Quer internacionalizar o seu negócio? Cuidado com estes países

Terrorismo, protecionismo, nacionalismo, golpes de Estado, conflitos e rebeliões. São muitos os riscos que empresários vão enfrentar em 2017. Quais os países mais arriscados para fazer negócio?

Tem um negócio e quer internacionalizá-lo? Esteja mais atento a estes países onde a instabilidade política e a ameaça do terrorismo podem afetar a expansão da sua empresa. De acordo com a seguradora Aon, o aumento do número de ataques terroristas e o nacionalismo populista estão a criar um cenário de maior volatilidade e incerteza nos negócios internacionais. E nem os países ocidentais estão livres de risco.

Em 2016, o número de atentados terroristas no mundo ocidental disparou 174% em 2016. Os 96 ataques registados nesta região continuam a representar menos de 3% do total de ataques em todo o mundo. Ainda assim, o risco do terrorismo é crescente.

A ameaça terrorista continua a evoluir, afetando um conjunto de setores mais amplo em mais países, através de táticas diversificadas e com a intenção de matar. Os impactos variam entre perda de vidas até interrupção de negócios e distúrbios na cadeia de abastecimento”, salienta o relatório “2017 Risk Maps for Political Risk, Terrorism and Political Violence”.

"A ameaça terrorista continua a evoluir, afetando um conjunto de setores mais amplo em mais países, através de táticas diversificadas e com a intenção de matar. Os impactos variam entre perda de vidas até interrupção de negócios e distúrbios na cadeia de abastecimento”

Aon

2017 Risk Maps for Political Risk, Terrorism and Political Violence

Um dos setores mais afetados foi o energético. Empresas de petróleo e gás representaram mais de 40% dos alvos dos terroristas em interesses comerciais ao longo do ano passado, com particular destaque para a Colômbia e Nigéria. Neste país africano, o relatório sublinha os ataques do terroristas na região do Delta do Níger durante a primeira metade de 2016, levando a produção nigeriana de petróleo a afundar 36%.

Por outro lado, países com acordos de comércio livre como o Chile, Colômbia — onde está a Jerónimo Martins, através da Ara –, Hong Kong, Malásia, Singapura e Taiwan estão amplamente expostos ao risco político devido à dependência das trocas comerciais com os EUA e outros parceiros. Ainda assim, são sobretudo o México e Singapura quem mais serão afetados com as restrições que Donald Trump pretende impor em resultado da sua política nacionalista “American First”.

“A mudança do ambiente global, alimentada pelo protecionismo comercial, políticas populistas e sanções, deverão ter um impacto significativo mercados emergentes e nos mercados fronteira. Isto torna mais importante do que nunca para os empreendedores perceberem e mitigarem as suas exposições ao risco político”, sublinha Sara Taylor, da Aon.

Fonte: Aon 2017 Risk Maps for Political Risk, Terrorism and Political ViolenceInfografia: Raquel Sá Martins

Principais destaques

  • 2016 foi um ano de receios para o setor energético. As empresas de petróleo e gás foram o principal alvo dos grupos terroristas no que toca a interesses comerciais. Na Nigéria, a Aon dá como exemplo os ataques dos rebeldes no Delta do Níger ao longo do primeiro semestre que provocou uma razia na produção de petróleo do país em 36%. Adicionalmente, países como a Arábia Saudita, Irão, Rússia, Venezuela e EUA estão mais vulneráveis a choques petrolíferos.
  • Nível de terrorismo e violência política em máximos de 2013. E nestes riscos não estão apenas incluídos os ataques terroristas. Também há riscos de golpes, de conflitos civis e entre estados e ainda rebeliões, diz o estudo. Há agora 17 países com risco elevado, “representando os epicentros da instabilidade que emana do terrorismo internacional e aumenta significativamente o risco a quem está exposto comercialmente aos países vizinhos”.
  • Trump ameaça comércio. Países como Brasil, onde estão já várias empresas portuguesas, Índia, Indonésia e Nigéria estão mais salvaguardados do protecionismo no comércio global porque não dependem tanto das exportações. Ainda assim, outros países com economias mais abertas como o Chile, Colômbia, Hong Kong, Malásia, Singapura e Taiwan estão mais expostos ao risco de maiores restrições ao comércio global. Que deverão afetar sobretudo o México e a Singapura, sublinha o estudo.
  • Turismo sob pressão por causa do Médio Oriente e África. É sobretudo nestas regiões onde o risco político e de violência está mais concentrado, podendo dispersar para os países vizinhos, prejudicando o comércio e o turismo. Que se cuidem a Europa e Ásia, devido às conquistas territoriais do Estado Islâmico que deixam os jihadistas às suas portas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Quer internacionalizar o seu negócio? Cuidado com estes países

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião