FMI. Bancos centrais têm de estar atentos ao impacto negativo dos estímulos

Relatório do Fundo sobre a estabilidade financeira recomenda vigilância das autoridades em virtude das consequências mais nefastas que resultam das políticas monetárias expansivas em todo o mundo.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), os supervisores do setor financeiro precisam de estar atentos às implicações das políticas monetárias expansivas adotadas pelos bancos centrais em todo o mundo na estabilidade financeira global.

“As ações de política monetária são suscetíveis de ter fortes consequências na solidez financeira porque podem afetar cada vez mais o comportamento de risco dos intermediários financeiros. O que sugere a necessidade de maior vigilância por parte das autoridades prudenciais e regulatórios”, recomenda a instituição liderada por Christine Lagarde no Relatório de Estabilidade Financeira Global divulgado hoje de forma parcial.

Sem se referir diretamente às atuais políticas monetárias vigentes nas principais economias mundiais, o FMI refere que os intermediários financeiros têm tendência a demonstrar maior apetite pelo risco perante um ambiente de juros baixos e da redução generalizada do risco com estímulos monetários menos convencionais. Por isso, todo o cuidado é pouco.

"As ações de política monetária são suscetíveis de ter fortes consequências na solidez financeira porque podem afetar cada vez mais o comportamento de risco dos intermediários financeiros.”

FMI

Relatório de Estabilidade Financeira Global

“Os decisores de política monetária têm de monitorizar o tamanho e composição dos balanços dos principais intermediários financeiros. Isto é importante para avaliar mudanças no apetite pelo risco das instituições financeiras”, alerta o Fundo, que ressalva, porém, que a maior atenção das autoridades não significa que os bancos centrais devam perseguir novos objetivos de estabilidade financeira.

Há alguns anos que Banco Central Europeu (BCE), como Reserva Federal norte-americana, Banco de Inglaterra e Banco do Japão têm adotado políticas monetárias mais agressivas para reanimar as suas economias e inflação dentro dos seus parâmetros de estabilidade. Além das taxas de juro em níveis mínimos históricos, as autoridades monetárias têm implementado planos de compras de ativos, como dívida pública e privada, para fornecer maior liquidez ao mercado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Natixis já cobra às empresas para avaliar ações

Pode ser problemático mas para pequenas cotadas que procuram visibilidade no mercado pode ser a única opção: comprar avaliações às casas de investimento.

Quando os analistas Jean-Jacques le Fur e Phillipe Lanone, do banco de investimento francês Natixis, publicaram este mês a sua primeira nota de investimento sobre a Transgene, uma empresa biotecnológica francesa avaliada em 125 milhões de euros, na primeira de duas páginas a recomendar aos investidores a compra de ações surgia em itálico um pequeno disclaimer que dizia: “O Natixis foi pago pela Transgene para produzir esta análise financeira“.

Enfrentando uma crescente dificuldade em financiar a produção de research através de pagamentos indiretos, o Natixis está a tentar uma nova abordagem no mercado: cobrar aos clientes pela cobertura das suas ações, inaugurando um modelo que já provou ser problemático para as agências de notação financeira, como a Standard & Poor’s, Moody’s ou Fitch.

Acho o conceito um pouco estranho“, referiu Ian Gordon, diretor de research da Invest, à Bloomberg. “Vai potencialmente manchar o produto da corretagem. A minha perceção é que os investidores apenas vão valorizar verdadeiramente o research independente. É difícil de perceber por que razão uma empresa estaria disposta a assinar um cheque para pagar uma avaliação se não for apreciada”, acrescentou.

Apesar das dúvidas que possam subsistir, o negócio entre o Natixis e a Transgene é legal à luz das regras do mercado francês. Para as pequenas empresas que são prejudicadas com a falta de análise financeira externa, é uma forma de aumentar a sua exposição e visibilidade junto dos investidores, aumentando potencialmente a liquidez das suas ações.

"Vai potencialmente manchar o produto da corretagem. A minha perceção é que os investidores apenas vão valorizar verdadeiramente o research independente. É difícil de perceber por que razão uma empresa estaria disposta a assinar um cheque para pagar uma avaliação se não for apreciada.”

