Trilateral: Lisboa é a sede do poder europeu

Não falamos da Web Summit, mas de uma lista enorme de ex-primeiros-ministros, líderes empresariais, dirigentes de bancos que integram a Comissão Trilateral. Vão estar em Lisboa de 11 a 13 de novembro.

O que traz ao Ritz em Lisboa um antigo presidente do Banco Central Europeu, ex-primeiros-ministros de uma série de países europeus, líderes de empresas como a FIAT, a Total e a Allianz e de bancos como o Grupo Santander, o Deutsche Bank e o HSBC, e ainda a diretora-editorial do jornal Le Monde e reitores de algumas das mais renomadas universidades europeias?

É uma lista cheia de nomes sonantes da atualidade e da história da Europa: o grupo europeu da Comissão Trilateral vai reunir-se entre 11 e 13 de novembro em Lisboa para discutir “os maiores problemas que o nosso planeta enfrenta”, lê-se no site do grupo.

Fundada em 1973 pelo banqueiro multimilionário David Rockefeller, da dinastia norte-americana do mesmo nome, a Comissão Trilateral junta personalidades da Ásia, da Europa e da América do Norte. A ideia é promover o diálogo, tanto dentro como fora destes três grandes grupos regionais, e a globalização económica e financeira. Percorrer a lista dos membros da Comissão Trilateral é ver passar nomes incontornáveis como Jean-Claude Trichet, Mario Monti, Lucas Papademos, Ana Patricia Botín, Paul A. Volcker e Peter Sutherland.

Trata-se de um think tank que é frequentemente alvo de críticas — umas vindas de fontes mais legítimas, como por exemplo do sociólogo de esquerda Noam Chomsky ou do senador republicano norte-americano Barry Goldwater, outras partilhadas por grupos de teorias da conspiração na web. Mas desde a sua fundação, em 1973, é um ponto central de debate e discussão entre as três regiões do mundo.

Esta não é a primeira reunião europeia em Lisboa. Em 1993, a capital portuguesa recebeu a visita do grupo europeu da Trilateral, enquanto o Porto recebeu a reunião de 2003.

Quem são estes “poderosos” que vêm a Lisboa?

Cada um dos três grupos que constituem a Comissão Trilateral — o europeu, o norte-americano e o asiático — reúne os seus membros uma vez por ano em diferentes cidades. Este ano, o grupo europeu junta-se em Lisboa, entre 11 e 13 de novembro, no fim de semana que se segue ao da Web Summit.

É uma “boleia” significativa, tanto que Paddy Cosgrave, fundador desse que é o maior encontro mundial dos empreendedores da área da tecnologia, vai estar no Ritz para o encontro, sabe o ECO.

Quem mais vai estar presente? O antigo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, assim como o antigo comissário europeu e ex-primeiro-ministro de Itália, Mario Monti, estão confirmados. Mas a lista de membros do grupo europeu da Comissão Trilateral é bastante mais extensa e inclui nomes sonantes não só da política mas também da banca, do mundo empresarial e dos media.

Sem haver ainda confirmação da presença de todos os membros do grupo, alguns dos membros europeus da Comissão são de sublinhar. Entre antigos primeiros-ministros europeus contam-se o italiano Enrico Letta, também reitor da renomada Sciences Po, o irlandês John Bruton, o belga Herman Van Rompuy, e o grego Lucas Papademos, que também foi vice-presidente do Banco Central Europeu.

No mundo da banca, Ana Patricia Botín, a chairman do Grupo Santander, é uma das mais conhecidas, mas acompanham-na o ex-vice-chairman do Deutsche Bank, Luc Frieden, o chairman do BNP Paribas, Jean Lemierre, e a diretora do HSBC, Rachel Lomax.

Entre as empresas, o grupo reúne o CEO da Allianz (Oliver Bäte), o da Siemens (Joe Kaeser), o da Fiat (John Elkann), o do Grupo Total (Yves-Louis Darricarrère), e o da Endesa (Borja Brado).

E não vão faltar representantes dos media, com a diretora-editorial do jornal francês Le Monde, o chairman do Grupo Prisa (que detém o El País e a TVI, entre outros), a presidente da televisão estatal italiana Rai e uma antiga editora do jornal Financial Times todos listados como membros desta Comissão Trilateral que se quer multidisciplinar. Até o vice-chairman da gigante da publicidade Havas, Fernando Rodés Vilá, marca presença na lista.

A última Assembleia Geral da Comissão Trilateral, que junta anualmente os três grupos, decorreu em abril deste ano em Roma, e um programa divulgado no site da Comissão permite conhecer alguns dos temas discutidos então: os desafios que enfrenta o projeto europeu, o desassossego no Médio Oriente pós-Primavera Árabe, o futuro da Rússia, a ameaça nuclear da Coreia do Norte e também as eleições nos Estados Unidos da América.

