5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A divulgação das contas da EDP e de indicadores económicos na Europa e EUA, são alguns pontos de interesse no dia de hoje, mas os olhos dos investidores deverão estar na reação dos mercados à Fed.

A Fed manteve os juros dos EUA inalterados esta quarta-feira, mas deu sinais bastante óbvios de que dezembro será a altura escolhida para encarecer o preço do dinheiro. Este é um dos temas que mais deverá pesar no sentimento dos mercados num dia em que serão também divulgados dados económicos relevantes nos dois lados do Atlântico. Já os investidores nacionais deverão ter ainda em atenção a divulgação de contas trimestrais por parte de algumas das maiores cotadas lusas. O principal foco serão as empresas do universo EDP, mas também serão conhecidos os resultados trimestrais da Altri.

Mais resultados de cotadas do PSI-20. Foco na EDP

São três as cotadas do índice de referência da bolsa nacional que apresentam esta quinta-feira o balanço das suas contas relativas ao terceiro trimestre do ano. Designadamente, a Altri, a EDP Renováveis e a holding EDP. Contudo, o foco dos investidores deverá estar centrado na elétrica liderada por António Mexia, sobretudo depois de ter sido conhecido ontem que a EDP está a ser alvo de uma investigação por parte da Autoridade da Concorrência. O CaixaBI antecipa que no acumulado dos nove primeiros meses do ano, os lucros da EDP tenham recuado cerca de 16%, para os 619 milhões de euros, abaixo dos 736 milhões de euros registados no período homólogo. A nível europeu, referência também para o Société Générale e para o Credit Suisse que divulgam os seus resultados trimestrais.

Como vai o emprego na Zona Euro?

Esta quinta-feira será divulgada a taxa de desemprego da Zona Euro relativa ao mês de setembro. Para que o BCE consiga alcançar a meta da inflação de 2%, é necessário que o desemprego caia ainda mais face aos níveis atuais. O principal problema é que desde abril deste ano a taxa de desemprego tem-se mantido estável nos 10,1%. A manutenção desses níveis, significa que a probabilidade de a entidade liderada por Mario Draghi conseguir alcançar o seu objetivo, em breve, é curta. A estimativa dos economistas sondados pela Bloomberg aponta para uma redução da taxa de desemprego, em setembro, para 10%.

BCE dá mais pistas sobre a economia europeia

A evolução das taxas de juro dos empréstimos é um dos principais barómetros que permite avaliar a eficácia da política monetária expansionista do BCE. Esta quinta-feira a entidade liderada por Mario Draghi vai divulgar as taxas de juro médias que os bancos da Zona Euro, e de Portugal, cobraram no financiamento às empresas e às famílias no mês de setembro. Também serão conhecidas as remunerações médias que os bancos estão a pagar pelos depósitos dos seus clientes, sendo que esta taxa está em mínimos históricos. O BCE também divulga o boletim económico relativo ao mesmo mês, onde são oferecidas informações relativamente aos interesses do mercado monetário, perspetivas de crescimento, tendências de poupança e diversos problemas económicos.

Banco de Inglaterra decide juros

Depois de ter anunciado uma descida das taxas de juro, em agosto, numa resposta ao voto ao Brexit, o Banco de Inglaterra volta a assumir esta quinta-feira uma posição relativamente a esse indicador. Numa altura em que a fraqueza da libra tem impulsionado os preços, as novas estimativas para o crescimento da economia e da inflação britânica serão um elemento chave para o outlook a apresentar pela entidade liderada por Mark Carney.

E agora que os EUA estão quase a subir os juros?

Hoje será importante acompanhar a reação dos investidores e dos mercados ao resultado da reunião da Reserva Federal dos EUA, com o movimento de subida de juros a parecer estar cada vez mais próximo. Esta quarta-feira, a entidade liderada por Janet Yellen decidiu manter inalterada a taxa de juro, mas deu sinais de que já em dezembro pode dar aval a um aumento do preço do dinheiro na maior economia do mundo. A Reserva Federal dos EUA refere que existem cada vez mais evidências na economia que suportam uma decisão nesse sentido. Alguns dados económicos que serão divulgados esta quinta-feira nos EUA poderão reforçar ainda mais essa expectativa. Em concreto, as encomendas à indústria, relativas a setembro, o índice PMI para os serviços da Markit (outubro) e os novos pedidos de subsídio de desemprego na semana terminada a 29 de outubro. Os economistas sondados pela Bloomberg estimam uma quebra para 255 mil postos, face aos 258 mil registados na semana anterior.

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EUA: 26 milhões já votaram, mas em quem?

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Novembro 2016

A cerca de uma semana do dia da decisão, 26 milhões de americanos já votaram antecipadamente. Nesta altura, em 2012, apenas metade o tinham feito. Estará tudo decidido?

Na corrida à presidência norte-americana, a votação tem trazido imensas novidades, desde escândalos a novos processos — a sua enumeração parece já impossível. Acontece o mesmo em relação à votação antecipada: registaram-se até ontem 26 milhões de votos, o dobro daqueles que se tinham contabilizado no mesmo período de 2012.

Tal como acontece no nosso país, nos Estados Unidos é dada a oportunidade aos votantes de depositarem o seu voto alguns dias antes do dia da votação. Isto permite não só a manutenção do número de eleitores, mas também o descongestionamento das — enormes — filas que se formam no dia da eleição. São permitidos três métodos de votação antecipada:

  • Simples – votação presencial sem qualquer tipo de justificação. É permitida em 37 estados e no distrito da Colúmbia.
  • Ausente – o eleitor não precisa de se deslocar à mesa de voto, sendo que o boletim é enviado pelo correio e pode ser entregue em mão ou novamente pelo correio. É permitida em vários estados, contudo 20 pedem justificação.
  • Por correio – o eleitor inscreve-se numa lista e o boletim é enviado sempre para casa, tendo este que o devolver pelo mesmo meio. Existe em três estados para todas as eleições, enquanto outros permitem só para alguns tipos.

Além dos números dos eleitores, os estados podem divulgar as percentagens de eleitores registados em partidos que já escolheram quer querem para presidente nos próximos quatro anos. Estas podem-nos dar um vislumbre de como serão os resultados da próxima terça-feira.

Democratas e os quatro baloiços

Swing states, ou em português “estados baloiço”, são os estados que não têm uma preferência partidária definida e que podem “balançar” com igual probabilidade entre democratas e republicanos. Cada eleição tem os seu swing states, não havendo um fator decisivo para um estado o ser. Estes são definidos à medida que a eleição avança. Os de 2016 são Colorado, Florida, Iowa, Michigan, Nevada, Nova Hampshire, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia, Virgínia, Wisconsin e Georgia.

O partido democrata está em terreno positivo em quatro destes: no Nevada com uma margem de 7%, na Carolina do Norte com uma margem de 12%, no Colorado por 30 mil votos e no Iowa por 10%. O último é aquele em que podem surgir mais dúvidas, uma vez que os eleitores chave de Clinton não estão igualmente representados — já votaram mais hispânicos do que em 2012, mas os jovens e os afro-americanos estão em minoria entre os votantes antecipados.

Os dados não parecem favoráveis para os republicanos: na Florida, um swing state, estes vão à frente por 0,4%, tendo em conta que apenas 10% dos hispânicos já declararam a sua intenção de voto. O único estado em que Trump parece levar um avanço maior é o Arizona, contudo este é tradicionalmente republicano.

Adiantado não significa vencedor

Embora isto possa dar uma ideia do desfecho destas presidenciais, há que ter atentar a três fatores: os eleitores registados como democratas ou republicanos poderem votar em qualquer um dos quatro candidatos — sim, porque há quatro — e existe uma grande percentagem de cidadãos que já votaram e não são militantes de qualquer partido. A juntar-se a isto está o perfil dos votantes adiantados: pessoas mas velhas e mais leais aos seus partidos que, por isso, retiram o swing ao conceito de swing state.

Editado por Paulo Moutinho

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Mais concorrência para o Slack. Agora é a Microsoft

A empresa de Satya Nadella tem uma nova ferramenta de comunicação para empresas. Ainda está em fase de testes e o objetivo é destronar o Slack e o HipChat.

Há uma nova ferramenta de comunicação para equipas. A Teams está a ser desenvolvida pela Microsoft e tem como objetivo ultrapassar aplicativos do mesmo género, como o Slack e o HipChat. A ferramenta suporta conversas em grupo, mensagens privadas, chamadas de voz e videoconferências.

A Microsoft Teams foi lançada esta quarta-feira e, para já, estará em fase de testes, disponível para os clientes do pacote Office 365. Segundo a Bloomberg, foi desenhada para se interligar com outros produtos como o Office e o Skype que, atualmente, já funcionam na cloud. A versão final deverá ser incluída no Office 365 Enterprise já no primeiro trimestre.

