma descida de 7% face ao período homólogo de 2015.

A empresa liderada por Fernando Guedes de Oliveira adianta que “o efeito adverso da venda de ativos mais que compensou os resultados operacionais positivos do portefólio comparável”. A Sonae Sierra acrescenta que “o crescimento do EBIT dos serviços, sobretudo dos serviços de gestão e comercialização e dos serviços de desenvolvimento foi totalmente absorvido pelo efeito adversos das vendas de ativos de finais de 2015 e 2016”.

Nota ainda para o resultado indireto alcançado pela Sonae Sierra entre janeiro e setembro de 52,3 milhões de euros em linha com o registado em igual período de 2015. Este valor reflete o valor criado pela abertura do ParkLake, a compressão das yields na Europa e os ganhos gerados com a venda de ativos.

A empresa assinala ainda que as vendas de lojistas na Europa aumentaram 3,3% numa base comparável com o mesmo período de 2015, sendo de assinalar um crescimento de 15,8% na Roménia, 10% em Espanha e 3% em Portugal. Já no Brasil as vendas registaram uma ligeira subida de 0,4% (em reais e em base comparável).

“Os primeiros nove meses evidenciam resultados operacionais estáveis e um aumento global das vendas dos lojistas, da taxa de ocupação e das rendas. Temos vindo a consolidar o nosso crescimento a nível global, materializado neste trimestre pelo sucesso da inauguração do ParkLake em Bucareste, na Roménia e pela assinatura do nono contrato de comercialização em Marrocos”, adianta o CEO da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira.

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Amorim vende 10% da Corticeira

Os dois maiores acionistas da Corticeira estão a vender 13,3 milhões de ações, representativas de 10% do capital da empresa. O objectivo é aumentar a dispersão do capital social da Corticeira.

Os dois maiores acionistas da Corticeira Amorim, a Amorim International Participations e a Investmark Holdings, detentoras respetivamente de 15,086% e de 18,778% do capital da Corticeira lançaram uma oferta particular de venda de 10% da Corticeira. A operação destina-se apenas a investidores institucionais. As empresas vendedoras são detidas por Américo Amorim.

Segundo comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “a oferta, na sua globalidade, pode abranger até 13.300.000 ações representativas de até 10% do capital da Corticeira Amorim”. Cada uma das empresas vendedoras irá desfazer-se de 5% do capital.

António Rios Amorim, presidente da Corticeira, em declarações ao ECO adianta que as duas sociedades “detidas respetivamente pelos family offices de António Ferreira de Amorim e de Américo Ferreira de Amorim decidiram colocar no mercado, através de um processo de ABB (accelerated bookbuilding) e em partes iguais, ações representativas de 5% a 10% do capital social da Corticeira Amorim”.

Para Rios Amorim com esta operação os dois acionistas “visam contribuir para o reforço do free float da Corticeira Amorim, indo ao encontro do crescente interesse manifestados por investidores nacionais e internacionais”.

O presidente da Corticeira refere que “são muito boas notícias para a Corticeira Amorim, para os investidores e para o mercado: altera materialmente o free float da empresa, aumenta substancialmente a visibilidade e a liquidez do título e sobretudo alarga a base de investidores”.

"São muito boas notícias para a Corticeira Amorim, para os investidores e para o mercado: altera materialmente o free float da empresa, aumenta substancialmente a visibilidade e a liquidez do título e sobretudo alarga a base de investidores.”

António Rios Amorim

Presidente executivo da Corticeira Amorim

A operação denominada de accelarated bookbuilding está sujeita “à procura” e “preço de condições de mercado“.

Ainda segundo o comunicado, a operação “visa contribuir para o reforço do nível de dispersão do capital social da Corticeira Amorim, indo ao encontro do crescente interesse manifestado por investidores, nacionais e internacionais, potenciando a liquidez do título e fomentando uma maior representatividade do título no PSI20″.

