Warren Buffett investe 10 mil milhões de dólares no setor da aviação
Warren Buffett e a Berskhire Hathaway investiram cerca de 10 mil milhões de dólares na indústria da aviação norte-americana.
Warren Buffett mudou de ideias: deixou de considerar a indústria da aviação norte-americana uma “armadilha para os investidores” e decidiu investir uma segunda vez, através da sua companhia Berkshire Hathaway, nas quatro principais companhias que voam nos Estados Unidos. Agora foram quase 10 mil milhões de dólares distribuídos pelas quatro Airlines: America, Delta, United e Southwest.
É a segunda vez, em seis meses, que Buffett, principal acionista e diretor executivo da Berkshire Hathaway, decide investir na indústria da aviação norte-americana, depois de em 2013 ter vindo afirmar em público que as companhias eram “uma armadilha para os investidores”.
Agora, a sua holding, cotada na NYSE, investiu 2,1 mil milhões de dólares na American Airlines, 2,2 mil milhões na United, 2,4 mil milhões na Southwest e 3 mil milhões na Delta. As quatro companhias são as maiores à escala global e também estão todas cotadas na NASQAD ou na NYSE.
Ao longo da última década, o cenário desta indústria norte-americana tem vindo a melhorar consideravelmente. Todas as companhias bateram recordes de lucros nos últimos dois anos, beneficiadas pela disciplina que foi imposta no pós-crise financeira, pela diminuição dos custos com o pessoal e pela baixa do preço do combustível.
Também há que ter em conta que não têm muitos adversários, no mercado interno, contra quem competir. Se olharmos para 2000, havia muito mais nomes a voarem nos céus norte-americanos: America West, US Airways, TWA, AirTran, Continental, ATA, entre outras. Em 2016, já tinham sido todas eliminadas por serem adquiridas pelas Quatro Grandes Airlines. E se não se contar com as companhias de luxo, como a Virgin American e a JetBlue, as regionais, como a Alaska ou a Hawaiian, e as low cost, onde se incluem a Spirit e a Frontier, as quatro grandes companhias acabam por só competir entre si.
Fundir para Reinar
Atualmente, as quatro grandes companhias aéreas são as companhias mais lucrativas do mundo, mas nem sempre foi assim. À exceção da Southwest, que se tem mantido estável ao longo das últimas quatro décadas, as outras três empresas recuperaram a nível astronómico da beira da falência, onde se encontravam até há poucos anos. A aquisição de companhias mais pequenas, que significou a diminuição do número de concorrentes no mercado, permitiu às quatro grandes sobreviverem. A fusão da Delta com a Northwest em 2008, por exemplo, foi considerada um “home run absoluto”. A nova companhia — que resultou da fusão — não só gera o melhor lucro financeiro dentro do setor como é líder em operações. É considerada a mais forte das quatro.
A fusão da United com a Continental em 2010 já foi um pouco mais complicada. A linha que resultou da fusão sofreu alguma instabilidade financeira, laboral e de gestão durante um certo tempo, mas a chegada do novo CEO, Oscar Munoz, trouxe uma revitalização que, ao longo do último ano, permitiu eliminar substancialmente parte dos problemas com o pessoal e a performance dos aviões.
Em 2010, a aquisição da AirTran Airways pela Southwest também foi muito proveitosa, tendo impulsionado a presença da companhia. E a fusão da American Airlines e da US Airways transformou a companhia na maior do mundo. Ainda que tenha de lidar com diferenças em termos culturais e ao nível das operações, a rede da American dentro dos Estados Unidos continua a ser poderosa e eficiente o suficiente para ser uma adversária de peso para as restantes.
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