Economia deve crescer entre 2,4% e 2,7%
A economia portuguesa deverá registar o melhor crescimento desde o final de 2007 no primeiro trimestre deste ano. Os economistas apontam para um crescimento entre 2,4% e 2,7% em termos homólogos.
O INE deve divulgar que a economia acelerou no primeiro trimestre deste ano, crescendo acima de 0,7% em cadeia e de 2% em termos homólogos e impulsionada por uma recuperação no investimento, segundo estimativas recolhidas pela Lusa.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica hoje a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais referente ao primeiro trimestre deste ano, com a maioria dos analistas contactados pela Lusa a prever que a economia tenha crescido acima de 0,7% em cadeia e entre 2,4% e 2,7% em termos homólogos.
A confirmarem-se as previsões dos analistas, isto significa que a economia portuguesa acelerou nos primeiros três meses deste ano face ao último trimestre de 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 0,6% em cadeia e de 2% em termos homólogos.
O Núcleo de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, é o que se mostra mais otimista: na sua nota de conjuntura de abril, estima que o PIB tenha registado um crescimento de 0,9% face ao trimestre anterior e uma variação homóloga de 2,7%.
“Este crescimento trimestral do produto reflete aquela que parece ser a melhoria da situação económica, nomeadamente em termos de recuperação do investimento e do rendimento disponível, que cresceu 2,8% no ano passado em termos reais“, afirma o NECEP, acrescentando que, caso se materialize a estimativa, será o “crescimento homólogo mais expressivo desde o quarto trimestre de 2007”.
O Grupo de Análise Económica do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) estima que a economia portuguesa tenha avançado 0,7% no primeiro trimestre face ao anterior e que apresente uma subida homóloga de 2,5%.
António da Ascensão Costa, professor do ISEG, explicou à Lusa que estas estimativas “têm por base uma desaceleração, em relação aos níveis de crescimento homólogo registados no quarto trimestre de 2016, do crescimento do consumo privado e uma pronunciada aceleração do crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), nomeadamente em construção e em máquinas e equipamento”.
“O contributo da procura externa líquida é mais incerto, num trimestre em que tanto as exportações quanto as importações, de bens e serviços, cresceram mais, em termos nominais e reais, do que no trimestre anterior. Mas o mais provável é que, em volume, a procura externa líquida tenha tido um contributo ligeiramente negativo, mas menos penalizador do crescimento do que no trimestre anterior”, disse o professor do ISEG.
"Estimativas têm por base uma desaceleração, em relação aos níveis de crescimento homólogo registados no quarto trimestre de 2016, do crescimento do consumo privado e uma pronunciada aceleração do crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), nomeadamente em construção e em máquinas e equipamento.”
Por sua vez, o Montepio estima que o PIB tenha avançado entre 0,5% e 0,7% em cadeia e 2,4% em termos homólogos no primeiro trimestre, o que significa uma revisão em alta face às últimas previsões que o departamento de estudos económicos tinha apresentado.
Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio, explicou à Lusa que “os indicadores de atividade conhecidos nos últimos dias para o mês de março (volume de negócios nos serviços, balança comercial de bens e, agora, também a produção na construção) revelaram-se tendencialmente favoráveis”, o que levou o banco a rever em alta as suas previsões.
O crescimento em cadeia do PIB, segundo Rui Bernardes Serra, “deverá ter sido suportado sobretudo pela procura interna, em concreto pelo consumo privado e pela FBCF (investimento), mas também pelas exportações líquidas, que deverão ter regressado aos contributos positivos, depois de um forte contributo negativo”.
Menos otimista está o BBVA que, no ‘Observatório Económico Portugal’, divulgado em meados de abril, estima um crescimento em cadeia de apenas 0,2%, uma estimativa que “resulta dos indicadores de consumo que continuam a evoluir, da falta de um maior dinamismo no investimento e de registos de importação de bens que contrariariam o bom comportamento das exportações”.
Para o conjunto do ano, o BBVA também é o mais pessimista, estimando que o PIB cresça 1,7% no conjunto do ano. O ISEG aponta para um intervalo entre 1,7% e 2,1%, o Montepio estima um crescimento de 2% e o NECEP é o mais otimista, prevendo que a economia cresça 2,4% em 2017.
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