“Batemos à porta da PT, não temos resposta, ficamos fora do mercado durante três anos”

Vodafone e NOS defendem que a ANACOM, ao optar por não regular os preços em certas zonas, favorece a PT no mercado das telecomunicações.

Num debate promovido esta quinta-feira pela Associação para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), as representantes jurídicas da NOS e da Vodafone fizeram duras críticas à Anacom pela alegada regulação irregular do mercado empresarial das telecomunicações que, afirmaram, favorece a Portugal Telecom (PT).

As críticas prenderam-se com a forma como a Anacom, em vez de regular o mercado a nível nacional, divide o território em áreas competitivas, áreas não competitivas e áreas híbridas. É nas zonas híbridas que surge o problema, afirma Madalena Sutcliffe, diretora jurídica da Vodafone Portugal. “Amanhã, um banco faz um concurso para ligar todas as sucursais e o que o operador concorrente [à PT] vai ter de fazer é que nas zonas competitivas tem rede própria, conhece os custos”, afirmou. “Nas zonas não competitivas há oferta regulada de internet sobre fibra para o empresarial. Mas nas outras, que são um híbrido, não sabemos que custos têm. Vamos ter de negociar. Entretanto, batemos à porta da PT, não temos resposta, ficamos fora do mercado durante três anos. Isto já é uma realidade”.

Visto que o acesso à rede de fibra tem um custo que pode variar, a MEO, ou PT Portugal, tem uma vantagem injusta. O presidente da NOS, Miguel Almeida, disse numa intervenção no mesmo evento da APDC, citado pelo Público, que os preços do uso da fibra são “excessivos” e definidos pela PT: “A Fibroglobal é uma rede da PT; a PT é que decide”, afirmou. O problema é mais grave ainda no mercado empresarial, dizem os representantes da NOS e da Vodafone, porque o acesso irregular à rede de fibra dificulta as oportunidades destas concorrentes da NOS de fazer uma boa oferta a uma empresa que precise de ligar sucursais por todo o país.

Vodafone e PT em troca de acusações

Num outro debate, “Estado da Nação das Comunicações”, onde também participaram os lideres da PT, NOS NOS 0,00% e CTT CTT 0,00% , o presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, criticou o preço pedido pela PT pede para que outras operadoras acedam à rede de fibra ótica.

Mário Vaz disse, em tom irónico, que a oferta “não é feita à Vodafone Portugal mas sim à Fundação Vodafone”: “O nível de preços e exigência que é colocada à Vodafone, na prática, é um pedido de comparticipação e financiamento integral da rede da PT”, brincou o responsável da operadora, que deverá investir 125 milhões de euros até abril de 2017, segundo revelou no mesmo congresso no ano passado.

As declarações de Mário Vaz receberam resposta por parte de Paulo Neves, líder da PT, empresa detida pela Altice e responsável pela operadora MEO: “Se houver uma oferta de acesso à rede de fibra por parte dos operadores que a têm, o deployment da fibra no país é muito mais rápido.” Paulo Neves acrescentou que a PT manterá a oferta de acesso à rede, mas que espera que os “concorrentes o façam também”. “Aceitamos reciprocidade. Façam-nos a oferta que nós aceitamos a reciprocidade”, desafiou.

Mário Vaz ainda tomou a palavra para justificar que a Vodafone só não o faz porque “onde a Vodafone tem rede [de fibra ótica], a PT também tem”. “A Vodafone está onde a PT está”, pelo que ter oferta para concorrentes “não faz sentido”.

A rede de fibra da Fibroglobal, que abrange o centro do país, a Madeira e os Açores, foi construída pela empresa Visabeira com fundos europeus, para poder ser usada por todas as operadoras. A NOS e a Vodafone defendem, no entanto, que a Visabeira, que foi acionista e parceira da PT durante anos, permite que a MEO tenha o monopólio dessa rede.

