Maior gestora de ativos do mundo reforça no BCP

Na primeira comunicação ao mercado após o aumento de capital, a BlackRock revela que passou a ter uma participação qualificada no capital do banco. Tem mais de 3% do BCP.

A BlackRock aproveitou o aumento de capital para reforçar a sua posição no banco liderado por Nuno Amado. A maior gestora de ativos do mundo passou, com esta operação de recapitalização no valor de 1.330 milhões de euros, a ter uma participação qualificada no capital do Banco Comercial Português.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a gestora que tinha menos de 2% do capital do banco revela que passou, a 2 de fevereiro, a ter 3,01% do BCP. Tem 2,41% através de ações, sendo a restante participação detida através de outros instrumentos financeiros.

A gestora aproveitou a operação de recapitalização do banco para reforçar a sua posição, tal como o fizeram outros acionistas da instituição liderada por Nuno Amado. O ECO sabe que o conglomerado chinês Fosun aumentou a participação para entre 23% e 24% no BCP, enquanto a Sonangol acompanhou a operação na mesma proporção que tinha.

Guo Guangchang comprometeu-se em aumentar a posição até aos 30% no âmbito do aumento de capital, mas não conseguiu chegar a essa posição tendo em conta a forte procura registada pelos novos títulos do BCP. A operação foi “totalmente subscrita”, sendo que o número total de ações solicitadas pelos investidores acabou por superar em 22% o número de títulos em oferta no âmbito do aumento de capital de 1.330 milhões de euros.

Enquanto a Fosun reforçou, embora menos que o pretendido, a EDP e a Sonangol mantiveram as suas posições no banco liderado por Nuno Amado. Mas os angolanos já fizeram saber que vão aumentar a exposição “nos próximos meses”, de uma forma faseada.

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Estado poupa 1.200 milhões com subsídio de desemprego

  • ECO
  • 6 Fevereiro 2017

A redução de beneficiários e as mudanças nas regras contribuíram para uma redução de 45% na despesa do Estado com a prestação paga a desempregados.

A redução de beneficiários do subsídio de desemprego permitiu ao Estado poupar 1200 milhões em 2016, avança esta manhã o Diário de Notícias. No ano passado o valor alocado ao pagamento da prestação a desempregados estabeleceu-se nos 1,51 milhões de euros, menos 45% do que em 2013, o pico da crise do desemprego.

A despesa acompanhou o trajeto da taxa de desemprego que está em mínimos desde 2009. Como fatores principais desta diminuição da despesa apresentam-se a retoma da atividade económica, bem como mudanças nas regras das prestações de desemprego.

Além disto, o número de desempregados inscritos no IEFP diminuiu 30,5% entre 2013 e 2016, bem como os beneficiários do subsídio que contou com uma diminuição de 41,5%. Para encontrarmos valores como estes teríamos de recuar a 2008, ano em que a crise financeira se instalou.

Ainda não é suficiente

Em entrevista ao diário, Nuno Raposo e Carlos Pereira da Silva, dois especialistas na área do trabalho, afirmam que esta poupança ainda não é suficiente para a manutenção da Segurança Social, tendo o último afirmado que o sistema precisa de reformas profundas.

Recorde-se que o Ministério do Trabalho já confirmou que vão ser feitas mudanças à lei para impedir que desempregados que recebam o valor mínimo do subsídio sejam afetados por um corte de 10%, mas estas só vão ser postas em prática em 2018. O Bloco de Esquerda também se junta às vozes que afirmam que isto não chega, afirmando que tem de se ir mais além deste corte.

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Lojas históricas com mais de 25 anos terão proteção nas rendas

  • ECO
  • 6 Fevereiro 2017

Por proposta do PS, o Parlamento está a preparar uma lei para reconhecer lojas com interesse histórico ou cultural a nível local. Haverá novas regras para rendas e benefícios fiscais para senhorios.

As lojas históricas e estabelecimentos de interesse histórico ou cultural local terão, em breve, um novo regime de reconhecimento e proteção no arrendamento e na realização de obras. A notícia está a ser avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que teve acesso ao diploma apresentado pelo PS e que vem substituir um projeto de lei semelhante datado de março de 2016.

A lei tem como objetivo proteger aqueles espaços históricos que representem um interesse especial ao nível local — nomeadamente, lojas com história, espaços de comércio tradicional, entidades de interesse histórico e por aí em diante. O diploma prevê “um período transitório de dez anos para os arrendamentos antigos cujas rendas sejam atualizadas”, bem como “mais cinco anos durante os quais as rendas só poderão subir com a inflação”, de acordo com o jornal.