Ian Gordon, diretor de research da Invest

Bloomberg

Entretanto, nem a porta-voz do Natixis quis comentar o acordo com a Transgene, nem os representantes da companhia de biotecnologia francesa estiveram disponíveis para responder às questões da Bloomberg.

Tendência da indústria

É uma faca de dois gumes. Se o negócio de vender avaliações às empresas pode minar a credibilidade e levantar sérias preocupações quanto a potenciais conflitos de interesses, para muitas casas de média dimensão não há muitas alternativas. A União Europeia prepara-se para banir as comissões que se pagam pelo research já em 2018 e estão à procura de formas de receber por este serviço sem que os seus clientes investidores assumam estes custos.

“É uma tendência da indústria. Muito provavelmente vamos ver os bancos movimentarem-se no sentido de uma estrutura de preços a la carte para a sua produção de research em antecipação às novas regras”, disse Sarah Jane Mahmud, analista da Bloomberg Intelligence. “São precisamente os players médios que são esmagados. Muitos até vão sair do negócio”, reforçou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Spotify retoma conversações com SoundCloud para potencial compra

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Setembro 2016

Serviço de streaming reafirma interesse na concorrente já a pensar na sua oferta pública inicial marcada para a segunda metade de 2017.

A plataforma de streaming de música Spotify está em conversações com a SoundCloud para uma potencial compra, avançou o Financial Times esta semana citando fontes próximas do processo. Essas revelaram também que o valor negociado ainda é desconhecido, sublinhando a instabilidade das negociações. Nenhuma das partes prestou qualquer declaração até agora.

A SoundCloud é outra das plataformas de streaming presentes no mercado, mas que se tornou mais direcionada para a indústria alternativa e emergente, sendo o sítio preferido dos criadores para disponibilizarem singles e LP’s. Conta com um catálogo extenso de música que vai desde o hip-hop às misturas originais de DJ’s.

As duas empresas já tinham estado em conversações “razoavelmente detalhadas” na primavera passada mas que acabaram por não se efetivar devido ao preço alto que estava a ser pedido pela SoundCloud. No entanto, os 100 milhões de dólares que a Twitter investiu na plataforma, e que fez elevar o seu valor de mercado, voltaram a fazer brilhar os olhos da Spotify.

Este negócio surge numa altura em que a Spotify tem sido apertada pelo lançamento de muitos concorrentes, como é o caso do Tidal, do Apple Music e do Amazon Music Prime, plataformas que têm vindo a mudar os parâmetros da mensalidade, da exclusividade de conteúdos e da disponibilidade em dispositivos. A potencial compra da SoundClound indica que a Spotify está a apostar na diversificação de conteúdos e plataformas – já cumprida pela melhoria do serviço pago, da disponibilização de vídeos e podcasts e, da mais recente introdução do karaoke -, preparando a caminhada para a sua entrada na bolsa de valores, marcada para a segunda metade de 2017.

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp acelera 4%, setor energético brinda ao acordo da OPEP

Acordo da OPEP para cortar produção de petróleo animou setor energético. Lisboa valorizou pela segunda sessão seguida, com Galp em pleno destaque.

Com os títulos da Galp em forte alta, o PSI-20, o principal índice português, fechou a sessão a valorizar 0,94% até aos 4.605,42 pontos, avançando pela segunda sessão consecutiva.

Lisboa acompanhou os ganhos observados um pouco por toda a Europa, onde as praças de Paris, Milão e Madrid encerraram com ganhos entre 0,3% e 1%. Frankfurt cedeu cerca de 0,4%. Em Wall Street, o sentimento também é francamente negativo: o índice de referência mundial S&P 500 perdia 0,2%.

A dar força às bolsas esteve o acordo da OPEP em relação a um corte na produção de petróleo. Com esta decisão surpreendente – foi o primeiro corte na produção em oito anos -, a OPEP pretende impulsionar os preços do barril de ouro negro que têm negociado abaixo dos 100 dólares desde junho de 2014. Neste cenário, foi o setor energético quem mais beneficiou: além da petrolífera nacional, cujos títulos subiram 4,24% até 12,16 euros, outras cotadas importantes do setor somaram ganhos acima de 3%, como Shell, Repsol ou ENI.