Uma das funcionalidades permite que os funcionários acedam rapidamente a ficheiros e aplicações usados com frequência. A ferramenta reúne também as notificações de plataformas como o GitHub e o Twitter e, além disso, suporta a integração de bots, pequenos programas informáticos capazes de automatizar certas tarefas.

Esta nova incursão da Microsoft no mercado dos aplicativos de comunicação corporativa online vem ao encontro das apostas de outras empresas como, por exemplo, a IBM. Em causa, um mercado em constante crescimento, numa altura em que o Slack é avaliado em 3,5 mil milhões de euros e, só em abril, angariou 200 milhões de euros numa ronda de investimento. Anualmente, as receitas desta startup chegam aos 100 milhões de dólares (90,8 milhões de euros).

De acordo com a Bloomberg, a Microsoft já tinha investido neste segmento, com a aquisição da Yammer em 2012 por 1,09 mil milhões de euros, ainda antes do nascimento do Slack. Trata-se de uma rede social para comunicação privada entre empresas, embora nunca tenha alcançado os mesmos patamares do Slack e do HipChat. A própria Microsoft chegou a entrar em conversações informais para aquisição do Slack, sem que isso levasse a um negócio.

Dado curioso é o facto de o Slack ter comprado uma página no edição do The New York Times desta quarta-feira, onde dá as boas-vindas ao novo concorrente, deixando até alguns conselhos à empresa liderada por Satya Nadella. Uma cópia do texto foi publicada no blogue do Slack, onde a startup garante que “tudo isto é mais difícil do que parece”.

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PSD organiza corrida entre burro e Ferrari

  • Lusa
  • 2 Novembro 2016

O PSD/Lisboa recupera a iniciativa de António Costa, em 1993, para criticar as obras promovidas por Medina e o impacto que estas têm no trânsito da capital.

O PSD vai recriar na sexta-feira em Lisboa a corrida entre um burro e um Ferrari que o atual primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara da capital, António Costa, organizou em 1993 numa campanha para as eleições autárquicas.

“Hoje, quando, mais do que nunca, os lisboetas veem ser diariamente posta à prova a sua mobilidade, senão mesmo a sua capacidade para saltarem obstáculos, o PSD Lisboa entende que é chegado o momento de regressar às origens e homenagear o “costismo” e os seus seguidores com a 2.ª Corrida entre um burro e um Ferrari”, refere o partido, num comunicado hoje divulgado.

A partida desta corrida está marcada para as 08:45 na Rua Professor António Flores, junto à Faculdade de Direito de Lisboa, na Cidade Universitária, e terá chegada na Praça Duque de Saldanha, com “meta instalada” junto ao edifício do Monumental.

“Assim, o caos provocado pelas obras de fachada que infernizam o trânsito no centro da capital deixe avançar os dois contendores para uma competição que se quer justa”, lê-se no comunicado.

A primeira corrida entre um burro e um Ferrari decorreu em 1993 na Calçada de Carriche e foi organizada por António Costa no âmbito da sua candidatura à Câmara Municipal de Loures.

António Costa - corrida burro e Ferrari
António Costa – corrida burro e FerrariAntónio Cotrim/Lusa

O PSD Lisboa recorda que, “nas palavras do próprio organizador, o evento saldou-se como ‘uma das mais enriquecedoras experiências políticas’ que viveu”.

O traçado escolhido para a prova privilegia o eixo central da cidade, embora as obras estejam por toda a capital, em simultâneo, com reflexos diretos no trânsito que nunca esteve tão mal”, refere a concelhia lisboeta do PSD, acrescentando que “as obras sirvam para melhorar a mobilidade dos lisboetas é outra questão a merecer resposta seguramente negativa”.

De acordo com a aplicação ‘mapas’, do motor de busca Google, uma viagem de carro entre a Rua Professor António Flores e a Praça Duque de Saldanha, com cerca de três quilómetros, demora cerca de onze minutos a ser feita. A mesma distância demora cerca de 35 minutos a ser percorrida a pé.

A aplicação não permite saber-se quanto tempo demora a ser feita de burro.

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Facebook com receita recorde no terceiro trimestre

A empresa de Mark Zuckerberg supera as estimativas dos analistas pelo sexto trimestre consecutivo. Receitas impulsionada pela publicidade nos vídeos e vendas no Instagram.

O Facebook fechou o terceiro trimestre com um volume de receitas recorde de 7,01 mil milhões de dólares, um crescimento de 56% face ao período homólogo. Estes números superam as estimativas dos analistas contactados pela Bloomberg que apontavam para receitas de 6,92 mil milhões de dólares, o que acontece pelo sexto trimestre consecutivo.