Atualmente, 83 % do capital da empresa liderada por António Rios Amorim é imputado a Amorim, com o free float a ser de apenas 15%. Após a operação a família Amorim ficará ainda detentora de mais de 70% do capital.

Os bancos mandatados para agilizar a operação são o UBS e o BPI.

Os termos finais da operação serão comunicados após as conclusão da operação que deverá ocorrer amanhã dia 4 de novembro.

A Corticeira fechou a sessão de hoje em bolsa nos 8,645 euros por ação.

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Lucros da EDP encolhem para 615 milhões

A elétrica liderada por António Mexia apresentou uma quebra de 15% nos resultados líquidos dos primeiros nove meses.

A EDP lucrou menos nos primeiros nove meses do ano. A elétrica apresentou resultados líquidos de 615 milhões de euros, menos 16% que no período homólogo em que tinha, no entanto, obtido um ganho extraordinário “com a aquisição de uma participação adicional de 50% na central de Pecém I”. A dívida voltou a encolher.

“O resultado líquido atribuível a acionistas da EDP caiu 16% face aos primeiros nove meses de 2015 para 615 milhões de euros nos nove meses de 2016, impactado pelo ganho com a aquisição de uma participação adicional de 50% na central de Pecém I em 2015 e parcialmente mitigado pelo melhor desempenho operacional”, diz a elétrica à CMVM.

O EBITDA da EDP ascendeu “a 2.893 milhões de euros (menos 3% em termos homólogos), reflexo do menor contributo de efeitos não recorrentes decorrente da compra a desconto à Eneva de 50% de Pecém I, no Brasil”, mas também da venda de ativos de gás em Espanha”.

Excluindo os efeitos não recorrentes, o EBITDA subiu 10% para 2.832 milhões de euros nos nove meses de 2016. E o resultado líquido nos primeiros nove meses teria ascendido a 661 milhões de euros (o que se traduziria num aumento de 17% face aos 564 milhões em 2015)”, acrescenta a cotada liderada por António Mexia.

Menos dívida

Ao mesmo tempo que os resultados caíram, a dívida encolheu. “A dívida líquida caiu 1,4 mil milhões de euros face a dezembro de 2015 (uma quebra de 8%), para um valor de 15.963 milhões de euros em setembro, ainda que refletindo o pagamento anual de dividendos aos acionistas da EDP”.

Esta redução de dívida foi suportada por uma redução de ativos regulatórios em 1,4 mil milhões de euros fruto da venda de défice tarifário (dois mil milhões)“, além da geração orgânica de fluxos de caixa, entre outros.

“A posição de liquidez financeira (caixa e linhas de crédito disponíveis) do Grupo EDP a setembro de 2016 ascende a 5,8 mil milhões de euros, cobrindo as necessidades de refinanciamento da EDP até após 2019”, refere.

(Notícia atualizada às 17h28 com mais informação)

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Bolsa lisboeta soma quarta sessão de quedas

As desvalorizações da EDP Renováveis, da Mota-Engil e do BCP são as principais responsáveis pela queda de 0,12% do índice PSI-20. Já a Europa interrompe série de oito sessões de perdas.

A praça lisboeta não conseguiu acompanhar o sentimento positivo que as ações europeias vivenciaram na sessão de hoje. O índice PSI-20 desvalorizou 0,12%, para os 4.542,73 pontos, somando a quarta sessão consecutiva de perdas. Já as ações europeias interromperam o maior ciclo de perdas dos últimos dois anos (oito dias em queda), animadas por boas notícias com origem no Reino Unido. O Supremo Tribunal britânico obrigou o Parlamento de Londres a votar o Brexit, o que poderá atrasar ou suavizar a saída do Reino Unido da União Europeia.

