Polícia faz buscas no Benfica no caso dos e-mails

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

A Polícia Judiciária está esta quinta-feira nas instalações do clube encarnado no âmbito do caso dos e-mails. Casas de Luís Filipe Vieira e de Pedro Guerra também são alvo da operação.

A Polícia Judiciária encontra-se esta quinta-feira a realizar buscas no Benfica no âmbito da investigação do caso dos e-mails que têm sido revelados pelo Porto Canal, do FC Porto, segundo avança a revista Sábado (acesso gratuito). O ECO também confirmou a notícia.

Além das diligências no clube encarnado, as autoridades judiciais também estão a realizar buscas nas casas do presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira, e do antigo funcionário do Benfica e comentador televisivo Pedro Guerra.

De acordo com a Sábado, há um alegado esquema de corrupção que a PJ está a investigar na sequência dos e-mails que recebeu da parte do FC Porto, que tem vindo a divulgar vária correspondência eletrónica nos últimos meses no canal do clube, o Porto Canal.

Desta correspondência constam mensagens trocadas entre o assessor jurídico do clube, Paulo Gonçalves, e Luís Filipe Vieira, referentes à oferta de bilhetes para jogos do Benfica, no Estádio da Luz, e ainda para a final da Liga Europa, em Turim, na época de 2013/14.

Os bilhetes terão sido entregues a elementos do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol que tinham “de alguma maneira ajudado a alcançar este objetivo [Liga Europa] ou ajudado o Benfica no passado”, segundo disse Paulo Gonçalves a Vieira nos e-mails, revela a revista, indicando que Andreia Couto, na altura diretora executiva da Liga, Nuno Cabral, ex-delegado da Liga, e Emídio Fidalgo, ex-responsável pela nomeação de delegados, são alguns dos “convidados”.

Investigação ao caso dos e-mails “peca por tardia”

Em reação, o Benfica considerou que as diligências efetuadas esta manhã pelo Ministério Público no Estádio da Luz, no âmbito das acusações de influência no futebol através de e-mails feitas pelo FC Porto, pecam por tardias.

Em comunicado, a SAD encarnada confirma as investigações no Estádio da Luz, em Lisboa, acrescentando que as mesmas ocorreram meia hora depois de noticiadas pela comunicação social.

“Estas operações, que pecam por tardias, são encaradas com a maior normalidade pela Sport Lisboa e Benfica SAD, que desde o primeiro momento requereu e disponibilizou-se a fornecer toda a informação necessária a um cabal esclarecimento de toda esta situação, reiterando a sua total colaboração ativa nos trabalhos que estão em curso para o apuramento da verdade”, refere o clube.

“A Sport Lisboa e Benfica SAD reforça o seu apelo a uma rápida e urgente investigação para defesa do seu bom-nome, responsabilização de quem sistematicamente tem cometido diversos crimes e no sentido da normalização institucional do futebol português. Aliás, a Sport Lisboa e Benfica SAD aguarda que sejam investigados os autores materiais da violação do seu sistema informático, o que, apesar de reiteradamente solicitado, ainda não foi executado”, conclui o clube.

(Notícia atualizada às 13h21 com reação do Benfica)

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Catalunha: se Espanha abrandar mais, Portugal vai atrás? Depende

  • Margarida Peixoto
  • 19 Outubro 2017

O Governo espanhol reviu em baixa a projeção de crescimento para 2018. Mas se este abrandamento se justificar pela incerteza na Catalunha, não é certo que Portugal saia mesmo a perder.

Nas ruas de Barcelona, milhares manifestam-se pela unidade de Espanha.Alejandro Garcia / EPA

O Executivo de Mariano Rajoy reviu em baixa o crescimento previsto para a economia espanhola no próximo ano. Em vez de 2,6%, Espanha deverá afinal crescer 2,3%. O habitual é antecipar-se que um abrandamento do ritmo da atividade económica do lado de lá da fronteira trará um arrefecimento também do lado de cá. Mas, desta vez, não é líquido que assim seja, admitem os economistas.