As receitas da empresa de Marck Zuckerberg foram impulsionadas pela publicidade em vídeo e pelas vendas no Instagram e representam o quarto trimestre em que a empresa está a crescer acima dos 50%.

No móvel as receitas de publicidade mantiveram-se inalteradas em relação ao trimestre anterior, representando 84% o total da receita da empresa.

O lucro líquido no período foi de 2,38 mil milhões de dólares, ou 82 centavos por ação, que compara com os 896 milhões de dólares (31 centavos ) registados no período homólogo do ano anterior. De referir que o lucro ajustado foi de 1,09 dólares por ação valor que supera as estimativas dos analistas que apontavam para os 97 centavos por ação.

O crescimento da rede social fez-se sentir também ao nível dos utilizadores, registando a empresa no final do terceiro trimestre do ano 1,79 mil milhões de utilizadores.

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Fundos: nem os computadores escapam às perdas

A esperança depositada pelos fundos nos computadores ainda não se tornou real. Os fundos que são controlados apenas pelos algoritmos estão a registar perdas.

Um fundo de investimento totalmente controlado por computadores está a ter prejuízos. A empresa retirou os humanos da equação e incorporou a informática, mas as perdas continuam. A solução parece não estar nos sistemas automáticos e, supostamente, infalíveis.

O fundo chama-se Systematica Investments e foi lançado no início de 2015 pela gestora Leda Braga. Desde que foi criado que é controlado por computadores, mas isso não significa que há mais lucros. Pelo contrário: as perdas este ano são superiores a outros fundos de investimento, de acordo com a Bloomberg.

Apesar de os números serem negativos, Leda Braga tem conseguido captar mais investimentos para o seu fundo, o que compensou os prejuízos. Pode-se assim dizer que os investidores estão a confiar mais em algoritmos para controlarem as tendências macroeconómicas. No passado ficam os traders de carne e osso e a sua fé num determinado investimento.

Acredita-se que os fundos geridos por computadores são mais eficazes em tempos maus para a economia. Essa é a ideia transmitida pelo analista Philippe Ferreira, da Lyxor Asset Management. Contudo, esta ideia até agora não corresponde à realidade: pelo menos três dos quatro fundos computorizados geridos pelo Man Group Plc’s AHL tiveram perdas.

Um dos problemas dos fundos de investimento convencionais tem sido as taxas de juro baixas praticadas pelos principais bancos centrais, nomeadamente no Japão, EUA e Zona Euro. Mesmo com o aumento da informação disponível, os gestores têm dificuldade em fazer decisões e a consequência tem sido pouco retorno e a perda de clientes.

A esperança é agora depositada em máquinas. Desprovidos de um lado emocional, acredita-se que os computadores possam fazer escolhas mais conscientes e informadas. Neste caso, entram em campo algoritmos e o cruzamento de terabytes de informação que não deixam escapar a complexidade das decisões.

A Bloomberg refere que os fundos que usaram modelos matemáticos conseguiram um investimento total de 21 mil milhões de dólares, de acordo com o eVestment. Em sentido contrário, os fundos tradicionais sofreram uma saída de investimento de 60 mil milhões de dólares.

No entanto, o lado psicológico e emocional fazem parte das expectativas dos mercados. A importância do lado emocional pode vir a revelar-se quando as expectativas de aumento da taxa de juro pela Reserva Federal se tornarem realidade.

Editado por Paulo Moutinho

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Contas da ERSE? Galp desconhece os cálculos

A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva diz que a estimativa de ganho de mais de mil milhões de euros com contratos de gás natural não tem qualquer adesão à realidade.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) fez as contas: a Galp Energia vai lucrar mais de 1,1 mil milhões de euros através da revenda dos excedentes de gás natural que provém dos seus contratos com a Nigéria e a Argélia. A petrolífera diz que a projeção do regulador “não tem qualquer adesão à realidade”.

A Galp Energia desconhece os dados que a ERSE utilizou para o cálculo de estimativas de potenciais ganhos acumulados até 2026 com a venda internacional de gás natural”, refere a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva em nota enviada às redações.

“Com os elementos de que a Galp Energia dispõe, a projeção de potenciais ganhos divulgada pela ERSE não tem qualquer adesão à realidade“, acrescenta, discordando da projeção de lucros de 1,158 mil milhões de euros com o uso em mercado dos excedentes do gás natural destes contratos.

