Galp pressiona Lisboa, BCP e BPI inalterados

Numa das semanas mais importantes para o mercado do petróleo, a Galp é a cotada sob maior pressão na praça nacional. Já BCP e BPI seguiam pouco alterados depois de uma semana agitada.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a sessão a perder 0,52% até aos 4.552,57 pontos, acompanhando a generalidade das praças mundiais, numa sessão em que os investidores europeus vão centrar atenções no índice de confiança dos empresários alemães (Ifo) e naquilo que Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), terá a dizer na sua audição trimestral no Parlamento Europeu.

Por cá, 14 das 18 cotadas que compõem o índice benchmark seguiam a negociar em terreno negativo, com destaque para a Galp, cujas ações deslizavam cerca de 1,5%, com a evolução a ser condicionada pela instabilidade que o preço do barril de petróleo deverá registar no dia em que arranca em Argel, na Argélia, um encontro informal da OPEP para debater um congelamento da produção com vista ao aumento dos preços do ouro negro. De resto, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, valorizava 0,24% até aos 46 dólares, depois do preço do barril ter afundado quase 4% na última sessão.

Leia também as 5 coisas que tem de saber antes de os mercados abrirem

Outra nota relevante para a praça nacional vai para a banca, onde o BCP e o BPI seguiam sem grandes oscilações, depois de uma semana em que mereceram todo o protagonismo. Em relação ao BPI, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos espanhóis do CaixaBank pôde finalmente seguir em frente com a aprovação da desblindagem dos estatutos no banco português. E o BCP atingiu um mínimo de sempre na sexta-feira depois de o Governo ter aprovado um regime que permite a entrada dos chineses da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado.

“O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus. O BCP deverá merecer as atenções dos investidores, após na sexta-feira ter atingido um mínimo histórico (1,42 cêntimos), antes de terminar nos 1,47 cêntimos”, referiram os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “O petróleo será um dos ativos mais monitorizados, no dia em que se inicia em Argel a conferência da Agência Internacional de Energia, que se prolongará até quarta-feira. Paralelamente, realiza-se uma reunião informal da OPEP, na qual deverá ser debatida a possibilidade de um congelamento da produção. A expetativa que esta proposta se possa materializar (em paralelo com a decisão da FED) deverá ser um dos impulsionadores da cotação do crude”, acrescentaram.

"O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

Lá por fora, o CAC-40 de Paris perdia mais de 1%, enquanto o IBEX-35 de Madrid e o DAX-30 de Madrid cediam 0,9% e 0,7%, respetivamente.

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OCDE vê vantagens em diploma de acesso aos saldos dos residentes

  • ECO
  • 26 Setembro 2016

As diretivas da OCDE permitem que o Fisco opte por estender o reporte obrigatório de dados às contas poupança dos residentes.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vê como positivo o acesso pelos governos à informação das contas poupança dos residentes, segundo escreve esta segunda-feira o Jornal de Negócios. Com o diploma que prevê o acesso ao saldo das contas acima dos 50 mil euros já na secretária do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do lado da OCDE, como da Comissão Europeia, a aprovação seria vista com bons olhos.

Ao Negócios, o chefe da divisão de cooperação fiscal internacional da OCDE Achim Pross explicou que o guia da OCDE sobre a troca de dados, os Common Reporting Standards (CRS), prevê que os Estados possam estender “o reporte de dados aos aforradores domésticos”. É uma opção que não é obrigatória, mas que pode ter as suas vantagens.

“Entre os benefícios [dessa extensão] poderão estar um reporte fiscal mais fiável do rendimento dos aforradores – já que este passa a ser feito pelas instituições financeiras, em vez dos contribuintes – bem como o aproveitamento de sinergias tecnológicas e operacionais que as instituições financeiras já implementaram para garantir o reporte dos dados de não residentes, ao abrigo dos CRS”, explicou o perito citado pelo Negócios.

Nem a Comissão Europeia nem a OCDE expressaram pareceres diretos sobre a situação portuguesa, mas ambas as organizações são, no geral, a favor deste acesso por parte dos governos ao saldo das contas dos seus residentes.

