Autoridades elevam o número de mortos para 273 e 100 desaparecidos no sismo do México

  • ECO e Lusa
  • 22 Setembro 2017

As autoridades mexicanas fizeram um novo balanço do sismo de magnitude 7,1 que atingiu o México na terça-feira. As buscas pelos desaparecidos persistem.

Equipas de resgate concluem os trabalhos junto a um edifício que ruiu na cidade de Jojutla em Juarez, no Estado de Morelos. Cesar Rodriguez/Bloomberg

O sismo de magnitude 7,1 que atingiu o México, na terça-feira, provocou 273 mortos, anunciou quinta-feira o Ministério do Interior, referindo que o número de desaparecidos supera a centena e que existem mais de dois mil feridos.

No mais recente balanço das vítimas mortais, o ministério detalhou que dos 273 mortos, 137 ocorreram na Cidade do México, 73 em Morelos, 43 em Puebla, 13 no Estado do México, seis em Guerrero e um em Oaxaca.

“O número de vítimas está a mudar constantemente, à medida que os trabalhos de resgate e remoção de detritos continuam a decorrer. A maquinaria é apenas usada na limpeza e não em estruturas colapsadas”, refere em comunicado.

O secretário da Administração mexicano, Miguel Osorio Chong, disse que as operações de busca “não vão parar até se conseguir a localização e o resgate” dos desaparecidos, que “muito possivelmente estão entre os escombros” dos muitos edifícios que colapsaram devido ao sismo.

O governante mexicano referiu que os desaparecidos são “pouco mais de uma centena”.

A Marinha mexicana desmentiu, entretanto, a presença de uma menina com vida sob os escombros de uma escola na Cidade do México, depois de as operações para a resgatar terem emocionado o país e o mundo.

O epicentro do sismo, de magnitude 7,1 na escala de Richter, que ocorreu na terça-feira às 13:14 (19:14 em Lisboa), foi registado na fronteira do Estado de Puebla e Morelos (centro), a 51 quilómetros de profundidade, segundo o centro geológico norte-americano (USGS).

O terramoto ocorreu depois de, no passado dia 7, um sismo de magnitude 8,2 — o mais forte desde 1932 –, ter causado 98 mortos no sul do país.

O abalo de terça-feira, que causou o pânico na população, coincidiu com o 32.º aniversário do forte sismo que provocou milhares de mortos em 1985 e foi registado apenas duas horas depois de um simulacro de terramoto em todo o país.

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Bosch de Ovar alarga fábrica e quer chegar aos mil postos de trabalho

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

A fábrica de Ovar é o principal ponto de produção dos sistemas de videovigilância, comunicação e deteção de incêndio do grupo alemão.

A fábrica da Bosch Sistemas de Segurança, em Ovar, recebeu um investimento de 2,9 milhões de euros para a ampliação do espaço e o alargamento da força de trabalho. O novo espaço de produção tem 4.000 metros quadrados e, até 2019, vai permitir à fábrica atingir os mil postos de trabalho. Esta é o principal ponto de produção dos sistemas de videovigilância, comunicação e deteção de incêndio do grupo alemão.

Em declarações ao Jornal de Negócios (acesso pago), António Pereira, administrador da fábrica estima que o negócio irá crescer 45% de 2017 a 2018, com esta a apostar também na área de Investigação e Desenvolvimento. Até março do próximo ano, a fábrica vai criar mais 240 postos de trabalho, estendendo o quadro de 689 trabalhadores.

Mas este não é o objetivo maior: “O que está projetado é crescer até mil trabalhadores até ao final de 2019”, garantiu, António Pereira. A Investigação e Desenvolvimento vai permitir também concentrar em Ovar o processo completo de desenvolvimento do produto.

Em 2016, o grupo Bosch registou vendas de 1,1 mil milhões de euros em território português.

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PCP e Bloco querem agravar IRC para aliviar IRS

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

Nas negociações para o Orçamento do Estado, os dois partidos defendem que um aumento da derrama estadual de 7% para 9% teria um contributo superior a 100 milhões de euros.

O Bloco de Esquerda e o PCP querem agravar os impostos sobre as grandes empresas, defendendo um aumento da derrama estadual aplicada às empresas com maiores lucros. A notícia é avançada, esta sexta-feira, pelo Jornal Económico (acesso pago).

A proposta dos dois partidos é no sentido de aumentar a derrama estadual para as empresas com rendimento tributável superior a 35 milhões de euros — o escalão mais elevado do IRS — dos atuais 7% para 9%.

Esta é a forma proposta por bloquistas e comunistas para compensar o alívio no IRS que deverá constar do Orçamento do Estado para 2018. Com esta medida, defendem ao Jornal Económico, seria possível um “contributo importante”, superior a 100 milhões de euros. Isso permitiria duas coisas: primeiro, corrigir os ganhos excessivos que as grandes empresas tiveram com o regime de reavaliação de ativos implementado pelo Governo em 2016; segundo, um alívio fiscal “mais significativo para as famílias”.

Esta proposta dos dois partidos que suportam a maioria parlamentar do Governo está, no entanto, a ser recebida com “muitas resistências” da parte do Executivo, pelo que a medida ainda não está fechada.