Espaços com pelo menos 25 anos poderão, por iniciativa autárquica, do proprietário ou de uma associação de defesa patrimonial, submeter-se a este novo regime. Além disso, as Câmaras Municipais deverão, ao abrigo desta lei, fazer um levantamento dos espaços que encaixem nestes critérios, sendo que os municípios terão de aprovar regulamentos municipais que os reconheçam como espaços de interesse no âmbito dos critérios definidos.

E que critérios são esses? O Jornal de Negócios cita alguns: são espaços com “significado para a história da cidade”, com “identidade própria”, que sejam “uma referência local decorrente a presença continuada” e “únicos no quadro das atividades prosseguidas” — outros critérios especiais podem ser definidos pelas próprias autarquias, no âmbito daquilo que é a realidade de cada concelho.

Ao ser desencadeado o processo de reconhecimento, terá ainda de haver consulta pública de 20 dias. A ser aprovado, terá uma validade de quatro anos, automaticamente renovável. Após isto, os senhorios deverão ter benefícios fiscais, possivelmente só a partir de 2018. Para as entidades abrangidas, por exemplo, uma renda antiga não poderá ser aumentada acima de 1/15 do valor patrimonial do imóvel. Ainda há abertura a alterações à proposta, que deverá começar a ser debatida no Parlamento em breve.

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Sistema Nacional de Saúde continua a dar prejuízo

  • ECO
  • 6 Fevereiro 2017

O SNS registou um défice de quase 200 milhões de euros no ano passado. Porquê? Custos relacionados com a reposição de vencimentos e com a contratação de mas profissionais.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a dar prejuízo. A Direção Geral do Orçamento diz que o SNS registou, em 2016, um défice de quase 200 milhões de euros. Apesar de o saldo ainda ser negativo, houve uma diminuição em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de não questionar os dados, o deputado do PSD Miguel Santos salienta que é necessário interpretar os números.

O Diário de Notícias avança que o SNS fechou o ano passado com um prejuízo de 199 milhões de euros. O número representa uma melhoria de 172 milhões em relação ao período homólogo. Mas como? O jornal diz que, segundo a explicação da execução orçamental para 2016, a variação positiva resultou principalmente do aumento de transferências correntes. Mas estes dados ainda podem ser alterados, como aconteceu nos anos anteriores, relembra o DN.

Já do lado da despesa, o aumento está relacionado com custos de reposição de vencimentos e com a contratação de mas profissionais para o SNS. As despesas com os exames também cresceram. O DN questionou o Ministério da Saúde sobre os valores referentes ao ano passado, mas não obteve respostas.

PSD: “É preciso interpretar os números”

Sem questionar estes dados, Miguel Santos, vice-presidente do grupo parlamentar do PSP e membro da Comissão Parlamentar de Saúde, deixa claro: “É preciso ver o que está por trás dos números”. O deputado refere que houve um agravamento em dezembro de 2015, no primeiro mês de gestão do atual Governo.

“O saldo de 2015 agravou-se durante dezembro, o primeiro mês de governação deste governo. Uma das primeiras decisões que tomaram foi antecipar para dezembro custos de 2016 e que diziam respeito ao medicamento inovador da hepatite C e por outro lado, havia receita que devia ter sido registada em dezembro e só foi registada em fevereiro de 2016, notas de crédito da indústria farmacêutica. Isso permitiu uma almofada para 2016 e mesmo assim, chegaram ao final do ano com um défice superior a 400 milhões de euros. Em dezembro receberam uma receita extraordinária das finanças de 200 milhões de euros e por isso o governo apresenta um resultado final de menos 199 milhões”, refere o deputado ao jornal.

Miguel Santos também não está muito otimista em relação a este ano. “Acho que há dívida assumida que irá aparecer em 2017 e que se chegará ao final do ano com um défice de 400 milhões. O ministro prometeu que terminava 2016 com um número recorde de inovadores aprovados. Cumpriu, mas foram todos aprovados em dezembro. Agora vem a fatura. Isto é uma bola de neve e não sei se o Governo tem noção do impacto financeiro que vai ter“, defende.

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Deutsche Bank pede desculpa por “erros sérios” em anúncios nos jornais alemães

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

O banco comprou anúncios de página inteira nos principais jornais alemães durante o fim de semana para pedir desculpa pelos erros cometidos na última década nos EUA.

O Deutsche Bank comprou anúncios de página inteira nos principais jornais alemães durante o fim de semana para pedir desculpa pelos “erros sérios” cometidos nos Estados Unidos (EUA) na década passada, que causaram elevados prejuízos ao maior banco alemão.

Os anúncios são assinados pelo presidente executivo do Deutsche Bank, John Cyran, em nome da atual administração, e apontam para os danos ao nível da “reputação e confiança” na instituição, a que se somam os cerca de cinco mil milhões de euros de perdas assumidas desde que o responsável assumiu a instituição, em 2015, devido à “má conduta de alguns” trabalhadores, sensivelmente dez anos antes.