Quem representa Portugal na Comissão Trilateral?

O grupo europeu da Comissão Trilateral conta com, pelo menos, quatro membros portugueses: Jorge Braga de Macedo, António Vitorino, Estela Barbot e Eduardo Costa. João Talone era também membro permanente, mas razões pessoais levaram-no a sair do grupo europeu. Percorra a galeria abaixo para saber mais sobre os quatro representantes de Portugal.

 

Portugal está limitado a um máximo de seis membros no grupo, ao qual só se acede por convite — um limite que se aplica a todos os países europeus menos a Alemanha, que pode ter 20, a França, a Itália e o Reino Unido que podem ter 18, e Espanha que pode ter até 12 membros no grupo. No total, o grupo europeu da Comissão Trilateral pode ter até 170 membros.

Jorge Braga de Macedo, de resto, integra a comissão executiva da Trilateral e está por isso na organização do evento em Lisboa.

O que é que vão discutir?

A agenda não é pública, mas não é por acaso que a reunião da Comissão Europeia se realiza de 11 a 13 de novembro e em Lisboa. O objetivo é apanhar a boleia do Web Summit e por isso mesmo começa no dia seguinte às conclusões da reunião das tecnológicas. Paddy Cosgrave é um dos convidados vip da reunião europeia no Ritz.

Da agenda, sabe o ECO, há dois pontos relevantes, na avaliação de um dos participantes que pediu o anonimato: precisamente o Web Summit e também as relações da Europa com África, um tema que foi posto em cima da mesa por Jorge Braga de Macedo, painel que se realiza no último dia, domingo de manhã.

No dia 11 ao fim do dia, Fernando Medina vai receber os membros da grupo europeu da Trilateral e, na sexta-feira de manhã, a abertura está reservada para António Costa, o speaker do almoço será Pedro Passos Coelho e o jantar será em Queluz, com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Nessa manhã, logo depois da intervenção do primeiro-ministro, o primeiro painel será dedicado precisamente a Portugal.

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Bolsa de Lisboa no vermelho. Galp castiga

O PSI-20 registou a quarta sessão de quedas nas últimas cinco, com o BCP a ter o maior ciclo de perdas desde Junho. Já a Galp seguiu a pressão das pares europeias num dia de fortes quedas do petróleo.

A bolsa nacional fechou a primeira sessão da semana e a última do mês de outubro no vermelho. O PSI-20 desvalorizou 0,58%,até aos 4.648,88 pontos, pressionado pelo deslize dos títulos da Galp Energia em mais um dia negro para o BCP.

A praça lisboeta acompanhou as pares do Velho Continente num dia em que as ações europeias foram penalizadas pela quebra dos títulos do setor petrolífero que se viram arrastados pela desvalorização acentuada das cotações do “ouro negro”. O Stoxx Europe 600 fechou negativo pela sexta sessão consecutiva, o ciclo de quedas mais extenso em quase nove meses, com as dúvidas em relação à capacidade dos países da OPEP conseguirem fechar um acordo que permita travar o excesso de produção de petróleo a penalizarem fortemente a matéria-prima.

As cotações do WTI recuaram na sessão de hoje 3,06%, até mínimos de um mês nos 47,21 dólares por barril, enquanto o Brent recuou 3,22%, para os 48,11 dólares por barril. No fim de semana, os membros da OPEP reuniram-se e desentenderam-se sobre a forma como deverão ser implementados os cortes de produção de petróleo. O mercado questiona agora se o cartel vai conseguir definir as bases para o corte até à próxima reunião que acontece a 25 e a 26 de novembro.

Foi perante este contexto que as ações da Galp Energia se destacaram pela negativa na praça lisboeta. As ações da petrolífera deslizaram 1,12%, para os 12,35 euros, a terceira maior queda do PSI-20, num dia em que apenas seis cotadas do índice luso escaparam ao vermelho.

Mais acentuada foi a desvalorização do BCP. Os títulos do banco liderado por Nuno Amado recuaram 2,96%, para os 1,21 euros, somando a sexta sessão seguida de perdas. Ou seja, desde o reverse stock-split de há uma semana que as ações do BCP recuam, com o volume de negociação a cair para metade da média dos últimos seis meses.

Entre as maiores desvalorizações, de destacar também o recuo de 1,24%, para os 6,03 euros, dos títulos dos CTT, mas também para o deslize das retalhistas. As ações da Jerónimo Martins perderam 0,41%, para os 15,67 euros, enquanto as da Sonae SGS desceram 0,55%, até aos 0,73 euros.