O decreto-lei que está agora à espera de ser revisto por Marcelo Rebelo de Sousa esteve envolto em controvérsia em agosto deste ano quando a Comissão Nacional de Proteção de Dados emitiu um parecer em que considerou que este acesso aos saldos das contas restringia o direito à reserva da intimidade. Após críticas pesadas, que partiram também do Presidente da República, o Governo mudou o diploma, fazendo com que as comunicações de saldos se limitassem às contas acima de 50 mil euros e limitando quem teria acesso a essas comunicações.

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Bank of America deixa cair negócio da Galp por causa de Isabel dos Santos

Banco de investimento norte-americano, o Bank of America, citou riscos de reputação para desistir de negócio que envolvia empresa da empresária angolana.

O Bank of America desistiu de desempenhar um papel de consultor da Amorim Energia, onde a empresária angolana Isabel dos Santos detém uma participação, na venda da posição na Galp, depois de o comité interno do banco ter cancelado a assinatura do contrato, adiantaram várias fontes à Bloomberg.

Detida em 55% por Américo Amorim e em 45% pela angolana Esperanza – controlada pela Sonangol e que integra no capital Isabel dos Santos-, a Amorim Energia vendeu no dia 15 deste mês uma posição de 5% na petrolífera numa oferta particular que permitiu arrecadar 485 milhões. Segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a operação teve como coordenador único (Sole Bookrunner) o francês Société Générale.

De acordo com a agência, o Bank of America iria fazer parte desta operação mas não conseguiu obter a aprovação interna a tempo, numa altura em que o banco se debate com várias questões, incluindo os riscos de reputação.

Nem os responsáveis do banco norte-americano nem o porta-voz da empresária angolana estiveram disponíveis para comentar a notícia.

Cientes dos riscos reputacionais que podem enfrentar, vários bancos de investimento internacionais estão cada vez mais sensíveis ao escrutínio público e mediático das operações em que se envolvem, depois de vários casos onde companhias foram acusadas de comportamentos inapropriados com os seus clientes.

Foi o caso do Goldman Sachs, que já foi acusado de explorar as ligações com funcionários da Autoridade de Investimento da Líbia, e do Private Swiss Bank, que fechou as suas operações na Singapura em maio devido às suas ligações a uma problemática empresa estatal de investimento da Malásia.

 

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Uber e Cabify legais até ao fim do ano. Taxistas prometem “porrada”

Os carros terão de estar identificados com dístico e não poderão ter mais de sete anos. Já os motoristas têm de ter formação mínima de 30 horas.

Já está pronto para consulta pública o diploma que vai regular a atividade de plataformas como a Uber e a Cabify em Portugal. O documento, que prevê regras mais apertadas para os motoristas destas plataformas do que para os taxistas, vai ser analisado pelos parceiros sociasi e o Governo espera que a lei entre em vigor ainda este ano. Portugal torna-se, assim, num dos primeiros países da Europa a regulamentar este tipo de serviço.

A partir de agora, as plataformas deste género serão consideradas fornecedoras de serviços de tecnologia, mas é ao regulador dos transportes que terão de pedir autorização para funcionar. A atividade, segundo anunciou a vários jornais o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, vai ser designada por TVDE, ou transportes em veículos descaracterizados.

Os taxistas vão manter os mesmos direitos e deveres (o que implica, exemplo, uma maior carga burocrática para obter a licença, compensada, contudo, por benefícios fiscais). E não estão contentes. Em declarações ao Diário de Notícias, Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL (a maior associação de taxistas), é claro: “Porrada não vai faltar”. O responsável adianta que a associação vai voltar a apresentar propostas, que, diz, foram “rejeitadas pelo grupo de trabalho” responsável pela criação do novo diploma. A principal proposta, salienta, é que “a Uber e outras plataformas funcionassem ao serviço dos táxis, como acontece na Holanda”.

Para dia 10 de outubro, está marcada uma manifestação que vai juntar taxistas “de norte a sul do país” em frente à Assembleia da República, em protesto contra a nova legislação.

O diploma, através do qual o Governo pretende dar liberdade de escolha aos utentes e promover a concorrência no transporte de passageiros, chega às mãos dos parceiros esta segunda-feira e será analisado ao longo dos próximos dez dias. No final desse período, os eventuais contributos serão ponderados e, possivelmente, integrados no documento final. Segundo o Diário de Notícias, o Governo espera que o documento possa ser enviado para promulgação do Presidente da República ainda em outubro, o que significa que a lei poderá entrar em vigor ainda em janeiro.