Lamentamos profundamente (…) que a conduta do banco não tenha seguido os nossos padrões” em relação ao negócio hipotecário nos EUA entre 2005 e 2007, algo que foi “inaceitável”, assinalou o líder do Deutsche Bank, citado pela agência de informação financeira Bloomberg.

John Cyran assegurou ainda que a atual equipa de gestão vai fazer tudo o que está ao seu alcance para “prevenir que estes acontecimentos voltem a acontecer”.

Em meados de janeiro, as autoridades norte-americanas revelaram que o Deutsche Bank vai pagar 7,2 mil milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) para encerrar os processos judiciais derivados da venda de títulos hipotecários tóxicos.

O banco alemão, que já tinha adiantado esta quantia ao divulgar a existência de um princípio de acordo em dezembro, vai pagar uma multa de 33,1 mil milhões de dólares e destinar 4,3 mil milhões de dólares para os clientes prejudicados por estes títulos.

“Esta solução torna o Deutsche Bank responsável pela sua conduta ilegal e pelas suas práticas de crédito irresponsáveis, que causaram danos sérios e prolongados”, assinalou na altura a Procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, que recordou que o banco “contribuiu diretamente para uma crise financeira internacional”.

Depois, a 31 de janeiro, foi a vez de as autoridades de Nova Iorque chegarem a acordo com o Deutsche Bank para que este pague uma multa de 425 milhões de euros por lavagem de dinheiro através das sucursais de Londres e Moscovo.

Vários gigantes das finanças norte-americanas, como o Goldman Sachs, o Bank of America ou o Citigroup, pagaram nos últimos anos milhares de milhões de dólares para encerrar as investigações judiciais abertas nos Estados Unidos.

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Ministros da Defesa reúnem-se no Porto para discutirem estado atual da NATO

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

Os ministros da Defesa de Portugal, Espanha, França e Itália reúnem-se no Porto para debater temas-chave para a estratégia de segurança como o estado atual da NATO e as relações transatlânticas.

Os ministros da Defesa de Portugal, Espanha, França e Itália reúnem-se na hoje no Porto para debater temas-chave para a estratégia de segurança como o estado atual da NATO e as relações transatlânticas.

Antecipando a reunião, que decorrerá no Palácio da Bolsa, o ministro da Defesa português, Azeredo Lopes, sustentou que seria “um desastre” se o papel da NATO diminuísse e defendeu o reforço das capacidades europeias, posições que levará hoje ao encontro dos países do “Quarteto do Sul”.

“Portugal defende muito claramente a organização e considera que seria um desastre se porventura o seu papel fosse diminuído“, afirmou o governante à agência Lusa, antecipando o encontro, no qual receberá os ministros da Defesa de Espanha, França e Itália. Um desastre “porque desde há décadas a organização tem conseguido garantir a defesa dos países europeus e dos que são membros da organização como os EUA e o Canadá”, frisou o ministro português.

"Portugal defende muito claramente a organização e considera que seria um desastre se porventura o seu papel fosse diminuído (…) porque desde há décadas a organização tem conseguido garantir a defesa dos países europeus e dos que são membros da organização como os EUA e o Canadá”

Azeredo Lopes

ministro da Defesa português

O encontro de segunda-feira antecede a reunião dos ministros de Defesa dos 28 países da NATO, dias 15 e 16, em Bruxelas, na qual, sublinhou, estará presente pela primeira vez o novo secretário da Defesa norte-americano, o general reformado James Mattis. Azeredo Lopes admitiu “uma certa expectativa” sobre a posição da nova administração norte-americana em relação ao futuro da NATO, considerando que os EUA representam 75 por cento das capacidades da Aliança Atlântica.

“Havendo coisas que, no nosso entender, poderão ser aperfeiçoadas, é preferível que assim seja do que estar a desqualificar a organização, isso iria enfraquecê-la”, disse Azeredo Lopes.

De acordo com uma nota do Ministério da Defesa português, os ministros dos países do “Quarteto do Sul” vão reunir-se no Palácio da Bolsa, no Porto, “com o objetivo de concertar posições sobre quatro temas-chave para a segurança e defesa do ‘flanco sul’”. “O estado da Aliança Atlântica e perspetivas futuras, o modelo de atuação da NATO para o Sul, as relações transatlânticas e a implementação da Estratégia Global da União Europeia em matéria de segurança e defesa”, são os temas-chave em discussão.

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Lady Gaga apela à igualdade no espetáculo de intervalo da Super Bowl

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2017

Os palpites apontavam para um espetáculo com política à mistura e Lady Gaga cumpriu. Na final da Super Bowl, os Patriots ganharam, mas a igualdade de direitos também teve direito a holofotes.