Miguel Almeida comparou ainda os preços praticados pela Fibroglobal com os praticados pela DST, que instalou a rede de fibra no norte e sul do país, e disse ser “curioso” que os preços grossistas da Fibroglobal sejam “significativamente mais caros”, mesmo tendo a DST e a Visabeira beneficiado dos mesmos fundos públicos.

Antes, no debate anterior, a responsável jurídica da PT, Sónia Machado, tinha rejeitado as as acusações de monopolizar o uso da rede de fibra da Fibroglobal. “Não temos qualquer razão jurídico-regulatória que possa passar pela imposição de obrigação de acesso da rede fibra da PT”, garantiu.

Mário Vaz criticou a PT no congresso anual da APDC
Mário Vaz criticou a PT no congresso anual da APDCFlávio Nunes/ECO

Governo e regulador analisam dificuldade de acesso à rede de fibra

As denúncias da Vodafone e da NOS ao que dizem ser um monopólio da MEO já chegaram ao Governo e à Anacom. O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas confirmou ao jornal Público que está a analisar o assunto.

O regulador, na voz do administrador João Confraria, confessou ter alguma dificuldade em “pegar” no tema, visto que embora se reconheça uma preocupação com a proximidade entre a PT e a Visabeira, que instalou a rede, a situação tem um cariz particular tendo em conta que foi construída no âmbito de um concurso público internacional.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Há forças de mercado a querer destruir a confiança” no Deutsche Bank

  • Ana Luísa Alves
  • 30 Setembro 2016

O CEO do Deutsche Bank diz estar à frente de um banco "forte" e que não há motivo para a especulação que se tem gerado em torno da instituição financeira.

O presidente do Deutsche Bank, John Cryan, diz que o banco nunca esteve numa posição financeira tão segura como agora e que “não há fundamento para a especulação mediática” que tem deixado o banco debaixo de fogo nos mercados financeiros.

“O nosso banco tem sido algo de uma tremenda especulação — rumores de que desencadearam uma acentuada queda nas ações”, disse numa carta aos empregados o CEO do Deutsche Bank, esta sexta-feira.

O nosso trabalho é fazer com que esta distorcida perceção do exterior não influencie os nossos negócios. Há forças de mercado a querer destruir a confiança que existe em nós“, acrescentou Cryan.

Cerca de uma dezena de hedge funds que têm negócios estabelecidos com a instituição financeira alemã acabaram por retirá-los para outras instituições financeiras. Estes hedge funds, que totalizam mais de 800 clientes, moveram parte dos seus negócios para outras entidades esta semana, de acordo com um documento do banco a que a Bloomberg teve acesso.

As ações e a dívida do Deutsche Bank têm estado sobre forte pressão dos investidores depois dos EUA terem anunciado que pretendem aplicar uma multa de 12 mil milhões de euros ao banco alemão, valor próximo do valor de mercado do banco, atualmente avaliado nos 13,8 mil milhões de euros.

Hoje as ações do banco atingiram hoje um novo mínimo histórico. Apresentam uma queda de 6,5% para os 10,17 euros, mas já estiveram a ceder 9% para o valor mais baixo de sempre: 9,89 euros. A queda do Deutsche Bank está a arrastar os restantes bancos e as bolsas da Europa.

Editado por Paulo Moutinho

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quando o Xi Jinping usa, todos os chineses usam

  • Ana Luísa Alves
  • 30 Setembro 2016

Sabe o que têm em comum a cerveja britânica com o gelado russo? Sempre que o presidente Xi Jinping os consome, as venda na China disparam.

A devoção do povo chinês pelos seus líderes faz com que estes sejam tidos como exemplos a seguir. Tudo o que eles visitam, comem, ou usam torna-se naquilo que é mais… visitado, comido e utilizado.

No ano passado, depois do presidente Xi Jinping, líder do Partico Comunista Chinês, ter visitado um pub britânico com o primeiro ministro da altura, David Cameron, as vendas da cerveja britânica subiram exponencialmente na capital chinesa, de acordo com o que a agência Xinhua referiu em outubro. Uma das empresas que na capital importa a cerveja britânica, a Britain’s Greene King IPA, disse em comunicado estar a planear aumentar as importações de seis mil para 80 mil garrafas por mês.