Como vai funcionar a TVDE?

  • Desde logo, os motoristas terão de ter uma formação de, no mínimo, 30 horas, para poderem obter o título habilitante, que é obrigatório para a prática desta atividade. Essa formação, que será dada por escolas de condução, terá abranger questões como a comunicação e as relações interpessoais, assim como primeiros socorros. “Os taxistas têm hoje 150 horas de formação mas isso não tem conduzido a uma melhoria do serviço”, lembra o ministro do Ambiente, em entrevista ao Jornal de Negócios.
  • Depois, os motoristas deste tipo de serviços não poderão apanhar clientes que lhes peçam para parar na rua e não poderão usar as praças de táxis. Ou seja, só podem mesmo funcionar através das aplicações de telemóvel. Também não podem circular nas faixas bus, ao contrário dos táxis.
  • Quanto aos carros, terão de estar identificados com dísticos e não poderão ter mais do que sete anos, um limite “muito mais exigente” do que aquele que é aplicado aos táxis, salienta Matos Fernandes.
  • Por outro lado, as empresas como a Uber não terão vantagens fiscais, por não serem consideradas de interesse público. Terão também de passar fatura eletrónica (os taxistas têm de passar fatura em papel).

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Join Life. Já pode comprar roupa sustentável na Zara

A marca do grupo Inditex acaba de lançar linha Join Life, que usa materiais e técnicas de produção mais amigas do ambiente.

A Zara, a marca-estrela do grupo espanhol Inditex, acaba de lançar a primeira linha pensada e produzida com preocupações ambientais. A coleção da Join Life já está à venda e inclui um lookbook com peças que poderão servir de resposta à linha da H&M Conscious, também pensada com os mesmos objetivos.

As peças da Join Life são produzidas com algodão orgânico, tencel e com polyester reciclado, três componentes mais sustentáveis do que os tradicionalmente usados nas peças que as lojas da rede vendiam, até agora. Ainda que as primeiras peças sustentáveis tenham sido apresentadas ao mercado, pela primeira vez, em novembro do ano passado, a Zara entrega apenas agora a primeira coleção completa da linha, que inclui um lookbook com a modelo Sasha Pivovarova.

A coleção Join Life é produzida a partir de uma tecnologia a que o grupo Inditex chama Green to Wear, que inclui reciclagem de água e produção de acordo com modelos de sustentabilidade ambiental no tratamento e tingimento dos tecidos.

Recentemente, a Inditex anunciou que pretende fazer esforços para tornar as lojas da rede eco-eficientes, diminuindo o consumo de eletricidade e de emissões. Tudo para reduzir o impacto da empresa na pegada ambiental: em 2015, a empresa gerou mais de 1.831.142 quilos de desperdício de tecidos e mais e 11.065.644 quilos de papel e cartão. A nova estratégia passa também pela reciclagem de roupa usada, aplicada, numa primeira fase, a algumas dezenas de lojas em Espanha.

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Reunião informal da OPEP na Argélia pode ser palco de decisões importantes

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

O ministro da Energia argelino colocou a hipótese de a reunião consultiva de quarta-feira ser considerada extraordinária. "Todos os países estão de acordo que esta situação não é sustentável", disse.

A reunião informal que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai realizar na quarta-feira poderia tornar-se numa sessão extraordinária e servir para adotar uma decisão, considerou hoje o ministro da Energia argelino, Nureddín Bouterfa.

Numa conferência de imprensa, na sede do ministério, o responsável sublinhou que os 14 membros estão de acordo na necessidade de recuperar, assim que possível, a estabilidade do mercado e que apenas diferem nos mecanismos para alcançar esse objetivo. “Todos os países estão de acordo de que esta situação não é sustentável e na necessidade de estabilidade, mas devemos achar uma fórmula que beneficie a todos e isso é responsabilidade de cada país”, acrescentou.

Na sua opinião, é evidente que o problema reside na existência de um desequilíbrio “líquido” entre a oferta e a procura de petróleo (em favor da primeira), pelo que uma das soluções seria, como deseja a maioria, congelar a produção. Por esta “super abundância de petróleo no mercado, os países da OPEP – que põe à venda diariamente 33,4 milhões de barris – perdem cada dia entre 300 e 500 milhões de dólares [267 e 445 milhões de euros, à taxa de câmbio atual]”, sublinhou. “Somos flexíveis sobre a questão de congelar a produção, o papel [de Argélia] é reunir as partes e é a OPEP que está condenada a tomar uma decisão” definitiva que permita estabilizar os preços em alta, salientou.