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INE divulga hoje valor do défice do primeiro semestre

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

O INE divulga hoje o valor do défice do primeiro semestre deste ano, em contas nacionais. O objetivo do Governo para o conjunto do ano é reduzi-lo para 1,5% do PIB.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta sexta-feira o valor do défice do primeiro semestre deste ano, em contas nacionais, sendo que o objetivo do Governo para o conjunto do ano é reduzi-lo para 1,5% do PIB.

No início de setembro, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) divulgou a sua estimativa, esperando o défice do primeiro semestre de 2017 em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas, tenha ficado nos 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

A confirmar-se a estimativa central da UTAO, o défice melhora face ao primeiro semestre de 2016, quando representou 2,8% do PIB, mas fica aquém da meta do Governo para o conjunto do ano: 1,5% do PIB.

No primeiro trimestre, segundo dados do INE, o défice orçamental em contas nacionais, a ótica dos compromissos, representou 2,1% do PIB, um valor que não incluiu qualquer impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Ora, o impacto da recapitalização da CGD no défice está ainda a ser estudado pelo INE e pelo gabinete europeu de estatística, o Eurostat que, numa nota à Lusa, disse esperar emitir um parecer sobre o registo desta operação em contas nacionais “nas próximas semanas”.

No início da semana, o Jornal de Negócios escreveu que esta operação no banco público deverá ser totalmente considerada para o défice orçamental, referindo uma “apreciação preliminar do Eurostat”, segundo a qual os 3.944 milhões de euros injetados pelo Estado na Caixa (ou 2,1% do PIB) deverão ser todos incluídos no apuramento do défice.

A Lusa contactou, na altura, as duas autoridades estatísticas, o Eurostat e o INE, que disseram que estão em curso “discussões bilaterais” e um “diálogo técnico” entre as entidades. No entanto, o Eurostat acrescentou que espera publicar uma opinião sobre este assunto “nas próximas semanas”, ainda que “não haja um calendário definido”.

O INE já tinha apontado março de 2018 como horizonte temporal limite para a decisão.

Na altura, o INE recordou que o plano de recapitalização do banco público teve início no primeiro trimestre deste ano e que foi “considerado como não constituindo uma ajuda de Estado pela Comissão Europeia”.

A operação tem um valor total que “atingirá 4.874 milhões de euros (4.444 milhões de euros já realizados no primeiro trimestre de 2017), dos quais 3.944 milhões de euros foram suportados pelo Estado Português (o que corresponde a cerca de 2,1% do PIB)”.

O INE indicou ainda que, “tendo em consideração a complexidade desta operação”, está em curso “um processo de diálogo e de troca de informações com a Comissão Europeia (Eurostat) sobre o seu registo em contas nacionais”, tendo o INE de chegar a uma conclusão até março de 2018, aquando da primeira notificação do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) relativa a 2017.

Já o Eurostat tem um entendimento diferente: numa comunicação feita em julho disse esperar que a discussão sobre o impacto da recapitalização da CGD nas contas públicas “esteja concluída em setembro de 2017”.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

O Instituto Nacional de Estatística emite novas pistas sobre a economia portuguesa: depois da dívida, os holofotes focam-se o défice.

Após as várias sessões em alta na bolsa nacional, que se seguiram à subida de rating concedida pela Standards & Poor’s, a economia portuguesa volta à lupa dos investidores com os dados sobre o défice, lançados pelo INE. Lá fora, Theresa May pronuncia-se sobre as medidas a tomar após o Brexit, que podem beneficiar as instituições financeiras. Também há novo balanço sobre o setor da indústria na zona euro. Nos EUA, as contas são sobre o número de plataformas petrolíferas em atividade.

A dívida está melhor. E o défice?

Chega o dia de o Instituto Nacional de Estatística entregar ao Eurostat a segunda notificação que detalha a saúde das contas públicas nacionais, uma das obrigações no âmbito das regras europeias. Portugal comprometeu-se a fazer duas notificações por ano — a primeira foi entregue em março. No documento vão estar os valores do défice de 2016 e uma estimativa da responsabilidade do Ministério das Finanças para 2017. Paralelamente, também as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional relativas ao segundo trimestre são lançadas. Estes números juntam-se assim aos do primeiro trimestre e permitem uma visão mais sólida das contas na primeira metade do ano.

A indústria na zona euro com novos sinais de fumo

O setor industrial e dos serviços da zona euro lança novos “sinais de fumo”: os dados do PMI, o índice que soma as expectativas para estes setores, é revelado esta sexta-feira. As estimativas da Bloomberg apontam para que a avaliação baixe dos 55,7 pontos que se verificaram em setembro para os cerca de 55,6 pontos — ainda assim acima da fasquia dos 50, mantendo-se portanto em território de crescimento. Em julho, Portugal conseguiu o maior aumento neste índice entre os países da União Europeia.

Brexit, outra vez. Agora, com propostas mais concretas

A primeira-ministra britânica, Theresa May, faz esta quinta-feira um novo discurso sobre o Brexit. May deverá anunciar oficialmente a proposta de pagamento de 20 mil milhões de euros para saldar a separação entre o Reino Unido e a União Europeia. A líder britânica poderá ainda pronunciar-se sobre as intenções de desenvolver uma moldura regulatória distinta da em vigor na União Europeia, de forma a aumentar a vantagem competitiva para as instituições financeiras que decidam manter a sua atividade no país. O discurso acontece no mesmo dia em que a Moody’s se pronuncia sobre o rating do Reino Unido.