Também nos gelados russos se registou um aumento de vendas, no início deste mês, depois de o presidente Vladamir Putin ter trazido alguns como presente para Xi Jinping, durante a cimeira do G-20 em Hangzhou, segundo o diário chinês Chengdu noticiou esta terça-feira.

“Ao longo da história os chineses têm olhado para os seus líderes como exemplo, e é isso que acontece com Xi, especialmente entre os jovens”, disse Beijinger Wu Ge, de 63 anos, à Bloomberg. E seguir os líderes é muitas vezes igualá-los no que usam, comem, vestem e visitam.

O impacto do líder comunista chinês estende-se além da cerveja e dos gelados: depois de Xi Jinping ter visitado a Nova Zelândia, em novembro de 2014, e depois de ter sido exibido no país um conhecido reality show chinês, também nesse ano, os turistas chineses na Nova Zelândia aumentaram substancialmente.

Ainda em 2015, as pesquisas online chinesas continham palavras-chave como “Nova Zelândia”, “Turismo da Nova Zelândia” ou “Nova Zelândia Visa”, refere o analista Zhu Shing, da Milford Asset Management, em Auckland.

Editado por Paulo Moutinho

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI fecha mais 25 balcões por todo o país

  • Lusa
  • 30 Setembro 2016

Os trabalhadores dos balcões encerrados estão a ser transferidos para outras agências nas proximidades.

O BPI fecha hoje mais 25 agências, que se somam às 27 encerradas no primeiro semestre em Portugal, continuando o emagrecimento de estrutura que tem sido comum ao setor bancário e que é acompanhado pela saída de trabalhadores.

Dos 25 balcões do BPI que a partir de hoje são encerrados, nove estão localizados na região Centro (Fornos de Algodres, Vila Nova Tazém, Arganil, Tábua, Miranda do Corvo, Óbidos, Torres Vedras – Sul, Cadaval, Torres Novas – Santa Maria) e dois na Madeira (Funchal – Ajuda e Funchal – Largo da Igrejinha). Já na zona Norte fecham mais oito agências (Viana do Castelo – Darque, Braga – Maximinos, Ronfe, Maia – zona industrial, Vila Boa do Bispo, Pinhão, Lourosa – Vendas Novas e Cucujães) e na zona Sul outras seis (Carcavelos, Álvares Cabral, Vale de Milhaços, Atalaia, Santo André e Faro – Montenegro), segundo a informação a que a Lusa teve acesso. Os trabalhadores destes balcões estão a ser transferidos para outros balcões nas proximidades.

Com estes encerramentos, e tendo em conta os valores de final de junho, o banco fica agora com uma rede com 533 unidades de contacto com os clientes, entre balcões, centros de investimento e centros de empresa.

O emagrecimento das estruturas tem sido comum aos principais bancos que operam em Portugal, numa tentativa de melhorarem os seus resultados, que têm sido muito negativos. A par do fecho dos balcões, a banca também tem reduzido o número de trabalhadores.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Setor financeiro faz tremer Europa

O setor financeiro está novamente em queda. Os receios dos investidores sobre a saúde financeira do Deutsche Bank levaram o banco a cair para um novo mínimo. O banco já cedeu quase 8%.

O setor financeiro europeu está a afundar. No último dia do trimestre, aumentaram os receios sobre a saúde de bancos como o Deutsche Bank, o que está a fazer tremer as principais praças do Velho Continente.

O banco alemão já tocou um novo mínimo histórico, acompanhando as perdas nas ações das empresas cotadas nos EUA. Isto depois de alguns hedge funds que negoceiam derivados e outros produtos financeiros complexos terem reduzido a sua exposição ao banco. A queda do Deutsche Bank está a levar o Stoxx Banks a ceder 2,9%.