Tudo depende da razão do abrandamento do PIB. Se, de facto, a economia espanhola crescer menos do que o inicialmente previsto por causa da instabilidade da Catalunha, isso até pode não ser prejudicial para Portugal. Ainda esta quinta-feira o Governo de Madrid, liderado por Mariano Rajoy, fez saber ao Executivo da Catalunha, encabeçado por Carles Puigdemont, que poderá avançar com os procedimentos previstos no artigo 155 da Constituição para restaurar os termos em que a autonomia é legal. Ou seja: a incerteza e instabilidade parece estar para durar, uma vez que não há um entendimento ou uma abertura clara para o diálogo à vista.

"Se for só o país a crescer menos, é evidente que o impacto em Portugal será negativo. Mas se o abrandamento resultar do problema da Catalunha, Portugal pode beneficiar de um redirecionamento do turismo e esse efeito compensar os outros.”

Luís Aguiar-Conraria

Economista e professor na Universidade do Minho

“Um abrandamento do crescimento de Espanha pode sempre afetar Portugal,” diz Luís Aguiar-Conraria, economista e professor na Universidade do Minho. “Se for só o país a crescer menos, é evidente que o impacto em Portugal será negativo,” frisa. “Mas se o abrandamento resultar do problema da Catalunha, Portugal pode beneficiar de um redirecionamento do turismo e esse efeito acabar por compensar os outros,” admite.

Ou seja, em circunstâncias normais, quando Espanha abranda é normal que Portugal também abrande. Isto porque Espanha é o principal parceiro comercial da economia portuguesa, respondendo por cerca de 25% de todas as exportações lusas — a título comparativo, veja-se que vale tanto como todos os mercados extracomunitários juntos. Se em Espanha se consome menos, é de esperar que as importações de produtos portugueses fiquem prejudicadas.

"Há ainda o efeito de incerteza nos mercados. Temos visto os spreads de Espanha face à Alemanha a alargar-se e isso teve já um impacto em Itália e em Portugal.”

Rui Serra

Economista-chefe do Montepio

Mas o caso atual pode mudar esta conclusão, caso o abrandamento resulte especificamente da situação catalã, conforme justificou o Governo espanhol. “A verificar-se esse efeito, talvez no turismo pudéssemos beneficiar de algum impacto positivo. Perante uma situação de instabilidade e de manifestações haver algum turismo redirecionado para Portugal,” admite também Rui Serra, economista-chefe do Montepio, lembrando o efeito provocado em Paris depois da ocorrência de atentados terroristas.

Em entrevista à Reuters, esta quarta-feira, o ministro das Finanças Mário Centeno reconheceu esta mesma possibilidade. Embora admita que a turbulência na Catalunha é “uma preocupação”, ressalva que a “estabilidade política faz Portugal distinto daquilo que é essa turbulência política e ajudará seguramente a atrair mais investimento, mais turismo, mais pessoas.”

Já a nível do redirecionamento do consumo de bens — há empresas catalãs que temem um boicote aos seus produtos — seria preciso saber se também aqui a oferta portuguesa poderá substituir a catalã.

Ainda assim, Rui Serra lembra outro impacto potencial de um arrastamento da instabilidade na Catalunha: “Há ainda o efeito de incerteza nos mercados. Temos visto os spreads de Espanha face à Alemanha a alargar-se e isso teve já um impacto em Itália e em Portugal. Esta também é uma via de impacto a considerar.” Esta quinta-feira, com a troca de ameaças entre o governo catalão e o Executivo central, os juros da dívida espanhola aceleraram, o euro perdeu terreno e as bolsas europeias entraram em queda.

(Artigo atualizado às 12h40)

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Catalunha castiga bolsas. Juros de Espanha sobem

Puidgemont fez uma nova ameaça. Madrid responde: vai suspender a autonomia da Catalunha. A tensão está a aumentar, levando à queda das bolsas europeias. Os juros de Espanha sobem.