Em alta, de referir as ações da Mota-Engil que somaram 0,56%, para os 6,88 euros, mas também para as da REN que progrediram 0,68%, para 2,66 euros.

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Prova dos 9: o orçamento da Educação cresce?

  • Margarida Peixoto
  • 31 Outubro 2016

O relatório do OE2017 diz que as verbas para o Ensino crescem 3,1%. Mas as informações adicionais prestadas ao Parlamento dizem que o orçamento cai 2,7%. Afinal, em que ficamos?

No próprio dia em que o Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2017, Alexandre Homem Cristo, assessor na Assembleia da República e conselheiro no Conselho Nacional da Educação, avisou que as verbas para a Educação não iam subir — iam descer. Esta segunda-feira, o jornal i noticiou a mesma conclusão, comparando o relatório do OE2017, com a informação adicional que foi prestada pelo próprio Governo ao Parlamento.

Horas depois, o Ministério das Finanças enviou um esclarecimento às redações onde garante que o orçamento da Educação tem “um reforço significativo de 483 milhões de euros”, em 2016 e 2017. Afinal, em que ficamos? Esta ideia está certa?

Os factos

No relatório do OE2017, na página 178, a despesa total consolidada para o programa do Ensino, Básico e Secundária e Administração Escolar cresce 3,1%.
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Mas nas informações adicionais entregues na sexta-feira passada ao Parlamento, a dotação total consolidada cai 2,7%.

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O ministério das Finanças esclarece que “depois de anos sucessivos de redução do orçamento inicial da Educação, com uma diminuição de 440 milhões de euros entre 2013 e 2015, em 2016 e 2017 este orçamento tem um reforço significativo de 483 milhões de euros“.

E acrescenta: “Em relação à execução entre 2013 e 2015 verificou-se uma redução de 210 milhões de euros”, enquanto “em 2016 estima-se um aumento de execução na Educação de 337 milhões de euros, representando assim o primeiro aumento depois de muitos anos.”

A explicação

Tudo depende dos números que estão a ser comparados. No relatório do OE2017, o Governo de António Costa inovou: pela primeira vez, decidiu comparar a dotação prevista para 2017, com a dotação inicial de 2016, em vez de fazer a comparação com a estimativa de execução para este ano. Ora, comparando as dotações iniciais dos dois anos, verifica-se um aumento de 3,1%, conforme está inscrito no quadro.

Contudo, esta não tem sido a prática. No Orçamento do Estado para 2016, por exemplo, o mesmo Governo comparou a estimativa de execução de 2015, com a dotação prevista para 2016. Adotando esta forma de comparação agora também para o OE2017, verifica-se que as verbas para o ensino vão cair 2,7%. É a ótica do quadro entregue mais tarde ao Parlamento.

No esclarecimento enviado às redações, o Ministério das Finanças opta por comparar dotações iniciais entre si, recuando a 2015. Ou seja, diz que a dotação inicial prevista para 2017 fica acima da dotação inicial de 2015, no valor de 483 milhões de euros. Este número está correto, mas não é isto que está em causa. O que se tenta avaliar é se a dotação prevista para o próximo ano é superior ou inferior ao que se estima gastar este ano.

Prova dos 9

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Tradicionalmente, a estimativa de execução de cada programa do Orçamento do Estado tem servido de guia para avaliar se no ano que se segue os serviços terão, ou não, mais verbas para gastar. De pouco adianta projetar orçamentos com verbas muito contidas, ou muito generosas, se depois a execução for substancialmente diferente do planeado.

Para saber se haverá mais ou menos dinheiro para o Ensino em 2017, por comparação com 2016, importa primeiro perceber quanto é que, efetivamente, houve durante este ano. Os números mostram que as verbas disponíveis face ao que se prevê utilizar em 2016 vão cair e que, por isso, a ideia de que a dotação vai aumentar não está correta.

 

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OPEP arrasta petróleo para mínimo de um mês

  • Rita Atalaia
  • 31 Outubro 2016

O petróleo tocou mínimo de um mês, estando abaixo dos 50 dólares tanto em Nova Iorque como em Londres. Isto depois de a OPEP não ter conseguido novamente definir os detalhes para um corte da produção.

Os preços do petróleo estão num mínimo de um mês. Esta é a reação natural ao resultado da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Mais uma vez, os maiores produtores da matéria-prima não foram capazes de definir os detalhes para um corte da produção. Enquanto houver um excesso de petróleo no mercado, os preços vão continuar a sentir a pressão.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, seguia a cair 2,5% para 47,38 dólares por barril, o valor mais baixo desde o final de setembro. O Brent, negociado em Londres, também segue em queda de 3% para 49,17 dólares por barril.