Evolução do índice Bloomberg Europe 500 em setembro

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

A redução da exposição é apenas mais uma gota de água para o banco. Nos últimos dias, o Deutsche Bank soube que terá de pagar uma multa elevada de 12 mil milhões de euros e os mercados já falaram da hipótese de um resgate público. Mas o governo de Angela Merkel já deixou claro que não vai ajudar. O Deutsche Bank cedia mais de 6% para 10,30 euros, depois de já ter caído 9% para 9,89 euros.

Na Europa, as ações tão a moderar a primeira subida trimestral registada num ano, com o Stoxx 600 está a perder 1,5% para 338 pontos. Dentro do setor financeiro, destaque para a queda de 6,2% das ações do Commerzbank. O banco também ficou em foco depois de ter dito que vai eliminar quase 10 mil postos de trabalho e suspender o pagamento do dividendo.

Desde o índice português até ao alemão, as quedas são de mais de 1%. O PSI-20 está a cair 1,5%, enquanto o espanhol IBEX-35 está em queda de 2,4%. No resto da Europa, o CAC e o DAX cedem 2% e o FTSE desce 1,4%.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE2017 tem de travar “aumento brutal” da luz, diz Catarina Martins

  • Lusa
  • 30 Setembro 2016

Se 2017 começar com uma subida de 3% na eletriciade, "tudo aquilo que estamos a conquistar, nomeadamente o aumento do salário mínimo e pensões, é comido no aumento da luz".

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou que uma das suas prioridades no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) é travar o “aumento brutal” anual da fatura da luz e combater o privilégio das “elétricas”.

“Para conseguir limitar o aumento da próxima fatura da luz, o BE tem como objetivo na negociação do OE2017 conseguir os necessários cortes e compensações das produtoras elétricas para que a próxima fatura da luz não tenha de subir”, disse quinta-feira à noite durante uma sessão pública em Matosinhos, no distrito do Porto.

E acrescentou: “é preciso que 2017 não comece com um aumento de três por cento da luz, porque senão tudo aquilo que estamos a conquistar, nomeadamente o aumento do salário mínimo e pensões, é comido no aumento da luz”.

Segundo a bloquista, a conta da luz em Portugal aumenta três por cento por ano, integrando a lista dos países onde mais se paga eletricidade. Simultaneamente, salientou, é dos países que dá às produtoras elétricas contratos com mais margem de lucro. “Para quem produz energia em Portugal é um bom negócio, mas para a generalidade da população tem sido um péssimo negócio”, frisou.

Para a líder do BE, com algumas “alterações cirúrgicas”, como modificação das rendas, é possível evitar o aumento da luz, salientando que os produtores de energia não vão gostar e vão ficar irritados.

Outra das soluções apontadas por Catarina Martins é estender a contribuição extraordinária a parte das energias renováveis, cuja tecnologia já amadureceu e tem negócio estabilizado e lucrativo e, com isso, descer o défice tarifário. “A escolha que fazemos é esta: ou combatemos o privilégio para recuperar rendimentos ou ficará tudo na mesma”.

Antes do início da sessão pública, Catarina Martins reuniu-se com trabalhadores do Porto de Leixões, em Matosinhos, para falar sobre a sua situação laboral. A coordenadora bloquista salientou que a austeridade é sempre o empobrecimento de quem trabalha para o lucro de “uns poucos”, revelando que há funcionários que fazem turnos de 16 horas ou que são avisados “em cima da hora” que têm de ir trabalhar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pressão. Ações do Deutsche Bank afundam para novo mínimo histórico

Títulos do Deutsche Bank continuam a derreter valor perante receios dos investidores. Agora foram vários fundos a reduzir exposição ao banco alemão.

O Deutsche Bank continua sob forte pressão. As ações não param desvalorizar tendo atingido, esta sexta-feira, um novo mínimo histórico. Estão a afundar quase 10%, colocando pressão em todo o setor na Europa.