A cantora Lady Gaga iluminou hoje a Super Bowl com uma atuação que incluiu mensagens patrióticas e referências subtis à integração de diferentes grupos, incluindo os homossexuais, afroamericanos e latinos, mas sem alusões diretas à administração Trump.

O concerto de Lady Gaga na final da Liga norte-americana de futebol americano – a Super Bowl – incluiu jogos de pirotecnia e cerca de 300 ‘drones’.

A estrela da pop tinha prometido um concerto “interessante e emocionante” que teria como únicas mensagens políticas as mesmas que tem defendido durante a sua carreira: a necessidade de igualdade e a ideia de que “o espírito deste país [EUA] é de amor, compaixão e amabilidade”, conforme declarações ao The New York Times.

Numa altura de divisão política nos Estados Unidos, Lady Gaga quis apelar à unidade patriótica, tendo iniciado o concerto com um mix do hino “God Bless America”, a canção “This Land Is Your Land” e o juramento de fidelidade à bandeira norte-americana.

A cantora optou por mensagens políticas subtis, como a sua “Born This Way”, uma canção em defesa dos homossexuais, e uma breve entoação no início do espetáculo de “This Land Is Your Land”, uma ode antifascista escrita em 1940 pelo cantor Woody Guthrie, que se tornou um hino alternativo dos EUA.

Também abraçou uma jovem afroamericana do público enquanto cantava “stay” (fica), o último verso da sua nova canção “Million Reasons”, a qual interpretou ao piano.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, assistiu ao espetáculo no próprio estádio, em Houston (Texas), enquanto o Presidente, Donald Trump, viu a partida da Super Bowl durante uma festa em West Palm Beach (Florida), onde passou o fim de semana na sua mansão.

Os New England Patriots venceram a 51.ª edição do Super Bowl, ao baterem no domingo os Atlanta Falcons por 34-28, após o primeiro prolongamento de sempre e depois de estarem a perder por 25 pontos, em Houston.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A semana que arranca hoje continuará a ser marcada pela apresentação de resultados empresariais. Na política, começa a aquecer a campanha eleitoral em França e na Alemanha.

O italiano Mario Draghi vai apresentar contas sobre o seu programa de compra de ativos, numa semana em que as empresas também vão continuar a prestar contas sobre o exercício de 2016.

Mario Draghi fala no Parlamento Europeu

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, vai estar hoje no Parlamento Europeu para falar aos eurodeputados por volta das 14h em Lisboa. Segue-se uma sessão de perguntas e respostas. O líder do BCE deverá falar das expectativas sobre as taxas de juro na Zona Euro e do programa de compra de ativos atualmente em curso.

Parlamento britânico analisa lei do Brexit

A Câmara dos Comuns arranca hoje com uma maratona de três dias para analisar ao detalhe a lei que vai dar poder a Theresa May para desencadear o Brexit. Na semana passada, o Parlamento votou no sentido de dar à primeira-ministra o poder de invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa junto da Comissão Europeia e, assim, desvincular o Reino Unido da União Europeia.

Empresas apresentam resultados

Esta segunda-feira é dia de a Toyota e a Ryanair apresentarem resultados relativos ao quarto trimestre e, assim, fecharem as contas do ano passado. A Toyota foi uma das empresas que esteve na mira de Donald Trump por ter anunciado que iria recentralizar a produção do modelo Corolla no México. No entanto, as ameaças fizeram-se valer e a empresa japonesa garantiu que vai investir dez mil milhões de dólares nos Estados Unidos nos próximos cinco anos.

BCE apresenta balanço mensal

Hoje é também o dia de o BCE apresentar o balanço mensal do programa de quantitive easing relativo ao mês de janeiro. O relatório irá pôr a descoberto o ritmo de compra de ativos da instituição liderada por Mario Draghi.

Preparativos para eleições na Europa

Esta segunda-feira, a chanceler alemã Angela Merkel e o antigo ministro alemão para a Alimentação, Agricultura e Proteção do Consumidor Horst Seehofer darão uma conferência de imprensa conjunta após uma reunião acerca da estratégia eleitoral que Merkel irá seguir nas eleições federais deste ano, na Alemanha. Em França, o candidato presidencial Emmanuel Macron, da ala mais à esquerda, irá andar por Paris e deverá revelar alguns detalhes acerca da candidatura às presidenciais deste ano em França.

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Porta-giratória: entra público, sai privado

  • Margarida Peixoto
  • 6 Fevereiro 2017

A contratação de Carlos Albuquerque, ex-diretor de Supervisão do Banco de Portugal, para a Caixa Geral de Depósitos é só a última polémica sobre a troca do terreno público pelo privado. Mas há mais.

