Setor automóvel e aeronáutico condenados a partilhar tecnologia
O futuro vai passar pela partilha de tecnologia entre os setores aeronáutico e automóvel é a primeira conclusão a retirar do projeto europeu AEROCAR.
Os setores aeronáutico e do automóvel estão condenados a partilhar tecnologia, de modo a maximizar o impacto dos desenvolvimentos tecnológicos recentes e futuros. Esta é a principal conclusão do projeto europeu AEROCAR conduzido em Portugal pelo INEGI (Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial — cuja apresentação decorre esta tarde na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Luís Pina, investigador do INEGI e gestor do projeto AEROCAR adianta, em declarações ao ECO, que “apesar destes setores partilharem já tecnologia têm diferentes necessidades e diferentes prioridades, nomeadamente ao nível dos tempos e custos de produção e ainda no que respeita aos processos de inovação“. Para Luís Pina, este facto leva a que “os dois setores incorporem as tecnologias de maneira diferente”. “Temos de fazer essa avaliação de modo a identificar as oportunidades de transferência tecnológica intersetorial”. E relembra que “estes dois setores são os que têm maior impacto económico e tecnológico na União Europeia”.
Para o investigador do INEGI, “Portugal está bem posicionado porque, apesar de não termos grandes fábricas, como a Airbus, temos muitas empresas a fabricar componentes para essas fábricas, com muita e alta tecnologia incorporada”.
Luís Pina faz questão de referir que “o estudo vai decorrer durante três anos, tendo apenas passado os nove primeiros meses, por isso isto são apenas conclusões preliminares”.
O projeto AEROCAR é promovido pelo INEGI, em colaboração com dois centros tecnológicos de investigação, desenvolvimento e inovação espanhóis: o Centro Tecnológico Automóvel da Galiza (CTAG) e a Leartiker, e o centro francês de investigação e desenvolvimento Rescoll.
A importância desta temática é tanto mais relevante na medida em que, segundo a Comissão Europeia, a indústria automóvel é responsável por um volume de negócios de cerca de 640 mil milhões de euros anuais, ou 4% do PIB (produto interno bruto) da União Europeia e dá emprego a 12 milhões de pessoas.
Já a indústria aeronáutica gera um volume de negócios de 140 mil milhões de euros e empregava em 2013 mais de meio milhão de pessoas.
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