“O acordo da OPEP vai fazer com que o regresso do equilíbrio de mercado no petróleo seja mais fácil e rápido. Os preços do petróleo irão subir substancialmente para valores acima dos 50 dólares por barril na primavera do próximo ano”, referiu Ronny Claeys, estratega da KBC Asset Management, à Reuters. “São boas notícias para as companhias petrolíferas, que podem revelar um bom desempenho nos próximos seis meses”, acrescentou.

Entretanto, o ‘brent’, referência para as importações nacionais, valorizava 1% para 49,25 dólares, após o disparo de 5% na sessão desta quarta-feira. Em Nova Iorque, o crude ganhava 1,6% até 47,8 dólares por barril.

"Os preços do petróleo irão subir substancialmente para valores acima dos 50 dólares por barril na primavera do próximo ano. São boas notícias para as companhias petrolíferas, que podem revelar um bom desempenho nos próximos seis meses.”

Ronny Claeys, estratega da KBC Asset Management

Reuters

Em Lisboa, além da Galp, mais dez cotadas fecharam o dia em sinal mais, com destaque para a Mota-Engil (+3,07%) e BCP (+1,32%). No caso do banco liderado por Nuno Amado, o interesse da Fosun em integrar o capital continua a ser a principal história. O grupo chinês vai beneficiar de um desconto de 10% para entrar no BCP em relação ao valor do mercado, disse o Jornal de Negócios.

“O BCP continua a valorizar depois da aprovação do ‘reverse stock split’ dos títulos do banco, abrindo porta para a entrada do capital dos chineses da Fosun na instituição”, comentou Pedro Ricardo Santos, da XTB Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revendedores admitem subida dos combustíveis

  • Lusa
  • 29 Setembro 2016

O acordo da OPEP para limitar a produção de petróleo fez disparar os preços. Os consumidores podem sentir o efeito nos combustíveis em breve.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) alertou para uma possível subida do preço das gasolinas, se a OPEP limitar a produção de petróleo. Ao mesmo tempo pediu ao Governo uma política “racional e responsável” no setor.

“Para já, há sinais contraditórios por parte da Noruega, por exemplo, que também é produtor, e da Rússia, que não se sabe se irá avançar ou não. Apesar de tudo, é normal que, caso o acordo (OPEP) realmente aconteça, os preços subam”, disse à Lusa o vice-presidente da ANAREC, Francisco Albuquerque.

Apelamos ao Governo para se esforçar por seguir uma política racional e responsável num setor tão estratégico e fundamental para o nosso país como é o setor dos combustíveis.

Francisco Albuquerque

Vice presidente da ANAREC

Os Estados-membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) concordaram na quarta-feira, em Argel, em reduzir a produção de crude em 2017, para 32,5 milhões de barris por dia.

“Apelamos ao Governo para se esforçar por seguir uma política racional e responsável num setor tão estratégico e fundamental para o nosso país como é o setor dos combustíveis”, disse o vice-presidente da ANAREC, em declarações à Lusa.

Tendo em conta o anúncio da OPEP e face à previsível nova conjuntura, Francisco Albuquerque salientou que o mais preocupa os revendedores são exatamente as políticas do Governo português para o setor, considerando que “de forma alguma se deveria voltar a subir a taxa de ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos)”.

O responsável defendeu que se deveria rever a medida de incorporação de biocombustíveis, “não aumentando a sua percentagem de incorporação”, já que esse aumento vai contribuir para a subida do preço dos combustíveis em 2017.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CEO português da PSA quer duplicar vendas da Peugeot no Irão

  • Marta Santos Silva
  • 29 Setembro 2016

Carlos Tavares falava no Salão do Automóvel em Paris, onde ainda confirmou que a PSA está interessada na malaia Proton, dona da Lotus.

O CEO da PSA Peugeot Citroën, o português Carlos Tavares, anunciou esta quinta-feira que espera vender mais de 150 mil automóveis da Peugeot no Irão no segundo semestre de 2016, e antecipa ainda uma duplicação das vendas nesse país durante o ano de 2017.