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Entra ministro, sai empresário. Entra supervisor, sai banqueiro. Ou entra banqueiro e sai supervisor. A vida de quem exerce cargos de topo no setor público é agitada. E por isso não faltam casos de contratações polémicas entre público e privado. A mais recente é a saída de Carlos Albuquerque da direção do departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal, para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Mas está longe de ser a única. O ECO recorda-lhe mais dez casos que deram que falar.

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Carlos Albuquerque: da supervisão para a Caixa

Carlos Albuquerque deixou as funções de diretor do Departamento de Supervisão do Banco de Portugal a 31 de janeiro. Porquê? Porque foi convidado por Paulo Macedo — ex-ministro da Saúde, ex-diretor-geral dos Impostos, ex-vice-presidente do BCP e atual presidente da Caixa Geral de Depósitos — para a administração da CGD.

O regulador aceitou a saída de Albuquerque, mas exigiu o cumprimento de um período de nojo, com duração de pelo menos seis meses, antes de o gestor iniciar funções no banco público. A ideia é que a informação confidencial a que teve acesso nas suas funções de vigilância da saúde financeira dos bancos (e, portanto, de toda a concorrência da Caixa) perca atualidade.

Durante este período de “cooling off”, conforme lhe chamou Paulo Macedo, Carlos Albuquerque vai trabalhar “num projeto externo de solidariedade social, ligado ao tema do sobre-endividamento”, adiantou o Banco de Portugal. O nome do gestor tem ainda de ser aprovado pelo BCE.

Esta não é a primeira vez que Albuquerque troca de campo: antes de entrar no Banco de Portugal, o gestor estava no BCP, onde foi responsável pelo sistema de controlo interno. Foi aqui que conheceu Paulo Macedo.

Luís Costa Ferreira: da consultoria para a supervisão

É um efeito colateral da saída de Carlos Albuquerque. E que é, ele próprio, polémico. Luís Costa Ferreira já tinha sido diretor do Departamento de Supervisão Prudencial do Banco de Portugal. Abandonou o cargo em 2014, para ir para a PwC. Já nesta altura a sua contratação pela consultora gerou polémica, porque a PwC foi escolhida pelo regulador para auditar o Novo Banco, na sequência da medida de resolução do BES.

Costa Ferreira foi acompanhado por Pedro Machado, então diretor-adjunto do mesmo departamento no banco central. Enquanto esteve na consultora, liderou a equipa que trabalhou, por exemplo, com a Caixa Geral de Depósitos, o Montepio, o BPI ou o Haitong Bank, foi revelando a imprensa.

Agora, regressa ao cargo de diretor do Departamento de Supervisão do Banco de Portugal e volta a supervisionar instituições que esteve a auditar.

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José de Matos: da supervisão para a banca

Entra na lista não por ter gerado grande polémica, mas por ser outro exemplo da passagem do Banco de Portugal para a banca. José de Matos era vice-governador do banco central quando foi escolhido por Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar — primeiro-ministro e ministro das Finanças do Governo PSD/CDS-PP — para presidir à Caixa Geral de Depósitos.

Conforme mostra o seu perfil do Linkedin, José de Matos saiu do BdP em julho de 2011 e entrou direto na Caixa Geral de Depósitos. Contudo, importa sublinhar que José de Matos não tinha o pelouro da supervisão enquanto esteve no BdP. Na Caixa, a sua missão era liderar o banco público durante a aplicação do programa de resgate da troika. Esteve no cargo até agosto de 2016. E em setembro do ano passado regressou ao Banco de Portugal, como consultor.

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Maria Luís Albuquerque: do Governo para os negócios

Maria Luís Albuquerque assumiu a pasta das Finanças em 2013, na sequência da demissão de Vítor Gaspar. Enquanto fez parte do Executivo de Passos Coelho, a ex-ministra teve a tutela, por exemplo, do dossier do Banif. Cerca de dois anos depois, no final de 2015, saiu do Governo — e passados três meses já estava na calha para assumir funções na Arrow Global, uma empresa que gere crédito malparado.

A contratação de Maria Luís Albuquerque também gerou polémica polémica porque a ex-ministra tinha sido eleita como deputada da Assembleia da República — funções que queria manter. O caso foi avaliado pela comissão parlamentar de Ética, mas não foram identificadas incompatibilidades. O parecer da comissão foi aprovado pelo PSD e CDS (os dois partidos que se tinham coligado na legislatura anterior para suportar o Governo de que Maria Luís fez parte). O PS absteve-se e o PCP e o BE votaram contra.