A EDP Renováveis, a Mota-Engil e o BCP foram os principais responsáveis pelo recuo que se registou na praça lisboeta na sessão de hoje. As ações da empresa liderada por Manso Neto recuaram 1,29%, para os 6,48 euros, naquela que foi a sexta sessão consecutiva no vermelho. O deslize das ações da EDP Renováveis acontece depois de nesta manhã, a empresa ter reportado uma diminuição de 71%, para 29 milhões de euros, dos seus resultados até setembro, um valor abaixo do que era esperado pelos analistas.

Já a Mota-Engil viu as suas ações desvalorizarem 1,96%, para os 1,70 euros, enquanto os títulos do BCP perderam 0,59%, até aos 1,20 euros. Entre as maiores desvalorizações, destaque também para a NOS, cujos títulos perderam 0,88%, para os 5,86 euros.

As perdas do PSI-20 só não foram mais dilatadas, atendendo à recuperação das ações da EDP, mas também apoiadas no avanço dos títulos da Galp Energia. A elétrica valorizou em bolsa 0,55%, para os 2,91 euros, a recuperar da desvalorização de mais de 2% da sessão anterior, dia em que foi conhecido que a EDP está a ser alvo de uma investigação por parte da Autoridade da Concorrência. Já a petrolífera somou 0,25%, para os 12,02 euros, conseguindo contrariar a pressão negativa das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

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CGD: Deputados apertam cerco a Domingues

O Partido Socialista entrou no cerco ao presidente da CGD e deixou-o sem alternativa: está tudo alinhado no Parlamento para que António Domingues tenha de apresentar a declaração de rendimentos ao TC.

É a informação mais esperada das últimas semanas: a declaração de rendimentos e de património de António Domingues, o novo presidente da Caixa Geral de Depósitos. Os deputados socialistas juntaram-se ao coro de críticas da direita à esquerda para que não haja dúvidas. Domingues tem de entregar o documento ao Tribunal Constitucional (TC).

A decisão foi sinalizada por Eurico Brilhante Dias, deputado socialista que faz parte da Comissão de Orçamento e Finanças, num artigo de opinião no ECO. O deputado argumentava que se não fosse pela lei, terá de ser pelo bom senso: “Se não for pela lei, o bom senso deveria levá-lo a apresentar a declaração no Constitucional”. O membro do secretariado do PS – o órgão executivo da comissão política nacional do partido – é crítico da ausência de declaração de rendimentos e património no TC.

A posição foi corroborada pelo PS esta tarde numa declaração do vice-presidente da bancada parlamentar socialista, João Paulo Correia: “Entende o Grupo Parlamentar do PS que os administradores da CGD devem apresentar as suas declarações no Tribunal Constitucional, a quem compete a melhor decisão, não se justificando neste contexto a apresentação de qualquer iniciativa legislativa adicional”. Ou seja, o PS não vai forçar a entrega com uma lei, como quer o PSD e o CDS, mas reforçar o dever de Domingues perante os portugueses.

Já Passos Coelho avisou que o assunto não vai ser esquecido por ser de “decência elementar”. O presidente do PSD espera que o Parlamento resolva a questão, ao contrário do que quer o PS, em breve, tendo já apresentado duas propostas.

“É uma questão de decência e, por decência elementar, pessoas que se disponibilizam – independentemente dos valores que vão receber a título de rendimento – para serem gestores de um banco público, de uma entidade pública, têm o dever de transparência”, argumentou esta quinta-feira.

O BE e o PCP também não pouparam críticas ao Governo, mas atacando a direita também. Catarina Martins disse que “não pode estar à frente da CGD quem não quiser cumprir deveres de transparência sobre os seus rendimento”, mas esta quarta-feira abriu o jogo dizendo que a declaração pode ser protegida total ou parcialmente, por questões de segurança, caso o TC assim decida. Em causa está uma lei de 1982 que permite a altos titulares de cargos públicos requerer a manutenção da declarações sob segredo, tal como noticiou o Público.