A Fed volta aos holofotes

Esta sexta-feira, o presidente da Reserva Federal de São Francisco, John Williams, fala no Banco Nacional Suíço, em Zurique. Esta é a primeira vez que um membro da Fed se pronuncia desde quarta-feira, quando a líder Janet Yellen revelou que não ia alterar os juros de referência no país: as mudanças vão ser no respetivo balanço, que vai ser reduzido a partir de outubro.

Os barris de crude apresentam-se à contagem

As plataformas de petróleo americanas sofrem a contagem semanal pela Baker Hughes. Na semana passada eram menos oito as plataformas em atividade nos EUA — a atividade neste país só compensa quando os preços são mais elevados. Esta quarta-feira o preço do petróleo subiu quase 2% em Nova Iorque para os 50,41 dólares, chegando a registar um pico de 2,36%. Quinta-feira manteve a tendência positiva, embora bastante mais tímida. A subida de preços acontece na sequência das declarações desta terça-feira, em que o ministro iraquiano disse que a OPEP estava a pensar aumentar e até prolongar os cortes na produção.

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Startup Simplex. A vaca voadora perdeu as asas?

Programa lançado pelo Governo teve três vencedores. Relatório publicado um ano depois diz que os projetos foram concluídos com sucesso. Mas quem os criou não tem a mesma opinião.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, discursa durante a cerimónia de apresentação do Programa Simplex 2016, no Teatro Thalia, em Lisboa, 19 de maio de 2016.António Cotrim/LUSA

A história começa assim: a 20 de abril, Miguel Lupi Caetano e João Gomes, fundadores da Muu, uma app criada pela empresa que cofundaram, a Faarm, decidiram candidatar-se ao Startup Simplex, um programa inserido no Simplex+ do Governo. Liderado pela secretária de Estado e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, o concurso tinha como objetivo principal incorporar inovação na Administração do Estado e projetar o setor público como área de interesse para o desenvolvimento de novas ideias de serviços e produtos.

As ideias ou apps já criadas pelas três startups que sairiam vencedoras do concurso seriam inscritas no Simplex 2016 e levadas a cabo durante os 12 meses seguintes.

"Em maio [de 2016], cada uma das três será uma medida do Simplex, apresentado no início desse mês e posto em prática durante os 12 meses seguintes”.”

Graça Fonseca

Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, a 13 de fevereiro de 2016

“A ideia é aproximar os jovens empresários do setor público e colocar as ideias de negócio ao serviço das pessoas. Hoje, existe uma enorme desconfiança dos mais jovens face aos decisores e esse é um dos grandes défices — para além do Orçamental — que temos de tratar de combater”, disse Graça Fonseca, em fevereiro de 2016.

Um shark tank no Estado

Durante o período de inscrições, o Startup Simplex recebeu 196 candidaturas. Os vencedores — entre eles a Faarm, com a app Muu — foram conhecidos após uma sessão de pitch, a 13 de maio de 2016. “A diversidade das 196 candidaturas leva-nos ao encontro do que aprendemos durante a volta Simplex. Os problemas que fomos ouvindo estão todos presentes nalguma das soluções apresentadas. É como se as pessoas nos dissessem: ‘sei que este problema existe e tive esta ideia para ajudar a resolvê-lo'”, dizia então a secretária de Estado. As três ideias vencedoras — da Faarm, da FireRisk e da pOw foram inscritas, logo depois, no programa Simplex 2016, “nos termos do artigo 13º do regulamento do concurso Startup Simplex”.

Na altura, em vésperas de conhecidos os finalistas, Graça Fonseca explicava ao Dinheiro Vivo que o programa criado visava envolver os cidadãos e fazer com que as pessoas pudessem desenvolver soluções para facilitar a relação entre as pessoas e o Estado. “Aprendemos duas coisas importantes: a primeira foi o peso das áreas sociais — saúde, educação e emprego — como objeto de estudo para soluções inovadoras. A segunda, a necessidade de desenvolver serviços de alerta e avisos em áreas transversais a toda a administração pública“, explicava, na véspera da sessão de pitch. “Queremos cruzar startups e makers com este esforço de simplificação de processos, já que se tratam de universos muito diferentes. Isto pode ser algo muito útil para o Estado e para quem quer criar novos negócios”.

No dia da apresentação do programa, António Costa dizia que até as coisas mais improváveis podiam acontecer, presenteando a ministra da Modernização Administrativa com um boneco que era uma vaca voadora. “Quando estava quase conformado, um dia, no aeroporto de Londres, ao passar por uma loja, encontrei um objeto que adquiri, que mantive cuidadosamente ao longo destes dez anos e que vou hoje oferecer à senhora ministra da Presidência. Demonstra que mesmo aquilo que é mais improvável, como seja as vacas voarem, também isso pode não ser verdade. Até as vacas podem voar”, disse o primeiro-ministro.

O concurso Startup Simplex teve três vencedores que, como previsto, foram inscritos no Simplex+2016 e anunciados como concluídos em 2017, altura em que o Governo lançou a 2ª edição do concurso.

