EDP: Naturgas não dá diversificação, EDP Renováveis dá potencial
OPA à EDP Renováveis, venda da Naturgas. Duas operações feitas em simultâneo que marcam a recomposição do negócio, "reforçando as metas estratégicas da EDP para 2020".
A Naturgas vai ser vendida por 2.500 milhões de euros, um valor bem acima do mercado. Um negócio que, diz a EDP, não oferecia grande diversificação geográfica, ao contrário da EDP Renováveis, empresa sobre a qual a elétrica lançou uma OPA, ao mesmo tempo que vendeu as operações de gás em Espanha. E, além disso, traz potencial ao negócio da EDP que defende que esta recomposição vem reforçar as metas definidas para 2020.
A EDP chegou a acordo para a venda da Naturgas a um consórcio “forte e credível”. Vai obter 2.500 milhões de euros com a operação, um preço que tem implícita uma avaliação de 15,7 vezes o EBITDA da rede de gás, sendo o mais elevado das últimas transações do género. E fica “50% acima a média das avaliações do mercado”.
Vende, assim, “um negócio maduro”, “eficiente”, mas que não é o negócio principal da EDP (que vai manter o fornecimento do gás depois da venda da rede). E “não oferece diversificação geográfica”, refere a empresa liderada por António Mexia que no âmbito desta recomposição da carteira pretende aumentar a exposição à EDP Renováveis através de uma OPA.
A elétrica oferece 6,80 euros por ação, o equivalente a cerca de 1.300 milhões de euros. É um negócio “core” que “traz potencial para maior cooperação com as operação da EDP em Portugal, Espanha e Brasil”, refere a elétrica. Mas que também vai simplificar a história de investimento da EDP que, salienta, espera ter concluída a OPA no segundo ou terceiro trimestre deste ano.
Com esta mudança na carteira de ativos, a EDP vai conseguir, ainda assim, obter um valor significativo para prosseguir com a redução da dívida. Isto ao mesmo tempo que “preserva o seu perfil de baixo risco”. A meta de redução do rácio entre a dívida e o EBITDA é reiterada, devendo ser de três vezes em 2020.
Ao mesmo tempo que consegue reduzir o endividamento, e acreditando no potencial da EDP Renováveis, a EDP defende, na apresentação feita aos investidores perante estas duas operações, que será capaz de criar mais valor para os acionistas. A empresa liderada por António Mexia aponta para uma “melhoria dos lucros de 2019 em diante”.
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