Ainda não foi desta que a OPEP conseguiu definir os detalhes de um acordo para reduzir a produção de petróleo. Desentendimentos sobre a forma como deverão ser implementados os cortes adiaram novamente um acordo entre os principais produtores da matéria-prima.

WTI em mínimo de um mês

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Fonte: Bloomberg (valores em dólares)

Os produtores de petróleo têm de continuar a dialogar e “definir números reais” antes de o corte da produção poder ser efetivado, diz Magzum Mirzagaliyev, o vice-ministro da Energia do Cazaquistão, citado pela Bloomberg. As declarações são feitas depois de uma reunião que durou dois dias. Os países, incluindo a Rússia e o Cazaquistão, terminaram as discussões na sede da OPEP sem fazerem qualquer compromisso a nível da oferta de petróleo.

O mercado questiona agora se o cartel vai conseguir definir as bases para o corte até à próxima reunião. Os produtores vão reunir-se novamente a 25 e a 26 de novembro. E o resultado deste encontro depende do Irão e do Iraque, realça o ministro da Energia do Azerbaijão, Natiq Aliyev.

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Rui Moreira: “Taxa turística será um tema interessante na campanha eleitoral”

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto não se quer comprometer com a taxa turística e diz que "é um tema interessante para a campanha eleitoral". Para o ano "não haverá taxa turística no Porto".

O presidente da Câmara Municipal do Porto não se quer comprometer com a taxa turística, pelo menos para já. Rui Moreira afirmou hoje, durante uma conferência de imprensa que teve lugar na Câmara do Porto, no final de uma reunião com Fernando Medina, presidente da autarquia de Lisboa que “a taxa turística será um tema interessante para a campanha eleitoral”.

Rui Moreira garantiu porém que “no próximo ano não haverá taxa turística no Porto”. Moreira afirmou ainda que ouviram “a experiência de Lisboa” e voltou a frisar que defende que “a taxa turística atenue a pegada turística”. O presidente da autarquia referiu que é bom frisar que “a cidade do Porto já tinha perdido muita população pelo que não foi o turismo que expulsou os habitantes do centro da cidade”.

Sobre a reunião com Fernando Medina, a terceira que já foi realizada entre os dois autarcas e respetivas equipas serviu sobretudo para afinarem baterias e para solicitarem uma reunião conjunta ao primeiro-ministro António Costa. Os dois autarcas querem ter uma palavra a dizer sobre o processo de descentralização a apresentar pelo Governo ainda este ano. Nesse sentido Medina e Moreira anunciaram ter em preparação um documento conjunto com os pontos de vista das cidades.

Fernando Medina adiantou que “é importante que o Governo avance com rapidez no programa de descentralização”. Questionado sobre o que constará no documento, Rui Moreira frisou que entre as áreas prioritárias “está uma maior flexibilização e transparência no Imposto sobre os Imóveis (IMI), a desburocratização e facilitação da contratação pública e ainda questões como o ambiente e proteção de dados”.

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Wall Street descola de mínimos de seis semanas

Bolsas norte-americanas arrancam em terreno positivo com investidores à espera da reunião da Fed.

Depois do “susto” de Wall Street com o FBI de regresso à investigação em torno do caso de e-mails de Hillary Clinton, as bolsas norte-americanas abriram a sessão desta segunda-feira a descolar de mínimos de seis semanas. O índice S&P 500 avançava 0,03% e o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones somavam 0,06% e 0,13%, respetivamente.

É com este sentimento positivo que os investidores do outro lado do Atlântico aguardam pela reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed), que acontece esta quarta-feira. Os investidores vão querer saber quando é que o banco central americano vai começar a subir os juros.

Os dados dos gastos das famílias mostraram maior consumo nos últimos meses, sinalizando uma recuperação do principal componente do PIB norte-americano, o consumo privado, que representa 70% da maior economia do mundo. Os gastos dos consumidores subiram 0,5% nos três meses até setembro, acima do esperado pelos analistas.

“Os investidores vão tentar digerir as implicações da última reviravolta no teatro das eleições norte-americanas e vão estar focados na reunião de quarta-feira da Fed. Os resultados estão a estabilizar e a animar um pouco as ações”, referiu Ralf Zimmerman, estratego da Bankhaus Lampe, à Bloomberg.

"Os investidores vão tentar digerir as implicações da última reviravolta no teatro das eleições norte-americanas e vão estar focados na reunião de quarta-feira da Fed. Os resultados estão a estabilizar e a animar um pouco as ações.”