Os vencedores eram descritos da seguinte forma:

  1. pOw – Paga ao Estado: uma carteira digital que substitui o dinheiro vivo. O Paga ao Estado é uma feature do pOw que permite a qualquer pessoa receber as notificações de pagamento, multas e faturas pelo telemóvel, e pagar logo, calendarizar o pagamento ou criar alerta. Diminui em 75% os custos do Governo com este processo.
  2. Firerisk: reúne dados abertos de diferentes autoridades públicas numa única plataforma sobre incêndios florestais. A sua proposta de valor está ligada à área de risco, ambiente, sustentabilidade e participação do cidadão. A app é ‘inovadora e exclusiva’ em Portugal e tem como objetivo contribuir para a mudança de paradigma da participação do cidadão na mitigação dos incêndios florestais.
  3. Muu: desenvolver uma integração que permita que as aplicações de rastreabilidade de bovinos comuniquem diretamente e em tempo real.

“Quando ganharam, o primeiro objetivo era incentivar os empreendedores a pensar o setor público como um mercado potencial para os seus produtos. E pensarem nas suas soluções como produtos ou serviços que podem aplicar-se, não só ao setor privado numa lógica de rentabilidade pela venda, mas colocando as startups a trabalhar no setor da cidadania, pondo a administração pública no radar dos empreendedores”, esclarece Graça Fonseca, ao ECO.

Com bastante cobertura mediática, o concurso teve tudo para ter um impacto positivo desde o seu início.

Miguel Lupi Caetano

Cofundador da Faarm

“A nossa ideia era simples: desenvolver a integração que permitia que as aplicações de rastreabilidade de bovinos em Portugal, incluindo a nossa aplicação Muu, comunicassem diretamente e em tempo real com o SNIRA – Sistema Nacional de Informação e Registo Animal. Esta medida permitiria que todas as explorações de bovinos poupassem até 36 euros em serviços, por ano e por cabeça de gado. Permitiria também que, com a partilha dos dados em regime contínuo com as empresas do setor, a Administração Pública poupasse em processos de controlo”, explica Miguel Lupi ao ECO. Poupar e poupar. Mas foi nessa altura que começaram as complicações. Estávamos em maio de 2016.

Da primeira à última reunião

Na primeira reunião com parceiros, marcada para 14 de junho, correu pior do que Miguel imaginava. À mesa sentaram-se Graça Fonseca, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação e o assessor deste último, ligado à direção-geral de Agricultura Veterinária (DGAV). “Ficou claro para todos nessa reunião que as aplicações e bases de dados sob gestão do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) não permitem funções de escrita por outras aplicações, o que torna impossível e limitativa a criação de um integrador e comunicação entre múltiplas plataformas via internet”, conta Miguel, acrescentando que “a postura do Ministério da Agricultura nestas reuniões, em especial da parte do gabinete do secretário de Estado foi sempre agressiva, o que revelou que possivelmente não teriam sido incluídos na decisão da escolha desta medida para implementação, e levantou algumas suspeitas da nossa parte de que possivelmente haveria alguma outra razão para esta postura”.

Seguiram-se várias reuniões com os mesmos participantes: a 20 de julho, no mesmo local, juntaram-se à equipa elementos do IFAP (entidade gestora do SNIRA) e da DGAV (detentores do SNIRA).

A reunião [de 20 de julho] foi preenchida com discussão sobre as razões e motivos pelos quais a medida não poderia ser implementada ao invés de se trabalhar em conjunto nas soluções para que isso pudesse efetivamente acontecer.

Miguel Lupi

Cofundador da Muu

“O processo de inovação implica tentativa e erro e, apesar de a medida na sua forma original não ser possível de concretizar de imediato, a Faarm tinha a flexibilidade para tentar e testar novas soluções”. Nesse dia e, apesar dos “entraves”, ficou agendada para setembro uma reunião técnica com o IFAP, “para discutir possibilidades de implementação e concretização da medida proposta, jurada e incluída no caderno Simplex”.

A 22 de setembro reuniram-se pela quarta e última vez. E, apesar de ter havido a certeza de que uma parceria com o SNIRA em termos de bases de dados seria complicada, Miguel conta que perceberam que era “possível criar bastante valor para produtores e organizações do setor com a utilização do histórico dos dados da base de dados atual”. A equipa da Faarm foi, nessa data, aconselhada a fazer um pedido formal de levantamento de informação ao SNIRA, feito de imediato, garante o CEO da startup. A resposta seria recebida pela empresa sete meses e meio depois de enviado o pedido, a 4 de maio de 2017, sendo que a medida teria de estar implementada a 31 de maio. Na carta de resposta, e após um parecer da DGAV, a Faarm foi informada de que “não seria possível disponibilizar qualquer informação que identificasse uma exploração sem consentimento do beneficiário”.

Graça Fonseca foi acompanhando todo o processo de perto. “O meu balanço não é negativo porque conseguimos pôr estes dois mundos em contacto para percebermos as resistências e necessidades, e ultrapassá-las“, explica a secretária de Estado, acrescentando que talvez os resultados tenham, ainda assim, ficado aquém das expectativas dos empreendedores. “Quando falamos em desenvolver um produto para o Estado estamos a falar de um setor que é ainda olhado com desconfiança. Queremos que esse gap diminua e que a mensagem importante que passa seja que, se num Estado que é complexo, uma app consegue implementar-se no setor público, terá certamente sucesso no mesmo setor privado”, garante.