O banco alemão continua no olho do furacão. Enfrenta uma multa milionária nos EUA — de 12 mil milhões de euros, embora tenha provisionado ‘apenas’ cinco mil milhões para fazer face a custos judiciais –, e perante uma situação de dificuldade em aumentar capital, os mercados já falam abertamente num resgate público, uma ideia que já foi afastada pelo governo alemão e pelos próprios responsáveis do banco.

A explicar a nova onda vendedora sobre os títulos do Deutsche Bank está a redução da exposição ao banco por parte de alguns hedge funds que negoceiam derivados e outros produtos financeiros complexos com o Deutsche Bank, uma notícia avançada ao final da tarde desta quinta-feira pela Bloomberg.

Os títulos do Deutsche Bank estão a cair 6,76% para 10,14 euros. Chegaram a perder um máximo de 9% para os 9,89 euros, o valor mais baixo de sempre. O valor de mercado do banco situa-se nos 13,8 mil milhões de euros, não muito longe do valor da multa que as autoridades norte-americanas pretendem aplicar. O banco perde 55% em bolsa, em 2016.

Evolução das ações do Deutsche Bank em setembro

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

“Os nossos clientes de trading estão entre os investidores mais sofisticados do mundo. Confiamos que a maioria deles tem um conhecimento total da nossa estabilidade financeira, o ambiente macroeconómico atual, o processo judicial nos EUA e os progressos que estamos a registar com a nossa estratégia”, referiu um porta-voz do banco alemão, citado pela Bloomberg, numa tentativa de acalmar os mercados.

Entre os hedge funds que cortaram exposição ao problemático banco alemão está o fundo Millennium Partners, que gere ativos no valor de 34 mil milhões de dólares, a Rokos Capital Management (quatro mil milhões) e Capula Investment Managment (14 mil milhões). Embora a grande maioria dos mais de 200 clientes de trading não tenha alterado a sua posição no banco, as reduções operadas por estes hedge funds vieram colocar as ações do Deutsche Bank sobre maior pressão vendedora.

"Os nossos clientes de trading estão entre os investidores mais sofisticados do mundo. Confiamos que a maioria deles tem um conhecimento total da nossa estabilidade financeira, o ambiente macroeconómico atual, o processo judicial nos EUA e os progressos que estamos a registar com a nossa estratégia.”

Porta-voz do Deutsche Bank

Bloomberg

“A principal questão é que não há confiança em relação ao banco“, afirmava Chris Wheeler, analista da Atlantic Equities, à Bloomberg. “O pensamento dominante neste momento é: o Deutsche Bank está bem, mas há uma ligeira possibilidade de não estar, por que razão devo manter o meu dinheiro aqui?“.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Petróleo cai, mas a semana é de ganhos com a OPEP

  • Ana Luísa Alves
  • 30 Setembro 2016

A reunião da OPEP foi esta quarta-feira. Embora o petróleo registe uma queda nos trimestre que hoje se encerra, regista uma valorização positiva no fim desta semana.

Depois da euforia, o petróleo inverteu a tendência. Volta a perder valor, a corrigir dos ganhos expressivos, mas mantém uma valorização acentuada na semana que vem amparar o saldo negativo acumulado no trimestre.

O West Texas Intermediate está a cair 0,94% para os 47,38 dólares o barril, já o Brent, negociado em Londres, apresenta uma desvalorização de 0,77% para os 48,86 dólares o barril, num dia em que o setor da banca volta a assustar os mercados.

Esta queda segue-se a dias de ganhos acentuados depois de a OPEP ter decidido cortar a produção, algo que há oito anos não acontecia. Apesar da correção, tanto o Brent, referência para as importações nacionais, como o crude negociado em Nova Iorque valorizam mais de 6% esta semana.

O corte da produção pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) limita a quantidade de barris de petróleo que podem ser extraídos por dia para um valor entre 32,5 milhões a 33 milhões de barris.

David Lenox, analista da Fat Prophets, em Sidney, consultado pela Bloomberg, diz que “é bom que a OPEP tenha imposto limites à produção, mas respeitar esta medida vai ser o grande desafio da organização”. Lenox acrescentou anda que “faltam obter ainda os detalhes do países que vão contribuir para este corte na produção”.