O dirigente da empresa, que falava no Salão do Automóvel de Paris, vai deslocar-se na próxima semana ao Irão, onde a Peugeot foi, antes das sanções ao país, a fabricante de automóveis europeia mais popular. Carlos Tavares disse também aos jornalistas que o ministro iraniano da Indústria, Mohammad Reza Nematzadeh, vai visitar o centro de investigação da PSA perto de Paris esta quinta-feira. “É o pontapé de saída para a implementação dos acordos que assinámos”, afirmou Tavares, citado pela agência Reuters.

A Peugeot suspendeu as vendas no Irão em 2012, devido às sanções à importação de automóveis que fizeram parte de um boicote internacional ao Irão. Em janeiro, muitas dessas sanções foram levantadas graças ao acordo entre o Irão e as grandes potências mundiais para a limitação do seu programa nuclear, e a Peugeot tenta desde então recuperar a sua posição de domínio no país.

Durante os anos em que a Peugeot esteve fora, as fabricantes chinesas fizeram grandes conquistas no mercado iraniano, pelo que a Peugeot vai ter de lutar para conseguir recuperar a parcela de 30% do mercado de automóveis iraniano que deteve antes de sair do país.

PSA vai trazer eficiência industrial à Proton

Carlos Tavares falou ainda aos jornalistas sobre a intenção da PSA fazer uma oferta pela Proton, a fabricante de automóveis malaia que é a atual dona da Lotus. Na quarta-feira uma porta-voz do Grupo PSA já tinha confirmado que o grupo estava a participar nas licitações para a compra da empresa malaia, e Carlos Tavares acrescentou hoje que o grupo PSA tratará eficiência industrial e desenvolvimento internacional à Proton se a sua oferta for aceite.

Há mais empresas interessadas em comprar a Proton, que foi privatizada há três anos e tem procura agora vender até 51% das suas ações. Além da PSA, a Renault, a Skoda e a Suzuki estão entre as empresas selecionadas numa lista preliminar ara o negócio.

Editado por Mónica Silvares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Musk vai cobrar menos de 200 mil euros por viagem a Marte

Elon Musk apresentou mais detalhes sobre a empresa SpaceX, fundada em 2002. A ideia não é só visitar mas colonizar Marte.

Elon Musk quer mudar a maneira como vemos o mundo. Ou, pelo menos, a perspetiva com que vemos o planeta. Foi por isso que, esta terça-feira, o multimilionário apresentou mais detalhes sobre os planos que tem para a SpaceX, a empresa da qual é dono e que está a desenvolver um foguetão gigante que possa transportar aventureiros e exploradores até Marte. A cada 26 meses, a SpaceX quer viajar para o planeta mais próximo da Terra, coincidindo com a época em que Marte e a Terra estão alinhados de forma mais favorável.

A ideia de Musk não é propriamente viajar para conhecer outro dos planetas do Sistema Solar mas colonizar Marte. O foguetão desenvolvido pela empresa vai ter lugar para cem passageiros e integra ainda um satélite de Israel a bordo, que vale qualquer coisa como 180 milhões de euros (o equivalente a 200 milhões de dólares).

Penso que as primeiras viagens serão muito, muito perigosas. O risco de morrer será elevado.

Elon Musk

CEO da SpaceX

 

Apesar do investimento e das expectativas, o primeiro foguetão a ser testado explodiu no início de setembro, na rampa de lançamento. As razões da explosão ainda estão a ser investigadas pela startup e Musk continua a avisar que, mesmo depois de começarem a comercializar as viagens a Marte – a primeira tripulação deverá sair em 2024 -, nada garante que os passageiros cheguem sãos e salvos ao destino. Nem que, depois disso, regressem a casa. “Penso que as primeiras viagens serão muito, muito perigosas. O risco de morrer será elevado. Não há outra opção. Trata-se fundamentalmente de dizer: ‘está pronto para morrer?’ Se estiver, é candidato a ir”, disse o multimilionário na apresentação da SpaceX, no Congresso Internacional de Astronáutica, em Guadalajara, México.