A este respeito, Bouterfa não descartou que a reunião informal ou consultiva de Argélia – que se realiza à margem do XXV Fórum Internacional de Energia – “se converta numa sessão extraordinária no início”, em que se avancem com importantes decisões.

Assegurou que tanto o Irão como a Arábia Saudita, países com interesses divergentes, enviaram “sinais positivos” de que poderiam ceder as suas posições e aceitar um congelamento a curto prazo.

“A Arábia Saudita está pronta para congelar a produção ao nível de janeiro”, o que poderia resultar num corte em torno dos 500.000 barris, assegurou Bouterfa, que considerou esta eventual oferta de Riade como “um passo interessante”.

As discussões estão centradas agora em convencer também os grandes produtores externos, e em particular a Rússia, já que um barril de petróleo à volta de 60 dólares permitiria retomar o investimento e beneficiar os próprios produtores como os consumidores, apontou.

“Sinto-me muito otimista sobre a possibilidade de os membros da OPEP alcançarem um acordo de consenso que restabeleça a estabilidade neste mercado”, concluiu.

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Primeira greve total em 12 anos paralisa fábricas da Hyundai

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

A Hyundai Motor e os sindicatos já se sentaram para negociar em 26 ocasiões nos últimos meses, sem que se tivesse chegado a um acordo.

Os trabalhadores da Hyundai Motor na Coreia do Sul iniciaram hoje uma greve total, a primeira do tipo desde 2004, que obrigou o maior fabricante de automóveis do país asiático a parar a sua linha de produção. “Se a empresa não quer que avancemos juntos, vamos mostrar-lhes as consequências das suas ações”, afirma o sindicato da empresa num panfleto oficial hoje divulgado.

A atividade nas fábricas da Hyundai na Coreia do Sul foi suspensa às 06:45 (22:45 de domingo em Lisboa) devido à greve convocada após a recusa da última proposta de melhoria de condições laborais emitida pela direção da empresa.

A Hyundai Motor ofereceu um aumento salarial de 58.000 won (46,7 euros) por mês, um bónus, de caráter único, de 3,3 milhões de won (2.660 euros) e disponibilizou-se a retirar a proposta de um teto salarial que havia sido criticada pelo sindicato. Os 50 mil membros do sindicato – que aglutina uma larga maioria dos aproximadamente 65 mil funcionários da Hyundai – rejeitaram a oferta, com 78,05% dos votos, considerando-a insuficiente.

Nos últimos meses, as duas partes sentaram-se à mesa para negociar por 26 ocasiões e foram registadas 19 paralisações parciais só este ano, as quais resultaram no fabrico de menos 101.400 automóveis e perdas na ordem dos 2,23 biliões de won (1,79 milhões de euros).

O sindicato do fabricante automóvel garantiu que ao longo desta semana irão dar continuidade às paralisações de seis horas por dia, com exceção dos dias em que haja negociações com a entidade patronal.

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BE quer pressionar Santander sobre lesados do Banif

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

Mariana Mortágua defende que o Santander deve "fazer aquilo que prometeu" e "encontrar uma solução" para as pessoas que foram lesadas na compra de obrigações do grupo do Banif.

A dirigente nacional do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua defendeu hoje ser necessário fazer pressão sobre o Santander para que encontre uma solução digna para os lesados do Banif.

“Nós defendemos e achamos que era importante o Santander ter tido respeito por estas pessoas e ter uma atitude de respeito para com a região e entendemos, por isso, que é necessário fazer pressão sobre o Santander para que o Santander possa fazer aquilo que prometeu, que é encontrar uma solução digna para estas pessoas que foram lesadas”, afirmou Mariana Mortágua.

A dirigente do BE falava aos jornalistas após reunir com elementos da Associação de Lesados do Banif, em Ponta Delgada, Açores, na qual estiveram também candidatos do partido às eleições regionais.

Para Mariana Mortágua, a solução que o Santander “acabou por apresentar era uma solução que até feria a suscetibilidade das pessoas porque obrigava-as a investir um montante igual àquele que perderam no mesmo tipo de produtos”.