Para o Bank of America a decisão da OPEP de cortar a produção do petróleo vai demorar pelo menos seis meses até surtir efeitos nos preços por barril.

O ganho semanal ampara um pouco as quedas dos preços no trimestre que hoje se encerra: o Brent regista uma queda trimestral de 2,15%, ao mesmo tempo que o crude uma desvaloriza 2,21%.

Editado por Paulo Moutinho

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catarina Martins quer aumento “real” das pensões em 2017

  • Lusa
  • 30 Setembro 2016

"Um aumento de 60 cêntimos numa pensão é muito mais um insulto do que um descongelamento", afirmou a líder bloquista.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu na quinta-feira à noite o aumento “real” das pensões no Orçamento de Estado para 2017 (OE2017) porque é uma medida de “elementar justiça” e de “impacto significativo”.

“É preciso dizer com honestidade que quem trabalhou uma vida e descontou para uma pensão, que hoje é tão baixa, de facto ainda não viu qualquer diferença porque um aumento de 60 cêntimos numa pensão é muito mais um insulto do que um descongelamento”, afirmou durante uma sessão pública, em Matosinhos, distrito do Porto. A bloquista espera que o Orçamento de Estado seja capaz de “aumentos reais” nas pensões e que façam a diferença para quem trabalhou toda uma vida.

“Para o BE, em boa medida, a prova dos nove que este orçamento trará é se é ou não capaz de aumentar de forma significativa e real as pensões que mais dificilmente chegam até ao final do mês”, salientou. Catarina Martins lembrou que “infelizmente” há muitos pensionistas que são os “pilares da família” porque o desemprego bateu à porta dos filhos ou netos. E entendeu: “Os pensionistas foram particularmente esquecidos estes anos. Além de não terem tido um cêntimo de aumento no governo de direita viram o custo de vida aumentar todos os anos”.

A prova dos nove que este orçamento trará é se é ou não capaz de aumentar de forma significativa e real as pensões que mais dificilmente chegam até ao final do mês.

Catarina Martins

Dirigente do Bloco de Esquerda

A discussão sobre o aumento das pensões será um “combate complicado” se dirá que é demasiado para as possibilidades do país, mas será mesmo, questionou. “Será que um país que tem sido tão generoso para com o sistema financeiro não é capaz de um esforço para aumentar as pensões”, interrogou ainda.

A coordenadora do BE acredita que não há ninguém que seja capaz de dizer abertamente que é errado pedir um “pequeníssimo” esforço a um por cento de que tem fortunas imobiliárias para aumentar mais de um milhão de pensionistas pobres.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rússia e Angola questionam nova candidata à ONU

  • Lusa
  • 30 Setembro 2016

Países querem explicações para a troca de Irina Bokova por Kristalina Georgieva na corrida ao cargo de secretário geral da ONU, posição disputada por Guterres.

A Federação Russa, Angola e outros dois membros do Conselho de Segurança da ONU questionaram a apresentação formal pela Bulgária da comissária europeia do Orçamento, Kristalina Georgieva, como a sua candidata a secretária-geral.

Federação Russa, Angola, Malásia e Uruguai solicitaram ao governo de Sófia que clarificasse a sua afirmação de que Georgieva era a “única e exclusiva candidata” da Bulgária ao principal cargo executivo da ONU, na carta em que apresenta a candidatura.

Georgieva foi nomeada pelo governo búlgaro na quarta-feira, substituindo a atual chefe da Agência das Nações Unidas para a Cultura, Educação e Ciência (UNESCO), Irina Bokova, que não conseguiu recolher um apoio forte nas votações já realizadas.

Bokova, porém, já afirmou que tenciona permanecer na corrida e que não há regras que a forcem a abandonar a disputa, mesmo que a manutenção de uma candidatura sem o apoio de um governo seja vista como tendo poucas hipóteses.