Primeiro lançamento do foguetão daSpaceX correu mal: a nave explodiu na rampa do lançamento.
Primeiro lançamento do foguetão da SpaceX correu mal: a nave explodiu na rampa do lançamento.

Viver em Marte

A ideia de Elon Musk de possibilitar uma maneira de viajar – e colonizar Marte – tem tanto de sonhador como de ambicioso. O projeto excêntrico do multimilionário implica uma colonização do planeta que, à medida que vá atraindo mais passageiros e proporcionando mais viagens, possa ir reduzindo o preço da aventura. “Não é possível criar uma comunidade sustentável se o preço do bilhete for de milhares de milhões por pessoa. O nosso objetivo é que o custo seja aproximadamente o de uma casa média nos Estados Unidos”, detalhou o empresário.

A SpaceX foi fundada em 2002 com o objetivo de revolucionar a tecnologia espacial, de maneira a permitir às pessoas poderem viver noutros planetas. Neste momento emprega mais de 4000 empregados. A empresa, que tem um contrato com a NASA no valor de mais de 1,6 mil milhões de dólares, assegura com esta parceria que, na tripulação dos foguetões, estarão também astronautas da empresa agência norte-americana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas prepara-se para recuar nas regras de capital dos bancos

Para a Comissão Europeia não há dúvidas: as novas regras de Basileia vão colocar os bancos europeus em desvantagem competitiva face à concorrência.

Numa altura em que os bancos alemães surgem no olho do furacão dos mercados, Bruxelas está preparada para rejeitar os planos internacionais que vão endurecer as exigências de capital dos bancos da região, avança o Financial Times, que cita o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis. Trata-se de mais um sinal do crescente desacordo com os EUA quanto à forma de evitar uma nova crise financeira.

De acordo com o diário britânico, Dombrovskis adiantou que a Comissão não irá aceitar qualquer reforma que “leva a um aumento significativo nas exigências de capital sobre os ombros do setor bancário europeu“. Acrescentou que os planos atuais considerados pelos reguladores globais precisam de trabalho adicional em “inúmeras áreas”.

Estas declarações surgem numa altura em que volta a crescer a pressão dos mercados sobre a banca europeia, desta vez com a Alemanha e Itália na mira dos investidores.

O Deutsche Bank, que enfrenta uma multa de mais de 12 mil milhões de euros nos EUA, é um desses caso. O valor de mercado do banco alemão caiu para metade desde o início do ano, valendo atualmente cerca de 15 mil milhões de euros. E, embora Berlim e o próprio CEO do Deutsche Bank já tenham descartado um resgate financeiro, o mercado duvida da capacidade do banco para fazer face às necessidades de capital — só provisionou cinco mil milhões para enfrentar multas legais. Em Portugal, o banco alemão vai fechar 15 agências. Também o Commerzbank, o segundo maior banco alemão, cancelou o dividendo e anunciou ao mesmo tempo a redução de quase 10 mil postos de trabalho.

Em Itália, é o Monte dei Paschi quem está no radar com sinal vermelho. Com os últimos testes de stress a considerarem-no como o banco mais frágil do euro, o Monte dei Paschi enfrenta uma crise com crédito mal parado na ordem dos 30 mil milhões de euros e uma reestruturação dolorosa que levou à demissão Massimo Tononi.

"[A Comissão não irá aceitar qualquer reforma que] leva a um aumento significativo nas exigências de capital sobre os ombros do setor bancário europeu.”

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia

Financial Times

Face à crescente preocupação em torno do sistema bancário, Andrea Enria, presidente da Autoridade Bancária Europeia, entidade que levou a cabo os testes de stress, afirmou esta quarta-feira que os governos da Zona Euro deviam considerar usar dinheiro público como “um dos ingredientes” para ajudar os bancos a limpar os seus balanços.

O aviso de Dombrovskis, que fez questão de partilhar nas redes sociais, veio tornar pública a divisão no seio do Comité de Basileia sobre a Supervisão Bancária, um dos organismos globais que vem trabalhando num conjunto de novas regras financeiras para o sistema bancário mundial.