A Catalunha está a incendiar os mercados. Depois da nova ameaça de independência feita por Puidgemont, Mariano Rajoy diz que está pronto para avançar com a suspensão da autonomia da Catalunha. Há um agudizar da tensão política que está já a fazer tremer os mercados. As bolsas europeias estão em queda, com Madrid a cair quase 1%. Os juros da dívida espanhola acelera.

Carles Puigdemont enviou uma carta ao primeiro-ministro espanhol, nesta quinta-feira, onde diz que caso o governo central não queira dialogar, o parlamento regional da Catalunha pode declarar a independência. Em resposta, Madrid diz que vai recorrer ao artigo 155 da Constituição que suspende a autonomia da região, aumentando o nível de tensão.

Perante este cenário, os investidores estão cada vez mais apreensivos. Receosos quanto ao impacto que esta situação possa ter, estão a afastar-se dos ativos de risco, nomeadamente das ações. A bolsa de Madrid está a ser a mais castigada, registando uma queda de 0,96% para 10.174 pontos, com o setor financeiro a destacar-se. Sabadell e CaixaBank registam as maiores perdas.

No resto da Europa, o cenário é idêntico, com os índices todos em terreno negativo. Lisboa abriu em alta, mas está a cair 0,24% para 5.448,11 pontos, sendo que depois de Madrid é a bolsa italiana a que apresenta a queda mais acentuada: 0,88%. O Stoxx 600, que agrega as maiores empresas da Europa, recua 0,58%.

Há pressão vendedora na praça madrilena, mas também nos juros da dívida espanhola. Numa altura em que a generalidade das obrigações dos países do euro está a subir, levando à queda das taxas, as “yields” de Espanha sobem. A taxa a cinco anos está a agravar-se em 2,2 pontos base para 0,326%, já a taxa a dez anos sobe 1,3 pontos para 1,632%. O diferencial de juros entre Portugal e Espanha está nos 68 pontos.

Apesar de ter chegado a perder valor, o euro mostra-se algo resiliente à tensão. Depois de ter chegado a cair um máximo de 0,16% durante a sessão, para 1,1768 dólares, a moeda única segue a cotar nos 1,1804 dólares.

(Notícia atualizada às 10h07 com mais informação)

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Governo espanhol reúne sábado para suspender autonomia da Catalunha

Rajoy reage à carta enviada por Puigdemont esta quinta-feira, em que o líder da Catalunha ameaçava declarar a independência da região. Governo reúne-se no sábado para avançar com o artigo 155.

O líder da Catalunha fez uma espécie de ultimato ao governo de Madrid. Carles Puigdemont enviou uma carta ao primeiro-ministro espanhol, nesta quinta-feira, onde diz que caso o governo central não queira dialogar, o parlamento regional da Catalunha pode declarar a independência. Em resposta, Madrid diz que vai recorrer ao artigo 155 da Constituição que suspende a autonomia da Catalunha. Reunião está marcada para sábado.

“O governo irá continuar com os procedimentos estabelecidos no artigo 155 da Constituição para restaurar a legalidade da autonomia da Catalunha”, afirmou o governo de Espanha em comunicado.

A decisão surge depois de o presidente do governo regional da Catalunha ter enviado uma carta esta quinta-feira ao governo de Espanha, onde dizia que se não avançassem para o diálogo o caminho a seguir era o pedido de independência. “Se o governo central persistir em bloquear o diálogo e continuar a repressão, o Parlamento Catalão pode prosseguir, caso o considere apropriado, para a aprovação da declaração formal de independência“, afirmou Puigdemont na carta enviada a Mariano Rajoy, citada pela Bloomberg.

Madrid tinha dado na segunda-feira uma “última oportunidade”, até as 10h00 (09h00 de Lisboa) desta quinta-feira, ao executivo catalão antes de ativar o artigo 155 da Constituição espanhola e “repor a legalidade” na comunidade autónoma da Catalunha. Isto depois de “Sim” ter ganho no referendo de 1 de outubro à independência de Espanha por parte da Catalunha.