“As pessoas querem apenas clarificar se temos uma candidata ou duas”, afirmou o embaixador da Nova Zelândia, Gerard van Bohemen, que desempenha este mês a função de presidente do Conselho de Segurança.

“O que temos é uma candidata com o apoio oficial do governo búlgaro e outra candidata [sem este apoio] que permanece na corrida”, disse a jornalistas.

Quadros da ONU sugeriram que as objeções russas eram uma possível indicação de que Moscovo estava com pouco entusiasmo em relação à candidatura de Georgieva.

A corrida para substituir Ban Ki-moon vai conhecer um novo desenvolvimento na quarta-feira, com a sexta votação. O candidato apresentado por Portugal, António Guterres, venceu todas as cinco votações anteriores.

Sob as regras da ONU, os Estados membros podem apresentar candidatos em qualquer momento do processo de seleção, mesmo no último minuto.

Mas o embaixador ucraniano, Volodymyr Yelchenko, exprimiu a sua desaprovação do aparecimento Georgieva nesta altura do processo. “Penso que ela está muito atrasada”, afirmou Yelchenko a jornalistas, acrescentando: “A maneira como foi feita [a candidatura] não foi totalmente correta”.

A disputa pelo cargo de secretário-geral está a ser protagonizada por nove candidatos, incluindo quatro mulheres e cinco homens, seis dos quais da Europa de Leste. Ban Ki-moon acaba o seu segundo mandato de cinco anos em 31 de dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa abre em queda com todas as cotadas no vermelho

Não há ação nacional que resista à pressão vendedora sentida nos mercados europeus. A energia está a tirar gás à bolsa de Lisboa

O PSI-20, o principal índice português, abriu a sessão a cair 0,8% para 4.566,25 pontos. Todas as cotadas iniciaram o dia com perdas que não excedem os 2%. A Galp Energia e EDP estão a pesar no mercado nacional na última sessão do trimestre.

Depois da forte valorização nas últimas sessões, animadas pela valorização do petróleo, tanto a Galp Energia como a elétrica liderada por António Mexia cedem em torno de 1,5%, ao mesmo tempo que a Jerónimo Martins recua 0,8%.

“A bolsa deverá abrir sob alguma pressão vendedora. Ontem, os mercados europeus reagiram à forte subida do petróleo, desencadeada pelo inesperado acordo (ou esboço de acordo) no seio da OPEP com a participação da Rússia”, explicavam os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa.

No caso da Galp Energia e Mota-Engil, que ontem tiveram o melhor desempenho em Lisboa devido ao acordo da OPEP para cortar a produção de petróleo, são as ações mais pressionadas pelo movimento de correção.

“Além da Galp, também a Mota foi outra ação que beneficiou do rally do crude. Uma recuperação do petróleo poderia representar perspetivas mais risonhas para a atividade da Mota-Engil em alguns países africanos”, reforçaram os Ângelo Mea e Inês Souto de Moura do BPI.

Ainda assim, as quedas no índice português não são exceção na Europa. Os principais índices do Velho Continente despertaram para a última sessão da semana com pouco ou nenhum apetite pelo risco, depois de a OPEP ter fornecido algum suporte aos investidores nas duas sessões anteriores.

"Além da Galp, também a Mota foi outra ação que beneficiou do rally do crude. Uma recuperação do petróleo poderia representar perspetivas mais risonhas para a atividade da Mota-Engil em alguns países africanos.”

Ângelo Mea e Inês Souto de Moura, analistas do BPI

Diário de Bolsa

Assim, o CAC-40 de Paris e o MIB de Milão perdiam ambos 1,8% e o IBEX-30 de Madrid cedia mais de 2%. Em Frankfurt, com os títulos do Deutsche Bank a manter-se no radar dos investidores, o DAX recuava 0,3%.

