Ministro da Economia reitera que desemprego vai estar “claramente abaixo dos 10%”
Já não é só Mário Centeno que revê em baixa a previsão do desemprego para o ano de 2017. O ministro da Economia reiterou que o desemprego vai ficar abaixo dos dois dígitos já este ano.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, reiterou, esta terça-feira, em Paris, que “o desemprego deverá estar, ainda em 2017, claramente abaixo dos 10%”. Esta meta já tinha sido apontada esta segunda-feira pelo ministro das Finanças, tal como o ECO noticiou, já com a confirmação oficial do Ministério das Finanças.
“Todas as indicações que tivemos são de que o desemprego vai baixar dos 10%, deverá estar, ainda em 2017, claramente abaixo dos 10% e isso foi também o que aconteceu ao longo de 2016. A diminuição do desemprego e a criação de emprego surpreendeu todas as agências internacionais e é isso que está a acontecer neste momento”, declarou o ministro aos jornalistas, ao final da manhã.
"A diminuição do desemprego e a criação de emprego surpreendeu todas as agências internacionais.”
Um documento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta segunda-feira, reconhece que o desemprego tem estado a cair, mas continua em “níveis desconfortavelmente elevados”, nos 10,5%, uma proporção que é de 26,1% entre os jovens.
Tendo em conta o “baixo crescimento”, mas também um salário mínimo mais elevado e a continuação da rigidez do mercado de trabalho, a OCDE antecipa que a queda do desemprego seja “muito mais lenta do que nos últimos dois anos” e que “é provável que o desemprego continue nos dois dígitos, entre os mais altos da União Europeia”.
Manuel Caldeira Cabral, que visitou a feira de matérias-primas para a fileira da moda Première Vision, que começou hoje e decorre até quinta, no Parque de Exposições de Paris-Nord Villepinte, nos arredores de Paris, afirmou, ainda assim, que o relatório sobre a evolução da economia portuguesa da OCDE “muito positivo para Portugal” e “destaca a evolução fantástica” nas contas públicas.
“Todos os institutos internacionais estão a rever o crescimento português, mas estão a rever em alta. Há um ano, quando entrámos para o Governo, estavam todos a rever em baixa, estavam todos a reconhecer que havia uma desaceleração da economia portuguesa. Neste momento, estão a reconhecer que há uma aceleração da economia portuguesa”, disse.
"Neste momento, estão a reconhecer que há uma aceleração da economia portuguesa.”
A OCDE considera, ainda, que as reformas estruturais já feitas permitiram um “reequilíbrio da economia para as exportações”, sublinhando que Portugal exporta agora mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), quando em 2005 as exportações representavam apenas 27%, mas alerta para que as exportações “vão crescer menos” do que nos anos anteriores, em parte devido à queda da procura da China e de Angola, ainda que “continuem a ser a força por trás do crescimento neste ano e no próximo”.
O titular da pasta da Economia sublinhou que “nas primeiras páginas” do relatório se “destaca muito a performance das exportações portuguesas” e se “demonstra claramente” que esse desempenho “desde 2005, portanto nos últimos dez anos, foi melhor do que, por exemplo, a performance das exportações alemãs”.
“Portugal conseguiu com essa performance das exportações passar de um país que tinha um défice externo bastante importante para um país que hoje tem um ‘superavit’ externo importante, 4 mil milhões, um ‘superavit’ que cresceu quase 30% face ao do ano passado”, declarou. O ministro da Economia visitou a feira Première Vision, esta manhã, a convite da Associação Têxtil de Vestuário de Portugal (ATP).
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