Angola vai pagar ao Novo Banco? Lone Star duvida
O principal candidato à compra do Novo Banco duvida que Angola pague os empréstimos acordados na intervenção do BESA. Venezuela também levanta dúvidas.
A Lone Star — principal candidato à compra do Novo Banco — duvida que Angola pague os empréstimos acordados na intervenção ao BES Angola, atual Banco Económico, avança o Jornal de Negócios (acesso pago) na edição de hoje. No total são quase 600 milhões de euros que estão na lista de ativos que o fundo norte-americano considera problemáticos, e cujo risco pretende partilhar com o Estado.
De acordo com o jornal, os receios da Lone Star não serão alheios ao facto de a exposição do banco liderado por António Ramalho ao banco angolano suscitar reservas à PWC, auditora do Novo Banco que no relatório e contas de 30 de junho questiona o “nível de recuperabilidade” da exposição a Angola. Acrescerá ainda a desconfiança que os investidores dos EUA têm relativamente a Angola.
No total, os empréstimos do Novo Banco ao Banco Económico superam os 570 milhões de euros, quase 190 milhões dos quais relativos a um crédito comum que vence em 2018 e 386 milhões referentes a um empréstimo subordinado com maturidade em 2024.
Quase 400 milhões desse bolo, devia ter sido reembolsado no final de abril do ano passado. No entanto, o Banco Económico invocou as “restrições cambiais vigentes” em Angola para pedir o alargamento do prazo de pagamento para 15 de agosto de 2018 e o reforço de garantias, explica o jornal com base no relatório e contas referente a 2015, aprovado em dezembro.
Nos termos do acordo de renegociação, a instituição angolana fez três pagamentos ao Novo Banco – cerca de 90 milhões a 30 de abril, 50 milhões a 13 de junho e 70 milhões a 30 de setembro – reduzindo o valor da dívida sénior a cerca de 190 milhões, segundo os cálculos do Banco Económico.
Segundo avança também o Jornal de Negócios (acesso pago), o Lone Star incluiu ainda a operação do Novo Banco na Venezuela na lista dos ativos problemáticos, devido à grave crise económica no país sul-americano. Os receios incidem sobre a sucursal do Novo Banco na Venezuela, lançada ainda pelo BES para servir os emigrantes portugueses no território. Em causa está uma operação que, a 30 de junho, tinha uma carteira de crédito de 4,66 milhões de euros, segundo o relatório e contas da instituição liderada por António Ramalho. Em termos de ativo líquido, a exposição à Venezuela era de 16,4 milhões, no final de 2015.
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