Ralf Zimmerman

Estratego da Bankhaus Lampe

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Será Lisboa a próxima capital tecnológica? The Guardian diz que sim

  • Ana Luísa Alves
  • 31 Outubro 2016

A cimeira do Web Summit vai marcar presença em Portugal este ano e nos próximos três. Será isto um sinal de que Lisboa reúne as condições necessárias para ser a próxima capital da tecnologia?

As comparações entre Lisboa e S. Francisco são, segundo o The Guardian, evidentes, e vão muito além da ponte (como é o caso da 25 de Abril), do elétrico ou das boas ondas para surfar. O jornal inglês diz que Lisboa tem vindo a preencher os requisitos para se tornar a próxima capital da tecnologia. Um dos passos dados nessa direção é ser o palco de mais uma edição do Web Summit, que decorre entre 7 e 10 de novembro, na capital portuguesa.

O evento é descrito como o “Glastonbury para os geeks”. Ainda assim, pode vir a revelar-se bastante lucrativo para Lisboa, atraindo mais de 50 mil pessoas de todo o mundo para ouvir os oradores internacionais, que vão do fundador do Tinder ao do CTO do Facebook, passando por nomes como o do futebolista Ronaldinho Gaúcho. Segundo o The Guardian, um evento como este pode ainda trazer para a economia Lisboeta 200 milhões de euros, além da reputação conferida à cidade.

Rendas mais baratas, o cenário cultural em ascensão, muitas horas de luz solar e elevada qualidade de vida podem ser alguns dos fatores que atraíram o talento jovem de todo o mundo a fixar-se na capital, nos últimos anos, ainda que o país viva nas sombras da crise financeira de 2007-2009 e o crescimento económico seja mais lento do que o esperado.

Manuel Caldeira Cabral, ministro da economia, esteve na passada quarta-feira a ouvir as preocupações de dezenas de jovens empreendedores no Museu da Eletricidade, e “sorriu” às semelhanças apontadas entre S. Francisco e Lisboa.

"Acho que a Califórnia é soalheira como Lisboa. E a nossa ideia é promover uma economia baseada no conhecimento e numa comunidade empresarial que está a aumentar.”

Manuel Caldeira Cabral

Ministro da Economia

Enquanto o Governo está a construir instrumentos financeiros para impulsionar as startups nacionais e atrair empresas estrangeiras como as do Reino Unido ou dos EUA, Lisboa está a desempenhar um papel-chave na regeneração económica do país.

“Estamos a atraí-los por diversas razões: porque temos um sistema de financiamento, um cenário competitivo para as startups, mas também devido ao estilo e qualidade de vida que os empreendedores encontram aqui”, acrescentou o ministro da economia.

Ridhi Kantelal, uma empreendedora de 26 anos, deixou Portugal para estudar e trabalhar no estrangeiro. Mas uma visita a casa persuadiu-a a voltar e a deixar o seu emprego como consultora em Londres. Já em Portugal criou a Noxidity, uma startup que usa sensores inteligentes para alertar acerca da corrosão da maquinaria industrial.

“Apercebi-me da quantidade de talento tecnológico que existe em Portugal”, explicou Ridhi, que considera que a atração existente em Lisboa vai além daquilo que está à vista de todos. “Toda a gente fala inglês, há muito talento, e o custo de vida é muito mais barato do que em Londres. Aqui consigo, com o que ganhava em Londres, viver melhor e ainda ir duas vezes ao Reino Unido por mês”, explica Ridhi ao jornal britânico.

Mas isto não é tudo. João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria e ex-diretor da incubadora Startup Lisboa, refere que não é só o ministro da Economia a tentar perceber o que se está a passar com Lisboa. “Para alguns é como se fosse Berlim, mas com sol. Para outros é Silicon Valley. Mas não é nenhum dos dois. Isto é Portugal e isto é Lisboa”, referiu o secretário de estado.

"Para alguns é como se fosse Berlim, mas com sol. Para outros é Silicon Valley. Mas não é nenhum dos dois. Isto é Portugal e isto é Lisboa”

João Vasconcelos

Secretário de Estado da Indústria

Para João Vasconcelos, o “renascimento” da cidade é parte de uma longa tradição de construção de laços internacionais, uma tradição que foi interrompida pelos anos de ditadura, revolução e, mais recentemente, pela crise económica. “Temos 500 anos de história em que lidámos com culturas diferentes e pessoas diferentes: é possível encontrar um português em todos os continentes”, acrescentou. “É algo que temos feito, e bem, desde o século XVI. E estamos a fazê-lo de novo com o empreendedorismo e as startups”.

Parte das startups que, na passada quarta-feira, foram até ao Museu da Eletricidade agradeceram os esforços do Governo para impulsionar a indústria tecnológica. No entanto, Joana Rafael, da Sensei, uma startup analítica, diz que a legislação laboral portuguesa precisa de ser reformulada.