Entretanto, Mariano Rajoy marcou para o próximo sábado uma reunião do seu gabinete onde irá avançar com as medidas necessárias para suspender a autonomia da Catalunha. “No próximo sábado, o Conselho de Ministros, reunido de forma extraordinária, aprovará as medidas que levará ao Senado a fim de proteger o interesse geral dos espanhóis, entre eles os cidadãos da Catalunha, e restaurar a ordem constitucional da Comunidade Autónoma”, lê-se no comunicado do Governo de Mariano Rajoy.

No mesmo comunicado é referido que “o governo usará todos os meios ao seu alcance para restaurar quanto antes a legalidade e a ordem constitucional, recuperar a convivência pacífica entre cidadãos e diminuir a deterioração económica e a insegurança jurídica que está a provocar na Catalunha”.

Desde a vitória do “Sim” à independência de Espanha, cerca de 600 empresas já mudaram as suas sedes para fora da região, de forma a se protegerem das consequências que daí podem resultar.

(Notícia atualizada às 10h15 com mais informação)

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Moody’s: PIB cresce, mas malparado continua a ser uma ameaça para a banca nacional

A agência de notação financeira manteve a perspetiva para os ratings da banca nacional em "estável", ao contrário do que acontece para o país. A explicação está na fraca qualidade dos ativos.

A Moody’s continua a considerar que Portugal é “lixo”, mas reviu a perspetiva da notação financeira para “positiva”. Melhorou-a para o país, mas não para a banca que continua a ser de “estável”. Isto porque apesar do crescimento da economia portuguesa, a qualidade dos ativos do setor financeiro continua a ser fraca. O malparado pesa na banca.

A perspetiva estável para o sistema bancário português reflete a nossa visão de que apesar do crescimento económico sustentado poder levar a um ligeiro alívio no malparado, o stock de créditos em incumprimento continuará elevado”, diz Maria Vinuela, vice-presidente assistente da Moody’s, numa nota publicada esta quinta-feira.

Como já tinha salientando em setembro, a agência de notação financeira prevê que o contexto em que os bancos nacional operam seja mais positivo tendo em conta a perspetiva de que aumente o investimento em Portugal, as exportações puxem pelo PIB, isto num período em que a taxa de desemprego continua a cair.

Apesar disso, e mesmo tendo em conta que a Moody’s acredita num alívio do problema do malparado, o “fardo” continuará elevado no contexto europeu. “No final de junho, o rácio de crédito malparado da banca portuguesa, definido pela EBA, era de 17,5%, abaixo dos 20,1% um ano antes, mas bem acima da média da União Europeia (UE), de 4,5%”, nota a Moody’s.

Ao mesmo tempo que o malparado é elevado, os rácios de capital da banca portuguesa (11,5%, em média, no final de junho) continuarão aquém da média da UE (de 14%), “condicionados pela fraca geração de capital interna e a elevada dependência de ativos por imposto diferidos”, salienta a agência que considera positiva a evolução da posição de liquidez do setor.

“Os bancos portugueses melhoraram a sua posição de liquidez nos últimos anos fruto da desalavancagem realizada, de uma base de depósitos resiliente e da fraca procura por crédito. A Moody’s prevê uma recuperação no novo crédito em 2018, mas também que a desalavancagem feita melhore ainda mais a capacidade de financiamento dos bancos”.

Por último, no que toca à rentabilidade, a Moody’s diz que se manterá “estável”. “Apesar do custo do risco da banca recuar com as condições macroeconómicas mais favoráveis a reduzirem o risco de crescimento do crédito em incumprimento, este será largamente anulado pelas receitas mais fracas fruto das taxas de juro baixas”.

(Notícia atualizada às 9h15 com mais informação)

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Economia chinesa cresce 6,8% no terceiro trimestre do ano, supera meta do Governo

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

O crescimento económico registado no terceiro trimestre está em linha com as metas fixadas por Pequim, mas os analistas esperam um abrandamento aqui em diante.