A 19 de maio, a Faarm recebia o ficheiro com informação incompleta de alguns animais da região do Alentejo: da informação solicitada, em 41 pontos de dados, a startup recebeu apenas número do brinco, data de nascimento, raça e sexo de cada animal. “Em 37 pontos de dados com parecer jurídico favorável foram enviados quatro pontos de dados, e de um número reduzido de animais. O IFAP dava assim por concluída a medida e remetia-se ao silêncio”.

“Com parecer jurídico favorável é possível correr a tecnologia e analisar estatisticamente milhões de pontos de dados sobre o ciclo de vida de cada animal, desde a criação da base de dados do SNIRA, conhecendo a história e evolução do sistema até ao dia do descarregamento, produzindo inteligência suficiente para ajudar os produtores portugueses a ganhar uma vantagem competitiva internacional, e ajudando também o Estado a modernizar a sua tecnologia e processos. Ficaria assim cumprida o possível da medida Simplex e a vaca, de alguma forma, voaria”, diz Miguel.

213 de 255

As conclusões do primeiro Simplex+ foram apresentadas a 24 de junho deste ano. Graça Fonseca detalha que, durante os dez meses em que decorreu o desenvolvimento dos projetos, foram identificadas necessidades relacionadas sobretudo com acesso a dados que poderiam ser obtidos na administração central.

Um dos problemas existentes é a desconfiança entre jovens empreendedores e cidadãos em relação à administração pública. São muito difíceis de ultrapassar.

Graça Fonseca

Secretária de Estado da Modernização Administrativa

A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, apresentou o balanço da edição: das medidas previstas até maio, a taxa média de execução era de 74% [após 10 meses de Simplex+], com 213 das 255 medidas inscritas no Simplex+2016 concretizadas até junho de 2017 e, estando previstas as restantes 42 para estarem terminadas até março de 2018.

Por incrível que pareça, a medida proposta pela Faarm está dada como cumprida no caderno do Simplex, sendo que o objetivo inicial era a produção de um integrador. E o Ministério assume como indicador de sucesso ter ajudado a Faarm na integração com a Administração Pública, facto que nunca esteve sequer próximo de acontecer”.

Graça Fonseca defende que o essencial foi feito: “Conseguimos mobilizar pessoas dos Ministérios que interessavam a casa um dos casos, chegar à fala com os responsáveis. E sobretudo, obrigar a administração pública a abrir-se a jovens programadores e empreendedores. Mas o nosso papel não é substituir o mercado: que tem de convencer o mercado a comprar a solução são eles. Se não conseguimos convencer os nossos eventuais clientes, é indiferente com quem reunimos antes“, justifica.

"A questão destas startups passa muito pelo processo e estratégia de entrada no mercado: no ‘how to go to market’.”

Graça Fonseca

No caso da FireRisk, outra das vencedoras, o processo também não correu sobre rodas apesar do balanço positivo feito pelo Governo. “Tudo tem a ver com expectativas”, assinala Teresa Fonseca, cofundadora e responsável pela comunicação da FireRisk, outra das três vencedoras do concurso Startup Simplex. “Naquilo que foi o pós projeto e, em termos de ação articulada com a secretaria de Estado e com a administração central, quando apresentámos a app já tinha um desenvolvimento elevado. A nossa expectativa era que o produto pudesse agilizar de forma os procedimentos da administração pública. E, a partir de um momento, deixou de haver a execução que esperávamos”, analisa.

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Pelo menos 115 mortos na cidade do México e 253 no país após o sismo

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

A atualização do número de vitimas na capital, de 100 para 115, eleva para 253 mortos o número de vítimas mortais do sismo que abalou o México na passada terça-feira.

O número de mortos na cidade do México após o sismo de magnitude 7,1 ocorrido na terça-feira subiu para 115, segundo um balanço hoje divulgado, e 52 sobreviventes foram retirados dos escombros, prosseguindo as operações de resgate.

Com a atualização do número de vitimas na capital, de 100 para 115, no total o sismo provocou 253 mortos e mais de 2.000 feridos, além de uma centena de desaparecidos.

O secretário da Administração mexicano, Miguel Osorio Chong, disse que as operações de busca “não vão parar até se conseguir a localização e o resgate” dos desaparecidos, que “muito possivelmente estão entre os escombros” dos muitos edifícios que colapsaram devido ao sismo.

O governante mexicano admitiu que a chuva que caiu nas últimas horas tem estado a perturbar as operações de busca. Miguel Osorio Chong disse que, passada a fase de emergência, as autoridades vão fazer uma verificação “casa a casa” dos danos provocados pelo sismo.

Após essa fase, serão retirados os escombros, uma operação que Osorio Chong admitiu que se prolongará por várias semanas, porque são “milhares de toneladas”, e arrancará de imediato a reconstrução dos edifícios afetados.

”Neste momento, o mais importante é pôr a salvo toda a população”, frisou Osorio Chong, citado pela agência espanhola Efe.