“As pessoas sentem-se enganadas, sentem que brincaram com a sua cara e com a sua vida, e aquilo que nos pedem e aquilo que o Bloco acedeu com solidariedade é concordarmos que o Santander tem que oferecer uma solução digna, porque beneficiou com a compra do Banif”, declarou, considerando que “o Banif foi entregue praticamente de graça ao Santander e o Santander ficou com um banco importantíssimo na região”.

BE não se distrai com “questões acessórias” na discussão do novo imposto

Questionada sobre a apreciação que o ex-primeiro-ministro José Sócrates fez sobre o novo imposto sobre o património imobiliário, Maria Mortágua declarou que o partido não se deixa distrair por questões acessórias. “Nós não nos desviamos, nem nos deixamos distrair por questões acessórias ou que não têm nenhuma importância, o importante aqui é que possamos trazer justiça fiscal, aumentar as pensões dos idosos mais pobres e pedir um contributo àqueles que têm património milionário, ao mesmo tempo que defendemos, por exemplo, as poupanças daqueles que perderam tudo por terem sido enganados no caso do Banif”, acrescentou.

Já a cabeça de lista do BE por São Miguel às eleições regionais, Zuraida Soares, disse que “há uma linguagem que os bancos entendem, é a linguagem do dinheiro e a única forma de fazer pressão sobre um banco é retirar-lhe dinheiro, depósitos, negócios”.

“Há uma forma de fazermos isso na região, no sentido de honrar e de alguma maneira trazer alguma justiça a todos os lesados nesta região por esse banco, é o Governo Regional, as autarquias, instituições regionais deixarem de ter uma parceria privilegiada com quem roubou objetivamente tantos e tantas centenas de açorianos e açorianos e passarem o dinheiro para o banco público, por exemplo para a Caixa Geral de Depósitos”, desafiou Zuraida Soares.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates considerou na sexta-feira “absolutamente inacreditável que a sociedade e os comentaristas” televisivos “rebolem de fúria” pela criação de um novo imposto sobre património imobiliário, pondo-se ao lado da deputada bloquista Mariana Mortágua.

Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif – Banco Internacional do Funchal, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Com o BCP a negociar em mínimos, os investidores vão estar atentos àquilo que Mario Draghi, presidente do BCE, terá a dizer sobre os últimos movimentos da autoridade monetária para reanimar o euro.

BCP em mínimos

A ação do banco liderada por Nuno Amado atingiu mínimos históricos no fecho da sessão de sexta-feira. A explicar esta queda esteve a aprovação do regime que permite o esperado reverse stock split no BCP – aglomeram-se 75 ações numa só. Esta operação é uma das condições impostas pelos chineses da Fosun para adquirir entre 20% a 30% do capital do banco português.

Défice até agosto

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) divulga esta segunda-feira os números relativos à execução orçamental até agosto. Na última atualização das contas públicas, aquele organismo informou que o défice orçamental do Estado português nos primeiros sete meses do ano foi de 4,98 mil milhões de euros, menos 543 milhões do que o défice apurado em igual período de 2015.

Colados a Mario Draghi

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) fala esta segunda-feira no Parlamento Europeu durante a audição trimestral na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários. As palavras de Mario Draghi costumam ter impacto nos mercados e o discurso de hoje não deverá ser exceção. Na última reunião do Conselho de Governadores do BCE, que aconteceu no início do mês, não foram discutidas extensões ao plano de compras de dívida pública na zona euro, situação que desapontou os investidores que esperavam sinais de mais estímulos da parte da autoridade monetária.

Compras de dívida

Como habitualmente faz no início de cada semana, a autoridade monetária da zona euro publica os montantes que aplicou em dívida soberana da moeda única, no âmbito do seu programa de quantitative easing que visa estimular a inflação e a economia da região. Dados importantes para quem investe no mercado obrigacionista europeu.

Confiança na Alemanha

“Quando a Alemanha espirra, a Europa constipa-se”. É um lugar-comum mas os investidores levam sempre em conta qualquer indicador que reflita a saúde do motor da economia do euro. O Instituto Ifo atualiza esta manhã o seu índice sobre a confiança dos empresários alemães. O consenso dos economistas aponta para uma ligeira melhoria no sentimento de quem manda nas empresas na Alemanha.

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Isabel dos Santos mudou de opinião no BPI. Porquê?