A China, segunda maior economia do mundo, cresceu 6,8%, no terceiro trimestre do ano, menos uma décima do que no trimestre anterior, mas acima da meta fixada por Pequim, anunciou esta sexta-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE).

Os analistas esperam, porém, um abrandamento, à medida que as autoridades chinesas reforçam o controlo sobre os empréstimos bancários, visando travar o aumento da dívida, visto como a maior ameaça à estabilidade económica do país.

Pequim está a encetar uma reconfiguração no modelo económico chinês, visando um maior ênfase do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas.

A China tem, no entanto, tido um boom no aumento do crédito, desde a crise financeira global de 2008, que atrasou o reequilíbrio da economia.

Num discurso proferido na quarta-feira, na abertura do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi afirmou que as perspetivas da China são “brilhantes”, mas reconheceu que a economia do país enfrenta “sérios desafios”.

O secretário-geral do PCC disse que o partido terá que assumir “grandes riscos” e superar “forte resistência”.

Empresas e investidores estão atentos a sinais do Congresso sobre a profundidade das reformas económicas.

No discurso de quarta-feira, perante os mais poderosos do regime chinês, Xi repetiu promessas de dar ao mercado um “papel decisivo” na alocação de recursos, mas afirmou também a intenção do partido de desenvolver as empresas estatais.

Os dados hoje difundidos pelo GNE revelam que as vendas a retalho na China subiram, em setembro, 10,3%, face ao mesmo mês do ano anterior, uma décima abaixo da média registada nos primeiros três trimestres.

A subida foi impulsionada por uma expansão do comércio eletrónico, em termos homólogos, de 34,2%.

A decisão do partido de anunciar os dados económicos durante o Congresso, o mais importante evento da agenda política chinesa, suscitou expectativas de que estes seriam positivos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça este ano 6,7%, mantendo a mesmo ritmo de 2016. A instituição elevou por duas vezes as suas perspetivas para a economia chinesa este ano, alegando o forte aumento da despesa pública.

A meta do Governo chinês para este ano é de 6,5%, “ou mais alto, se possível”.

Os reguladores apontaram como prioridade reduzir os riscos no sistema financeiro. Aos bancos foi requisitado que controlem de perto os devedores, sobretudo aqueles que investem além-fronteiras, para assegurar que estes podem pagar as suas dívidas.

O PCC definiu como meta para 2020 dobrar o nível médio de rendimento, face a 2010, e lograr uma “sociedade moderadamente confortável”. Analistas da UBS apontam que, para atingir esse marco, o país deve manter um crescimento mínimo de 6,3%, até ao fim da década.

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Nuno Magalhães: “Costa tem cometido erros graves que custaram vidas”

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

O líder parlamentar do CDS diz que a moção de censura anunciada pelo seu partido ainda se justifica mais agora porque Costa não reconhece “erros graves” que causaram mortes.

Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, mostrou-se muito crítico em relação à atuação do primeiro-ministro António Costa ao longo dos últimos meses no que respeita à gestão dos incêndios que fustigaram o país nos últimos quatro meses. Em causa estão “erros políticos graves” cometidos pelo primeiro-ministro que “custaram vidas”, disse Nuno Magalhães em entrevista à TSF, acrescentando que em resultado disso, a moção de censura do seu partido ainda faz mais sentido.

“O primeiro-ministro, depois do discurso do Presidente terá… não sei se terá caído na realidade, mas pelo menos terá caído na perceção de que tem cometido erros políticos graves nos últimos meses, que custaram vidas”, afirmou à rádio, considerando que não houve um pedido de desculpas por parte de António Costa. “Um pedido de desculpas pressupõe sinceridade. Aquilo foi uma resposta a um desafio que o primeiro-ministro, de uma forma até deselegante, dizer que não tinha pedido desculpas porque só pede desculpas na sua vida privada”, defendeu Nuno Magalhães.