A Marinha mexicana desmentiu, entretanto, a presença de uma menina com vida sob os escombros de uma escola na Cidade do México, depois de as operações para a resgatar terem emocionado o país e o mundo. Um porta-voz da Marinha, que coordenou as operações na escola, disse que há indícios de que uma pessoa poderá estar viva entre os escombros, mas que será uma funcionária e não uma aluna. A mesma fonte disse que 11 alunos foram retirados com vida da escola, onde morreram 19 crianças e seis adultos.

A alegada menina soterrada numa escola, cujos dedos foram vistos na quarta-feira a agitar-se por entre os escombros, tornou-se um símbolo de esperança que levou milhares de profissionais e voluntários a trabalhar freneticamente em dezenas de edifícios destruídos em toda a capital e nos estados vizinhos em busca de sobreviventes ao sismo.

A marinha mexicana anunciou esta manhã que recuperou o cadáver de um funcionário da escola Enrique Rebsamen, mas não conseguiu ainda chegar à menina encurralada sob os escombros.

As equipas de resgate estão a remover pó e pedras ao ritmo de um balde de cada vez e passam um ‘scanner’ sobre os escombros de hora a hora, para ver se há sinais de calor que possam indicar a presença de sobreviventes soterrados.

Pouco antes de amanhecer, a pilha de escombros do edifício escolar estremeceu, levando aqueles que ali estavam a trabalhar a afastar-se à pressa, temendo que abatesse.

“Estamos a apenas alguns metros de chegar às crianças, mas não conseguimos aceder-lhes até que o local esteja escorado”, disse Vladimir Navarro, um funcionário da universidade exausto por ter trabalhado toda a noite.

“Com o estremecimento que houve, [a pilha de escombros] está muito instável e é perigoso tomar qualquer decisão”, acrescentou.

O Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, decretou três dias de luto nacional, enquanto soldados, polícias, bombeiros e cidadãos comuns continuam a escavar nos escombros, às vezes com as mãos, outras vezes com gruas e retroescavadoras para retirar grandes pedaços de cimento.

“Ainda se ouvem pessoas a gemer. Há mais três pisos cujos escombros temos de remover e ainda ouvimos pessoas lá”, disse Evodio Dario Marcelino, um voluntário que está a trabalhar com dezenas de outros num edifício de apartamentos que ruiu.

Depois de anunciar que 52 pessoas foram resgatadas com vida desde o sismo, o departamento de Desenvolvimento Social da cidade do México escreveu, num ‘tweet’: “Não vamos parar”.

É uma corrida contra o tempo, advertiu o Presidente mexicano noutro ‘tweet’, sublinhando que “cada minuto conta para salvar vidas”.

Além das 115 mortes confirmadas pelas autoridades locais na cidade do México, a Agência Federal de Defesa Civil indicou que mais 69 pessoas morreram no estado de Morelos, a sul da capital, e outras 43 no estado de Puebla, a sudeste, onde se situou o epicentro do sismo.

As restantes 18 mortes ocorreram no estado do México, que rodeia a cidade do México por três lados, e nos estados de Guerrero e Oaxaca.

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Operação Marquês: Defesa de Sócrates opôs-se à anexação aos autos de parte do caso PT/GES

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

A defesa manifestou -se contra a oposição às conexões processuais destinadas a juntar segmentos do caso PT/GES ao inquérito Operação Marquês, em que José Sócrates é arguido.

A defesa de José Sócrates manifestou hoje ao Ministério Público e ao juiz Carlos Alexandre oposição às conexões processuais destinadas juntar segmentos do caso PT/GES ao inquérito Operação Marquês, em que o ex-primeiro-ministro é arguido.

A revelação foi feita em conferência de imprensa, em Lisboa, pelos advogados João Araújo e Pedro Delille, a propósito dos últimos desenvolvimentos ocorridos na investigação da Operação Marquês.

João Araújo referiu que só na semana passada é que os advogados do antigo líder do PS foram notificados da decisão, no início de agosto, dos procuradores do processo de apensar à Operação Marquês parte ou segmentos da investigação relacionada com o investimento da PT (900 milhões de euros) em papel comercial (Rioforte) do Grupo Espírito Santo.

“Estas apensações são absolutamente ilegais e descabidas“, criticou João Araújo, considerando que as mesmas, além de “nulas”, violam também as “decisões hierárquicas” da Procuradora-Geral da república (PGR) quando decidiu prorrogar o prazo para a conclusão do inquérito da Operação Marquês.

Em seu entender, a estratégia do MP de embrulhar na Operação Marquês factos relativos ao caso PT/GES, que envolve os antigos administradores da operadora de telecomunicações Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, demonstra que, ao fim de “destes anos todos”, o MP “não tem provas, nem factos” contra o antigo primeiro-ministro.

João Araújo argumentou ainda que a apensação de segmentos do caso PT/GES à Operação Marquês visa unicamente “manter vivas” imputações contra José Sócrates, que mais não são que um “processo político contra o ex-primeiro-ministro” e o seu governo de então.

Reiterou ainda que José Sócrates nada teve a ver com os negócios da PT e que os mesmos ocorreram já depois de ele ser chefe do Governo.