Os contratos de fornecimento de gás natural que foram realizados com a Argélia e a Nigéria preveem um consumo mínimo que deve acontecer e que, mesmo caso não aconteça, deve ser pago — custos que, legalmente, podem ser “partilhados” pela empresa importadora, no caso, o Grupo Galp, com os consumidores de gás natural e os consumidores de eletricidade em geral. A lei também prevê que os excedentes que não sejam consumidos em Portugal sejam revendidos fora do regime de partilha de riscos.

O tema dos contratos de gás natural foi levantado ainda pelo Executivo liderado por Passos Coelho, que defendeu a partilha com os consumidores dos benefícios resultantes da revenda aos mercados asiáticos, o que aconteceria através da descida das tarifas a cobrar nos próximos anos.

As contas da ERSE resultam de uma estimativa de um lucro média anual de de cerca de 68,2 milhões por ano. Esta previsão pode ser útil ao Governo na disputa acerca da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), que a Galp Energia se recusa a pagar e pretende contestar em tribunal.

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Wall Street no vermelho pressionado pela Fed

Wall Street encerrou no vermelho pela sétima sessão consecutiva. Banca e energia pressionaram.

Wall Street acompanhou a tendência das praças europeias com os três principais índices a encerrarem no vermelho. O dia ficou marcado pela decisão da Reserva Federal de não aumentar as taxas de juro. Não subiu, mas sinalizou que o fará em dezembro, o que não ajudou a acalmar os investidores.

Neste contexto, o S&P 500 fechou a cair 0,5% para 2.098 pontos, naquela que é já a sétima sessão consecutiva de perdas. O industrial Dow Jones caiu 0,43% e o Nasdaq derrapou 0,93% nesta sessão, onde também pesou a ansiedade sobre as eleições norte-americanas marcadas para 8 de novembro.

Como na Europa, alguns dos piores desempenhos foram protagonizados por empresas do setor da banca e do setor energético, estas últimas penalizadas por uma queda nos preços do petróleo após a informação de que as reservas de crude dos Estados Unidos da América aumentaram mais de 3% na última semana. A NRG Energy foi a quarta pior prestação da sessão, com perdas de 6,68% para 9,92 dólares por ação.

Destaque pela negativa para a Frontier Communications, que encerrou com perdas de 13,87% para 3,39 dólares, o valor mais baixo das últimas 52 semanas, após apresentar resultados pouco animadores aos olhos dos investidores. Foi a maior desvalorização dos títulos da empresa desde março.

À Bloomberg, Yousef Abbasi, um estratego da JonesTrading Institutional Services, disse que “mais do que tudo neste momento, estamos a assistir a uma combinação entre incerteza e falta de motivação para fazer o que quer que seja antes das eleições”.

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Farmacêutica Valeant acusada por falhas na promoção do “viagra feminino”

Um grupo de ex-investidores acusou a Valeant de ter não ter promovido corretamente o medicamento Addyi, conhecido por "viagra feminino".

A Valeant, uma farmacêutica canadiana que tem estado envolvida em vários escândalos, foi processada por ex-investidores da Sprout, uma empresa que adquiriu no ano passado por mil milhões de dólares (908,8 milhões de euros). Em causa, um alegado falhanço na disseminação do comprimido Addyi no mercado, também conhecido por “viagra feminino”.

Segundo a Reuters, o processo foi instaurado num tribunal em Delaware (EUA) e a acusação aponta que a Valeant terá fornecido o medicamento a um preço demasiado elevado para o mercado: 800 dólares. O elevado custo terá resultado em vendas pouco satisfatórias, com os gestores de farmácias a recusarem cobrir o custo do medicamento, refere a queixa.

Os ex-investidores da Sprout não especificam os prejuízos. Alguns analistas estimam que o mercado dos medicamentos para tratar baixo desejo sexual em mulheres pode valer cerca de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros).

Tem sido uma semana atribulada para a Valeant, como de resto já vem sendo habitual para esta empresa norte-americana. Os títulos da farmacêutica arrancaram a sessão de segunda-feira com perdas de 12,33%, recuperando e disparando 33,74% na terça-feira.

Na origem da escalada, a notícia de que a empresa estará a considerar vender a Salix, a unidade de medicamentos para doenças do estômago, à empresa japonesa Takeda, num negócio estimado em dez mil milhões de dólares (9,08 mil milhões de dólares). Contudo, esta quarta-feira, as ações voltaram a desvalorizar, chegando a derrapar mais de 10% para 21,37 dólares.

Recorde-se que a Valeant está também a ser investigada por suspeitas de que ocultou informação às seguradoras do setor da saúde, nomeadamente a sua ligação à Philidor, uma empresa de prestação de serviços farmacêuticos por correio. A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal.