Já para os comunistas, “não pode haver filhos nem enteados”. A expressão é de Jerónimo Sousa que está contra a exceção dos administradores da CGD em revelarem o seu património ao TC. Jerónimo relembrou esta segunda-feira que o PSD, por exemplo, já votou recentemente contra um texto dos comunistas sobre a matéria, rejeitando entrar no discurso dos partidos da direita. Ou seja, as propostas do PSD e CDS não terão, muito provavelmente, apoio dos partidos que apoiam o Governo na Assembleia da República.

As declarações de rendimentos e património não deram entrada no TC até esta segunda-feira, altura em que terminava o prazo de 60 dias após a nomeação. Entretanto, os gestores da CGD ameaçaram demitirem-se. A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios e conta que só o Tribunal Constitucional pode exigir que o façam, mas, se isso acontecer, há administradores que ameaçam demitir-se.

A polémica adensou-se esta quinta-feira com a revelação de que os administradores da CGD que serão nomeados para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) vão ter mesmo de entregar a declaração. Isto porque a CGA enquadra-se no perfil de instituto público, que tem um estatuto próprio para administradores. Além disso, a lei orgânica da CGA deixa claro que os membros do seu conselho diretivo estão abrangidos pela lei-quadro dos institutos públicos em tudo o que não esteja previsto na própria lei.

Com o cerco a apertar, a administração de António Domingues poderá mesmo ter de entregar a declaração, apesar de o próprio dizer que está a respeitar a lei. Falta apenas saber que se a obrigação virá do Parlamento, por pressão do Governo ou do próprio Tribunal Constitucional. E ainda se essa decisão vai fazer com que haja baixas na equipa de Domingues.

Editado por Mónica Silvares

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PSD questiona Bruxelas sobre alegado pacto com França para contornar défice

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel questionou hoje a Comissão Europeia sobre se é verdade a existência de um acordo entre Bruxelas e Paris para permitir à França contornar as regras do défice.

A questão urgente enviada pelo líder da delegação do PSD no Parlamento Europeu surge na sequência da publicação de um livro sobre o Presidente francês, François Hollande, que revela a existência de um “pacto” entre a Comissão Europeia e as autoridades francesas, que permitiu a França escapar a sanções por défice excessivo nos últimos anos, através de uma “maquilhagem” das contas públicas divulgadas.

Na conferência de imprensa diária de hoje, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, escusou-se a comentar a questão, limitando-se a dizer que não leu o livro em questão – da autoria de dois jornalistas do Le Monde -, enquanto a porta-voz para os Assuntos Económicos, Annika Breidthardt, se limitou a dizer que “todos os Estados-membros são tratados de forma igual e de acordo com a sua situação específica à luz do Pacto de Estabilidade e Crescimento”.

Na questão enviada hoje ao executivo comunitário, Rangel aponta que, no livro “Un président ne devrait pas dire ça…” (em tradução livre, “Um Presidente não deveria dizer isso…”), François Hollande “faz referência não apenas a este alegado tratamento privilegiado do Estado francês pela Comissão Europeia como também revela uma negociação bilateral entre a Comissão e o Estado francês”.

François Hollande, President of the French Republic, at the podium
François Hollande, Presidente francês© European Union , 2015 / EC - Audiovisual Service

Rangel questiona então se “é verdade que a França celebrou um acordo – formal ou informal, secreto ou não – que lhe permitiu contornar as regras aplicáveis à zona euro, em sede de défice e de dívida, beneficiando de um tratamento ilegal e discriminatório”.

O eurodeputado pergunta ainda, a confirmar-se esse acordo, “quem foram os responsáveis europeus e franceses por essa prática e a que procedimentos de responsabilização política e jurídica ficarão sujeitos”, e ainda “que medidas vai tomar a Comissão para corrigir esta situação anómala e que compensação dará aos Estados que foram obrigados a cumprir estritamente as regras do direito europeu”.

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Fujifilm atenta a aquisições, Portugal está no radar

A empresa nipónica tem três mil milhões de euro para investir em aquisições de empresas e Portugal faz parte do rol de países que o grupo tem debaixo de olho. A área da saúde é uma das visadas.