Por seu lado, Pedro Delille considerou que a intenção do MP ao juntar segmentos do processo PT/GES à Operação Marquês é a de evitar que “se esclareça a verdade”, alertando ainda para a “violação clara da lei” que configura a inquirição como testemunhas na Operação Marquês de arguidos e testemunhas que pertencem a outro processo.

Só o apenso principal do caso PT trouxe mais de 3.000 folhas à Operação Marquês, indicou Pedro Delille, insurgindo-se contra a construção de megaprocessos que irão arrastar-se durante muitos anos nos tribunais.

João Araújo defendeu que as decisões do MP de apensar segmentos de outros processos (PT/GES e Monte Branco) à Operação Marquês são “extremamente perigosas para o Estado e para a administração da Justiça”, pois, em sua opinião, “não se podem transferir bocados de processos para outra investigação”. Senão, disse, estão a “acrescentar nulidades às nulidades já existentes”.

A defesa de Sócrates insiste que a Operação Marquês já violou todos os prazos legais para a conclusão do inquérito e que a investigação devia ser rapidamente concluída com os factos relativos ao Grupo Lena e à Quinta do Lago que justificaram as imputações inicialmente feitas a José Sócrates.

Questionado sobre se José Sócrates tinha sido chamado pelos procuradores da Operação Marquês para ser novamente inquirido, Pedro Delille garantiu que não, observando que, em contrapartida, o MP tem ouvido como testemunhas na Operação Marquês pessoas que são arguidas nos inquéritos Monte Branco e Universo BES/GES.

“A lei proíbe que (essas pessoas) sejam ouvidos como testemunhas”, frisou Pedro Delille.

Na “Operação Marquês”, o ex-primeiro-ministro José Sócrates está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que investiga crimes económico-financeiros e que tem 25 arguidos: 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena.

Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

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Wall Street no vermelho. Apple e Fed pesam

Os três principais índices bolsistas norte-americanos fecharam no vermelho. A Apple caiu mais de 1%, ajudando a pressionar o desempenho das restantes tecnológicas.

As ações norte-americanas encerraram no vermelho, condicionadas pelo deslize da Apple, mas também pela indicação da Reserva Federal norte-americana (Fed) de que deverá subir juros ainda este ano apesar da baixa inflação.

O índice S&P 500 recuou 0,3%, para terminar nos 2.500,6 pontos, protagonizando a primeira queda em cinco sessões. Por sua vez, o Dow Jones e o Nasdaq encerraram com perdas de 0,52% e 0,24%, para os 6.422,69 e 22.359,23 pontos, respetivamente.

O rumo das ações norte-americanas foi condicionado pelo deslize dos títulos do setor tecnológico, que foi arrastado pelas perdas da Apple. As ações da gigante tecnológica recuaram 1,13%, para os 128,4 dólares, condicionadas pelo negócio da Google que vai pagar 1,1 mil milhões de dólares para ficar com o negócio móvel da HTC.

O resultado da última reunião da Fed que terminou esta quarta-feira também ajudou a pressionar a evolução das ações. Apesar de manter os juros, a entidade liderada por Janet Yellen prevê uma terceira subida dos juros ainda antes do final do ano, enquanto arranca com o início da retirada dos estímulos económicos já em outubro, o que surpreendeu o mercado.

Os mercados estiveram ainda atentos às tensões relacionadas com a Coreia do Norte, depois de Donald Trump ter dado ordem nesta quinta-feira para a imposição de novas sanções a empresas, bancos e pessoas individuais que fazem negócio com o país.

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5 sugestões para uma escrita simples de estatística

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

Tome nota das dicas para transformar números complicados em mensagens simples.

Se os números complicados são, para si, um bicho-de-sete-cabeças, o ECO e a Fundação Francisco Manuel dos Santos com o livro Que número é este? dão uma ajuda. Tome nota das dicas para transformar números complicados em linguagem que toda a gente vai perceber.

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Em ano de autárquicas, quanto pedem as câmaras de IMI?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 21 Setembro 2017

A maioria das autarquias não mexeu na taxa de imposto a pagar este ano. Quase um terço reduziu o IMI, num cenário em que a taxa máxima também desceu. Aumentos não houve.

Nenhuma autarquia decidiu aumentar a taxa de IMI a pagar este ano. Por outro lado, a taxa recuou em quase uma centena de municípios, num cenário em que o imposto máximo também desceu.

A maior parte dos concelhos — quase metade — aplica em 2017, por referência a 2016, a taxa mínima de IMI: 0,3%. Num ano marcado por eleições autárquicas, as notícias parecem positivas para os proprietários. Aliás, nos últimos anos, a tendência já apontava para a manutenção das taxas e até para algumas descidas (46 no ano passado), de acordo com o Jornal de Negócios. Este ano são mais, numa altura em que também a taxa máxima desceu de 0,5% para 0,45%. No entanto, há exceções.

De acordo com o levantamento feito pelo ECO tendo por base os dados publicados no Portal das Finanças, 99 câmaras reduziram — umas de forma mais visível, outras com ajustes mais pequenos — a taxa de IMI a pagar em 2017. Destas, três dezenas praticavam, em 2016, o anterior máximo de 0,5%, até porque algumas estavam em dificuldades financeiras e abrangidas por programas específicos. Este limite, aliás, continua a poder ser aplicado no caso de autarquias com programas de apoio à economia local ou de ajustamento. Alandroal, Vila Nova de Poiares ou Celorico da Beira contam com uma taxa de 0,5%.