“Estando à frente de uma startup, seria bom ter alguns benefícios para quando contratamos pessoas altamente qualificadas, ao nível dos salários e da Segurança Social”, explicou Joana Rafael. “Estamos a investir em criar um produto que não tem receita nos primeiros estádios de desenvolvimento, e seria bom ter o apoio do Governo ou financiamento público”, acrescenta.

Texto editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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Acionistas do BPI votam venda do BFA a 23 de novembro

Acionistas do BPI votam venda de 2% do BFA à Unitel a 23 de novembro e resolvem problema dos riscos de exposição a Angola, uma exigência do BCE.

Os acionistas do BPI voltam a reunir-se no próximo dia 23 de novembro para deliberarem sobre a venda dos 2% do capital do BFA à Unitel, empresa detida por Isabel dos Santos. Ainda nesse mesmo dia, mas em assembleia geral distinta será aprovada a cooptação dos dois representantes do CaixaBank para a administração do banco.

A convocatória da primeira AG — que será realizada na Casa da Música, às 16 horas — publicada esta segunda -feira no portal da Justiça tem apenas um ponto de ordem de trabalhos “deliberar sobre a venda pelo Banco BPI à Unitel de vinte e seis mil, cento e onze ações, representativas, no seu conjunto de 2% do capital social do Banco de Fomento de Angola, nos termos previstos no contrato de compra e venda celebrado entre aquelas duas entidades”.

A aprovação da operação proposta pela administração liderada por Fernando Ulrich é o ponto que falta para o banco cumprir as exigências do Banco Central Europeu sobre a elevada exposição aos riscos de Angola. O BPI propôs à Unitel a compra de 2% do BFA por 28 milhões de euros, em troca da aprovação do fim da blindagem dos estatutos do BPI, o que aconteceu na última assembleia geral realizada no Porto. Com a realização da venda, o BPI passa a deter 48,1% do BFA.

Mas o dia ficará ainda marcado por uma outra assembleia geral de acionistas, marcada para as 17h30. Nessa reunião os acionistas são chamados a pronunciar-se sobre a cooptação dos dois representantes do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, presidente executivo dos catalães, e Pablo Forero, administrador responsável pelo risco que entram para os lugares deixados vagos por António Domingues, que saiu para presidir à CGD e de Edgar Ferreira que renunciou ao cargo já este mês em desacordo com a atual administração por divergências quanto à OPA do CaixaBank sobre o BPI.

Nesta segunda AG será ainda votada a alteração dos estatutos do banco no que diz respeito à composição e competência da comissão de riscos financeiros, comissão de auditoria e controlo interno.

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Cinco blogues para apanhar o rasto à poupança

Se poupar está na sua lista de compras, veja primeiro estes blogues. São cinco sugestões para ficar a par das campanhas e promoções, mas também para conhecer algumas soluções para o seu dinheiro.

Desde ficar a conhecer o andamento da economia, às mudanças que vão influenciar os seus rendimento, às calculadoras para encontrar os melhores produtos de poupança, claro, saber onde estão os produtos ao melhor preço. Há vários blogues que o podem ajudar com as suas finanças pessoais. Conheça cinco propostas.

Da economia às finanças

Fundado em setembro de 2006, o economiafinancas.com está há dez anos a dar conta aos seus leitores das novidades do mundo da economia, mas também a procurar explicar a forma como essas podem impactar no seu dia-a-dia. Contando com várias contribuições, este blogue olha para os números da macroeconomia nacional, analisa as dinâmicas do tecido empresarial português, isto ao mesmo tempo que chama à atenção dos leitores das várias alterações que vão acontecendo tanto a nível fiscal como das condições da poupança. Procura explicar, mas também lhe dá as ferramentas para um “faça você mesmo”.

Entre simuladores e calculadoras

Chama-se finançaspessoais.pt. E não engana: quem entra neste blogue encontra artigos sobre desde questões laborais até a dúvidas associadas a poupanças ou créditos. Mas o que atrai muitos leitores são mesmo os simuladores e as calculadoras. Há desde simuladores de rendimento, a de IRS, Segurança Social e de subsídio de desemprego, a que se juntam depois calculadoras para saber quanto vai pagar num crédito, à habitação ou ao consumo, até quanto receberá em juros num qualquer depósito a prazo. E se não sabe qual a melhor aplicação neste momento, tem ainda os rankings dos melhores depósitos a prazo.