A Fujifilm, empresa nipónica que está a celebrar os 50 anos na Europa, tem três mil milhões de euros para investir em aquisições de empresas e Portugal está no radar sobretudo ao nível da área médica.

António Alcalá, diretor-geral para os mercados ibéricos adiantou durante uma conferência de imprensa que se realizou hoje no Porto que “os três mil milhões de euros que o grupo tem para investir, nos próximos dois ou três anos, são a nível mundial, mas Portugal também está aqui referenciado”. A ideia diz, António Alcalá é “buscar novos segmentos e novos setores com especial destaque na área da medicina regenerativa e fármacos”.

"Os três mil milhões de euros que o grupo tem para investir, nos próximos dois ou três anos, são a nível mundial. Mas Portugal também está aqui referenciado.”

António Alcalá

Director-geral da Fujifilm a nível ibérico

A empresa que está em Portugal desde 2009 — antes disso tinha apenas um distribuidor comercial — tem atualmente no país uma estrutura de 42 pessoas. Neste momento, a empresa opera em Portugal com todas as áreas de negócio do grupo: photo imaging, electronic imaging, medical, grafics, optical devices, recording media e produtos industriais.

A Fujifilm Portugal tem ainda sob a sua alçada uma empresa autónoma — a CWM — cuja atividade se centra na imagem médica, sobretudo ao nível dos processos informáticos nos hospitais. A CWM está presente em mais mais 20 países e em 100 hospitais.

Os números da estrutura em Portugal não são conhecidos, mas a Ibéria (onde se inclui também o mercado espanhol) pesa cerca de 6% nas contas da Fujifilm Europa, cujo volume de faturação é de 2,140 mil milhões de euros.

A Fujifilm que começou por se dedicar quase em exclusivo às películas fotográficas — em 2000, esta área pesava 54% do total das vendas da empresa — tem vindo a diversificar a atividade para áreas tão distintas como medicina, energia e meio ambiente. Hoje a área das películas fotográficas pesa menos de 1% no total da faturação do grupo.

“O consumo da película fotográfica começou a cair de forma dramática e a empresa viu-se forçada a reinventar-se, iniciando movimentos de diversificação bastante sérios“, refere o diretor-geral para os mercados ibéricos.

A empresa encerrou o último exercício fiscal, cessado a 31 de março, com um volume de negócios de 22 mil milhões de euros e lucros de 1,7 mil milhões de euros. Já para este ano a empresa prevê um volume de negócios na ordem dos 23 mil milhões de euros e lucros de 1,9 mil milhões de euros. A Fujifilm destina 7% da receita total à investigação e desenvolvimento (I&D), o que se traduz num investimento anual de cerca de 1,5 mil milhões de euros no desenvolvimento de novos produtos.

A Fujifilm que está a comemorar o 50º aniversário na Europa tem vindo a organizar um conjunto de apresentações repartidas por 12 cidades, entre Portugal e Espanha sob a designação de “Innovation Capsules”. A iniciativa pretende dar a conhecer alguns dos progressos registados na áreas onde a Fujifilm é líder em inovação tecnológica, como sejam a medicina, energia, meio ambiente e indústria.

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Montepio deverá congelar salários mas despedimentos ficam fora de questão

  • Marta Santos Silva
  • 3 Novembro 2016

O acordo a ser negociado com os sindicatos vai aplicar-se aos trabalhadores da Caixa Económica Montepio Geral, ao Montepio Crédito e ao Montepio Valor.

A Caixa Económica Montepio Geral deverá congelar os salários dos seus trabalhadores, mas os despedimentos coletivos durante o período de congelamento ficarão fora de questão, segundo indica um comunicado da federação de sindicatos da banca Febase.

O Montepio está a negociar com os sindicatos os termos em que se realizará o acordo de empresa. Em comunicado aos membros dos sindicatos, a Febase, federação membro da UGT, explica que o acordo incluirá “o congelamento da tabela salarial e cláusulas de expresso pecuniárias” durante um período ainda não determinado de entre dois e três anos.