O recuo das taxas está também ligado às eleições? “Pode ter a ver com ano de eleições mas pode haver outro aspeto importante: nos últimos anos tem havido uma avaliação geral do património urbano, o que leva a que, apesar de as taxas serem as mesmas, a base tributável, e portanto, a receita, possa subir, mesmo com uma pequena redução da taxa”, diz Miguel Puim, fiscalista da EY.

Ricardo Almeida, da Deloitte, indica que as autárquicas até podem pesar na decisão, mas destaca antes as condições financeiras. “Há um dado importante que tem a ver com o nível de endividamento das autarquias. Se pensarmos na autarquia de Lisboa, ultimamente a estratégia tem sido a de fixar uma taxa relativamente baixa, com uma taxa mínima de 0,3%”, até porque “os próprios prédios foram avaliados recentemente” e assim já têm uma base tributável mais elevada, diz. Mas a alguns quilómetros de distância, a situação difere. Mafra, por exemplo, “é uma autarquia que historicamente tem um nível de endividamento bastante elevado” e há menos espaço “para praticar uma taxa mais baixa”, refere o fiscalista. Aqui, aplica-se o valor mais elevado (0,45%).

Percentagem de municípios que aplicam as diferentes taxas de IMI

Fonte: Portal das Finanças e ECO. Nota: quando as taxas diferem entre freguesias o concelho é contabilizado mais do que uma vez.

O Código do IMI prevê uma dedução fixa para as famílias com dependentes, que pode aligeirar os encargos com este imposto no caso de habitação própria e permanente. Isto se a autarquia escolher aplicar a medida. Este ano, a redução é de 20, 40 ou 70 euros, para famílias com, respetivamente, um, dois e três ou mais dependentes. A maioria das câmaras opta por dar este bónus aos agregados, mesmo que em alguns casos a redução não abranja todas as situações. Em 2016, a dedução tinha moldes diferentes: consoante o número de filhos, o IMI podia baixar até 10%, 15% ou 20%.

A taxa pode ainda ser majorada ou minorada em situações específicas, nomeadamente em caso de reabilitação urbana.

As taxas de IMI são definidas em Assembleia Municipal e devem ser comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira para vigorarem no ano seguinte. O IMI a pagar em 2017 refere-se assim a 2016; para 2018, ainda são poucos os concelhos com informação no Portal das Finanças. A taxa para os prédios rústicos não difere, sendo de 0,8%.

Em termos fiscais, as autarquias contam ainda com o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e a participação variável no IRS, mas estes revestem-se de algum instabilidade, considera Miguel Puim. Já o “IMI é um imposto que tem uma eficiência máxima nesse sentido”, já que “atribui uma receita certa ou bastante previsível — mesmo que as pessoas decidam transacionar o imóvel, alguém há-de ser proprietário e continuará a pagar o IMI”, continua.

Por isso, o fiscalista entende que será esta “cada vez mais a fonte de financiamento fiscal que os municípios irão privilegiar”. E isto “pode levar a algumas distorções”, diz. Por um lado, “porque muitas vezes acaba por sobretributar a habitação”, que é o “grande ativo que as famílias na generalidade têm”. Por outro, porque o próprio imposto “apresenta algumas distorções até na sua fórmula de cálculo, já que depende do valor patrimonial tributário, que pode estar bastante desajustado em relação ao benefício”, conclui o especialista.

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Diretor da Jerónimo Martins detido na Colômbia por suspeitas de corrupção

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

Pedro Coelho, alto quadro da Jerónimo Martins e diretor de operações da Ara a nível mundial foi detido por suspeita de corrupção. Foi a própria empresa que denunciou o caso.

As autoridades colombianas anunciaram a detenção de Pedro Coelho, até agora diretor de operações da Ara, detida pela Jerónimo Martins, por suspeita de corrupção.

Pedro Jorge Marqués Silvestre Dacosta Coelho é acusado de pedir às empresas que se relacionavam com o grupo um montante entre 14 e 22 mil euros, para estas conseguirem contratos relacionados com a construção de lojas na Colômbia.

As autoridades colombianas suspeitam de que Pedro Coelho pediu a um dos construtores que pagasse 5,7 mil euros à sua mulher e que lhe atribuísse um cargo na empresa, sem que esta necessitasse de trabalhar.

Em comunicado no seu ‘site’, a Fiscalía colombiana refere que, de acordo com as provas recolhidas, Pedro Coelho chegou a pedir a um dos empreiteiros que remodelasse o seu apartamento em Bogotá, recebendo, em contrapartida, novos contratos.

Contactada hoje pela Lusa, a Jerónimo Martins confirmou a detenção do até agora diretor de operações da Ara, recordando que a Jerónimo Martins Colômbia já “tinha denunciado às autoridades a existência de um potencial caso de corrupção privada, em benefício do próprio e em prejuízo da companhia, detetado pelos sistemas internos”.

A fonte oficial da Jerónimo Martins contactada pela Lusa escusou-se a fazer mais comentários, alegando que o processo está curso, sob a condução das autoridades colombianas.

O Grupo Jerónimo Martins está presente na Colômbia com a cadeia de supermercados Ara.

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