No plano empresarial, um dos destaques vai para a H&M. As ações da retalhista de vestuário desciam quase 2% após apresentar lucros de cerca de 650 milhões de euros no terceiro trimestre, ficando aquém do esperado pelos analistas.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco horas depois, Conselho de Estado termina com elogio à candidatura de Guterres à ONU

Antes da reunião, Guterres foi ouvido a comentar com outros conselheiros de Estado: "Há pouca vergonha..."

O terceiro Conselho de Estado desde a tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República teve lugar esta quinta-feira e, no final de cinco horas e meia de reunião, a nota informativa divulgada pela Presidência tinha como única conclusão específica um louvor à “candidatura exemplar” de António Guterres ao cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O tema para a reunião, qual a situação internacional e as suas consequências em Portugal, deixava antever que o Presidente da República e os seus conselheiros de Estado iriam discutir a questão quente da ameaça à candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU, com a entrada na corrida, fora de tempo, da candidata búlgara Kristalina Georgieva. O Público destaca que, antes da reunião, foi possível ver um comentário passageiro de António Guterres a outros conselheiros incluindo Ramalho Eanes e Carlos César: “Há pouca vergonha…”

Na nota informativa sobre o Conselho de Estado lê-se que a candidatura de Guterres ao mais alto posto da ONU é exemplar “pelos méritos do candidato”, visto que o antigo primeiro-ministro português e Alto-Comissário da ONU para os Refugiados tem “a qualidade, a experiência, a visão estratégica, a capacidade de diálogo e o espírito de disponibilidade e abertura” essenciais para o cargo, mas também exemplar por ter cumprido os processos da candidatura à letra — no que é claramente uma crítica à entrada excecional de Kristalina Georgieva.

"Candidatura exemplar também porque o Eng.º António Guterres cumpriu com empenho todas as etapas do processo, nomeadamente as audições e debates, credibilizando, assim, os novos procedimentos estabelecidos pelo Conselho de Segurança, valorizando o estatuto das Nações Unidas e o papel da Assembleia Geral.”

Nota informativa do Conselho de Estado

Presidência da República

O Conselho de Estado começou às 15h15 de quinta-feira mas desfalcado: não contou com a presença do ex-presidente da República Mário Soares, o presidente do governo dos Açores, Vasco Cordeiro, e o Provedor de Justiça, José Faria de Costa. Na realidade Mário Soares não esteve ainda presente em nenhuma das reuniões por motivos de saúde. Já Vasco Cordeiro, que se vai recandidatar às eleições regionais de 16 de outubro, invocou “questões de agenda” e Faria da Costa está em Luanda para um seminário.

Mas houve um elemento novo com a tomada de posse do presidente do Tribunal Constitucional (TC), Manuel da Costa Andrade. 20 minutos antes de a reunião começar, Marcelo deu posse a Costa Andrade na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém. O atual presidente do TC foi eleito a 22 de julho.

Estes são os membros do Conselho de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa:

  • Dr. Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República
  • Dr. António Luís Santos da Costa, Primeiro-Ministro
  • Juiz Conselheiro Manuel da Costa Andrade, Presidente do Tribunal Constitucional
  • Prof. Doutor José Francisco de Faria Costa, Provedor de Justiça
  • Dr. Vasco Ilídio Alves Cordeiro, Presidente do Governo Regional dos Açores
  • Dr. Miguel Filipe Machado de Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira
  • General António dos Santos Ramalho Eanes
  • Dr. Mário Alberto Nobre Lopes Soares
  • Dr. Jorge Fernando Branco de Sampaio
  • Prof. Doutor Aníbal António Cavaco Silva
  • Dr. António Bernardo Aranha da Gama Lobo Xavier
  • Eng. António Manuel de Oliveira Guterres
  • Professor Doutor Eduardo Lourenço de Faria
  • Dr. Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes
  • Dra. Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares
  • Dr. Carlos Manuel Martins do Vale César
  • Dr. Francisco José Pereira Pinto Balsemão
  • Prof. Doutor Francisco Anacleto Louçã
  • Prof. Doutor Adriano José Alves Moreira
  • Domingos Abrantes Ferreira

Editado por Paulo Moutinho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.