A contrapartida é que a Caixa Económica Montepio Geral não poderá recorrer “a despedimento coletivo durante esse período”, e de a idade de reforma dos funcionários “passar a ser nos termos da legislação atualmente em vigor”.

O acordo negociado entre os sindicatos da Febase, o sindicato SNQTB e o Montepio vai aplicar-se aos trabalhadores da CEMG e também do Montepio Crédito e do Montepio Valor.

O Jornal de Negócios relembra que o Sintaf, sindicato próximo da CGTP, critica as negociações do acordo pelos outros sindicatos e diz ter sido excluído das negociações.

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CGD: PS defende entrega de declarações no TC

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

Para o PS, os administradores da CGD devem entregar as suas declarações de rendimentos e património no Tribunal Constitucional, por isso, não se justifica a apresentação de iniciativas adicionais.

O PS defendeu hoje que os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devem entregar as suas declarações de rendimentos e património no Tribunal Constitucional e, como tal, não se justifica a apresentação de iniciativas legislativas adicionais.

Esta posição foi comunicada aos jornalistas pelo vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, numa curta declaração sobre as controvérsias em torno da nova administração da CGD e sem direito a perguntas por parte dos jornalistas.

Depois de todas as restantes bancadas terem defendido que os administradores da CGD não se podem isentar de entregar as suas declarações perante o Tribunal Constitucional, João Paulo Correia declarou perante os jornalistas: “Entende o Grupo Parlamentar do PS que os administradores da CGD devem apresentar as suas declarações no Tribunal Constitucional, a quem compete a melhor decisão, não se justificando neste contexto a apresentação de qualquer iniciativa legislativa adicional”.

A declaração de João Paulo Correia visou também atacar a posição do PSD em matéria de limitação de vencimentos dos administradores da CGD.

“O presidente do PSD [Pedro Passos Coelho] disse que a reposição do modelo do anterior Governo limita os vencimentos dos administradores da CGD ao vencimento do primeiro-ministro, mas isso é falso. O anterior modelo do Governo PSD/CDS-PP não fazia isso, já que permitia que os administradores da Caixa pudessem ser remunerados pela média dos últimos três anos”, apontou o vice-presidente da bancada socialista.

De acordo com João Paulo Correia, quando o anterior modelo estava em vigor, “aconteceu que globalmente os administradores da CGD ganhavam mais do que o primeiro-ministro”.

“Este modelo criava ainda duas incongruências, já que possibilitava que os administradores ganhassem em função do que antes fizeram e não em função do cargo que exerciam. Por outro lado, esse modelo permitia que vogais do Conselho de Administração da CGD pudessem ganhar mais do que o presidente”, referiu ainda o dirigente do Grupo Parlamentar do PS.

Para João Paulo Correia, em síntese, a reposição do modelo do anterior Governo para o apuramento dos vencimentos dos administradores da CGD “enferma de uma falsidade e de duas enormes incongruências”.

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Depósitos a prazo nunca pagaram tão pouco

As taxas de juro dos depósitos a prazo atingiram um novo mínimo em setembro, segundo dados do BCE. As aplicações até um ano são as menos generosas.

Colocar dinheiro em depósitos compensa cada vez menos. Dados divulgados hoje pelo Banco Central Europeu mostram que a remuneração das novas aplicações em depósitos a prazo caiu, em setembro, para um novo mínimo.

Os bancos portugueses pagaram uma taxa de juro média de 0,35% pelos novos depósitos a prazo realizados nesse mês, o que corresponde à remuneração mais baixa de sempre, tendo em conta um histórico que remonta ao início do ano 2000. Este valor fica aquém da remuneração média de 0,38% oferecida em agosto, que já era também um mínimo.

