Galp: Leilões no Brasil “fazem sentido para nós”
"Podemos não vencer mas vamos concorrer", revelou Carlos Gomes da Silva, presidente da Galp sobre os leilões de exploração de petróleo que vão ocorrer ao longo deste ano no Brasil.
Os próximos meses vão ser desafiantes para a Galp. A petrolífera nacional tem dinheiro e quer investir mais na exploração de petróleo no Brasil. Mas, com o alívio da regulação na atividade petrolífera por parte das autoridades brasileiras, os leilões previstos para este ano deverão registar forte concorrência dos grandes players internacionais. Carlos Gomes da Silva diz que vai à luta. “Faz sentido para nós”, disse o CEO da Galp aos investidores, em Londres.
Os leilões no Brasil “fazem sentido para nós… podemos não ganhar mas vamos estar a competir”, declarou Gomes da Silva, em resposta a um dos analistas que marcou presença no Capital Markets Day que a Galp organizou esta terça-feira em Londres.
Estão previstos quatros leilões em 2017 no Brasil. Mas o interesse da Galp estará sobretudo no bloco que vai a concurso junto ao BM-S-8, no Carcará, onde a petrolífera nacional produz com a Statoil.
“Faz sentido na zona envolvente do reservatório onde a Galp está, sendo uma área onde podemos ser mais competitivos“, precisou o presidente da Galp mais tarde aos jornalistas. “Faz sentido do ponto de vista da distribuição e competitividade do projeto, além da unitização”, disse ainda.
Na conferência com os investidores, Carlos Gomes da Silva salientou a situação financeira sólida da petrolífera, que permite abordar os próximos concursos para exploração de petróleo no Brasil numa situação mais confortável.
Mas, apesar do interesse assumido e do desafogo nas contas, Carlos Gomes da Silva descarta loucuras. “É bom enfrentar o problema que vem nos meses que vêm numa situação financeira positiva, mas não vamos com fome”, considerou. “Queremos manter as nossas finanças robustas. Temos o compromisso de uma dívida duas vezes o EBITDA”, salientou.
"É bom enfrentar o problema que vem nos meses que vêm numa situação financeira positiva, mas não vamos com fome.”
O responsável olha com otimismo para as mudanças que o Brasil está a sofrer. As mudanças regulatórias na indústria foram bem recebidas. Deu como exemplo o fim da obrigatoriedade de a petrolífera estatal Petrobras assumir uma participação nas explorações — como aconteceu quando a empresa brasileira vendeu a sua posição em Carcará, onde a Galp é sócia. Além disso, foi também recentemente aprovada uma simplificação das regras de conteúdo local, que obrigam as petrolíferas a contratar serviços no país.
Alterações que vêm dar maior ênfase ao negócio brasileiro da Galp. “Os fundamentais, a qualidade dos ativos, são bons. Não vemos igual no mundo”.
O jornalista viajou a Londres a convite da Galp.
(Notícia atualizada às 15h54 com mais declarações do presidente da Galp)
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