É precisamente por considerar que António Costa não reconheceu “os erros graves” que Nuno Magalhães considera que a moção de censura do CDS se justifica ainda mais, considerando que a demissão da ministra da Administração Interna, os anúncios de que haverá indemnizações e verbas no Orçamento do Estado para lutar contra os incêndios não são suficientes para alterar esse sentimento.

“Aquilo que dizemos é que era preciso dar corpo institucional, parlamentar, político à indignação que era geral face à falência total do Estado numa área de proteção das pessoas – que é a área mais essencial de qualquer Governo. Isso baseou-se numa segunda oportunidade que o primeiro-ministro perdeu”, referiu a esse propósito.

O centrista não teme ainda um eventual reforço do Governo caso a moção de censura que o CDS vai apresentar seja chumbada. “Para mim é indiferente se sai reforçado ou não sai. É preciso que, quando o Estado falha, que o Estado seja censurado. Se sai reforçado ou não, saberão PCP, BE, Verdes e PS”, afirmou o centrista num recado aos partidos aliados do Governo.

Relativamente à mensagem transmitida ao Governo na comunicação de Marcelo Rebelo de Sousa ao país na passada terça-feira, o líder parlamentar do CDS considera que “o Sr. Presidente interpreta que o país perdeu a confiança no Governo, pelo menos para fazer face a esta questão, de matérias de soberania na área da segurança interna”. Mas negou ter havido qualquer articulação “por encomenda” do Presidente da República com a moção de censura do CDS. “Não, de todo. Acho o momento excessivamente grave para qualquer tipo de calculista político”, afirmou.

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O regresso da Favre-Leuba

  • Fernando Correia de Oliveira
  • 19 Outubro 2017

A marca esteve entre os anos 50 e 70 presente no mercado português. Deverá regressar agora. Com relógios sobretudo mecânicos e alguns de quartzo, os seus preços variam entre os mil e os 8 mil euros

A Favre-Leuba está prestes a comemorar 280 anos. As suas raízes remontam a 1737, quando Abraham Favre funda, em Le Locle, a sua oficina de relojoaria. Esta é, pois, uma das mais antigas marcas suíças. Tendo sido administrada durante oito gerações pela família Favre, a empresa foi vendida nos anos 1980.

Passou por várias mãos, incluindo as de um importador espanhol. Até que, no final de 2011, é adquirida pelo gigante multinacional indiano Tata Group (que detém outra marca de relojoaria, a Titan, de expressão quase exclusiva na Índia). Mantendo desde sempre a certificação Swiss Made, está hoje sediada em Solothurn.

A imagem que a Favre-Leuba projeta atualmente tem a ver com a sua história — pioneirismo técnico, relógios profissionais, atividades ao ar livre, fiabilidade e design muito próprio, inspirado em peças vintage da sua própria coleção. “Conquering Frontiers” é o seu mote.

O topo de gama, com PVP um pouco acima dos seis mil euros, é o Bivouac 9000, com calibre de carga manual e indicador de reserva de corda. Tem uma função única na relojoaria de pulso — um altímetro mecânico mede até nove mil metros de altitude (o ponteiro central, vermelho). Este calibre, tal como outros da nova coleção, foi desenvolvido por Patrick Kury (ex-Eterna, ex-Porsche Design).

Outra das estrelas da coleção é o Raider Harpoon, um relógio de mergulho, com apenas um ponteiro, o dos minutos, sendo as horas lidas num disco. Também tem cronógrafos automáticos.

Todos eles com o aspeto vintage de modelos Favre-Leuba dos anos 1950 e 1960. Com a característica luneta superior tetradecagonal e o anel dentado inferior.

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BCP avança. Bolsa de Lisboa com subida tímida

A bolsa nacional está a valorizar, mas muito ligeiramente. O desempenho positivo do BCP ajuda a manter o índice de referência nacional em terreno positivo numa sessão negativa na Europa.

A bolsa de Lisboa está a valorizar. O índice de referência do mercado português está em terreno positivo num dia de perdas na generalidade das praças do Velho Continente. O PSI-20 está a beneficiar do comportamento dos títulos do BCP.