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O Contas Poupança nasceu na televisão, na SIC. Mas depois, e antes do lançamento recente do livro, surgiu o blogue. É um “prolongamento das reportagens realizadas” na televisão, como refere o autor, o jornalista Pedro Andersson. Neste blogue poderá encontrar não só os vídeos que passaram na televisão como outras mini-dicas de poupança. Está divido em cinco grandes áreas, desde a casa ao carro até aos impostos, procurando dar resposta às dúvidas suscitadas pelos leitores do blogue, muitos deles fãs da rubrica no Facebook.

À caça dos melhores preços

Poupar, poupar, poupar. É o lema deste blogue que vai partilhando com os seus seguidores todas as campanhas, promoções, descontos, sejam eles diretos, em cartão ou talão. Sempre atento às novidades, o cacapromocoes.blogs.sapo.pt publica regularmente as oportunidades para artigos de casa, alimentação, mas também tecnologia, entre outros. E dá ainda destaque às revistas que trazem vales de desconto, mas também aos vários sites que oferecem aos leitores tanto cupões de desconto como amostras grátis de produtos. É para ir acompanhando.

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Brasileira Embraer reduz prejuízos para 31,7 ME no terceiro trimestre

  • Lusa
  • 31 Outubro 2016

Embraer reduziu os prejuízos no terceiro trimestre deste ano para cerca de 31,7 milhões de euros, menos 71,3% face a igual período de 2015, divulgou o fabricante aeronáutico brasiliero.

A Embraer reduziu os prejuízos no terceiro trimestre deste ano para 111,3 milhões de reais (cerca de 31,7 milhões de euros), menos 71,3% face a igual período de 2015, divulgou hoje o fabricante aeronáutico brasileiro.

Em termos consolidados, os prejuízos da Embraer atingiram os 62,9 milhões de reais até setembro, sendo inferiores aos 184,2 milhões de reais registados nos primeiros nove meses de 2015, refere o Relatório e Contas do grupo aeronáutica com unidades fabris em Portugal.

A faturação, entre julho e setembro deste ano, situou-se nos 4.910 milhões de reais (cerca de 1.402 milhões de euros), mais 7,3% face ao terceiro trimestre do ano passado.

O resultado bruto de exploração (EBITDA), no entanto, recuou 64,2% no período em análise, para 204,3 milhões de reais (58,3 milhões de euros).

A Embraer esclareceu que o aumento da faturação ficou a dever-se ao aumento do número das encomendas de aviões e ao crescimento das receitas provenientes do segmento ligado à área da Defesa.

A Embraer entregou 29 jatos para o mercado de aviação comercial no terceiro trimestre de 2016, um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2015.

O fabricante entregou também 12 jatos executivos de grande porte, mais 33% do que no mesmo período do ano passado.

No entanto, o número de entregas totais para o mercado de aviação executiva caiu 17% em relação ao terceiro trimestre de 2015.

Em 30 de setembro, a carteira de pedidos firmes a entregar (‘backlog’) totalizava 21,4 mil milhões (19,4 mil milhões de euros).

O principal destaque do terceiro trimestre foi a venda de até dez aeronaves E190-E2 para a empresa indonésia Kalstar Aviation, durante o Farnborough Airshow, no Reino Unido.

O contrato inclui cinco pedidos firmes e cinco opções de compra. As entregas estão programadas para começar em 2020 e, posteriormente, outros cinco direitos de compra foram adicionados a este contrato.

Durante o evento, a Embraer também anunciou uma carta de intenções (Letter of Intent – LoI) com a israelita Arkia para até dez jatos E195-E2. O contrato tem um valor total estimado de 650 milhões de dólares (590,7 milhões de euros), segundo o fabricante.

Ainda no terceiro trimestre, a Embraer anunciou a encomenda de até cinco aeronaves E190 para a Colorful Guizhou Airlines, da China. O contrato inclui dois pedidos firmes e três opções de compra.

O contrato tem valor estimado de 249 milhões de dólares (226,2 milhões de euros), a preço de lista, caso todos os direitos de compra sejam exercidos. Os dois aviões serão entregues em 2017.

Na aviação executiva, o destaque foi o anúncio do pedido firme da chinesa Colorful Yunnan junto à Embraer para dois jatos Phenom 300.

Os aviões serão usados em diversas missões como resgate aéreo médico e ajuda humanitária. A entrega dos dois aviões está programada para ser entregue no final do ano.

A Embraer tem duas fábricas em Évora, um investimento de 180 milhões de euros, e um centro de engenharia e tecnologia que entrou em funcionamento em 2014.

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Angola já paga taxas de juro a um ano superiores a 21%

  • Lusa
  • 31 Outubro 2016

A dívida pública colocada semanalmente pelo Banco Nacional de Angola aumentou mais de 33%, para cerca de 277 milhões de euros, pagando taxas de juro de mais de 21% a um ano.