Um dos pontos em análise foram os benefícios fiscais concedidos a três empresas do grupo da Arrow Global: a Whitestar, Redrock e Gesphone. Contudo, ficou demonstrado que os benefícios foram todos automáticos e regulares. Outro foi o facto de o Banif ter feito negócios com a gestora de crédito malparado durante o período em que Albuquerque tutelava a pasta das Finanças. A ex-ministra garante que só conheceu a Arrow em dezembro de 2015, já depois de ter saído do Governo.

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Ferreira Leite: das Finanças para o Santander de Negócios

Assumiu as funções de administradora não executiva do Banco Santander de Negócios, em 2006, dois anos depois de ter saído do cargo de ministra das Finanças. Foi coordenar a área de research macroeconómico do banco.

As novas funções geraram polémica porque o Governo tinha concedido ao Santander, pouco tempo antes de Ferreira Leite sair de funções, um regime de neutralidade fiscal à reestruturação do grupo Totta. Esteve no banco durante um ano e depois saiu para liderar o PSD.

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Carlos César: de governante a consultor

Quando a polémica da contratação de Maria Luís Albuquerque para a Arrow estalou, o caso foi comparado à situação de Carlos César e das suas relações com a Globestar, como contou o Observador. O ex-presidente do governo regional dos Açores saiu do cargo em outubro de 2012. Cerca de 14 meses depois, em janeiro de 2014, foi contratado como consultor da Globestar Systems Unipessoal. Esta empresa tinha fechado seis contratos com o governo regional dos Açores, por ajuste direto, dois dos quais durante a liderança de Carlos César. Mais tarde, já com Carlos César como consultor, a Globestar voltou a conseguir contratos com o governo regional dos Açores.

Perante a comparação deste caso ao de Maria Luís Albuquerque, o gabinete de imprensa do PS frisou que as funções de Carlos César não incluíam negócios com os Açores e notou que a Globestar Systems Unipessoal é detida pela Globestar System Inc, detida por um açoriano, David Tavares.

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Jorge Coelho: de ministro a empresário

O antigo ministro de Estado e do Equipamento Social de António Guterres foi muito criticado por ter assumido a presidência executiva da Mota-Engil, uma construtora que tinha celebrado vários contratos com o Governo de que Jorge Coelho fez parte. Jorge Coelho demitiu-se do Governo em 2001, na sequência da tragédia de Entre-os-Rios. Coordenou a campanha eleitoral do PS às legislativas de 2005 e assumiu a presidência da Mota-Engil em 2008.

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Vítor Gaspar: de vigiado a controlador

Foi o ministro das Finanças que marcou os primeiros anos do resgate da troika em Portugal — negociou com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional a aplicação do memorando à economia nacional. No verão de 2013, demitiu-se de funções. Menos de um ano depois foi para o FMI, para diretor do departamento de Assuntos Orçamentais. O caso gerou polémica.

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Joaquim Pina Moura: do governo para uma energética

Joaquim Pina Moura foi ministro da Economia e das Finanças no Governo de António Guterres. Enquanto ministro, reestruturou o setor energético, tendo promovido a entrada da empresa espanhola Iberdrola no capital da Galp. Depois de o Executivo de Guterres ter caído, Pina Moura assumiu a presidência da Iberdrola em Portugal.

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Ferreira do Amaral: de ministro a gestor

Enquanto ministro das Obras Públicas, nos governos de Cavaco Silva, Ferreira do Amaral negociou com a Lusoponte a concessão da Ponte Vasco da Gama. Depois, foi liderar a Lusoponte. Já tinham passado doze anos desde que Ferreira do Amaral tinha assumido funções públicas, mas mesmo assim o ex-governante não se escapou da polémica.

“Quanto tempo se devia esperar: 20, 25 anos? Penso que se trataria de um caso em que era negado o direito ao trabalho”, disse, quando confrontado com o assunto, em 2013, numa audição da comissão parlamentar de inquérito às parcerias público-privadas.

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Durão Barroso: da Comissão para o Goldman Sachs

Ao fim de dez anos, Durão Barroso saiu da presidência da Comissão Europeia para presidente não executivo do conselho de administração do Goldman Sachs International, o ramo que opera fora dos Estados Unidos. Além disso, também presta consultoria ao banco de investimento para o mercado norte-americano e acompanha os impactos do Brexit.

A contratação de Durão Barroso foi feita depois de o período de nojo ter sido cumprido (o mínimo são 18 meses) mas gerou muita polémica. O caso foi avaliado pela Comissão Europeia e o presidente Jean-Claude Juncker decidiu deixar de receber Barroso como ex-presidente e passar a considerá-lo como lobista.

Conforme foi revelado pelo Público, há emails que demonstram a proximidade do presidente do Goldman Sachs a Durão Barroso, desde os tempos em que liderava a cena política de Bruxelas. Os documentos mostram que o banco internacional fazia sugestões de alterações às políticas da União Europeia.