A empresária angolana viabilizou agora o que tinha rejeitado há meses, o sucesso da OPA do Caixabank sobre o BPI. O segredo está no preço. E Isabel dos Santos é uma das vencedoras.

Isabel dos Santos, detentora através da Santoro de 18,6% do capital do BPI, acabou por ser decisiva na desblindagem dos estatutos do banco liderado por Fernando Ulrich. Mas o que terá levado a empresária, que sempre fora contra o fim do blindagem dos estatutos, tendo mesmo inviabilizado a primeira oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank (detentor de 45% do BPI), em fevereiro de 2015, a mudar de opinião?

Controlo do BFA e preço

Acima de tudo, o controlo do BFA, viabilizado através da proposta que a administração do BPI apresentou através de carta enviada para Angola, na véspera da assembleia geral de 21 de setembro, e que consiste na venda de 2% do BFA à Unitel — empresa controlada por Isabel dos Santos — por 28 milhões de euros, em troca do pressuposto da desblindagem dos estatutos. O preço é considerado quase simbólico por fontes próximas ao BPI. De resto, Isabel dos Santos tinha, em janeiro deste ano, proposto ao BPI a compra de 10% do banco angolano pelo preço de 140 milhões de euros — exatamente o mesmo valor por que Isabel dos Santos adquire agora os 2% — operação rejeitada por Santos Silva e Ulrich.

Fernando Ulrich alegava, na altura, que o conselho de administração “analisou os vários aspetos e considerou que esta não era uma boa solução para a situação que o BPI tem para resolver”. Ulrich referia-se às exigências do Banco Central Europeu (BCE) que implicavam a redução da concentração de riscos ao estado angolano.

Mas as críticas não se ficam pela questão do preço. É que, com os 2% que a Unitel — caso aceite a proposta e, tudo indica que sim –, irá assume o controlo do BFA. A Unitel detém 49,9% do BFA e o BPI 50,1%. Fontes próximas ao processo adiantam “como é que alguém transmite o controlo com a venda de 2%? O preço parece mais um preço de chantagem do que um preço de controlo”.

A proposta da Unitel, de comprar 10% do BFA, surgia como resposta à proposta feita pelo BPI de avançar com um projeto de cisão simples das suas operações em África, com destaque para as participações detidas no BFA e no moçambicano Banco Comercial e de Investimentos (BCI).

Mas não foi só Isabel dos Santos a mudar de opinião. O próprio BPI abdicou do projeto de cisão e acabou por “entregar” o controlo do BFA, aparentemente contra vontade. Talvez por isso, Santos Silva, chairman do BPI, quando questionado na conferência de imprensa após a a assembleia geral de acionistas em que foi aprovada a desblindagem, diria, a propósito da proposta de venda dos 2% do BFA: “A vida muda”. De resto, a pressão exercida pelo BCE nas últimas semanas não pode também ser esquecida. Santos Silva diria, a este propósito, que “o BPI não tinha alternativa em Angola que não fosse desconsolidar o banco. O BCE entendia que não podemos ter responsabilidade na gestão do BFA. O BCE foi claríssimo que [o assunto] teria que ser resolvido hoje e esse assunto ficou resolvido”.

Realização de mais valias

Mas este não é o único argumento a favor da troca de opinião empresária: fonte próxima da empresária adiantou ao ECO que Isabel dos Santos estará numa fase em que está ‘mais vendedora’ e em que pretende realizar mais-valias. A mesma fonte adianta que a empresária “não parece disposta a querer injetar mais capital no BPI, o que com base nas novas exigências regulatórias, um acionista de um banco tem que estar sempre preparado para fazer”.

Linha de crédito do CaixaBank a Angola

Os espanhóis do CaixaBank, o maior acionista do BPI, e que mantinham um braço de ferro com Isabel dos Santos devido à desblindagem dos estatutos da instituição, concederam uma linha de crédito de 400 milhões de euros ao Estado angolano, segundo um despacho de 16 de agosto, assinado pelo Presidente de Angola. O timing da operação levantou algumas especulações e a própria Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) terá feito diligências no sentido de perceber se essa operação envolve o BPI no âmbito da OPA dos catalães sobre o banco português. Fontes próximas ao processo asseguraram ao ECO que “o CaixaBank já terá respondido tendo negado a concessão dessa linha de crédito”. Mas, no mercado, a ideia de que a operação teria influência sobre a decisão de Isabel dos Santos permaneceu.