Países como EUA e Suíça pretendem retirar alguma autonomia aos bancos quanto às avaliações de risco que fazem dos seus investimentos, um passo que consideram essencial para evitar alguma especulação no sistema dos bancos comerciais. Contudo, os bancos europeus argumentam que, em virtude das diferenças transatlânticas no mercado hipotecário e nas regras contabilísticas, seriam o principal alvo destas novas medidas.

“As revisões de Basileia deveriam reconhecer que em inúmeras áreas, os mercados na Europa enfrentam diferentes desafios que outras regiões. A resposta não pode passar por tornar igualar o grau de risco em todo o mundo”, reconheceu Dombrovskis. “Queremos uma solução que funcione para a Europa e não coloque sobre os nossos bancos em desvantagem competitiva face aos outros bancos“.

Uma das principais divergências entre as autoridades europeias e norte-americanas reside nos planos de Basileira para impor um nível base standard de capital para os bancos. Este nível base iria delimitar o nível mais baixo para onde as exigências de capital do banco poderiam cair num sistema alternativo para medir os riscos num cenário criado pelos reguladores. A intenção da regra é evitar que os bancos avaliam de forma exageradamente otimista a qualidade dos seus investimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp pode valorizar após acordo OPEP, diz Haitong

A petrolífera portuguesa pode beneficiar do acordo alcançado entre os membros da OPEP. Mas a maior vulnerabilidade da Galp Energia aos preços do petróleo pode vir a penalizar a empresa, diz o Haitong.

A Galp Energia GALP 0,00% pode valorizar depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo ter chegado a acordo para cortar a produção de petróleo. No entanto, o Haitong diz que a petrolífera portuguesa é mais vulnerável à variação dos preços do petróleo devido à sua exposição ao Brasil, continuando a preferir a rival Repsol.

A decisão da OPEP “é positiva para petrolíferas como a Galp Energia e a Repsol, mas notamos que o acordo não é garantido, uma vez que a definição dos cortes por país tem sido o principal problema nos esforços anteriores para reduzir a produção”, diz o Haitong numa nota de research.

O setor energético europeu disparou depois da decisão e “prevemos um desempenho forte da Galp e da Repsol“, afirma o banco. No entanto, esclarece que continua a preferir a Repsol em termos do valor da ação.

“A Galp Energia é mais vulnerável aos preços do petróleo devido à sua exposição ao Brasil, enquanto a Repsol ainda beneficia da elevada alavancagem financeira para aumentar o impacto da subida do preço no lucro”, diz o Haitong.

Na reunião da OPEP que decorreu esta quarta-feira na Argélia, o cartel acordou em reduzir o nível de produção dos 33,2 millhões de barris dia verificado, em agosto, para um intervalo entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, segundo avançou o ministro do petróleo do Irão, Namdar Zangneh, após o fim do encontro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Confiança económica na Zona Euro no nível mais alto desde janeiro

  • Ana Luísa Alves
  • 29 Setembro 2016

Valor da confiança económica na Zona Euro aumentou 1,4 pontos em comparação com agosto.

O indicador da confiança económica na Zona Euro apresentou sinais de melhoria face ao mês anterior, depois de três meses a cair. O valor registado é o mais alto desde janeiro.

Em setembro o valor da confiança económica da zona euro foi de 104,9 pontos, subindo dos 103,5 sinalizados em agosto. Regista-se, assim, um aumento de 1,4 pontos.

O presidente do BCE disse esta quarta-feira, segundo cita a Bloomberg, que a economia da Zona Euro está a mostrar sinas de “uma modesta” recuperação. Dados da semana passada revelam que a inflação da região está nos 0,4%. Embora este valor não coincida ainda com o objetivo do Banco Central Europeu (BCE), de abaixo mas perto de 2%, é o mais forte desde 2014.

Quanto ao indicador de confiança no setor industrial, embora esteja negativo, aumentou de -4,3 para -1,7 pontos em relação ao mês passado. A confiança do consumidor, também negativa, aumentou de -8,5 para -8,2. No setor dos serviços, a confiança alcançou os dez pontos, acima dos 9,9 registados em agosto.