Evolução das taxas desde o pico de 2011

Fonte: BCE (Valores em percentagem)
Fonte: BCE (Valores em percentagem)

A quebra da remuneração dos depósitos a prazo acompanha o rumo descendente das taxas de juro de referência e a cada vez menor aposta dos bancos nesta classe de produtos financeiros, já que não têm urgência em captar recursos de modo a equilibrarem o rácio de transformação. A prioridade dos bancos passa agora por maximizar os seus proveitos pela via da disponibilização de crédito.

Em setembro, a generalidade dos depósitos foi afetado por uma quebra das remunerações, à exceção das aplicações superiores a dois anos, onde ocorreu uma ligeira melhoria. Nesse horizonte temporal a taxa de juro média fixou-se em 0,45%, acima dos 0,43% registados nas novas aplicações realizadas em agosto. Já nas aplicações até dois anos, a remuneração baixou de uma média de 0,37%, em agosto, para 0,34%, em setembro. De salientar ainda que as aplicações com prazos até um ano são as menos generosas para os aforradores. Quem colocou dinheiro em depósitos até um ano em setembro teve direito a uma taxa de juro média de 0,33%, que fica também aquém dos 0,36%, oferecidos em agosto.

Para além de verem as suas poupanças serem pouco valorizadas pelas instituições financeiras, a remuneração oferecida pela generalidade dos produtos é também insuficiente para anular o efeito corrosivo da inflação. Basta considerar a taxa de inflação de 1,2% prevista pelo Governo para este ano.

Novas descidas à espreita

A quebra dos juros dos depósitos é uma tendência que deverá agravar-se ainda mais. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu arrasar com as taxas oferecidas em grande parte das suas aplicações a prazo, cortando para metade os juros oferecidos num vasto leque de contas de poupança.

"A CGD vai atualizar a 3 de novembro de 2016 as taxas de juro dos depósitos a prazo, dos depósitos de poupança e outras modalidades de depósito.”

CGD

“A CGD vai atualizar a 3 de novembro de 2016 as taxas de juro dos depósitos a prazo, dos depósitos de poupança e outras modalidades de depósito”, lê-se num comunicado de atualização do preçário do banco público. Esta atualização efetivou-se esta quinta-feira, registando-se um corte expressivo na remuneração apresentada pela instituição do Estado.

De salientar que ao ser o maior banco do mercado nacional, a instituição financeira liderada por António Domingues tem o poder de ditar a tendência das remunerações das poupanças dos portugueses.

Poupanças em queda

Apesar de se tratarem ainda do produto de poupança de eleição dos portugueses, já é notório o impacto da curta remuneração oferecida sobre os montantes aplicados em depósitos. Há mais de 140 mil milhões de euros nestes produtos comercializados pela banca, mas o valor já foi bem mais elevado. Setembro foi o segundo mês consecutivo de quebra no saldo, elevando para mais de 2.500 milhões de euros o montante que desapareceu das contas. Foi mais de metade do que tinha sido captado este ano.

Os portugueses tinham, no final de setembro, 140.202 milhões de euros em depósitos, de acordo com os dados revelados pelo Banco Central Europeu (BCE). Este valor compara negativamente com os 140.691 milhões em agosto e os 142.779 em julho. Depois da quebra de 2.088 milhões de euros registada em agosto, o saldo voltou a cair no último mês (489 milhões), elevando para 2.577 milhões a fuga em apenas dois meses.

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BE sobe a pressão: “A regra justa é desobedecer ao Tratado Orçamental”

PS, BE e PCP mostraram-se unidos contra os partidos da direita na defesa do Orçamento. Mas os bloquistas não hesitaram em pôr o dedo na ferida da dívida pública. Querem a renegociação.

O debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017 arranca esta quinta-feira na Assembleia da República. A aprovação nesta fase está garantida com o BE e o PCP a prometerem aprovar o documento proposto pelo Executivo de António Costa. Contudo, muitos são os temas que prometem aquecer a discussão.

O ECO vai seguir o debate em direto aqui. Fique connosco.

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