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BCP tem até dia 17 mas paga já ao Estado

O banco vai fazer já o último reembolso da ajuda estatal depois do sucesso com o aumento de capital em que obteve 1.330 milhões de euros.

Faltava devolver 700 milhões de euros dos três mil milhões que recebeu. Com o sucesso do aumento de capital, o BCP já tem o dinheiro para reembolsar o Estado. As regras dão tempo ao banco para pagar, mas Nuno Amado quer despachar já este último reembolso de uma ajuda que teve uma fatura pesada: cerca de mil milhões de euros.

A operação de aumento de capital ficou fechada a 3 de fevereiro, com o banco a conseguir os 1.330 milhões de euros que pretendia numa emissão de novas ações bastante concorrida. A procura superou em quase 23% o número total de novos títulos disponibilizados pela instituição liderada por Nuno Amado.

As novas ações entram em bolsa no dia 9, o último passo da operação cuja liquidação financeira acontece a 7 de fevereiro. Uma vez que o dinheiro dê entrada nos “cofres” do banco, o BCP tem dez dias para pagar ao Estado, ou seja, até 17, mas o ECO sabe que o banco vai fazê-lo já. Se não o comunicar antes, deverá anunciar no evento que decorrerá na Euronext Lisboa no dia de estreia dos novos títulos.

Última tranche

O BCP pagou 50 milhões de euros de CoCos no final do ano passado, ficando apenas a faltar estes 700 milhões. Ao pagar esta última tranche dos CoCos ao Estado, o BCP vai livrar-se finalmente destes instrumentos que permitiram a capitalização do banco em plena crise. Resolveu um problema, mas com um custo elevado.

Os CoCos tinham uma taxa crescente de ano para ano. Neste último ano, a taxa era em torno de 10%, mas o custo médio para o BCP foi de cerca de 6%, o que tendo em conta o valor total dos CoCos levou o banco a pagar nestes últimos anos uma fatura de mil milhões de euros.

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Marques Mendes: “Governo está paralisado”

O Executivo de António Costa “está a perder gás desde novembro, desde a aprovação do Orçamento do Estado”. A análise é de Marques Mendes na SIC.

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No seu comentário semanal na SIC, Luís Marques Mendes encontra três sintomas para diagnosticar uma “paralisia” ao Governo.

  1. “Tirando a Concertação Social, não houve nenhuma medida relevante. Quem for ver o Diário da República, é uma miséria”.
  2. Desarticulação. Não parece o Governo que era no início”. E exemplifica com os casos da TSU, da Carris e do estatuto das polícias, “em que a ministra foi obrigada a recuar”.
  3. “Nos últimos três debates no Parlamento, António Costa não esteve bem. Estava sem iniciativa, sem instinto matador”.

E porquê esta paralisia?

Luís Marques Mendes diz que “o Governo está sem agenda, porque os acordos [à esquerda] que existiam estão esgotados”, acrescentando que “o Governo tem que ter uma nova agenda no domínio da economia.”

“Além disso, há um defeito de fabrico no Governo. Falta um número dois. Um vice-primeiro-ministro que substitua António Costa. Este é um governo unipessoal”, diagnostica Marque Mendes.

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8 ideias fora da caixa para gastar três milhões de euros do Orçamento

  • Margarida Peixoto
  • 5 Fevereiro 2017

Se tivesse 200 mil euros para melhorar o país, o que fazia? Jardins de borboletas? Bioreatores em miniatura? Pintava poemas nas ruas? Conheça oito propostas inscritas no Orçamento Participativo.

A caravana do Orçamento Participativo anda a viajar pelo país. Já promoveu dez encontros e tem previstos, pelo menos, outros 50. A ideia é recolher propostas dos cidadãos para aplicar uma verba total de três milhões de euros, que está disponível no Orçamento do Estado deste ano. No final, serão selecionadas sugestões das diferentes regiões.

As regras são simples. Cada ideia não pode ultrapassar um orçamento de 200 mil euros e tem de se enquadrar numa das áreas pré-escolhidas pelo Governo. No caso de Portugal continental, as áreas são cultura, ciência, educação, formação de adultos e agricultura. Nas regiões autónomas, os temas são justiça e administração interna. As propostas têm de ser regionais — Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Regiões autónomas — ou nacionais. O que quer dizer que não valem ideias espetaculares, mas cujo alcance não vai além do seu bairro.

A partir daqui, é dar largas à imaginação, fazer uma apresentação presencial da proposta e conquistar os votos dos cidadãos. O ECO conta-lhe oito sugestões fora da caixa, já registadas.