Editado por Paulo Moutinho

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank pode bloquear BPI na corrida ao Novo Banco

Responsáveis do CaixaBank terão dito aos restantes acionistas que vão opor-se a que o BPI concorra à compra do Novo Banco assim que assumirem o controlo do banco português.

O BPI pode vir a ficar de fora do processo de compra do Novo Banco quando o CaixaBank assumir o controlo do banco português. A notícia é avançada pela Bloomberg, que cita quatro pessoas ligadas ao processo.

Segundo a agência financeira, responsáveis do banco catalão terão dito aos restantes acionistas que irão opor-se a uma eventual proposta de compra do Novo Banco quando assumirem o controlo do BPI, através da oferta pública de aquisição (OPA) que está neste momento a decorrer. O grupo catalão já detém cerca de 45% do capital do BPI e lançou uma OPA sobre o restante capital.

A notícia vem apenas dar mais força à posição já pública de Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank. Numa conference call com analistas, em julho, o responsável já tinha dito que o banco catalão não tem interesse em comprar o Novo Banco diretamente. “O CaixaBank está centrado unicamente na oferta sobre o BPI” e essa “é a única operação a ser analisada”, salientou Gortázar na altura.

Questionados agora pela Bloomberg sobre se vai bloquear uma proposta do BPI pelo Novo Banco, os catalães limitam-se a reiterar os comentários feitos em julho, sublinhando que não foi tomada qualquer decisão.

Vai assim caindo por terra o interesse do BPI em comprar o Novo Banco, manifestado ainda na semana passada, durante a assembleia-geral de acionistas. “O banco está a estudar seriamente essa operação e vai continuar a estudá-la e a tomar decisões. O aspeto que ficou resolvido permite ao banco tomar posições quando foi a altura, e quando for conveniente, porque não está bloqueado nas exigências de capital”, disse, nessa altura, Artur Santos Silva, chairman do BPI.

O “aspeto que ficou resolvido” é a desblindagem dos estatutos do BPI, que foi aprovada na assembleia-geral e que parecia ter aberto caminho para o BPI comprar o Novo Banco. A desblindagem dos estatutos permitiu a clarificação do poder acionista, o que colocava o BPI em melhor posição para avançar com uma proposta pelo Novo Banco.

A shortlist dos candidatos ao banco que herdou os ativos bons do BES deverá, assim, ficar mais curta. Em junho, o Banco de Portugal adiantou que iria analisar quatro propostas pelo Novo Banco para decidir se vende o banco a um comprador estratégico, como outra instituição bancária, ou a um grupo de investidores institucionais, o que implicaria uma operação de oferta pública inicial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

INE revê em baixa taxa de desemprego em julho

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 29 Setembro 2016

Em julho, o desemprego caiu para 10,9%. Em agosto, terá aumentado para 11% mas os dados ainda são provisórios.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em baixa a estimativa da taxa de desemprego em julho. Os dados publicados esta quinta-feira apontam para uma taxa de 10,9%, abaixo da estimativa provisória de 11,1%, que tinha sido avançada no mês anterior. O desemprego tem vindo a cair desde fevereiro, realça o Instituto.

A taxa de 10,9% registada em julho representa uma quebra de 0,2 pontos percentuais face ao mês anterior e de 1,4 pontos comparando com julho de 2015. Ao todo, são contabilizados 559,8 mil desempregados (menos 1% face ao mês anterior) e quase 4,57 milhões de empregados (mais 0,5%), indicam os dados ajustados de sazonalidade.

Em agosto, a taxa de desemprego terá atingido 11%, mas esta estimativa do INE ainda é provisória e está sujeita a correções no próximo mês. Caso este valor se torne definitivo, o desemprego terá subido neste mês, interrompendo o movimento de quebra dos últimos meses.

Taxa de desemprego

Fonte: INE (Valores em percentagem, ajustados de sazonalidade) *Estimativa provisória
Fonte: INE (Valores em percentagem, ajustados de sazonalidade) *Estimativa provisória

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.