Depois de ter conseguido ganhar 0,19% na última sessão, após dias de quedas, o índice português volta aos ganhos. Está a subir 0,03% para 5.463 pontos.

O BCP dá o contributo positivo necessário para este comportamento do índice. Os títulos do banco liderado por Nuno Amado seguem a valorizar 0,12% para 25,73 cêntimos.

Esta subida do BCP acontece no dia em que Isabel dos Santos afirmou que vai “manter a posição acionista” de 15,24%. “A Sonangol comprou as ações a um preço baixo e já tivemos rendimento do nosso investimento”, salientou a empresária angolana.

A puxar pela bolsa está também a Jerónimo Martins ao somar 0,61% para 15,74 euros, enquanto a Sonae ganha 0,2% para 1,022 euros. A Nos, por seu lado, apresenta uma subida de 0,45%.

No setor energético, a Galp Energia avança 0,10%, já a EDP Renováveis ganha 0,06%. A EDP volta às quedas. Depois de duas sessões positivas, a elétrica liderada por António Mexia recua 0,07% para 3,011 euros.

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Operação Marquês: Sócrates acusado de usar ex-ministros para corrupção com TGV

  • ECO
  • 19 Outubro 2017

O ex-governante terá usado Mário Lino, António Mendonça, Carlos Fonseca e Ana Paula Vitorino para beneficiar o Grupo Lena e o Grupo Espírito Santo.

O ex-primeiro ministro é acusado pelo Ministério Público de ter “instrumentalizado” ministros do seu executivo para favorecer o consórcio ao qual foi entregue o primeiro troço do TGV. Grupo Lena e o Grupo Espírito Santo são dois dos beneficiados. O crime é o de corrupção passiva.

O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) acredita que vários ministros terão colaborado involuntariamente com Sócrates para beneficiar grupos económicos relacionados com as obras do TGV, relata o Público (acesso condicionado). São eles Mário Lino e António Mendonça, na altura ministros das Obras Públicas, Ana Paula Vitorino, que agora é ministra do Mar mas na altura tinha a pasta de secretária de Estado dos Transportes, e Carlos Fonseca, que lhe sucedeu neste cargo.

A acusação diz que tanto eu como a minha secretária de Estado Ana Paula Vitorino o informávamos do que se estava a passar, mas ele só queria saber se o processo estava a andar ou não.

Mário Lino

Ex-ministro das Obras Públicas

Sendo uma ação involuntária, estes ministros não constam dos arguidos do processo, tal como explicado entre as mais de 4.000 páginas. O MP escreve que os ministros atuaram sem que “tivessem conhecimento do acordo estabelecido entre o então primeiro-ministro e ora arguido José Sócrates e Joaquim Barroca e Ricardo Salgado”.

Contudo, o MP admite que os ministros podem ter violado algumas “normas e princípios” desrespeitando o interesse público. Poderão no entanto ter sido induzidos em erro e convencidos por Sócrates que estavam de facto a agir em conformidade.

Mário Lino: Sócrates “nunca deu sugestões nenhumas”

“Nunca deu sugestões nenhumas, nunca inquiriu ninguém sobre quem tinha concorrido”, assegura Mário Lino ao Público. “A acusação diz que tanto eu como a minha secretária de Estado Ana Paula Vitorino o informávamos do que se estava a passar, mas ele só queria saber se o processo estava a andar ou não”.

O que Sócrates sabia

Segundo a acusação, o antigo primeiro-ministro saberia que o consórcio Elos, onde estava inserido o grupo Lena, estava em vantagem no concurso dado que eram pagos 5.000 euros por mês ao diretor da Rave, a empresa pública responsável pelo projeto do TGV. O papel de Sócrates seria simplesmente assegurar a continuidade do processo até ser assinada a concessão.

Por fim, o MP toma ainda como prova suficiente o facto de José Sócrates se ter encontrado pelo menos uma vez com o júri do concurso, a mesma pessoa que aceitou introduzir cláusulas penalizadoras para o Estado no contrato após as ter rejeitado mais que uma vez.