Segundo dados compilados hoje pela Lusa com base no relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do Banco Nacional de Angola (BNA), o banco central angolano colocou no mercado primário, entre 24 e 28 de outubro, 26,1 mil milhões de kwanzas (143,5 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 20,8 mil milhões de kwanzas (114,3 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).

No total isto significa um aumento de mais de 33%, para 50,3 mil milhões de kwanzas (cerca de 277 milhões de euros).

As taxas de juro médias pela emissão de BT oscilaram entre os 15,02% na maturidade a 91 dias e os 21,18% no prazo a 364 dias (19,96% na semana anterior), enquanto as OT fecharam, uma vez mais, com taxas de juro de até 7,75%, a cinco anos.

No segmento de venda direta de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA mais 3,4 mil milhões de kwanzas (18,6 milhões de euros).

Na semana anterior, o BNA colocou 37,7 mil milhões de kwanzas (207,3 milhões de euros) em dívida pública.

Angola vive desde meados de 2014 uma crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo, recorrendo à emissão de dívida para garantir o funcionamento do Estado e a concretização de vários projetos públicos.

Na revisão do Orçamento Geral do Estado aprovada em 19 de setembro no Parlamento, o Governo avança com uma revisão em baixa de indicadores macroeconómicos, nomeadamente a redução da previsão do crescimento da economia, de 3,3 para 1,1% e do défice das contas públicas, que passa de 5,5% para 6,8% em 2016.

O endividamento do Estado angolano tem sido utilizado para colmatar a forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo e só em 2015 o serviço da dívida pública angolana ascendeu a 18 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros).

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Há mais bebés e menos emigrantes mas população cai na mesma

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 31 Outubro 2016

Dados do Instituto Nacional de Estatística apontam para uma quebra de 18,5% no número de emigrantes. Nascimentos aumentaram pela primeira vez desde 2010.

O número de nascimentos aumentou pela primeira vez desde 2010, o número de imigrantes subiu e o de emigrantes recuou. Ainda assim, a população residente voltou a encolher em 2015, apesar de a descida ser menos pronunciada.

No ano passado, eram pouco mais de 10,3 milhões os residentes em Portugal, estima o Instituto Nacional de Estatística (INE). Como chegamos a este valor? Comecemos pelo número de nascimentos: o ano de 2015 contou com 85.500 nados vivos, o que representa o primeiro aumento desde 2010. Em causa está uma subida de 3,8%.

No entanto, o número de mortes (108.511) continua a ser superior ao de nascimentos, resultando num saldo natural negativo, avançam os dados publicados esta segunda-feira.

Fonte: INE
Fonte: INE

 

Olhando já para os movimentos migratórios, o INE dá conta de um aumento no número de imigrantes e de uma diminuição no de emigrantes. Mas isso não impediu que o saldo migratório continuasse negativo.

O número de imigrantes permanentes — que residiram no estrangeiro por mais um ano e entram em Portugal para residir por período também superior a um ano — aumentou 53,2%, para quase 30 mil pessoas, o valor mais elevado dos últimos anos. Em contrapartida, o número de emigrantes recuou, mas apenas 18,5%. Terão saído, de forma permanente, para o estrangeiro, mais de 40 mil pessoas. É o valor mais baixo desde 2011.

Fonte: INE
Fonte: INE

 

Quem são estas pessoas? São sobretudo homens que saem ou entram em Portugal de forma permanente. No caso dos imigrantes, metade dos que chegam ao país têm nacionalidade portuguesa.

imigrantespermannte-01eimigrantes-02Além dos emigrantes permanentes, 2015 contou ainda com 60.826 emigrantes temporários — pessoas que pretendem viver no estrangeiro por um período entre três meses e um ano. Em causa está uma quebra de 28,5% face a 2015, que acaba por contrariar a tendência de crescimento verificada na série iniciada em 2011. Ainda assim, o número continua superior ao de emigrantes permanentes.

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Mais de metade dos nascimentos ocorrem “fora do casamento”

Dos 85.500 bebés de 2015, mais de metade (50,7%) nasceram “fora do casamento”, indica ainda o INE. E manteve-se “a tendência de adiamento da idade à maternidade”. Em média, as mulheres tinham 30,2 anos quando tiveram o seu primeiro filho (30 anos em 2014). A idade média da mulher ao nascimento de um filho também passou de 31,5 anos em 2014 para 31,7 anos em 2015.

A idade média de casamento também aumentou em 2015: 36,3 anos para os homens e 33,8 anos para as mulheres. Em 2015, realizaram-se quase 32,4 mil casamentos, mais 914 face ao ano anterior.

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