1 – Programa passeios limpos

A ideia é de Manuel Faustino e foi apresentada em Lisboa. O primeiro slide do powerpoint provocou o riso na plateia de cerca de 120 pessoas: um cão a fazer cocó. A sugestão deste cidadão é criar um sistema de incentivos que leve os donos a apanhar os dejetos dos seus cães, quando os levam a passear. E, desta forma, ter “passeios limpos” em Portugal. Manuel Faustino propõe criar uma plataforma digital onde os donos dos cães se poderiam registar, para ganhar um código. De seguida, de cada vez que depositassem um cocó do seu cão num recetáculo criado para o efeito, registariam o ato na sua conta digital. Com isto, acumulariam pontos para obter descontos em bilhetes, serviços públicos ou taxas municipais.

2 – Competições de carros solares

Já imaginou uma corrida de carrinhos feitos com pacotes de leite, movidos a energia solar? Pode ser só uma questão de tempo até a ideia estar espalhada por todas as escolas do país. Por enquanto, é uma iniciativa de Vítor Palminha, um professor numa escola da Amadora, desenvolvida para motivar os alunos a gostar de estudar ciência e tecnologia. Alunos e professores constroem os carros, aproveitam a experiência para desenvolver conhecimentos, e fazem competições. O programa chama-se “Fotão a fotão, tenho a ciência na mão”.

3 – Bioreatores em miniatura

Rui Albergaria quer investir 200 mil euros na construção e produção de bioreatores em miniatura, que podem ser distribuídos por pequenas indústrias agroalimentares, quintas, ou até habitações. O objetivo é transformar os resíduos vegetais (tudo o que resulte da produção de refeições, como por exemplo, cascas de batata ou de fruta) gerados nestas unidades de pequena escala, em gás natural e fertilizantes.

Orçamento participativo - Lisboa
Rui Albergaria apresenta a sua ideia sobre bioreatores miniatura, no encontro de Orçamento Participativo em Lisboa.26 janeiro, 2017

4 – Jardins de borboletas

“As borboletas são dos poucos insetos de que as pessoas geralmente gostam”, diz Adriana Galveias. E qual é a ideia? É atrair as borboletas para os jardins públicos ou os parques que já existem nas cidades, explica ao ECO. Esta cidadã quer adaptar as espécies botânicas plantadas nestes espaços recreativos de tal forma que as borboletas passem a ser uma constante.

5 – Rotas do Contrabando

A proposta é de Filipe Fernandes e foi apresentada em Caminha, mas quer envolver dez distritos e 40 municípios. A ideia é recuperar a história do contrabando de produtos e fuga de pessoas através das fronteiras portuguesas, evitando que estas “aventuras” se percam “para sempre”, frisa o cidadão. Filipe Fernandes sugere que esta informação seja reunida, disponibilizada para todos e trabalhada para fins turísticos, com a criação de percursos pelo interior do país.

6 – Alfabetizar em itinerância

É uma ideia para os municípios de Beja e Mértola, dirigida a famílias abrangidas pelo rendimento social de inserção e com adultos analfabetos. Maria de Fátima Guerra Chaveiro quer colocar duas carrinhas, cada uma com um motorista, um professor e um animador, a circular pelas autarquias. Estas equipas levariam consigo os recursos necessários para dar uma aula onde se ensina adultos a ler e a escrever, bem como para entreter as crianças que não frequentam a escola. Em articulação com as Juntas de Freguesia, seria selecionado um espaço para dar uma aula por semana. O programa teria a duração de dois anos e o objetivo é alfabetizar e facilitar a integração.

7 – Nadar no rio

José Romano foi parar ao encontro do Orçamento Participativo de Lisboa em busca de dados para a sua tese de doutoramento, sobre a participação democrática em Portugal. Mas acabou por se decidir a apresentar também uma ideia: “Quantos de nós já nadámos no rio Tejo”, perguntou. Dali até ao episódio do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi só um saltinho. A proposta de José Romano passa por utilizar o rio Tejo para efeitos recreativos, construindo represas de águas ou piscinas na zona ribeirinha.

8 – Ruas da poesia

E se pintássemos poemas pelas ruas fora? A ideia é de Paulo Louro e visa promover um sentido de pertença e identidade local. O objetivo é envolver 30 municípios numa ação com a duração de um ano. Cada comunidade poderia escolher excertos de poemas, de autores locais, para pintar nas fachadas dos edifícios de uma rua selecionada pelo município. Em cada rua participante seria colocado um dispensador físico e QR-Code (uma espécie de código de barras que pode ser lido com o telemóvel) com os poemas completos. Todas as ruas da poesia dos vários municípios utilizariam imagens e uma sinalética comum, construindo desta forma um percurso turístico pelas autarquias da região.

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