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A capa do iPhone que custa mais do que o próprio iPhone

  • ECO + BONS RAPAZES
  • 19 Outubro 2017

Fabricante de capas de luxo GRAY, de Singapura, criou a “Advent Collection”, uma coleção de capas de iPhone com materiais que protegem o telefone contra praticamente tudo.

Bom, já falta muito pouco para que o novo iPhone X chegue às lojas em Portugal. Ora, já se sabe que, com telemóvel novo, vem também capa nova, não é verdade? Especialmente, quando se trata do iPhone mais caro de sempre.

Mas será que o iPhone mais caro de sempre justifica a capa mais cara de sempre? Estamos a falar de uma capa que é mais cara que o próprio iPhone X. Se calhar, compensa mais comprar dois iPhone… Enfim, o que nos trouxe aqui foi a “Advent Aurora”.

A fabricante de capas de luxo GRAY, de Singapura, criou a “Advent Collection”, uma coleção de capas de iPhone (para modelos 7/7 Plus, 8/8 Plus e X) com materiais que protegem o telefone contra praticamente tudo. O modelo “Aurora”, o mais caro, consiste num bloco de titânio sólido (material muito utilizado no espaço), com uma estética muito sci-fi, que cria um efeito tipo aurora boreal (daí o nome) quando a luz incide sobre o material.

Para o iPhone 8 Plus, esta capa custa 1,345 dólares – mais do que o iPhone X. Para além da “Aurora”, a GRAY tem mais quatro modelos. O mais básico é o “Advent Titanium”, e custa 545 dólares para o iPhone 7. Todas as capas vêm com um número de série gravado a laser. A estes preços, é bom que quando o telemóvel cair, seja o chão a ficar partido.

Mais info aqui.

Este conteúdo foi produzido pela equipa do blog Bons Rapazes.

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Prejuízos provocados por incêndios deverão estar apurados entre “duas a três semanas”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2017

Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, diz que depois de apurados os prejuízos "definir-se-ão as medidas de apoio para reerguer a vida das pessoas".

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, diz que o levantamento dos prejuízos causados pelos incêndios que deflagraram domingo, atingindo vários concelhos da região Norte e Centro, deverá estar concluído dentro de “duas a três semanas”.

“De duas a três semanas o levantamento concreto dos prejuízos estará concluído e, a partir daí, definir-se-ão as medidas de apoio para reerguer a vida das pessoas”, afirmou aos jornalistas, no final de uma reunião com os autarcas de Gondomar e Valongo, no distrito do Porto.

O governante explicou que aquilo que o Governo PS está a fazer com os autarcas, ao visitar as regiões afetadas, é pensar “em começar a reerguer e recuperar” as comunidades mais atingidas pelos fogos porque foram “dias muito duros e difíceis”.

Falando em “ocorrências lamentáveis e trágicas do ponto de vista humano”, Pedro Marques frisou que o Estado “está cá” para ajudar as pessoas afetadas do ponto de vista pessoal, social e económico, sublinhando que as populações “têm de ter apoios e vão ter apoios”.

O país tem agora de se tornar “mais resiliente e preparado” para as condições que, infelizmente, poderão estar para ficar, acrescentou, referindo-se às alterações climáticas.

Aludindo ao Conselho de Ministros extraordinário do próximo sábado, Pedro Marques realçou a necessidade “de melhorar os mecanismos de proteção civil, de tomar decisões com base no relatório da Comissão Técnica Independente [sobre os incêndios de junho] e de começar a reconstruir estes territórios” que foram afetados pelos fogos.

Relativamente à região Norte, concretamente a Gondomar e Valongo, Pedro Marques avançou já terem sido identificados “um conjunto significativo” de prejuízos a todos os níveis.

Questionado sobre o valor dos prejuízos, Pedro Marques explicou que ainda não está apurado, sendo “certo” que arderam “centenas de hectares” e se perderam “muitas” explorações agrícolas.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e quinta-feira.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

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