Juros da dívida portuguesa reforçam mínimos de um ano antes do PIB
Dia de PIB marcado por descida da perceção de risco de Portugal nos mercados. Juros a dez anos cedem para o nível mais baixo do último ano.
Descompressão no mercado secundário nacional esta segunda-feira de manhã, a poucas horas de o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelar os dados sobre o crescimento económico no segundo trimestre do ano — à volta dos 3%, ao que tudo indica. Os juros da dívida a dez anos cedem para mínimos do último ano. Investidores tranquilos.
As yields descem em toda a linha, isto é, os investidores estão a exigir menos para comprar dívida portuguesa entre si. No caso da maturidade de referência, a taxa associada às obrigações a dez anos cai 2,6 pontos base para 2,827%, tratando-se do nível mais baixo desde o dia 14 de agosto do ano passado, há exatamente um ano. Também a cinco anos a taxa de juro exigida cede 2,4 pontos para 1,141%, negociando em mínimos desde o início do ano passado.
Embora muitos investidores estejam de férias, refletindo-se num menor volume de transações, as atenções do dia vão estar viradas para o INE e para o anúncio (ainda que preliminar) acerca da produção de riqueza no país no último trimestre. Os analistas esperam um crescimento de 3%, tratando-se do terceiro crescimento consecutivo acima da zona euro.
Juros em queda antes do PIB
Fonte: Bloomberg
“Os sinais de recuperação económica iniciada em meados de 2016 têm ganho suporte, antecipando‐se que o ritmo de crescimento da atividade alcance o patamar de 2,8% este ano, desacelerando ligeiramente para 2,2% em 2018”, assume o Departamento de Estudos Económicos do Banco BPI.
Nos prazos mais curtos a descida dos juros também é visível. Caem cerca de um ponto base para valores ainda mais negativos: os bilhetes a três meses negoceiam nos -0,292% e os bilhetes a 12 meses estão nos -0,308%, antes de o Tesouro português regressar aos mercados de dívida de curto prazo na quarta-feira. Pretende levantar até 1.000 milhões de euros em títulos a três e 11 meses.
"Os sinais de recuperação económica iniciada em meados de 2016 têm ganho suporte, antecipando‐se que o ritmo de crescimento da atividade alcance o patamar de 2,8% este ano, desacelerando ligeiramente para 2,2% em 2018.”
A descida dos juros também se observava no mercado espanhol e italiano, por exemplo. As obrigações espanholas a dez anos assistem a uma queda da yield em 2,4 pontos para 1,434%. No caso italiano, o juro está nos 2,015%. Já as bunds alemãs registam um ligeiro agravamento: a taxa a dez anos avança 2,2 pontos para 0,404%.
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