No ano passado, a empresa foi também acusada de falsificar contas pela Citron Research usando, para tal, uma rede de farmácias falsas. Na altura, os títulos da Valeant chegaram a cair quase 40%, valor recorde para as ações da farmacêutica. Foi o ativista norte-americano Bill Ackman quem estancou a hemorragia, ao comprar dois milhões de títulos da empresa.

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Programa para regularizar dívidas avança na sexta

  • Margarida Peixoto e Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Novembro 2016

Contribuintes vão poder pagar dívidas com redução ou isenção de juros.

O programa que permite o pagamento de dívidas ao fisco e à segurança social com isenção ou redução de juros vai ser publicado amanhã em Diário da República e arranca no dia seguinte. Quer isto dizer que os contribuintes com dívidas vão poder aderir ao Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) a partir de sexta-feira, apurou o ECO.

Serão abrangidas as dívidas fiscais que não foram pagas até ao final de maio de 2016, no caso do fisco, ou até dezembro de 2015, no caso da Segurança Social, conforme já indicou o Governo.

Na altura em que o regime foi aprovado em Conselho de Ministros, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais explicou, citado pela Lusa, que os contribuintes podem optar pelo pagamento integral da dívida, “tendo perdão dos juros e das custas associadas, ou optar por um pagamento em prestações que pode ir até 150 prestações mensais, com uma redução de juros tanto maior quanto mais curto for o plano de pagamento”. Porém, a opção pelas prestações implica um pagamento inicial de pelo menos 8% da dívida.

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Cálculo da pensão muda em 2017 mas Governo rejeita “grandes impactos”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Novembro 2016

Governo acredita que a alteração não vai afetar "muitas situações" nem será "penalizador".

A alteração está prevista num decreto-lei que data de 2007 mas caiu entretanto no esquecimento. Quem se reformar a partir do próximo ano, pode contar com mudanças na fórmula de cálculo da pensão. O Governo acredita que o regime não vai afetar “muitas situações” nem “será penalizador”. Mas não concretiza se esta regra pode vir a ser reformulada, agora que o regime de pensões está a ser reavaliado.

O que vai então mudar? Em traços gerais, a pensão é calculada através de duas parcelas: uma que leva em conta os 10 melhores dos últimos 15 anos (o chamado P1) e outra que se baseia em toda a carreira contributiva (o chamado P2). Como pesa cada uma destas parcelas no cálculo da pensão? No caso de reformas iniciadas até ao final deste ano, o peso do P1 é proporcional ao número de anos de descontos até dezembro de 2006. Porém, para as pensões iniciadas a partir de janeiro de 2017, aquele período é alterado para dezembro de 2001, o que significa que esta parcela perde relevância.

Paralelamente, o peso da parcela baseada em toda a carreia contributiva (P2) é proporcional ao número de anos de carreira desde janeiro de 2007 para quem se reforma até 2016, e desde janeiro de 2002 para quem iniciar pensão a partir de 2017.

Estas regras abrangem os trabalhadores que se inscreveram na Segurança Social até final de 2001. Os inscritos a partir de 2002 já veem a sua pensão calculada apenas com base em toda a carreira contributiva, de acordo com o diploma de 2007 que veio acelerar o período de transição para a nova fórmula de cálculo das pensões.

Os futuros pensionistas vão sair a perder com as mudanças no P1 e P2? A secretária de Estado da Segurança Social acredita que não. “Das estimativas que temos feito, e até nas projeções que fizemos para o Orçamento do próximo ano, não temos a expectativa de que introduza grandes mudanças”, afirmou Cláudia Joaquim no âmbito de uma entrevista publicada no ECO.

Ainda de acordo com as regras em vigor, quando a parcela baseada em toda a carreira contributiva (P2) é superior à que resulta dos dez melhores dos últimos 15 anos (P1), a pensão a atribuir deve então corresponder ao valor do P2.

E Cláudia Joaquim diz mesmo que “na grande maioria das situações em que é o melhor dos dois cálculos, já não se aplica a fórmula combinada” porque “já a carreira contributiva é superior“. “E portanto não temos a expectativa de que possa nem afetar muitas situações nem que possa ser penalizador”, refere a governante.

Aliás, o Governo nem chegou a considerar o efeito desta medida nas contas de 2017. “Nas estimativas que fizemos nem sequer considerámos nenhum efeito por essa via, precisamente por essa perceção, de que não traria grandes impactos”, concluiu Cláudia Joaquim.