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Novo regime para cotadas abre portas à entrada da Fosun no BCP

BCP quer juntar 75 ações numa só, como forma de fazer subir o valor dos títulos, que negoceiam atualmente na casa do cêntimo.

O Governo criou um novo regime que permite às empresas cotadas a fusão de ações. Esta é uma das condições que a Fosun impôs ao BCP para entrar no capital do banco português.

“O Governo aprovou hoje um regime que permite às sociedades admitidas à negociação em mercado regulamentado procederem ao reagrupamento das suas ações, fora do âmbito de uma redução do capital social”, pode ler-se no mais recente comunicado do Conselho de Ministros, que decorreu na quinta-feira.

Este “reagrupamento de ações” é uma intenção manifestada pelo BCP — e já aprovada pelos acionistas — desde abril, como forma de fazer subir o valor dos títulos, ao juntar 75 ações numa só. Assim, uma ação do BCP, que vale agora (ao preço de fecho de sexta-feira) 1,46 cêntimos, passaria a valer 1,095 euros.

Por outro lado, a “concretização e registo do processo de reverse stock split [ou fusão de ações] nos termos aprovados pela assembleia-geral do passado dia 21 de abril” é uma das condições impostas pela Fosun para entrar no capital do BCP. O grupo chinês — que já detém em Portugal a seguradora Fidelidade, a Luz Saúde e pelo menos 5% da REN — avançou com uma proposta (que já mereceu nota positiva do conselho de administração do BCP) para ficar a deter 30% do capital do banco liderado por Nuno Amado.

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Acordo de livre comércio à espera de Trump ou Hillary

Ministros da UE falham acordo. Destino do acordo que pretende criar o maior mercado mundial está nas mãos de Hilary Clinton ou de Donald Trump.

Ainda não é desta. O acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia não vai estar concluído até ao final do mandato do Presidente Obama. O anúncio oficial foi feito hoje pelo ministro eslovaco do Comércio, Peter Ziga, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Europeia.

“Não é realista [pensar que é possível] alcançar um acordo final ainda durante a presidência de Obama”, disse o responsável. Apesar da contestação crescente que o acordo tem vindo a conquistar junto dos europeus, os governos tentaram hoje fazer um último esforço para pressionar o avanço das negociações que há muitos os analistas vaticinam estarem condenadas. De facto, ao final do dia, o sprint final falhou.

"Não é realista [pensar que é possível] alcançar um acordo final ainda durante a presidência de Obama.”

Peter Ziga

Ministro eslovaco do Comércio


Esta decisão dos ministros do Comércio coloca nas mãos de Hilary Clinton ou de Donald Trump o destino deste ambicioso acordo comercial que pretende criar o maior mercado mundial com 850 milhões de consumidores e que se estende do Havai à Lituânia. Caberá ao vencedor das eleições norte-americanas negociar o Acordo de Parceria Transatlântica para o Comércio e Investimento, vulgarmente conhecido por TTIP. Contudo, ambos os candidatos têm feito campanha contra o acordo.

Segundo a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstroem, que tem liderado as negociações, serão necessários cinco a seis meses para uma nova Administração americana entrara totalmente em funções e assim congelar efetivamente as negociações. “Quando poderemos recomeçar é um bocadinho cedo para especular até sabermos como será a Administração” norte-americana, disse Malmstroem em Bratislava.

As negociações arrastam-se desde 2013 e à medida que vão sendo conhecidos os detalhes dos dossiês a contestação na Europa tem vindo a aumentar. As manifestações têm-se multiplicado pelas capitais europeias. Países como França e Alemanha, que vão a votos em 2017, não podem ignorar os seus eleitorados, assustados com os impactos que o TTIP poderá ter nos padrões de vida europeus em termos de saúde e de ambiente.

Os líderes europeus vão discutir o TTIP na cimeira de Bruxelas em outubro e Malmstroem reconheceu que era claro que os governos estavam a ouvir o seu eleitorado: “Todos vivemos no mundo real e estamos conscientes que há protestos em alguns países. Estamos verdadeiramente empenhados a que, em conjunto, conseguiremos um bom acordo que tenham em conta os diferentes interesses e as linhas vermelhas” de cada país.

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