Porém, há simulações que apontam para reduções no valor das pensões. A FSO Consultores calculou o impacto desta mudança em pensões baseadas em históricos contributivos reais. Aqui, importa ter em conta que cada caso é um caso, porque diferentes carreiras contributivas podem gerar diferenças relevantes. Numa das simulações, uma pensão estatutária que ronda os 799 euros, tendo por base 43 anos de serviço, acaba por ter uma redução de cerca de 11 euros com as alterações ao P1 e P2.

 

Pensão estatutária, antes de eventuais cortes provenientes do fator de sustentabilidade ou da antecipação da idade de reforma ou bonificações por prolongamento da vida ativa.

 

Mas chegados a este valor, ainda é preciso ter em conta eventuais cortes associados à antecipação da idade de reforma e ao fator de sustentabilidade ou eventuais bonificações provenientes da dimensão da carreira contributiva, por exemplo. Este beneficiário em concreto teria um corte adicional de aproximadamente 71,5 euros se passasse à reforma no dia 1 de janeiro com 65 anos de idade e 43 de serviço, contando já com o agravamento do fator de sustentabilidade e o aumento da idade de reforma. Mas a pensão estatutária aumentaria cerca de 61 euros se tivesse 65 anos e 3 meses de idade e 43 anos de descontos.

Atualmente, as pensões antecipadas estão parcialmente suspensas e só os trabalhadores com mais de 60 anos de idade e 40 de descontos — além de regimes específicos, como o ligado a desemprego — podem optar por esta via. A idade de reforma está atualmente nos 66 anos e dois meses e aumentará um mês em 2017. Trabalhar mais tempo origina bonificações e quem tem longas carreiras contributivas pode reformar-se mais cedo. As reformas antecipadas são penalizadas em 0,5% por cada mês de antecipação e contam ainda com o corte do fator de sustentabilidade, que aumenta todos os anos. Porém, as regras atuais da reforma antecipada estão a ser revistas pelo Governo.

Olhando para mais um caso específico, uma reforma inicial de 2.844,9 euros, baseada em 40 anos de contribuições, passa a 2.723,7 euros apenas com as mudanças ao P1 e P2. Já outra pensão de 7.116,2 euros não é afetada pelas alterações: aqui só conta “a regra da carreira contributiva toda porque essa média ultrapassa os 12 IAS [Indexante dos Apoios Sociais] e portanto a pensão é calculada sem regime transitório”, diz Filomena Salgado Oliveira, sócia-fundadora da FSO Consultores.

Atualmente, a parcela baseada nos 10 melhores dos últimos 15 anos (P1) está limitada a 12 IAS (qualquer coisa como 5.030 euros) a não ser que a parcela ligada a toda a carreira contributiva (P2) seja superior ao P1 ou que os valores das duas parcelas sejam superiores a 12 IAS (neste caso, a pensão é calculada apenas com base em toda a carreira).

Quem sai a ganhar? Quem tem salários muito baixos, até abaixo do mínimo, e ainda pessoas com “carreiras atípicas”, ou seja, que ganharam os salários mais elevados no início ou a meio da carreira e não no final, diz Filomena Salgado Oliveira. “A nova fórmula de cálculo só beneficia pessoas que tenham tido uma carreira atípica, que tenha originado as remunerações mais altas antes dos últimos 15 anos” da vida ativa, mas possivelmente “estes também já teriam a pensão calculada com base na média da carreira contributiva toda”, indica ainda.

Novas regras a caminho

As regras das pensões estão neste momento sob análise, depois de o Governo ter suspendido parcialmente o acesso à reforma antecipada para reavaliar os cortes significativos que resultam do atual regime.

O Executivo quer valorizar as carreiras mais longas mas ainda não são conhecidas as mudanças em causa. Cláudia Joaquim diz que a revisão em curso também pode abranger esta alteração a que o P1 e P2 estão sujeitos em 2017, mas salienta que “está tudo em aberto”. Mas mesmo que as alterações incidam nesta área, dificilmente entrarão em vigor logo em janeiro, e é neste mês que a fórmula de cálculo das pensões muda.

A secretária de Estado conta ter o novo diploma das pensões “em discussão pública no final deste ano“. “Pode ser que seja possível mas se calhar não conseguimos que [a entrada em vigor] seja logo em janeiro”, indica a governante.

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Eficiência energética: onde as câmaras podem gastar

Depois da Administração Central, agora é a vez da Local. Para o Estado Central são 100 milhões de euros, para as câmaras são cerca de 161 milhões. Tudo para melhorar a eficiência energética.

Se repentinamente lhe parecer que todas as câmaras do país andam a fazer obras de recuperação de edifícios não estranhe. Será apenas o reflexo prático das candidaturas que os municípios já podem fazer aos 161,67 milhões de euros disponibilizados pelo Portugal 2020 para a eficiência energética nas infraestruturas públicas da Administração Local.

A primeira fase de candidaturas decorre até 28 de dezembro (teve início a 4 de outubro) e a segunda de 29 de janeiro de 2017 a 13 de abril, sendo que, neste caso, a data limite de 21 de julho, mesmo a tempo de pôr obras no terreno antes das eleições autárquicas, previsivelmente em outubro do próximo ano.

Mas afinal de contas, o que podem as câmaras e as empresas 100% municipais financiar com este dinheiro?

  • Intervenções na envolvente opaca dos edifícios, para instalar isolamentos térmicos em paredes, pavimentos, coberturas e caixas de estore;
  • Intervenções na envolvente envidraçada dos edifícios, nomeadamente através da substituição de caixilharia com vidro simples por caixilharia com vidro duplo e corte térmico e respetivos dispositivos de sombreamento;
  • Iluminação interior e intervenções nos sistemas técnicos instalados, através da substituição
    por sistemas de elevada eficiência, ou da integração de água quente solar, incorporação de microgeração, sistemas de iluminação, aquecimento, ventilação e ar condicionado;
  • Instalação de painéis solares térmicos para produção de água quente sanitária e climatização;
  • Instalação de sistemas de produção de energia para auto consumo a partir de fontes de energia renovável;
  • Intervenções nos sistemas de iluminação pública, semáforos e sistemas de iluminação decorativa, tais como monumentos, jardins, entre outros, com o objetivo de reduzir os consumos de energia, através da instalação de sistemas e tecnologias mais eficientes, assim como pela introdução de sistemas de gestão capazes de potenciar reduções do consumo de energia elétrica associado a estes sistemas.
  • Auditorias, diagnósticos e outros trabalhos necessários à realização de investimentos, bem como a avaliação “ex-post” independente que permita a avaliação e o acompanhamento do desempenho e da eficiência energética do investimento.

Seja onde for que a câmara aplique o dinheiro, as obras terão sempre de resultar numa melhoria de, “pelo menos, dois níveis na classe energética final, face à classe antes da realização do investimento”. Por isso, as candidaturas devem ser sempre acompanhadas por um certificado energético. Mas cuidado, se apresentar mais do que um, as candidaturas são automaticamente excluídas. E as intervenções devem sempre gerar benefícios líquidos, sendo que o valor das poupanças líquidas geradas deve exceder sempre o valor atualizado do custo de investimento, operação, manutenção e reinvestimento por substituição, de acordo com as regras dos concursos já publicados.

Por outro lado, todos os projetos que tenham um valor total elegível superior a 25 milhões de euros têm de ter um parecer positivo de peritos independentes.

Mas o dinheiro não serve para financiar tudo. As regras excluem à partida várias operações. Por exemplo:

  • Não são elegíveis intervenções que sejam obrigatórias por lei;
  • Não são elegíveis intervenções em infraestruturas e equipamentos que tenham beneficiado de fundos comunitários nos últimos dez anos.
  • Ações de realojamento;
  • Pintura, exceto nos casos em que seja promovida a instalação de isolamento térmico pelo exterior da fachada, bem como nas situações em que o isolamento térmico seja instalado pelo interior, sendo que em ambos os casos apenas se considera elegível a despesa associada à pintura das superfícies que foram objeto da colocação de isolamento térmico;
  • Reforço estrutural;
  • Intervenções nas redes elétricas, de abastecimento de água, de saneamento, de telecomunicações ou outras;
  • Outras pequenas reparações.
  • Auditorias obrigatórias por lei ou que não relevem para a concretização das intervenções previstas na operação;
  • Despesas relacionadas com a aquisição de terrenos, expropriação ou negociação direta, bem como eventuais indemnizações a arrendatários;

Muito importante, não são elegíveis as despesas realizadas em edifícios com data anterior a 24 de junho. Pode parecer estranho se as candidaturas abriram a 4 de outubro. Mas nos fundos comunitários é prática corrente usá-los para financiar obras que até já estão concluídas. Tudo para ajudar às contas públicas.

Finalmente, o prazo máximo de conclusão da operação é de três anos (36 meses) e as taxas de cofinanciamento das câmaras varia de acordo com a região onde se inserem: de 95% no Norte a apenas 50% em Lisboa.

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